quinta-feira, 9 de julho de 2015

HOMENAGEM A CAMUS

Retrai-se um homem em uma esquina, quando vê que outro o acompanha
Com sorrisos ferozes de escárnio onde nunca seria a mesma quinta-feira...

De uma voz, ouve-se a mulher, cantando, mais um verso, espalhando
Algo em se dizer no apartamento ao lado, a mais do que um veludo lilás...

Sabe-se que não se espera por vezes, um que anuncia uma primavera
Em que forças temem que esta chegue com suas cores normais
De que seriam das próprias flores, a que não se remeta o cabal
Antes de sabermos que um estrangeiro não sabe sempre o idioma...

De tudo antes, que as antenas de Pablo saberiam mais do que a poesia
Quando Guernica se pronuncia dentro de nossos lares, a saber,
Que a própria pronúncia de Franco demonstra uma ilha a se resistir...

Não haveremos de ser totalmente seguros na parafernália da lentes,
Não haveremos de não podermos nos beijar sob um semáforo de monóculo
Quando soubermos que o amor brota quando nos amamos mais do que tudo!

Seria fácil o de se dizer, mas que a máquina sobrepõe um véu tênue de chumbo
Em que saberia algo um homem que anda sobre os vértices de não temer
O que talvez devesse por desconhecer a própria geometria do caminho...

Algo no ar já não está no ar, está no recorte do jornal, está no sky line,
Algo está em uma massa que não prediz o futuro, pois que este vem embalado
Por sensores que embalam as consciências dentro do ser do nada.

Camus revive um profético desatino de sua própria Argélia
Quando saibamos que somos todos na igualdade de véspera
Aonde se espera que estejamos quase prontos a anunciar um monstro...

A arte brota, e Isabelita Allende mostra seu sorriso de escritora
Entre tantos que sabem do que se pretende no nosso pretérito
Na construção de uma esperança de um tempo verbal não subjugado!

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