terça-feira, 7 de julho de 2015

ABRA-SE A BASTILHA

Que se tenha consciência, pois a poesia não morre a quem existe,
Dentro do que se suponha que sempre existiu em sua latência ou não
Para que o paradoxo nos mostre que a luxúria também é cárcere...

Compramos muito, agradamos aos sexos, pontuamos memórias, e nos vemos
Dentro de uma selva material onde bastilhas encravadas no nosso ser
Revelam insopitáveis destinos onde os mais presos são efetivamente
Os que revivem a simples liberdade de estarem no paraíso, qual inferno
Em que consumimos o mesmo fogo de kundalini ao fecharmos o ciclo
De uma busca hedonista onde quem ganha é propriamente o sistema
Que através de sua especulação material manipula nossos ventres
Dentro de um coração refrigerado que verte na mesma pulseira de aço
A semântica que não gostaríamos sempre que fosse desse modo
Ao que pareça estarmos dentro de um moto contínuo enquanto o tempo
Se esvai nas gotas de nossa superfície onde quando se pensa que a poesia
Morre a cada segundo, mas que no viés a construção de seus períodos
Se presta a uma interpretação anódina onde as traições ponteiam
Na repetição eterna de um retorno que não há na face mesma da história!

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