Não importa a que viemos, se tortos,
rotos, enclausurados, livres ou mesmo hábeis em algo. Pressinto que a devoção é
realmente uma planta que regamos, cuidamos que cresça, que floresça, pois seus
frutos são o resultado de estarmos em bhakti-yoga, a que floresçam os próprios átomos,
pois em cada núcleo reside o Supremo Senhor Krishna, ou, como queiram crer,
quaisquer nomes... Não há distinção em termos essenciais, mas que me reservo a
crer em Krishna sobre todos os aspectos de minha eterna busca como religioso. O
religar-se em bhakti é tarefa de renúncia, de controle dos sentidos, de
trabalho em consciência diuturna, nem que o seja qualquer ofício, doando-se
esse sacrifício a Deus.
Saber que a ciência especulativa obtém
seus progressos é inequívoco, mas não há deuses na ciência, esta não consegue
criar a vida, nem ao menos um mosquito, e tem demonstrado, na superfície do
planeta, ter destruído muito mais do que preservado, o que coloca em xeque a
natureza de humanidades tão necessária nos dias atuais, em um modelo ainda
mecanicista de apropriação e abuso de nossas vertentes naturais. Jamais será
uma bênção ficar rico, e saibamos igualmente que a terra não é propriedade do
homem, pois que este veio depois da existência daquela. Os sacrifício de um ser
humano, seus esforços, seu trabalho, deve ser dedicado a alguém, em suas lutas
de emancipação procurem melhores relações de trabalho, mas uma ordem renunciada
de vida coloca o devoto na posição de ser um bakta em quaisquer circunstâncias...
Essa posição filosófica está nos shastras – escrituras védicas. No capítulo
doze do Bhagavad-Gita, como Ele é, demonstra-se o serviço devocional,
elucidando o que é ciência religiosa, ou ciência de Deus.
Podemos saber algo de física quântica,
as cordas, os spins, as frequências atómicas, mas não podemos nos igualar em
consciência ao Criador, pois este é não nascido, uno e ao mesmo tempo multifário,
incompreensível até por semideuses como Shiva, Brahma ou Indra, e inumerável
como as ondas dos oceanos em suas encarnações que regem tudo o que há e no
imanifesto em que, no vácuo da não criação não existe a menor possibilidade de
que Ele não esteja presente, pois reside no oceano causal...
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