domingo, 6 de abril de 2025
UM HOMEM DEVE FAZER VOTOS A UMA COMPANHEIRA, E JAMAIS DEIXAR QUE ALGO OU ALGUMA COISA COLOQUE RUIDOSAMENTE OBSTÁCULOS NO ENTENDIMENTO, MESMO QUE ESTEJA PROFUNDAMENTE ATRAÍDO POR OUTRA MULHER, POIS NÃO SE CAMINHA POR DOIS CAMINHOS AO MESMO TEMPO, E AQUELA JORNADA JÁ COMPARTILHADA DEVE SER TRILHADA ATÉ O SEU TÉRMINO, MESMO QUE SE TENHA UMA DÚVIDA DE ALGO, POIS POR VEZES É MELHOR TER UMA PARCEIRA DO QUE UMA ESPOSA.
sábado, 5 de abril de 2025
A UM HOMEM QUIÇÁ APARENTEMENTE NÃO LHE RESTE MUITO, MAS AINDA INSISTE EM DIZER QUE DA SUA METADE OUTRA DA PRIMEIRA QUE É AMOR, DA OUTRA, EM DOBRO, INSISTE AINDA EM AMAR, MESMO QUE A SOMBRA DE SI MESMO, OU UM FANTOCHE ANIMADO POR SI EM SERVIÇO PLENO OU ATIVIDADE FRIA SEJA O GRANDE OUTRO DE SI MESMO...
A IGUALDADE RACIAL É UMA LUTA ONDE A CULTURA EUROPEIA CONTEMPORÂNEA OU ESTADUNIDENSE ENCONTRA GRANDES OBSTÁCULOS EM SUAS FORMAS DE SUPREMACISTAS BRANCOS, OU COISAS DESSA NATUREZA, POR ISSO BRANCOS E NEGROS DEVEM SE UNIR FRENTE A UMA REAL UNIÃO NACIONAL, PARA FAZER FRENTE A ESSES PROBLEMAS DE INGERÊNCIA CAPITAL.
NADA QUE SE ANTEPONHA ÀS FORÇAS DE UMA PERSONALIDADE FORTE NÃO VENHA A SER AQUELA HUMILDADE QUE PORVENTURA QUEIRAM NOS IMPOR, POSTO A POSIÇÃO DE HUMILDADE É UMA POSTURA DE SABER QUE, FRENTE ÀS VERDADEIRAS AUTORIDADES LEVADAS AO PÉ DA LETRA, QUANDO AMIGAS DA VERDADE, SÃO POR VEZES INVISÍVEIS, MAS SÃO FORÇAS MAIORES DO QUE NÓS MESMOS, POIS NENHUMA PEDRA DA RUA SERÁ MAIOR DO QUE AQUELA ERIGIDA POR PEDRO, O APÓSTOLO DE CRISTO.
FAZER DE UMA ALMA UMA ALMA CRÉDULA NA FORÇA DE DEUS É ALGO GRANDIOSO, E CULTURALMENTE TEM TUDO A VER COM A REALIDADE LATINOAMERICANA, NOSSOS POVOS, NOSSAS RELIGIÕES, NOSSAS CRENÇAS, NÃO PROPRIAMENTE O HERMETISMO EUROPEU, MAS SEMPRE RESPEITANDO AS NOSSAS RAÍZES AFRICANAS E INDÍGENAS, SOMOS COSMOPOLITAS, MESMO TENDO A REALIDADE FANTÁSTICA DE NOSSAS CULTURAS, IGUALMENTE SOMOS CIDADÃOS DO MUNDO.
NÃO ME FAÇAS CRER EM QUASE NADA
Não te peço algo, nem te peço nada do que não há e nem é
Porquanto o tempo diria que Deus fora compulsório no olhar do ateu
Que nos convenceria de sua acepção filosófica, e da não existência dos
sentimentos
Quais, a família fosse convexa como um nome qualquer, alamanda dos teus olhos
Que não te visse em outras, mas quem sabe, a vida se nos apanhe nas
entrelinhas...
Quem disse que eu fumaria algo se não fosse apenas uma salada de frutas em um
café
Quando, em meio a um rebuliço, a noite termina no Sul, e a ilha já está de pé
no costão
Onde um mar irrequieto brinca com teus dentes escumados de espuma o que verto
em ti no meu riso.
