quarta-feira, 22 de julho de 2015

A QUE, ESCREVER...

            Pois que seja, as palavras remetem a quase tudo no leito de um papel, ou no semblante do mesmo, digital. As contradições do que escrevemos ou cogitamos pertencem aos rumos do mesmo pensar livre, mas não supõem que sejam a única razão que construa uma estrutura filosófica qualquer. Por exemplo, já não há como convencer algumas vertentes criacionistas, pois estas já cristalizaram em raízes profundas bem no cerne de civilizações que detém – algo paradoxal – o poder de destruir metrópoles. Então, que caibam os espaços, mas convenhamos, se Deus existe, um poeta pode cantar a ele seu trabalho, nem que o seja para voltar a um prumo, quem sabe, existencial.
            Pois que, um lado importante da contradição é sabermos que nem todo o circuito funciona melhor quando fechado em seu ciclo, quando de última tecnologia, pois há que se aprender da Natureza, com suas variantes, a grande maestrina de nossa conduta, aí sim, sem dúvida na contradição, se quisermos escapar da dominação dos chips já queimados em sua extensão, pois a predominância de melhores inteligências na sensibilidade de alguns que ainda possuem a capacidade de serem antenas, agora já mostra sinais de evidência em grandes massas que desconhecemos, mas estão muito bem vivas no planeta. Desse aprofundar-se, a questão se torna algo totalmente crível, apenas na suposição de que como espécie mais evoluída tendemos a ser fatalmente condenados às misérias deste mundo material, se não compreendermos de uma vez por todas que a barata tem o direito de viver neste mundo, assim como os mosquitos, os ratos, as aranhas e os escorpiões, só para citar colegas de existência, quais sejam os animais outros, como os porcos que comemos e que são assaz inteligentes e sensíveis, como cães e gatos. Digo isso apenas para reiterar que podemos ser aniquilados do planeta, mas a tendência inequívoca é que ainda possamos tomar consciência que espiritualmente apenas nossos corpos são superiores, mas no coletivo estamos errando mais do que as formigas ou abelhas, pois, já que andamos fechando ciclos com chips ou coisas similares, saibamos que a mesma areia que produz a placa já dá mostras de contaminação, e essa contaminação, por incrível que pareça, já revela que nem tudo que vem do Norte é realmente melhor, pois este vai ser o hemisfério fadado a um fracasso de enésima potência, pois quanto mais for a invectiva sobre povos vulneráveis, mais a Natureza, em sua implacável lógica, vai incidir e gerar o mesmo fracasso nos países responsáveis pela catástrofe humana e ecológica que está se abatendo sobre todos. A Natureza é reativa, como as humanidades, como se quando as pequenas abelhas desaparecessem a espécie que depende, entre outras, também sumiria.
            Seríamos um chip, um ship, ou que tudo fosse mais cheap? Realmente, parece que estamos em uma embarcação, mas lembremo-nos que quando aportarmos em algum lugar, se esse lugar resiste a uma realidade cabal, que apenas usa o mínimo da importante instrumentalização disponível, que não está inserido no contexto da anti-cultura dos meios industriais de informação e entretenimento, que possui livros como um sacrário, que conhece profundamente a religião, desta de religarmos com a Criação – qual seja – de apenas um átomo, que compreenda um pouco sobre a expansão do big bang, que se saiba um pouco de Darwin e Marx e suas realidades seculares, este lugar estará fundamentado como um grande painel cultural em que a veia se expande em colunatas e colunata e vigamentos, já de arquitetura antecipadamente erguida, pois se tornará um grande navio onde embarcamos de fora para dentro, e de dentro para o infinito!
          Por outra parte, se a grande conquista humana é a gananciosa questão dos lucros, se apenas o dinheiro importa, voltamos a uma época em que Cristo já dizia que a prata tem que ir aonde reside, o que é do César que seja do César, para que vejamos quem ganha em detrimento das misérias imputadas pelo sistema às populações de carências gigantes... 

Nenhum comentário:

Postar um comentário