sexta-feira, 17 de julho de 2015

PAZ QUE SEJA POSSÍVEL

            Parece anacrônico falar em paz, pois esta vem com Deus embutido e tudo, sem saberem sequer qual deus seja, o de amor, o que fere com ferro, o que embrutece a bondade, ou um misto de cada qual, dependendo do que se faz com o deus que descortina o hedonismo, que no mundo de hoje revela apenas pecado. Os que temem diretamente por seus atos, cometem algo contra a paz, em conluios secretos, pois a aliança que constrói muros em qualquer lugar do mundo atenta a favor do apartheid que teima em ocorrer no desastroso rumo em que o poder leva os homens a cometer. Enquanto muitos estão examinando genitálias, eu, quem dera possa, mas escrevo, porque devo escrever, faz parte de meu espírito. É um pouco de denúncia o que escrevo agora, denúncia contra os crimes de lesa pátria, os objetivos de uma casta que não quer largar o osso, o falsete de uma voz terna que encobre a águia, inversamente ao carinho que teço pelos puros de alma, que se amem, e que os encontro, já idosos, formados casais em companheirismo de uma vida de fidelidade e existência comum, que encontro em uma igreja católica – no exemplo cabal de minhas caminhadas – ao que encontro também companheiros de luta que não lhe importem tanto as preocupações mesquinhas pequeno burguesas. Para mim, que levo praticamente uma vida espartana, toco meu barco aprumado nas estrelas, e levo em conta ter aceitação entre os meus, as forças que me movem, o bem estar da gentileza, a batalha quase inumana de conseguir continuando sendo cavalheiro mesmo recebendo as ofensas por tabela, ou seja, aquelas que não são diretas, mas seguem nas laterais de recortes de frases estudadamente falseteadas pelos canais animalescos da contra informação. Será algo deste pensar talvez quimérico, mas é apenas um texto onde expresso meus sentimentos...
            Não precisam invejar minha vida, pois que é uma luta de sacrifícios, mas saibam aqueles que estão em lutas semelhantes que prezar por uma sociedade mais igualitária é sofrer preconceitos de ordem profissional, de raça, de credo, de enfermidades ou ideologias que, graças a Deus – este sim, pontuado como Verdade – traz a expressão bela à tona, bela em sua generosidade de compartir imparcialmente algum fato relevante a quem quer que seja, com quaisquer passados, sem revanches, no perdão, para sermos igualmente perdoados! Me dá um vazio saber de voz que escuto no fone, estas vozes alheias que, como marujo ainda inexperiente, não o sei de utilizar um rádio para sistematizar a minha própria rota de navegação, derivando em laivos romanescos em que não tenho mais o direito de ter. Teria ganas de ser apenas um soldado, pois já me acostumo a uma férrea disciplina, e a aventura não faz parte de meu caráter, na acepção de que o tenhamos bom... Apenas de se sentir, o sinto, que possuo a bondade como caráter, mas treino a defesa como arte, justo, mesmo que talvez seja o mortal mais pacífico de muitos.
            O álcool em excesso, à adição com substâncias tóxicas, os hormônios, a ansiedade, os surtos induzidos ou não, leva-nos a crer que estejamos em uma sociedade caótica, no ponto de vista da normalidade, pois as páginas policiais e as reportagens revelam o caos filmado de camarote, ou seja, há casos em que passamos a presenciar a morte, real, consubstanciada pela televisão, documentada: como agem, como são e o que fazem. Como qualquer cidadão de bem, gosto de caminhar nas ruas, e o que vejo são portas fechadas, grades, condomínios, e, do lado de fora, em alguns lugares, um ermo, e imagino como não estará a incidência da violência nas ruas de grandes metrópoles brasileiras... Vivo em Florianópolis, e amo esta cidade. Tive uma infância muito boa, vivia na rua, estudava cumprindo com a escola, mas vivenciava e criava meus próprios e recreativos passatempos, ou na praia, ou nos bosques, ou inventando, ou montando aeromodelos, aprendendo arte, estudando em boa escola. Infelizmente, a tecnologia moderna impede que as crianças e adolescentes estejam distantes da por vezes única realidade da informática e seus aparelhos domésticos, ou da proximidade com drogas, quando da vulnerabilidade de lugares mais periféricos, distantes daqueles que levam uma vida em classes mais altas. Até que ponto seremos tão desiguais assim? Será mesmo que Deus tem predileção pelos ricos? Talvez aqueles que vivam melhor e abracem as causas populares tenham esse espaço ao Criador, mas a paz é sinônimo de igualdade econômica, social, política e humana. A grande equação é esta, e, como queiram, estes são os eixos necessários para prosseguirmos. Esta reza os direitos humanos como condição de sobrevivência digna de uma nação, seja na sua representatividade democrática através das autoridades, seja na emancipação da soberania popular. Se a fase manda, que sejamos populistas, nacionalistas, que juntemos as forças de nosso Brasil para preservar as instituições, e que saibamos daqueles que prestam um desserviço à população do país quando insuflam rupturas calcadas no rancor, mesmo em cargos de responsabilidade que devem efetivamente ser parciais e impessoais na sua conduta. Não precisamos de nomes, pois há representações maiores e altamente simbólicas, mas há também uma atuação da PF em nosso país que tem se mostrado eficiente e independente em suas iniciativas profiláticas. Meus companheiros de jornada, não são dois pesos e duas medidas, pois quando pesa no lado inverso partem para a agressão como estratégia coativa. Isso desmerece o poder público pois, se a justiça aponta seus suspeitos, deixemo-la definir provas para que estes sejam tratados da mesma forma que os demais, e a mídia, graças ao bom senso, tem se mostrado mais imparcial nessas questões.
            O caminho da paz é longo, de longo prazo, é um grande projeto nacional. É a partir dele que podemos apontar as desigualdades que gerem a reivindicação natural das classes, e a participação cada vez maior – essa tão sonhada democracia participativa – já é um processo que se torna cada vez mais frequente em nossa sociedade. Há que se preservar as conquistas e unir todas as forças para caminharmos, não tanto em silêncio, mas logicamente em progresso, sabendo que a ciência em nos tornarmos mais conscientes em todos os campos, a cada qual, caminha no sentido mesmo da Pátria Educadora. Por vezes, uma frase de luz é um dia de aula na alma de um ser...

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