A questão da poética caudalosa é fazer amor com as letras, e estas se me
brincam em meu ventre
Quando somatizo o meu gozo em prosseguir vivendo do meu melhor modo, e que você
me esquecerá em teu próximo sonho...
No rio das águas secretas te encontro a fonte que deve secar em breve, e a
Natureza apenas nos contou que vivemos na textura áspera do tempo
Em que você existira na pele de tantas outras, que não recordo o gozo de outras
mulheres
Quando, na última que me fora concedida pelo destino algo feliz, sequer o gozo
citado me foi revelado em mim, por não ter concedido a graça...
Não quero que se revelem estrelas extintas, não quero comunhão com um infinito
inatingível
Posto esperar apenas o resultado crível de um futuro dormir shakespeariano
Ou a morte que já a tenho enlutada posto seja apenas uma sombra do que não
serei
Na verdade do que dizes e afirmas intimamente do que eu não seja, mas antes
seria alguém
Disposto a revelar-te apenas que quiçá exista mais medida suposta de realidade entre
nós...
O mesmo se aplica ao casamento: o pressuposto implícito (ou melhor, a injunção) da ideologia do casamento é que, precisamente, não deve haver amor nele. A fórmula pascaliana do casamento não é, portanto, “Você não ama seu parceiro? Então case-se com ele, passe pelo ritual da vida compartilhada, e o amor emergirá por si mesmo”, mas, ao contrário, “Você ama muito alguém? Então case-se, ritualize sua relação de amor, de modo a curar seu apego apaixonado e substituí-lo por enfadonha rotina – e se você não conseguir resistir à tentação da paixão, há sempre casos extraconjugais…”. COMO LER LACAN.
O famoso truísmo de Jenny Holzer, “Proteja-me do que eu quero”, expressa de forma muito precisa a ambiguidade fundamental da posição histérica. Ele pode ser lido como uma referência irônica à sabedoria chauvinista masculina típica segundo a qual uma mulher deixada por sua própria conta é envolvida em fúria autodestrutiva − ela precisa ser protegida de si mesma pela dominação masculina benevolente: “Proteja-me do desejo autodestrutivo excessivo em mim que eu mesma não sou capaz de dominar.” Ou pode ser lido de maneira mais radical, como apontando o fato de que na sociedade patriarcal de hoje o desejo da mulher é radicalmente alienado: ela deseja o que os homens esperam que deseje, deseja ser desejada por homens. Neste caso, “Proteja-me do que eu quero” significa: “Precisamente quando pareço expressar meu desejo mais íntimo e autêntico, ‘o que eu quero’ já me foi imposto pela ordem patriarcal que me diz o que desejar, de modo que a primeira condição de minha libertação é que eu rompa o círculo vicioso de meu desejo alienado e aprenda a formular meu desejo de maneira autônoma". COMO LER LACAN.
Assim, o que a “irracionalidade” do sucesso ou do fracasso no capitalismo de mercado tem de bom (lembremos o velho tema do mercado como uma versão moderna de um Destino imponderável) é me permitir precisamente perceber meu fracasso (ou sucesso) como “imerecido”, contingente. A própria injustiça do capitalismo é um traço essencial que o torna tolerável para a maioria (posso aceitar meu fracasso muito mais facilmente se sei que ele não se deve às minhas qualidades inferiores, mas ao acaso). COMO LER LACAN.
Ricardo II é a peça fundamental de Shakespeare sobre a histericização (em contraste com Hamlet, a peça fundamental sobre a obsessão). Seu tema é o progressivo questionamento pelo rei de sua própria realeza: O que faz de mim um rei? O que resta de mim se o título simbólico de “rei” for retirado? COMO LER LACAN.
