sexta-feira, 31 de julho de 2015

SEMÂNTICA DO INFINITO

            Ao nosso olhar não vemos o tudo que seria de se ver, posto virar infinita uma certeza de algo inexistente, mas alheia-se de nossos sentidos materiais. Ao que veríamos uma célula da epiderme, que baste a boa lupa, e no viés vemos a lua como percepção da forma, mas sua dimensão ainda não se supôs em seu outro lado ainda... De nossos lados que limitam a consciência, que busquemos, para nos aperfeiçoar, as luzes necessárias à simples compreensão dos átomos, e de uma grandeza espiritual como alicerce que vai além do plasmar-se o concreto armado. Se compararmos a distância física e conceitual do micro e do macro, estaremos mais perto da compreensão do infinito e seu significado, já que no micro será menor em outros e no macro, será gigantescamente superlativo em um universo. Ao que o número não nos baste, mas que um ábaco enorme transcenderia e visualizaria a dimensão da matemática, como o jogo das covas de areia e seus pedriscos no deserto, que nos compreende a questão do tempo. A compreensão de que o saber compreende o infinito revela que  o tempo pode tornar finita a existência de uma ação.
            As fases de um jogo na informática possuem a finitude, não no aspecto de serem por vezes inumeráveis, mas no que encerra suas rotinas e naquelas onde o próprio computador robô testa a criação humana com regras tecnológicas onde a finitude é o acesso a criações de ponta tecnológica. Um átomo de um ser, ou que esteja isolado em suas partículas possui o seu sistema complexo, seus spins, suas rotações, suas hierarquias energéticas, mas supõe-se que apenas seja da compreensão do estudo de cientistas, onde podemos criar, como cidadãos da ciência, a nossa compreensão um tanto silenciosa como os fatos. Fatos estes que por sinal por vezes são resultados de interpretações de focas de jornalistas que eternizam a sua finitude com simplicidades maquiavélicas... Há outros jogos puramente extensos, como os quadrantes de pensamento estratégico, neste em que a territorialidade, os recursos, os painéis de dados, quaisquer informações subjacentes, o raciocínio analítico, a tomada de decisão por vezes equivocada, nos mostram que quem toma a dianteira nesse processo societário e nem sempre cidadão são aqueles que seguram os antigos manches dos aviões, ou, melhor ainda, os que capitaneiam os barcos. A compreensão do infinito é antiga e rara... 

quinta-feira, 30 de julho de 2015

O NUMERAL E O CRUEL

Zero mais um perfazem dez, quando de sua posição enumeramos as casas.

Do decimal a um e zero, zero e um, perfazemos uma linguagem algébrica
Em que onze números podem traduzir uma sentença própria do espião.

Sabermos que quem mata um leão em sua savana é um, que seus membros
Sejam o dilaceramento de sua conduta, a sabermos que nem todas vias
No Norte merecerão respeito em conta de seus desmerecimentos do zero.

O tático é psíquico, e a loucura é universo em ascensão, quando supor
Em que o cruel homem das flechas de metal matou o leão por maldade bruta,
E que assina a sua sentença condenatória para sempre no planeta Terra.

Dos inumeráveis planetas nos universos, Patala o espera de braços
Tão fortes e abertos que encontrará outros leões, porém de fogo
Que o abraçarão tão logo se dê conta de dentes outros que serão
Mais afiados do que as filosofias de alcova onde muitos apenas veem,
Enquanto outros sabem da justiça de um mundo que apenas não concebe
O que fazer com os números da crueldade, pressupondo que outros mandem
Outras flechas binárias para onde sua lógica primeva de academias
Ainda não encontrou sua contraparte filosófica além das rainhas
Que navegam por um tabuleiro isento, e de reis guarnecidos dentro do um
A que possuem vários lados em geometria perfeita e equidistante
Do mesmo ponto que abraça a inteligência de algumas arestas
Em que participamos criativamente de um grande filme onde um barco
Navega em silêncio com miríades de outros no sentimento de nosso peito!

