quarta-feira, 8 de julho de 2015

A CIÊNCIA DEVOCIONAL

            Não importa a que viemos, se tortos, rotos, enclausurados, livres ou mesmo hábeis em algo. Pressinto que a devoção é realmente uma planta que regamos, cuidamos que cresça, que floresça, pois seus frutos são o resultado de estarmos em bhakti-yoga, a que floresçam os próprios átomos, pois em cada núcleo reside o Supremo Senhor Krishna, ou, como queiram crer, quaisquer nomes... Não há distinção em termos essenciais, mas que me reservo a crer em Krishna sobre todos os aspectos de minha eterna busca como religioso. O religar-se em bhakti é tarefa de renúncia, de controle dos sentidos, de trabalho em consciência diuturna, nem que o seja qualquer ofício, doando-se esse sacrifício a Deus.
            Saber que a ciência especulativa obtém seus progressos é inequívoco, mas não há deuses na ciência, esta não consegue criar a vida, nem ao menos um mosquito, e tem demonstrado, na superfície do planeta, ter destruído muito mais do que preservado, o que coloca em xeque a natureza de humanidades tão necessária nos dias atuais, em um modelo ainda mecanicista de apropriação e abuso de nossas vertentes naturais. Jamais será uma bênção ficar rico, e saibamos igualmente que a terra não é propriedade do homem, pois que este veio depois da existência daquela. Os sacrifício de um ser humano, seus esforços, seu trabalho, deve ser dedicado a alguém, em suas lutas de emancipação procurem melhores relações de trabalho, mas uma ordem renunciada de vida coloca o devoto na posição de ser um bakta em quaisquer circunstâncias... Essa posição filosófica está nos shastras – escrituras védicas. No capítulo doze do Bhagavad-Gita, como Ele é, demonstra-se o serviço devocional, elucidando o que é ciência religiosa, ou ciência de Deus.
            Podemos saber algo de física quântica, as cordas, os spins, as frequências atómicas, mas não podemos nos igualar em consciência ao Criador, pois este é não nascido, uno e ao mesmo tempo multifário, incompreensível até por semideuses como Shiva, Brahma ou Indra, e inumerável como as ondas dos oceanos em suas encarnações que regem tudo o que há e no imanifesto em que, no vácuo da não criação não existe a menor possibilidade de que Ele não esteja presente, pois reside no oceano causal... 

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