Por que o falo é, para Lacan, um significante e não simplesmente o órgão de inseminação? Nos rituais tradicionais de investidura, os objetos que simbolizam poder também põem o sujeito que os adquire na posição de exercer poder − se um rei segura o cetro nas mãos e usa a coroa, suas palavras serão tomadas como régias. Essas insígnias são externas, não parte da minha natureza: eu as visto; eu as uso para exercer poder. A castração é o hiato entre o que sou imediatamente e o título simbólico que me confere certo status e autoridade. Nesse sentido preciso, longe de ser o oposto de poder, ela é sinônimo de poder; ela é o que me dá poder. Assim temos de pensar no falo não como o órgão que expressa imediatamente a força vital de meu ser, mas como um tipo de insígnia, uma máscara que uso do mesmo modo que um rei ou um juiz usa suas insígnias − o falo é uma espécie de órgão sem um corpo que eu visto, que fica preso a meu corpo, mas nunca se torna uma parte orgânica, sobressaindo para sempre como sua prótese excessiva, incoerente. COMO LER LACAN.
O aviso comum nos romances (“Os personagens deste texto são uma ficção; qualquer semelhança com personalidades da vida real é mera coincidência”) vale também para os participantes de reality shows: o que vemos são personagens ficcionais, mesmo que eles representem a si mesmos “de verdade”. O melhor comentário sobre esses programas é a versão irônica desse aviso usado recentemente por um autor esloveno: “Todos os personagens da narrativa que se segue são ficcionais, não reais − mas assim também são as personalidades da maioria das pessoas que conheço na vida real, de modo que este aviso não significa grande coisa…” COMO LER LACAN.
Algo análogo a essa falsa atividade é encontrado na noção protestante de predestinação. O paradoxo da predestinação é que a teologia que afirma que nosso destino está determinado de antemão e nossa redenção não depende de nossos atos serviu como a legitimação do capitalismo, o sistema social que desencadeou a atividade produtiva mais frenética na história da humanidade. O próprio fato de as coisas serem decididas de antemão − de nossa atitude diante do Destino ser a de uma vítima passiva − instiga-nos a nos empenhar em incessante e frenética atividade. Agimos o tempo todo para sustentar a imobilidade do grande Outro (neste caso: Deus). COMO LER LACAN.
APARÊNCIAS E CULPAS
Carregamos
bagagens mais pesadas, por vezes, quando mudamos, metaforicamente, não propriamente
de lugar, mas nossos planos, nossos empregos, trabalhamos, enfaticamente, e
dispõem muitos a um propósito que julgam solene que o próprio julgar seria um ato
quase da providência, messiânico, no que isentamo-nos do fato de que sofrer não
é querência de ninguém, e muitos o sofrem por tabela, por querer um mundo
melhor, ou por usar de drogas ou outras coisas, essas estranhas manias
contemporâneas, que insuflam nossos atos por remissões mais antigas do que o
próprio arbítrio que julgamos livre hoje, ontem, ou amanhã. Carrega-se a culpa,
e não se inflige a pena ao culpado, mas sempre ao que está vulnerável, talvez por
sermos os cristão culpados de o sermos, e termos que carregar as cruzes no
lugar dos diabos...
Com
palavra mais cordata, por vezes Marx, Engels, Freud, Lacan, Hegel, ou outro
raio terrível e teórico nos sobrescreva que na realidade não somos reféns de
pensamentos, mesmo no freio doutrinário de irmandades, ou qualquer suposição,
que nos fazem apenas supor não sermos livres sem a autorização de uma
literatura que nos conduza, como se nosso esfíncter não soubesse a hora de
parar de defecar, ou como se a respiração não possuísse a consciência de que o
ar no inverno é mais frio, ou se as nossas cabeças não soubessem que temos
dentes para mastigar, e para isso somos tão símios quanto os macacos, apenas
temos o que denominamos uma inteligência superior, mas disso nos coloquemos à
prova, pois mesmo Lacan em sua soberba já está enterrado com seus discursos
finitos...
A culpa é
algo de sentimentos, é algo concreto, por isso a justiça tem sido tão ampla e
tão utilizada hoje em dia, vitimando pensamentos e palavras, modos políticos de
ser, crueldades natas e mentirosas, opressores e oprimidos, lacaios ou algozes,
gente boa e gente ruim, apenas o adendo de que as coisas meio que muito se
mesclaram, pois por vezes um baita esquema de tráfico recebe proteção política,
enquanto um grupo de recuperação pode enquadrar o que chama de homem que
consideram meio louco, por uma questão mais da verdade pronunciada, e quanto a
ferida aberta pode custar para beneficiar a parcialidade de tais julgares. Sabe-se
que a ternura é importante, mas igualmente saiba-se que hoje em dia não importa
se um homem a possui, pois ninguém sequer tem mais a noção evidente desse tipo
de sentimento, ou o que significa isso perante o interesse frio dos robôs em forma
humana que já desfilam irrequietos pelas academias fabricantes de autômatos
corretos mundo afora. A aparência engana, mas o que engana é que é real, mesmo
que Lacan tivesse razão afirmando que o real é algo impalpável, certo, o reino
das aparências, o insubstituível e indubitável reino da dúvida...