terça-feira, 28 de julho de 2015

CONTO DE UMA CIDADE

            Acordara muito cedo no dia daquele agosto que principiava com as chuvas, de tons acinzentados, em que via as luzes alaranjadas dos postes da rua algo atônito. Sabia que seria um dia de compromissos internos, como um fogo que sabemos que temos que atravessar, no sacrifício das primeiras horas, pois o medicamento da manhã era um pouco pesado, como sempre. Fumava eu alguns cigarros já pela madrugada, atenuando o sofrimento dos inícios dos dias. Vira um companheiro enfermo na tarde de ontem, em situação muito mais grave, e isso me causava inquietação por não compreender a razão de tudo, o que leva a normalidade a essa gente que pressupõe uma estabilidade, um lugar comum de adaptarem-se à realidade pungente de impasses sociais, enquanto paira sobre a enfermidade psíquica toda a carga remanescente de preconceitos atávicos e seus recorrentes estigmas. Até de quem não supõe estar com a doença, mas que esta compõe com o social a patologia de uma sociedade de competições, de mercado, de pressões nada saudáveis, pois a contestação desse preconceito em relação às questões de saúde mental, merecem a conscientização de que a medicina torna essas pessoas cidadãs, e não marionetes manipuladas pelo sistema.
            Pois bem, madrugada, e eu não sabia mais dormir naquela seara do dia, veio-me o receio de perder algum reflexo motor, de estar aquém das possibilidades, de saber-me mais fraco se dormisse menos, ao que muitos sequer dormiam o suficiente, mesmo em meio da vida sana. Traçando minhas linhas existenciais, existia o paradoxo de me sentir, tal qual tivesse a ilusão de que meu corpo e mente me pertencesse, mas não era bem assim, pois o comportamento quase imposto pela sociedade era uma pedra que me cercava, ao meu corpo, à minha mente, esta pertencente àquele.
            No que importasse a cidade, vários lugares me fascinavam, quaisquer, mas, como morava no litoral, pressupunha na minha vida a predileção de estar mais perto do mar. Este que o olhar abraça, e não abarca sequer a própria dimensão dele, pois nunca uma onda é a mesma, e nunca esta quebra no rochedo da mesma forma... Talvez fizesse altura com os pássaros, mas que fosse apenas uma idiossincrasia de um homem solitário. Aliás, poucos habitantes da orla, que era poluída pelas invectivas humanas do estrago, sabiam ver ao mar como se deve: em respeito – a troco – de também sabermos que não é porque ter-se uma casa em uma praia incólume, pois a que não seja sempre assim, merece atenção redobrada pelo menos a que não se possa aumentar a emissão dos esgotamentos.
            Naquilo de acordar-me, veio-me a ideia de comprar um jornal, o de papel, pois o sou um ser arcaico ainda, como se diz, ando com o mínimo para me acostumar com poucos insumos, pois ainda acredito em antigos meios, como a caneta e papel, a agenda, um misto de ponteira de bambu na areia – como um exemplo aleatório –, o que se registre, uma bússola de brinquedo, um telégrafo de luz entre barcos, ou seja, uma comunicação igualmente desatrelada do aspecto apenas tecnológico e sua mania recorrente no uso de meios de mais recursos – aliás, vultosos – que não condizem com toda a realidade de países como o Brasil: seus Estados, municípios, bairros, ruas e casas. Talvez o jornal trouxesse algumas notícias boas, mas a mass media queria vencer pelo cansaço, dizer só o que havia de ruim, sem positivar e humanizar o imenso quadrante humano que, nada escatológico, é onde privamos as nossas esperanças, quais sejam, que criemos de modo continental, as vertentes das luzes sobre os nossos compatriotas e suas lideranças que ainda sabem que qualquer retrocesso de poder que evita a progressão de uma economia, sufocando-a com joguinhos infantis de cerceamento congressual, no mínimo é uma grande e equivocada patifaria, pois não é o poder que está em jogo, mas uma pátria cada vez mais livre e solidária, como tem se mostrado até então. Acabei por não comprar o jornal, li um texto de Werneck Sodré, um apanhado de textos de Jorge L. Borges, um conto de ficção científica e parece que todos esses apanhados são um misto de uma riqueza que certamente não encontro na editoria de superfície do face. Se você desenvolve uma ideia, algumas palavras, concatena-as, vê realmente em suas outras leituras igualmente na cidade, suas arquiteturas, seus nichos, tudo se interliga, e possamos crer não que seja uma integração, mas a síntese do todo com os fragmentos. E, se ligar seu cérebro a essas questões, aí, meus amigos, a coisificação das sociedades passa a não ter em seus objetos as razões das condutas de uma cidadania, pois jogar não é realidade, porém esporte; ficam e se tornam alheias na significação de um simplismo ausente, de uma parcialidade maniqueísta dos fatos, o que denota que aqueles que praticam o anti-debate de soluções racionais passam a ser justamente coisificados simplesmente por suas posturas antidemocráticas, entenda-se, a não agir para melhorar crises políticas, e sim agravar situações de conflitos. Conduta essa que se vê em uma personagem a própria entronização estúpida de um jogo de poder estéril, apostando no caos da normalidade para tentar usurpar do poder um Governo legitimamente eleito, através da conivente manipulação midiática.
            Essas personalidades compõem uma realidade parcial do que ocorre no pensamento mais progressista da sociedade e suas cidades, independente da profissão, cargo civil ou militar, jurídico, liberal, ou de serviços, de obra, de campo. Se for considerar esse estranho jogo de golfe onde querem enterrar a Petrobrás no buraco como empresa de capital misto, mas controle estatal, levando essa questão ao extremo em outras privatizações já orquestradas, segue prosseguirmos a defender um Estado soberano na conduta mesma de nosso País.

sábado, 25 de julho de 2015

O ESTADISMO

            Difíceis são os estadistas, difíceis enquanto raros, em qualquer região do mundo, em qualquer país... Getúlio o foi, como Kubitschek, como Jango, como Lula, como, agora que estamos vivendo um excelente relacionamento com o exterior, Dilma Rousseff. Tenho orgulho inequívoco dessa presidenta, pois foi através dela, com as lutas pela emancipação política e social das massas enfermas, que compreendi como ver o outro. Não sejamos egoístas a crer que estar admitindo os fatos de que alguém de sua estatura não possa governar, porque tenhamos medo ou vontade de exercer o poder escuso que receberemos caso se usurpe seu Governo. Ponho no lugar de quem quer obter essa vantagem, para ver como é se sentir um chacal para ver como entregar o país para o interesse estrangeiro. Não consigo, pois sou patriota. Dilma é uma grande estadista, e eu sou simplesmente um cidadão que possuo noção da dimensão desse fato incontestável. Não queiram que eu mude, pois estarei com o Partido dos Trabalhadores enquanto estiver vivo, já que foi através dele que possuí ou vivenciei o que se trata de consciência das massas, e é nesse Governo Executivo que espero tracemos os brasileiros os avanços necessários para sairmos de uma crise que se nota em todos os lugares e voltemos ao crescimento necessário... Nada diferente disso me atrai tanto politicamente, me faz respirar na minha cidadania em exercício como saber que uma das mulheres que mais lutou na resistência ao regime militar, com o coração valente, como Dilma sabe, por possuir o desprendimento de uma estadista, o que é melhor para o país, com o nosso mais agora fortalecido bloco de coalizão que são os BRICS.
            Inquestionavelmente, é a partir da aliança com os países desse bloco que vamos consentir a melhores parcerias, a um melhor desenvolvimento estratégico, pois não será através de estruturas anacrônicas e sedentas na espoliação como o FMI que estaremos avançando no progresso necessário em nossa democracia, agora abalada, com uma Câmara reaça e golpista ipsis literis como quer o interesse dos oligopólios mundiais, de seus braços tentaculares, da espionagem internacional e seus lacaios nativos, da mídia entreguista em seus canais multifários, de centenas de pessoas e organizações que visam a manutenção dos interesse igualmente do sistema financeiro internacional e da manutenção de um liberalismo econômico que não dá tréguas ao explorar a classe trabalhadora em todas as frentes populares do mundo. Sei que preferem que eu me envolva com um estilo aburguesado de vida, com os interesses egoístas do silêncio que se traduz na hipocrisia de não comentarem saídas, mas continuo com a minha opinião inquebrantável a favor de nossa presidente, constitucionalmente eleita pelo voto do povo, e não será a tentativa de darem um golpe branco que legitimará qualquer fantoche que represente o atraso no Brasil. Portanto, a legalidade não depõe a favor dos golpistas e nunca será um mísero motivo desse ato nefasto! 

POESIA DO RETORNO

Se é de volta voaremos alto a quem, seja, saiba
Que o voo não retorna pela mesma dimensão do espaço
A que dista de um infinito em que um wapp dista do que difere
Apenas o espaço de um número finito de parágrafo desconstruído.

Pra se notar, que seja, tracemos com uma lógica hindu geométrica
De textos que nunca descobrirão, posto imaginária na mente
Daqueles que cuidam serem enfermos, mas possuem mais luzes
Do que o toque do retorno digital da mentira desencoberta agora...

Coloquemos os pingos nos is, pois do que não sabemos não há
Retornos possíveis, e mesmo na intensa imaginação de um baby
O superman jamais existirá, assim como o batman, ou uma aranha
Que tece serpentinas e confetes na existência perdida de uma outrora.

