sexta-feira, 24 de julho de 2015

VERSO 26

Tenho por Ti dois sóis, que não são os que vemos tanto
Dos que muito existem em nossos peitos
Em que sofremos por vezes ao ver o próximo distante
E o distante que sofre de um sofrer de tão perto de nós.

No entanto, se és ventura, que seja a mais da minha toda
Que a percorro sobre os cavalos de ventos
Como se Ana Terra fosse o próprio amanhecer de mim
Quando a vejo na superfície tênue de Tuas certezas.

Rogo a Ti, criatura sublime, que me destes a compreensão
De um átomo que eu seja apenas, debruçado sobre o Lótus
De teus pés incandescentes de amor sublime
Que todo o sofrer me cessa quando penso em Teu nome!

Nunca me faltarão palavras, que me destes os Shastras
E um, dois, todos os mestres espirituais, posto os ramos
De um lindo flamboyant mostra a variedade de Teus gestos
Quando sugeres em Teu olhar as páginas em me consentir!

E que eu seja uma folha caída, ainda com sentidos a perceber
Quando os Teus pés me tocarem em Teus passatempos,
Ou que eu seja um simples vaqueirinho a caminhar conTigo
Na Vrndavana redescoberta de nossos mundos irrequietos...

Assim que seja, Damodara, em que libertastes os sábios
Dos troncos que não sustentam a Tua força, que saibas
A mais que nos dizemos de tudo o que gostaríamos
Na vida que há de brotar em meio às chuvas do inverno.

Nenhum comentário:

Postar um comentário