Não
fosse uma quimera, o escritor que vos escreve o faz para desopilar, tirar esse
anátema crível de obstáculos do bolso, essa glote encrespada em um núcleo de
seu próprio estômago, o encontro com Deus que não acontecera, posto ter
encontrado no dia de hoje apenas figuras diabólicas, com exceção de imagens
controversas na tela de um computador, aparentemente bem intencionadas, pelo
menos em algo que funciona e funcionou, por mais vinte e quatro horas, pois Deus, Krsna, criou por etapas desse tempo, mas a escrita fulminante de mais um
parágrafo quiçá revelaria melhor que os diabos que encontrou hoje são tão
felizes quanto a sensações que terão ao verem o sêmen de sua impotência moral
escorrerem ao redor de seus próprios rabos. Não ter encontrado os miseráveis não
foi melhor, pois os miseráveis estão morrendo...
De grau
em grau o Grão Senhor caminha em sua Loja, e os adendos de uma grande conspiração
midiática em torno de um megalômano chamado Musk, denota ser mais crível de
derrotas aquele que pense que um sábado antes do dia sete seja algo que não
pereça daqui a algumas horas, quando algo se fizer na culpa e as aparências se
tornarem mais concretas. De par em par se faz uma veneta, e para quem ainda não
acredita em verdadeiros e falsos culpados, saibam que a fé ainda na justiça dos
homens se faz presente sempre, quando estamos em um local seguro, e este local
se mantém seguro para os membros de uma boa e sustentada família, por mais
reduzida que seja, e que um sacerdote dominical abençoe as famílias do
distrito, pois é assim que se faz o aparente mundo do real inexistente de Lacan
em seu grosseiro materialismo, na realidade espiritual pungente e cristã, que
une e consolida a própria realidade em que vivemos por Ele que, quando foi
crucificado, era considerado louco e impuro, aos olhos dos diabos que aos
poucos vão abandonando este sábado as ruas indo fazer dos seus infernos remotos
lugares onde por cá as coisas não procedam fora do escopo de uma Justiça Maior.
HÁ RETARDO COMPULSÓRIO QUANDO UM SER HUMANO TRABALHA ASSOCIADO COM SUBSTÂNCIAS ESTIMULANTES TODO O TEMPO, E ESSE RETARDO SE PRONUNCIA DEPOIS COM O TRATO PSIQUIÁTRICO, OU O RETARDO, MESMO QUE NÃO SE PRONUNCIE, JÁ É PIOR, POSTO ESPIRITUAL, QUANDO O SER JÁ NÃO POSSUI MAIS QUALQUER REFERÊNCIA MORAL EM SUA VIDA...
Lembremos a velha história de um operário suspeito de furto: toda noite, quando ele deixava a fábrica, o carrinho de mão que ele empurrava à frente de si era cuidadosamente inspecionado, mas os guardas não conseguiam encontrar nada ali, estava sempre vazio. Até que eles se deram conta: o que o operário estava roubando eram carrinhos de mão. Essa peculiaridade reflexiva pertence à comunicação como tal: não devemos esquecer de incluir no conteúdo de um ato de comunicação o próprio ato, já que o significado de cada ato de comunicação é também afirmar reflexivamente que ele é um ato de comunicação. Esta é a primeira coisa a se ter em mente com relação ao modo como o inconsciente opera: a coisa não está escondida no carrinho de mão, ela é o próprio carrinho de mão. COMO LER LACAN.