Não há mais retorno no cristal que se solidificou na alma da solidão
De quem sabia que não seria da riqueza todo o segredo da humanidade,
Pois que um Homem não se tem errado, que está do lado de outros
Que sabem que o caminho da Verdade é sinuoso como o sofrimento.

PAULA E ROBERTO – Um diálogo

            De tanto Roberto, de mais de quarenta anos, percorrer o olhar sobre o mar, de tanto amar o mar, conhecia sua companheira... Os olhos dela sorviam os dele como um oceano sem volta, daqueles que não terminam ao navegarmos com uma breve canoa, que seja, ou um barco que traga fartura em nossa mesa. Ambos de olhar profundo, experiente, raro na complexidade da alma humana, que havia tanto a se dizer, talvez não em muitas palavras, mas com o diálogo sincero que nos anima o corpo. Seria suficiente, já haviam se passado anos e anos, mas que pontuassem seu valor intrínseco no que conversavam abertamente, escusando quaisquer interesses... Paula falou-lhe em um breve silêncio em cada vírgula, titubeante:
            - Você esteve na cidade, não? Aliás, não precisa responder, bem, que o sei... Sempre mudas algo, que me digo, nunca se muda a merda toda, querido. Você sabe que corre perigo, e eu cá estou a ver se unimos os recortes de nossa vida.
            Silencioso, Roberto a olhou com um misto de espanto controlado, como quando estava no terminal de ônibus, esperando por um que já não sabia se conseguiria pegar ou não, pois já articulavam um impeachment sujo contra a sua Presidenta. E que a considerasse sua, pois também este passara maus bocados, e os insumos externos eram grandes contra a maré favorável à consonância de manter o Estado, a Nação, livre como prosseguia, e não haveria um país de juventude, mas um arremedo de palha da pior espécie, do pior que seria. Sabia que corria perigo, era estrangeiro em seu próprio país, e lutava para se manter acordado ante todas as frentes que quase o estouravam de rancores. Seus escritos estavam sendo usados como frentes de coisas inócuas, arremedos de algo que sequer sabia onde estavam agora. Ao olhar dela no seu, prosseguiu.
            - Veja, Paula. O que significa a palavra liberdade, se vamos e não sabemos se voltaremos, se não queremos lutar e acham que assim será melhor derrotar-nos, se falam de amor quase sempre e planejam jogos e contendas, se entregam o nosso país, ou nos agridem com ofensas brutais?
            - Você sempre volta assim, ligado em proposições de fantasia, do que lhe colocam...
            - Há que se ter uma postura!
            - À merda a tua postura, caro cidadão! Sua perna já está começando a travar e você com essas de moleque. Com quarenta e três anos no focinho e daqui a pouco está de focinheira, ou camisa de força, ou sei lá o que... Que podem te pegar por uma falta de zelo no comportamento, bem sabes.
            - Bem, minha cara, como se diz: eu fico imóvel esperando o monstro da lagoa. Quem sabe eu cheiro fumaça de óleo diesel ou me embriago até que alguém me esqueça. Não, apenas quero ver um pouco da arquitetura que tanto amo, e as gentes que trançam por ela quais almas que ainda considero boas, e nunca deixarão de sê-lo.
            - Bom, se é só isso, me contento um pouco, pois o que se há de muito fazer é que retornes para mim, pois há muito trabalho por em cima das nossas testas, e saibamos que, ao menos teoricamente, os cornos não nos nasceram, pois, creio que estares a tomar um ar na cidade te fará sempre bem, já que antes paravas de bar em bar para uma lata...
            - Deixei, minha cara, não há mais disso, e se há de escrever, escrevamos, que tudo é do pensar, do pausar, do consentimento em nos sabermos atuantes dentro de nossos limites, nem que exijam nada, para mim é quase tudo. Viver, não mais.
            - Sem tomar as dores por um mar de aborrecimentos...
            - Querida, isso é de um poeta já morto que a história deu um jeito de ocultar nos cemitérios que querem erguer para as artes e a história, pois desconhece-se até mesmo Cervantes e a nulificação da existência está passando por isso.
            - Liderança é liderança, meu caro. Se você está passando por isso, obviamente teria que começar estaqueando o número zero, mas que lhe sirva sua bagagem para o propósito das humanidades, unindo-se a essa questão. Mas de peleia, meu caro, baste-se um pouco, que dá na vista. Se a arte é seu sacrário, escreva, pinte e frua um pouco, senão endureces como um tronco seco e para te quebrar bastam segundos...
            - Sigo meio bambu de caniço, linda, não te preocupes jamais!
            - Ok, então, Roberto, vamos comer algo... Re bien?
            - Re bien, princesa, assim está bom... Continuo com o meu ir e vir, pode ser? Lembro sempre de Mandela... Um verdadeiro homem. Não chaleirar, mas aquele foi grande.
            - Nada se compara ou se repete neste mundo, meu caro, pois de sofrer-se, muitos já sofreram, existem muitos homens e mulheres neste mundo enfrentando péssimas situações. Esperemos que todos acordem, pois um apenas não pode mudar do jeito que queremos, do justo, entende? É a união de todos que faz de um país cada vez com mais liberdade, e é neste panorama que entenderemos melhor os outros, conversando, escutando, propondo e debatendo. Em nossos comércios, nossas experiências profissionais, em um templo, nas ruas, mas sempre cuidando para que não extrapolemos nossas limitações, pois senão as perdas são por vezes quase inevitáveis. E no seu caso, meu amigo, já sabes que estas demorariam muito para restabelecer sua própria lucidez. Por isso, lhe digo que não beba, se cuide, e olhe sempre para o alto quando parar, e sigas caminhando por onde as rochas não te impeçam, pois esta é a caminhada da vida mesma, como ela É.
            - Guardo com carinho tuas palavras, minha cara... Sigamos eu e você, assim, de proximidade, de às vezes não se ter, mas que já o tempo prediz que estaremos sempre alinhados em nossas condutas e, se é de ser patriota, deixe-me sê-lo, ao pensar em meu país como algo melhor sempre, assim como o mundo, assim como todos..
            - Atalhando você, meu querido, sei que o que irás me dizer é exatamente o que penso: que se apoie as medidas positivas do Governo, pois gostar de ver defeitos no país para imputar culpas quaisquer na condução da administração da Presidenta, é no mínimo ser extremamente antipatriota.

QUIMERAS

            Nunca em muito tempo revi que as formas de ignorância são relativas, a que não possamos evitar que estar nas letras seja a última palavra. O modal febril das metas do jornalismo subverte o próprio conceito, a que seja utilizar a palavra mais certa: inverte conceitos, estes no plural, no sentido estrito, qual seja, o de vermos uma praia e suas chuvas, da água que verte, dos rios pequenos e incólumes nas vertentes das montanhas, a que agradecemos – desde já – o acompanhamento solene da Natureza. Se a fonte de sabermos de uma vereda marinha, de como manejar um bom barco, de como nadarmos em mares com pedras que rasgam com suas cascas de ostras um joelho, de como andamos por sobre o lodo, acompanhados, mesmo que sozinhos frente a essa maravilha, com o voo de pássaros, essa questão passa certamente por uma adaptação bem realizada. A vida de um homem pode se tornar o cenário infinito de uma relação em que supostamente pertenceria a geração dos quarentões, posto terem vivenciado estes a infância de rua, nos intervalos de estudos, qual seja, um país que fosse ideal, sem a semântica altamente conturbadora em que a brincadeira já vem pronta hoje com os seus botões, e a sistemática onda computacional gera na criatividade apenas atos reflexos, ou inteligências geradas por outrem. Apenas um fato exposto, posto que, não necessariamente todos os países passem por isso, mas na questão de países do primeiro mundo o sedentarismo toma forma volumétrica, e a saída passa a ser os mecanicismos de uma academia, de uma piscina fechada, ao que, nos parece agora, tenhamos momentos de lucidez para nos encontrarmos em nós mesmos a rever conceitos estritamente na praticidade dos atos, na atitude em si, em que o ensinamento da história de uma cidade possa remeter ao que era uma aldeia, e possamos revisar nossa forma de vida, nossa questão existencial... Em tudo isso passa por nossas vidas a necessidade estruturante de pensarmos a cidade em não nos fecharmos em condomínios que segregam populações, mas melhorar a qualidade de vida de todos, criando condições melhores a partir da limitação das lides de ganância. Em outras palavras, que se plantem árvores, que repensemos educações ambientais em suas vivências lúdicas, ou que as tornemos assim, quase um bom jogar, que se oriente o esporte, e que se combata a agressividade humana, o stress, antes com o diálogo e, se não for possível, com a denúncia. Que lutemos por justiça social, e a educação se torna muito importante nesse campo: essencial.
            Saber-se pintor, arquiteto, pensador, jornalista, escrivão, chargista, caricaturista, desenhista de HQ, por vezes, por excesso de estudos, é saber-se não se ser... Estamos polarizando a sociedade em especialidades, em rotinas fechadas. Isso abre espaço a um Estado meio assustador, meio que devorador e totalitário. Na contra parte, existe uma ampla possibilidade de participarmos de um contexto editorial maravilhoso através do mesmo sistema informacional em que situamos a instrumentalização da máquina. É através dela que podemos emitir ideias, informarmo-nos em boas fontes, criarmos um jornal virtual, trabalharmos em criações gráficas, copiarmos de outros países algumas soluções tecnológicas, mas sempre preparados para que tudo não se torne a coisa de per si; a questão é de um pressuposto em que, saibamos, teremos de sair da casca e navegar igualmente pelas ruas e reportar algo de grave, sermos solidários com aqueles que abrem essa possibilidade e agirmos com neutralidade àqueles que nos remetam a um mundo em que eles possam viver em si, o mundo deles, não o nosso... Se a sociedade prega um sistema de informações valiosas, quão valioso é o sistema? A casca do caramujo pode ser maior do que grandes estruturas, a questão é apenas qual a dimensão delas. Não é tão simples, caros amigos, de tratar-se do olho por olho, dente por dente, ou quem com o ferro fere com o ferro será ferido, mas sim do dejeto na praia, da hipocrisia, do preconceito ou da fabricação de um surto psicótico, dos medos ocultos, das síndromes de pânicos existentes por razões concretas. A questão é que, antes de ferirem com os ferros, muitos dos ferimentos sutilmente cruéis são tramados dentro de uma normalidade que torna a sociedade enferma em sua própria patologia de um limbo escatológico, de uma esquizofrenia normativa. É sobre pequenas questões de covardia, de alfinetadas em que vertemos por vezes a última gota de um copo já cheio, é sobre a pressão em cima de muitos trabalhadores, é sobre o roubo de grandes fortunas e suas premiações na podridão da delação, sobre todo um sistema jurídico que teima em prosseguir corrupto, sobre golpes brancos ou não e suas tentativas que cansam até os melhores guerreiros da democracia participativa, sobre tudo isso, meus irmãos... Até o ponto em que um indivíduo que toma toneladas de medicação e recebe alfinetadas todo o tempo, é sobre um ferro que fere sem se mostrar, um ferro que abre feridas na montanha, no lado que não se vê, o ferro que pregou a mão do salvador na cruz, e ambos os pés com um cravo maior, que fere outros, esses ferros são drones que incomodam a alma de quem vive a vida apenas querendo viver melhor os dias sagrados de quem vive pra melhorar. A todos...

sexta-feira, 24 de julho de 2015

VERSO 26

Tenho por Ti dois sóis, que não são os que vemos tanto
Dos que muito existem em nossos peitos
Em que sofremos por vezes ao ver o próximo distante
E o distante que sofre de um sofrer de tão perto de nós.

No entanto, se és ventura, que seja a mais da minha toda
Que a percorro sobre os cavalos de ventos
Como se Ana Terra fosse o próprio amanhecer de mim
Quando a vejo na superfície tênue de Tuas certezas.

Rogo a Ti, criatura sublime, que me destes a compreensão
De um átomo que eu seja apenas, debruçado sobre o Lótus
De teus pés incandescentes de amor sublime
Que todo o sofrer me cessa quando penso em Teu nome!

Nunca me faltarão palavras, que me destes os Shastras
E um, dois, todos os mestres espirituais, posto os ramos
De um lindo flamboyant mostra a variedade de Teus gestos
Quando sugeres em Teu olhar as páginas em me consentir!

E que eu seja uma folha caída, ainda com sentidos a perceber
Quando os Teus pés me tocarem em Teus passatempos,
Ou que eu seja um simples vaqueirinho a caminhar conTigo
Na Vrndavana redescoberta de nossos mundos irrequietos...

Assim que seja, Damodara, em que libertastes os sábios
Dos troncos que não sustentam a Tua força, que saibas
A mais que nos dizemos de tudo o que gostaríamos
Na vida que há de brotar em meio às chuvas do inverno.

quinta-feira, 23 de julho de 2015

VERSO 25

Ainda que sejamos de épocas que se assemelham
Em esteiras de pensamentos históricos,
Ainda que sejamos humanos a mais não poder,
Sinto na fragrância de Tua presença linda
O mesmo que se encontra em um amplexo feminino...

Talvez o fosse possível de se comparar,
Mas nada do humano é possível como o prazer imensurável
De saber-me em Tua companhia, como o olhar do sol
No mesmo em que Te encontro em Teu mesmo olhar...

Será sempre essa a minha plataforma, desse amor
Que não encontro, salvo poucos, no entorno
Que entorpece do bruto e renitente rosnar
Que na verdade faz parte mesmo da Natureza!