Há uma dimensão declarativa da interação simbólica que pode ser exemplificada por meio de uma situação delicada nas relações humanas. Imagine um casal com um acordo tácito de que podem se envolver em casos extraconjugais discretos. Se, de repente, o marido fala abertamente com sua mulher sobre um caso em curso, ela terá motivo para entrar em pânico: “Se é apenas um caso, por que ele está me contando isso? Deve ser algo mais!” O ato de relatar algo publicamente nunca é neutro: ele afeta o próprio conteúdo relatado, e mesmo que os parceiros não aprendam nada de novo por meio dele, ele muda tudo. Há também uma grande diferença entre o parceiro simplesmente não falar sobre aventuras secretas e declarar explicitamente que não falará sobre elas (“Você sabe, acho que tenho o direito de não lhe contar sobre todos os meus contatos; há uma parte da minha vida que não lhe diz respeito!”). No segundo caso, quando o pacto silencioso é explicitado, essa declaração não pode deixar de emitir ela própria uma mensagem agressiva adicional. COMO LER LACAN.
O grande Outro opera num nível simbólico. De que, então, se compõe a ordem simbólica? Quando falamos (ou quando ouvimos), nunca interagimos simplesmente com outros; nossa atividade de fala é fundada em nossa aceitação e dependência de uma complexa rede de regras e outros tipos de pressupostos. Primeiro há as regras da gramática, que tenho de dominar de maneira cega e espontânea: se eu tivesse de ter essas regras em mente o tempo todo, minha fala se desarticularia. Depois há o pano de fundo de participar do mesmo mundo/vida que permite que eu e meu parceiro na conversação compreendamos um ao outro. As regras que eu sigo estão marcadas por uma profunda divisão: há regras (e significados) que sigo cegamente, por hábito, mas das quais, se reflito, posso me tornar ao menos parcialmente consciente (como as regras gramaticais comuns); e há regras que ignoro que sigo, significados que ignoro que me perseguem (como proibições inconscientes). E há regras e significados cujo conhecimento não devo revelar que tenho − insinuações sujas ou obscenas que silenciamos para manter o decoro. COMO LER LACAN.
O QUE CABE EM UM PEQUENO PONTO DE TRÁFICO, MESMO UMA CASA, UM BARRACO, ETC, E O QUE ACONTECE NOS ENTORNOS PODE SER UM BOM EXEMPLO DE COMO SE ESTRUTURAM ORGANIZAÇÕES MAIORES, COMO UM ESTABELECIMENTO COMERCIAL, OU MESMO UM LABORATÓRIO ONDE SÃO FABRICADOS OU REFINADOS OS ENTORPECENTES: A LOGÍSTICA QUASE SEMPRE É A MESMA, FUNCIONA TENTACULARMENTE, INDO CAPILARMENTE DE DISTRIBUIÇÃO MACRO ATÉ "PEQUENOS FORNECIMENTOS", E A INTERCEPTAÇÃO DE BOA QUANTIDADE DA DROGA NOS TRANSPORTES SE DÁ QUANDO HÁ UM COMPETENTE TRABALHO DE INTELIGÊNCIA SEM JURISDIÇÃO NECESSÁRIA, COMO NO CASO DA ATUAÇÃO DA PF, FBI E ETC.
MUITAS VEZES A ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA "PREMIA" SEUS "FUNCIONÁRIOS" PARA CONTINUAREM TRABALHANDO PARA ELA, E A MODALIDADE MAIS USUAL DESSE TIPO DE OCORRÊNCIA É O FORNECIMENTO DE DROGAS, PARA QUE SE SINTAM "MOTIVADOS A TRABALHAR", MESMO QUE ESTEJAM SENDO EXPLORADOS NO GANHO REAL DE SEUS SALÁRIOS, EM UMA RELAÇÃO DE CUSTO-BENEFÍCIO MUITO USUAL NA PRÁTICA DA LAVAGEM DE DINHEIRO DO TRÁFICO DE ENTORPECENTES, ONDE ATORES ESTRANGEIROS SURGEM PARA FAZER AS "CONEXÕES" NECESSÁRIAS, QUANDO O QUE REALMENTE OCORRE É O SUPRIMENTO DA DROGA NO TRÁFICO INTERNACIONAL DE ENTORPECENTES.