Em Ti que Te encontro gigante, óh, Krsna,
Mukunda dos olhos de lótus desabrochada,
A um passo do eterno, qual passo em que estamos
Já refeitos rancores em paz no alvorecer da aurora...

quarta-feira, 22 de julho de 2015

VERSO 24

Posto que vida é vida, e sem ela não viveremos no sedutor
Mundo que o que faz é nos seduzir a sermos por vezes
Até aquilo que não somos, se somos espírito apenas
E isso é grandioso no aspecto puramente espiritual...

Nem todas as formas de prazer material, em todos os sentidos
Vão nos garantir que nas buscas que as temos, saberemos melhor
Quantos pesos vão pesar em uma balança de madeira
Em que os barbantes e seus pêndulos tracem melhores geometrias...

De se saber, de Spinoza ou de Peirce, talvez não saibamos um ponto
De um épico hindu onde a relação com Krsna nos faz do alento
Um outro ponto a se reproduzir o vento e as estrelas que não vemos.

Assim se refaz a poesia, a descoberto, pois vem com força redobrada
Consentido tudo a todos os que queiram fazer de suas vidas
Apenas o que não, pois o erro vem por vezes no seu tempo.

VERSO 23

Inumeráveis folhas de Vrndavana povoam meu coração,
Em que o vento as muda, no que respiro como devoto...

Mudas o sentimento de sentir-me, tal qual um néctar
Que bebo em êxtase ao saber-Te em meu peito!

Carrego um fardo extenso em meu ombro,
Assim como quem clama que o seja
Para que meu Karma queime na lava de meus pecados
De tantas vidas cometidas em infortúnios diversos...

Aprumo a quadriga, que sempre estarás comigo
Em outro Arjuna que é o mesmo em que não esqueço
Mas de esquecer-me relembro apenas que estás comigo!

E assim vivo, mais nestes versos do que em especulações
De uma matéria em que a própria natureza dita
O que tem que ser dito, mas que não sacrifica
De miséria, mas de iluminação no coração dos aflitos...

Sigamos, pois, que Tu sempre serás toda a minha vida
Em que recrudesço meu sentimento onde a paz
Já faz morada dentro de um gesto onde reflito Teus dias
Que são imensos, posto que És o cordão das pérolas da vida!

A QUE, ESCREVER...

            Pois que seja, as palavras remetem a quase tudo no leito de um papel, ou no semblante do mesmo, digital. As contradições do que escrevemos ou cogitamos pertencem aos rumos do mesmo pensar livre, mas não supõem que sejam a única razão que construa uma estrutura filosófica qualquer. Por exemplo, já não há como convencer algumas vertentes criacionistas, pois estas já cristalizaram em raízes profundas bem no cerne de civilizações que detém – algo paradoxal – o poder de destruir metrópoles. Então, que caibam os espaços, mas convenhamos, se Deus existe, um poeta pode cantar a ele seu trabalho, nem que o seja para voltar a um prumo, quem sabe, existencial.
            Pois que, um lado importante da contradição é sabermos que nem todo o circuito funciona melhor quando fechado em seu ciclo, quando de última tecnologia, pois há que se aprender da Natureza, com suas variantes, a grande maestrina de nossa conduta, aí sim, sem dúvida na contradição, se quisermos escapar da dominação dos chips já queimados em sua extensão, pois a predominância de melhores inteligências na sensibilidade de alguns que ainda possuem a capacidade de serem antenas, agora já mostra sinais de evidência em grandes massas que desconhecemos, mas estão muito bem vivas no planeta. Desse aprofundar-se, a questão se torna algo totalmente crível, apenas na suposição de que como espécie mais evoluída tendemos a ser fatalmente condenados às misérias deste mundo material, se não compreendermos de uma vez por todas que a barata tem o direito de viver neste mundo, assim como os mosquitos, os ratos, as aranhas e os escorpiões, só para citar colegas de existência, quais sejam os animais outros, como os porcos que comemos e que são assaz inteligentes e sensíveis, como cães e gatos. Digo isso apenas para reiterar que podemos ser aniquilados do planeta, mas a tendência inequívoca é que ainda possamos tomar consciência que espiritualmente apenas nossos corpos são superiores, mas no coletivo estamos errando mais do que as formigas ou abelhas, pois, já que andamos fechando ciclos com chips ou coisas similares, saibamos que a mesma areia que produz a placa já dá mostras de contaminação, e essa contaminação, por incrível que pareça, já revela que nem tudo que vem do Norte é realmente melhor, pois este vai ser o hemisfério fadado a um fracasso de enésima potência, pois quanto mais for a invectiva sobre povos vulneráveis, mais a Natureza, em sua implacável lógica, vai incidir e gerar o mesmo fracasso nos países responsáveis pela catástrofe humana e ecológica que está se abatendo sobre todos. A Natureza é reativa, como as humanidades, como se quando as pequenas abelhas desaparecessem a espécie que depende, entre outras, também sumiria.
            Seríamos um chip, um ship, ou que tudo fosse mais cheap? Realmente, parece que estamos em uma embarcação, mas lembremo-nos que quando aportarmos em algum lugar, se esse lugar resiste a uma realidade cabal, que apenas usa o mínimo da importante instrumentalização disponível, que não está inserido no contexto da anti-cultura dos meios industriais de informação e entretenimento, que possui livros como um sacrário, que conhece profundamente a religião, desta de religarmos com a Criação – qual seja – de apenas um átomo, que compreenda um pouco sobre a expansão do big bang, que se saiba um pouco de Darwin e Marx e suas realidades seculares, este lugar estará fundamentado como um grande painel cultural em que a veia se expande em colunatas e colunata e vigamentos, já de arquitetura antecipadamente erguida, pois se tornará um grande navio onde embarcamos de fora para dentro, e de dentro para o infinito!
          Por outra parte, se a grande conquista humana é a gananciosa questão dos lucros, se apenas o dinheiro importa, voltamos a uma época em que Cristo já dizia que a prata tem que ir aonde reside, o que é do César que seja do César, para que vejamos quem ganha em detrimento das misérias imputadas pelo sistema às populações de carências gigantes... 

VERSO 22

22.
Se os átomos nos dessem respostas,
Dentro de inumeráveis versos,
Seria ainda mais infinito meu Deus, Krsna,
Pois em tantas tempestades, a Ti encontro,
Quando sei que navego em tuas superfícies...

Só há um ser deste poeta que ponteia seu verso,
Esse grande ser que o habita é apenas um,
Em que são tantos os semideuses,
Mas que rega o mesmo poeta a raiz
De um merecimento nunca tardio em saber da Verdade,

Essa Verdade Suprema, que está nos shastras,
É apenas algo como gigantesco e ao mesmo tempo mínimo,
Pois basta um centelha que existe espiritualmente
Para sabermos o que há e o que não há no mundo.

VERSO 21

21.
Página do tempo imorredouro, assim Te soletro
O meu temor de que eu não seja de Teu merecimento
Em que possa estar pleno de meu amor por Ti, óh Govinda...

Menino que és no céu espiritual, em Teus passatempos
Maravilhosos como é a vida em Tua presença...
Seguiremos, cada qual, devotos de Tua tez,
A princípio na semântica do Espírito Supremo
Que nos faz alcançar-Te a mais do que jamais supomos.

Rezo conTigo, no peito que já o tenho mais cansado,
Mas que em Tua luz sei que conheço melhor
O mesmo Paramatma que está em todos os seres...

E assim sigo, a demandar um grande afeto a todos
Pois que estás em todos e és muitos e um só!

VERSO 20

20.
Vida minha, que a tenho por Ti,
Óh consagração de minha alma,
Pois que não sou nada sem Tua presença
Perene em meu ser...

Oro sempre para que eu possa servir-Te
Da maneira que me aceites como servo.

Óh Krsna, ouço os Teus nomes
E isso é néctar em minha existência...
Canto os Teus nomes e isso é o divino
Que eu jamais esperei alcançar!

Hrsikesha, não permita que eu apóie
Os meus sentidos que não seja
Em Teu serviço imaculado,
Pois não vejo outra possibilidade
Já que o meu amor por Ti
É do tamanho de minha vida
E de outra que porventura tive
Até chegar a conhecer-Te...

Se por acaso o meu amor não for suficiente,
Peço que me ajudes a amar-Te do modo
Que seja um infinito de grandeza e, creio,
Mesmo assim não serei merecedor de Teu amor.

Perdoe a minha falta de talento em dizer algo a Ti
Pois que O amo
Em força, em humildade, em carinho,
Com a obstinação de minha fé em servir-Te
Não importando a posição em que me confias!

sábado, 18 de julho de 2015

BASE E GEOMETRIA

Se é de comportar-se a base, saibamos que um mais um, em degrau,
Comporta mais no segundo, a que seja em outro degrau, no quarto
Ou sétimo, que não importa tanto que sejamos todos no mesmo, pois
O posto é tão importante quanto o retorno, a deixarmos o primeiro
Sem o titubeio, pois a barbárie é a única coisa a ser reprimida...

Do bom isentar-se, saibamos que um número dois é superlativo quanto
A sabermos que nas bases estão as geometrias da imensa matemática
Que enumera a questão estratégica de não rompermos com desrespeitos
Àqueles que sabem mais do pouco que se contribua no seguro de tons
Ou afirmações limpas de polígonos de quatro arestas, ou N-GONs
Onde há de se tomar cuidado no excesso contingencial de seus vértices
A que não podemos fugir de uma responsabilidade de controle e sua via
Se a pirâmide de sua cúpula pode ter seu ápice de cima ou de baixo,
Como convém na lógica diamantina da forma e suas triangulações...

Não é mais questão de efetivos insumos de ordem quantitativa,
Mas do recurso da inteligência de que possamos aprender aqui dentro
Os insights mesmos de nossas percepções, haja vista que um dos bons
Sabe que, em se tendo água e pão, o equipamento de seu pensar criva
Na sua lucidez o grande exercício administrativo dentro ou fora dela.

Um degrau passa a ser posto-base, e um barco navega triangulando
Com a força de um pequeno motor de cento e poucas cilindradas,
Em terra, no que não distemos de uma tática, mas que onde não há
A suposta tecnologia, saibamos renovar em nossas consciências
Os mistérios de batalhas antigas, no seu modal circunscrito
A que saibamos mais do que se preza tanto, e que aproveitemos ciência
Daqueles que não podem deixar morrer em seu espírito de conquistas
As superações que os levam da mesma inteligência tal,
Que aprenderemos todos dentro do imenso país, nossa Pátria, educando
Do que se aprende, e aprendendo mais do que tudo que se ensina! 