NO ESCOPO DO DESENVOLVIMENTO ATIVO DE SISTEMAS INTEGRADOS, É SALUTAR AFIRMAR QUE BOAS GESTÕES GOVERNAMENTAIS QUE OBJETIVEM O BEM ESTAR DE SEU POVO SEMPRE SERÃO AS MELHORES INICIATIVAS, NÃO DEPENDENDO DE QUAISQUER INGERÊNCIAS DE INTERESSES ECONÔMICOS QUE IMPEÇAM O BOM FUNCIONAMENTO DESSAS PREMISSAS BÁSICAS.
A CONSTRUÇÃO DE UMA CONVENÇÃO NACIONAL ONLINE DE RECUPERAÇÃO DO ALCOOLISMO É ALGO QUE SURPREENDE ENQUANTO POSSIBILIDADES, PORQUANTO SEJA ALGO QUE DISTRIBUI CONHECIMENTO, INFORMAÇÕES E DADOS E PERMITE A PARTICIPAÇÃO AMPLA E GERAL DENTRO DE UM ESCOPO DEMOCRÁTICO PLENO E AFIM A NOVAS DESCOBERTAS E UNIDADE RECRIADA A PARTIR DA COLETIVIDADE DE SEUS GRUPOS.
O USO DA NICOTINA CAUSA INÚMERAS DOENÇAS, INCLUSO LETAIS, MAS NENHUMA DE CONSEQUÊNCIAS PSIQUIÁTRICAS, MAS POR VEZES LARGAR O VÍCIO DESSA DROGA HÁ QUE TER ACOMPANHAMENTO MÉDICO, POIS A SÍNDROME DE ABSTINÊNCIA, PARA QUEM FAZ USO DE MEDICAMENTOS PSIQUIÁTRICOS DEVE TER ACOMPANHAMENTO DE UM PROFISSIONAL, MUITAS VEZES.
NO MEIO DE UMA ESTRUTURA DE VICIADOS EM PÓ, A ENGRENAGEM CHEGA A SER DESNORTEANTE, COM UM MOTO PRÓPRIO, UM TIPO DE QUASE TRANSE EXACERBADO POR UM TIPO SINISTRO DE ORGANIZAÇÃO, POIS QUANDO SE LAVA O DINHEIRO USANDO, OS CHEFES TRABALHAM COM OS LEÕES DE CHÁCARA E "AMIGOS EXTERNOS", PARTIDÁRIOS DA MESMA "ORGANIZAÇÃO", E MESMO UM AGENTE TREINADO TEM QUE SER MUITO ARGUTO PARA ABRIR NOVAS FRENTES INVESTIGATIVAS.
A PARTIR DO MOMENTO DA PROIBIÇÃO SEXUAL CONSTRUÍDA SOBRE TABUS E FETICHES, A PULSÃO NÃO REPRIMIDA DO ID PODE SE TORNAR UMA BUSCA IRREFREÁVEL PELO PRINCÍPIO DO PRAZER, REAL MOTIVAÇÃO DE TANTOS CASOS DE ADULTÉRIO E ASSOCIAÇÃO COM O CRIME DURANTE ATOS ARRISCADOS MUNDO AFORA, QUANDO AS DEFESAS DO PRINCÍPIO DE REALIDADE E SEUS RECALQUES DO INSTINTO POR VEZES NECESSÁRIOS SÃO RELEGADOS A SEGUNDO PLANO, E AS SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS EM GERAL SÃO PARTÍCIPES NESSA MODALIDADE DE ATUAÇÃO NO PROCESSO EXISTENCIAL HUMANO.
sexta-feira, 4 de abril de 2025
Essa referência inerente ao Outro é o tópico de uma piada infame sobre um pobre camponês que, tendo sofrido um naufrágio, vê-se abandonado numa ilha com, digamos, a Cindy Crawford. Depois de fazer sexo com ele, ela lhe pergunta como foi; sua resposta é “Foi ótimo”, mas ele ainda tem um favorzinho a pedir para completar sua satisfação: poderia ela se vestir como seu melhor amigo, usar calças e pintar um bigode no rosto? Ele lhe garante não ser um pervertido enrustido, como ela verá assim que lhe fizer o favor. Quando ela o faz, ele se aproxima dela, dá-lhe um tapinha nas costas e lhe diz com o olhar malicioso da cumplicidade masculina: “Sabe o que me aconteceu? Acabo de transar com a Cindy Crawford!” Esse Terceiro, que está sempre presente como a testemunha, nega a possibilidade de um prazer privado inocente e intacto. O sexo é sempre minimamente exibicionista e depende do olhar de outrem. COMO LER LACAN.