sexta-feira, 17 de julho de 2015

PAZ QUE SEJA POSSÍVEL

            Parece anacrônico falar em paz, pois esta vem com Deus embutido e tudo, sem saberem sequer qual deus seja, o de amor, o que fere com ferro, o que embrutece a bondade, ou um misto de cada qual, dependendo do que se faz com o deus que descortina o hedonismo, que no mundo de hoje revela apenas pecado. Os que temem diretamente por seus atos, cometem algo contra a paz, em conluios secretos, pois a aliança que constrói muros em qualquer lugar do mundo atenta a favor do apartheid que teima em ocorrer no desastroso rumo em que o poder leva os homens a cometer. Enquanto muitos estão examinando genitálias, eu, quem dera possa, mas escrevo, porque devo escrever, faz parte de meu espírito. É um pouco de denúncia o que escrevo agora, denúncia contra os crimes de lesa pátria, os objetivos de uma casta que não quer largar o osso, o falsete de uma voz terna que encobre a águia, inversamente ao carinho que teço pelos puros de alma, que se amem, e que os encontro, já idosos, formados casais em companheirismo de uma vida de fidelidade e existência comum, que encontro em uma igreja católica – no exemplo cabal de minhas caminhadas – ao que encontro também companheiros de luta que não lhe importem tanto as preocupações mesquinhas pequeno burguesas. Para mim, que levo praticamente uma vida espartana, toco meu barco aprumado nas estrelas, e levo em conta ter aceitação entre os meus, as forças que me movem, o bem estar da gentileza, a batalha quase inumana de conseguir continuando sendo cavalheiro mesmo recebendo as ofensas por tabela, ou seja, aquelas que não são diretas, mas seguem nas laterais de recortes de frases estudadamente falseteadas pelos canais animalescos da contra informação. Será algo deste pensar talvez quimérico, mas é apenas um texto onde expresso meus sentimentos...
            Não precisam invejar minha vida, pois que é uma luta de sacrifícios, mas saibam aqueles que estão em lutas semelhantes que prezar por uma sociedade mais igualitária é sofrer preconceitos de ordem profissional, de raça, de credo, de enfermidades ou ideologias que, graças a Deus – este sim, pontuado como Verdade – traz a expressão bela à tona, bela em sua generosidade de compartir imparcialmente algum fato relevante a quem quer que seja, com quaisquer passados, sem revanches, no perdão, para sermos igualmente perdoados! Me dá um vazio saber de voz que escuto no fone, estas vozes alheias que, como marujo ainda inexperiente, não o sei de utilizar um rádio para sistematizar a minha própria rota de navegação, derivando em laivos romanescos em que não tenho mais o direito de ter. Teria ganas de ser apenas um soldado, pois já me acostumo a uma férrea disciplina, e a aventura não faz parte de meu caráter, na acepção de que o tenhamos bom... Apenas de se sentir, o sinto, que possuo a bondade como caráter, mas treino a defesa como arte, justo, mesmo que talvez seja o mortal mais pacífico de muitos.
            O álcool em excesso, à adição com substâncias tóxicas, os hormônios, a ansiedade, os surtos induzidos ou não, leva-nos a crer que estejamos em uma sociedade caótica, no ponto de vista da normalidade, pois as páginas policiais e as reportagens revelam o caos filmado de camarote, ou seja, há casos em que passamos a presenciar a morte, real, consubstanciada pela televisão, documentada: como agem, como são e o que fazem. Como qualquer cidadão de bem, gosto de caminhar nas ruas, e o que vejo são portas fechadas, grades, condomínios, e, do lado de fora, em alguns lugares, um ermo, e imagino como não estará a incidência da violência nas ruas de grandes metrópoles brasileiras... Vivo em Florianópolis, e amo esta cidade. Tive uma infância muito boa, vivia na rua, estudava cumprindo com a escola, mas vivenciava e criava meus próprios e recreativos passatempos, ou na praia, ou nos bosques, ou inventando, ou montando aeromodelos, aprendendo arte, estudando em boa escola. Infelizmente, a tecnologia moderna impede que as crianças e adolescentes estejam distantes da por vezes única realidade da informática e seus aparelhos domésticos, ou da proximidade com drogas, quando da vulnerabilidade de lugares mais periféricos, distantes daqueles que levam uma vida em classes mais altas. Até que ponto seremos tão desiguais assim? Será mesmo que Deus tem predileção pelos ricos? Talvez aqueles que vivam melhor e abracem as causas populares tenham esse espaço ao Criador, mas a paz é sinônimo de igualdade econômica, social, política e humana. A grande equação é esta, e, como queiram, estes são os eixos necessários para prosseguirmos. Esta reza os direitos humanos como condição de sobrevivência digna de uma nação, seja na sua representatividade democrática através das autoridades, seja na emancipação da soberania popular. Se a fase manda, que sejamos populistas, nacionalistas, que juntemos as forças de nosso Brasil para preservar as instituições, e que saibamos daqueles que prestam um desserviço à população do país quando insuflam rupturas calcadas no rancor, mesmo em cargos de responsabilidade que devem efetivamente ser parciais e impessoais na sua conduta. Não precisamos de nomes, pois há representações maiores e altamente simbólicas, mas há também uma atuação da PF em nosso país que tem se mostrado eficiente e independente em suas iniciativas profiláticas. Meus companheiros de jornada, não são dois pesos e duas medidas, pois quando pesa no lado inverso partem para a agressão como estratégia coativa. Isso desmerece o poder público pois, se a justiça aponta seus suspeitos, deixemo-la definir provas para que estes sejam tratados da mesma forma que os demais, e a mídia, graças ao bom senso, tem se mostrado mais imparcial nessas questões.
            O caminho da paz é longo, de longo prazo, é um grande projeto nacional. É a partir dele que podemos apontar as desigualdades que gerem a reivindicação natural das classes, e a participação cada vez maior – essa tão sonhada democracia participativa – já é um processo que se torna cada vez mais frequente em nossa sociedade. Há que se preservar as conquistas e unir todas as forças para caminharmos, não tanto em silêncio, mas logicamente em progresso, sabendo que a ciência em nos tornarmos mais conscientes em todos os campos, a cada qual, caminha no sentido mesmo da Pátria Educadora. Por vezes, uma frase de luz é um dia de aula na alma de um ser...

quinta-feira, 16 de julho de 2015

A IGUALDADE É AZUL

De uma forma seremos quando pontuarmos cores ao pressuposto do sentir,
Se por um acaso a liberdade pode planger o sol com seus brilhos
Na coragem que, em vermos a luz do astro rei, sabermos sempre melhor
A tonalidade azul de nossa igualdade quando pressentirmos o céu...

O manto da dúvida pode enobrecer um sentimento, ao menos no que parece
Que estejamos em uma embarcação onde nossa única certeza é do profundo
Que o mar sorri quando nos envolve com sua pátina de ventos e gotas
Ou no farto merecimento das marés de nossos peixes em grande pesca
De outros oceanos sempre afeitos a que prossigamos em melhorar a vida.

Ah, sim, que estaremos mais iguais se todos ou uma parte de substância
Partir rumo à distância de um penedo, a pressentirmos rocha vulcânica
Mesmo no magma já cristalizado nos alvores de nossa própria história...

Assim tomara reze a humanidade, a se predizer que o mundo tem o de salvar
Quando sabemos que outras cores são todas da mesma igualdade,
Nos vértices mesmos que constroem polígonos de nossa existência,
Naquilo que supomos de outros mares, como uma superfície densa
De uma entidade geométrica – um plano – que rescende o voo de uma pomba
A referir a Noé que encontrou uma Terra ainda preservada... 

terça-feira, 14 de julho de 2015

PALAVRAS DO PAPA NA BOLÍVIA

“Quando o capital se torna um ídolo e direciona as escolhas dos seres humanos, quando a avidez do dinheiro domina o sistema socioeconômico, ele arruína a sociedade, condena o homem, tornando-o escravo, e destrói a fraternidade entre os povos.”

Ele declarou que há necessidade de mudanças estruturais profundas na sociedade, que sejam capazes de combater o modelo capitalista, pois ainda há muitos “camponeses sem terra, famílias sem teto, trabalhadores sem direitos e pessoas feridas em sua dignidade”.

O pontífice também comentou que “a comunidade científica têm produzindo danos irreversíveis ao ecossistema, castigando os povos, poluindo o solo, a água e o ar, e colocando os seres vivos em constante ameaça”. “Cuidem bem da mãe terra’, pediu.

Ao fim do seu pronunciamento, Papa Francisco disse aos participantes que “jamais percam sua fé revolucionária", e que eles estarão em suas orações. Também pediu para que fizessem o mesmo por ele. “Rezem por mim e, se alguém não puder rezar me mande boas vibrações,” concluiu.

VERSO 19

19.
Oro a Ti, guardião do merecimento,
Das almas liberadas em Tua Pessoa Suprema,
Caudal eterno e imortal, referência
Inenarrável de Teus devotos.

Reflito e vejo-me transportado
Em Teus braços poderosos e onipotentes.
Vejo-O e O tenho em meu coração pleno
De Teus dias e noites alvissareiros...

És o archote que dissipa
Toda a escuridão de minha ignorância,
De todo o meu enredamento, as dúvidas,
O falso ego, a ilusão que por vezes
Encobre o meu ser. Tenho em Ti
O que sempre – e não o sabia –
Quis em minha existência como servo
Caído em Teus Pés de Lótus.

És uma página que reveste todos os Universos
De Tua imantada sabedoria,
És voz no silêncio da matéria,
És o espírito dentro dos espíritos,
Razão e conseqüência, destino e causa,
Vereda luminosa e aprumada,
Eu nada sei sem a Tua presença...
Por favor, me proteja!

VERSO 18

18.
Creio em Ti, Óh Personalidade Suprema!
Mestre Supremo do que há,
Do que houve e do que está por vir...
Se há algo em que eu possa confiar,
Isso é a Tua onipotência e a clara
Manifestação de Tua glória,
Óh Krsna imaculado.

Todos os Gosvamis Te saúdam,
Meu Deus inenarrável,
Opulento de todas as conquistas,
De todos os atributos, superior
Na qualidade de Mestre e Senhor dos sentidos!
Rogo a Ti que me proteja,
Que eu seja um átomo em Tua bondade,
Uma flor em Tua selva,
Um grão de areia em Teu oceano,
Uma relva em Vrndavana...

És não só O maior como também
A menor partícula do Universo,

Ès todas as qualidades em grau ilimitado,
O que me predispõe a amá-Lo perdidamente,
Como um servo ao amo, um irmão, um pai,
Uma esposa, tudo com teor e substância.

Eu te saúdo, Krsna, e que eu esteja contigo!

FALSO EGO

            Estamos fadados a nos sentir superiores se temos o controle, ou algum poder que passe mais do que se trama em nossa consciência no modo da ignorância? Tudo aquilo que nos envolve fartamente na natureza das coisas, uma coisificação social, transformando-nos em objetos de descarte, ou mesmo com validade estendida, tem a ver com o falso ego, pois este vincula nossa vida fortemente à natureza material. Apesar de muitos não quererem se envolver, buscam no seu próprio hedonismo as relações casuais, como em um descarte de fruição do prazer, no que acaba por envolver em outras tramas alguns requisitos de poder. Obviamente, a Natureza possui sua própria lógica, que transcende as prerrogativas de antecipação de controle, pois apenas imitamos, e nossos scripts, sejam quais forem, incluso os de ordem viral, serão sempre mais atrasados do que uma lufada de vento e seus resultados, seja no oceano, nas folhas e infinitas combinações de movimentos, ou mesmo no voo de um inseto, para não falar nos pássaros e seus arabescos maravilhosos no céu, que deram origem às conquistas da ciência da aviação... A pretensão de que possamos nos igualar a uma simples lufada de vento já é uma demonstração ignorante e de falso ego. Essa questão merece ser levada verticalmente, de sua origem às suas ramagens, dentro de uma multiplicação da ideia, como um tronco ou uma coluna que permanece inalterada no expectar silencioso e sincrônico com a ciência de se tornar mais lúcido. As únicas forças que compreendem a Natureza dentro desse propósito e que podem repetir algo de catástrofe são os artefatos bélicos, utilizados na destruição, pois parece que conseguimos imitar nossos próprios movimentos através de estratégias ou recursos militares, fazendo das guerras tudo o que destrói, como no exemplo da explosão atômica, que gera uma lufada sinistra de radiação que pode dar volta ao mundo, obscurecendo o propósito da existência no planeta.
            O falso ego é termos uma relação com a natureza material de apego extremo, como se fosse a única realidade, mas que se traduz em ilusão. Muitos trabalham arduamente para desfrutarem cada vez mais de algo que não seja substantivo, pois a vida espiritual é na verdade a realidade mais necessária e imperativa dentro do escopo de nossas vidas...
            Uma realidade reside em várias, e o surreal pode ofuscar em nossas ficções a respeito de sequer suspeitarmos de que tudo possa não ser mais do que um sonho, principalmente quando algumas criaturas ainda creem estar fazendo parte de alguma missão quase impossível. Desse contexto algo novelesco e quase cinematográfico surgem propostas de vida ausentes de seus cernes, tentaculares tentações e prazeres comercialmente caleidoscópicos, tal a ingerência do volume de informações que colhemos em nosso imo, presentes pela quantidade ou nascentes erradamente pela superfície de sua covardia. Tudo, todas essas questões algo complexas são um desdobramento do que se chama falso ego: a identificação com o corpo e seus subprodutos, resultantes da fábrica de ilusões que se traduz na crise da realidade do sistema em que vivemos, agora mais pronunciada pela cosmética digital, que separa o trabalhador do feed back, ou resposta, ou seus falsos insights. Sim, haverá um caminho, o do espírito, algo do anímico baseado em uma vida sem excessos, de sacrifícios, que pode levar a realizações mais consonantes do que essa roda de matéria que dizem girar, mas não passa de um eixo onde Maquiavel deixa seus propósitos, já que para obtermos algo vamos às últimas consequências, como a sedução fundamentada em falsos interesses, ou a luta em mantermos um poder sobre outro a qualquer custo, por vezes um custo muito alto, como um rolo compressor sobre os bem intencionados, muitas vezes tratados como ingênuos...
            Trata-se, se não buscarmos a verdade de fontes reais, de acharmos que todas as respostas já foram emitidas, mesmo que saibamos que a interpretação cabal de um fato histórico, uma doutrina filosófica, uma questão religiosa, servem nos dias de hoje – com tanta as transações de informação e acesso – a que saibamos agir com cautela para que haja progresso em todas as afirmações ou teses que estejam baseadas nas linhas necessárias de correntes de pensamentos livres e concretos, mesmo que finalmente tenhamos a consciência de trilharmos os caminhos do espírito e tentarmos ser unos com a matéria, condição indispensável para a nossa manutenção enquanto seres que afirmamos sermos humanos. E, para isso, temos que deixar de lado algumas noções proprietárias e fazer de uma ordem econômica algo mais equilibrado para todos. 

domingo, 12 de julho de 2015

VERSO 17

17.
Olho para Govinda, eterno, e vejo
O sol brilhando no planeta Terra, o mesmo sol
Que nos olha por dentro de Seu olhar:
Inconcebível, pois é o olhar de Deus...

Olho para Ti, Óh Krsna e vejo
Um grande barco rumo ao destino certo
Tendo o timão como esperança...

A mesma esperança que sinto no leque
Das infinitas possibilidades
Que são uma vida de realização espiritual
Verdadeira e fecunda.
Teu olhar, óh Krsna, germina,
Fecunda o incomensurável universo.

És tudo, o todo e a parte,
O fragmento e a totalidade, és absoluto,
Uno e dual, aniquilas os inimigos,
Desatas com infinita bondade
Os nós das trevas e dos infortúnios,
És destino e caminho, causa e objetivo...

Sempre estás a andar pelas relvas de Vrndavana
Senhor, Óh Senhor, que És tudo para mim!
És meu mundo, eu sou Teu,
Em todos os amanheceres,
Pois que És toda a minha vida...!