A QUESTÃO DA INTENSA DROGADIÇÃO NO SEIO DE UMA SOCIEDADE DE UMA NAÇÃO COM UM SERVIÇO DE SAÚDE PÚBLICA, OBVIAMENTE É A FALTA DE RECURSOS QUE O SERVIÇO HÁ DE TER PARA SUPRIR A DEMANDA CAUSADA POR ESSE PROBLEMA SOCIAL, E SUAS INFERÊNCIAS ATINENTES NA FORMA DE AGIR DA SEGURANÇA PÚBLICA, QUE DEVE AGIR PARA PREVENIR O TRÁFICO E COMBATER O CRIME COMO UM TODO, POIS A SAÚDE MENTAL ESTÁ INTIMAMENTE RELACIONADA COM ÁLCOOL E AS DROGAS.
A ordem simbólica, a constituição não escrita da sociedade, é a segunda natureza de todo ser falante: ela está aqui, dirigindo e controlando os meus atos; é o mar em que nado, mas permanece essencialmente impenetrável − nunca posso pô-la diante de mim e segurá-la. É como se nós, sujeitos de linguagem, falássemos e interagíssemos como fantoches, nossa fala e gestos ditados por algo sem nome que tudo impregna. Será isso o mesmo que dizer que, para Lacan, nós, indivíduos humanos, somos meros epifenômenos, sombras sem nenhum poder real próprio? Que nossa autopercepção como agentes livres autônomos é uma espécie de “ilusão do usuário” cegando-nos para o fato de que estamos nas mãos do grande Outro que se oculta por trás da tela e puxa os cordões? COMO LER LACAN.
CÔNSCIO DE ALGO, QUE SEJA
A verve se nos dite algo, a ser mais do que um simples numeral
Em que passamos, esferas de estatísticas, ou enfermos críticos de falsas
plenitudes
Quando, o que se nos espera é apenas o tempo, esse culminar de uma meia lua,
onde estiver
Que um homem olhara em sua luz: reflexo solar, que essa sapiência da realidade
é crível e fato!
Pudera o homem recriar a realidade para outra mais confortável, e que real
lacaniano é esse: intangível, não descritível, não sendo
Quando o sujeito suposto saber saberia mais do que o Grande Outro, ou mesmo um
estudante nada soubesse
Além de medidas teóricas antes de planificar seus estudos em busca de um solo
mais firme onde pousar seus pés...
Nada do que seria essa outra realidade, quem sabe a pulsão do id o fora, na
vertente de modulação de uma fantasia
Onde uma mera questão de sinapses quanto aos receptores de uma droga
Atentam mais à impressão da dependência de fato, do que a mesma percepção quase
alterada
Da ausência da substância que verte no sangue a empatia melancólica do vício...
Não, que a noite já é vitoriosa, não recai o poeta em mais nicotina do que já
houvera
O suficiente mínimo e estável em que o número foi satisfatório, e a performance
do dia encerra na medida
O alvéolo não retraído, os dentes que não sopraram derrotas, o exercício nas
máquinas
Ou, outrossim, a página que não virara em sua poesia para refratar o tempo que
ganhara pelo esforço.
PARA QUEM SOFRE DE MALES MENTAIS E TOMA REMÉDIOS FORTES À NOITE, O PERÍODO DA MANHÃ AÇAMBARCA SENSAÇÕES QUE PERFAZEM UM TANTO DE SOFRIMENTO PSÍQUICO, E A NICOTINA APENAS REITERA A CONFORMAÇÃO DE QUE SEM ELA ELES PARECEM QUE RECRUDESCEM, PORTANTO É NESSAS HORAS QUE TEMOS QUE SER ESTÓICOS O SUFICIENTE PARA REDUZÍ-LA E AGUENTAR COM O OSSO DO PEITO, POIS ESSES EFEITOS VÃO PASSANDO DURANTE A JORNADA DO DIA, E A ESTABILIZAÇÃO DO QUADRO NOS PERMITE EVITAR, PAULATINAMENTE, O CONTATO COM A SUBSTÂNCIA VICIANTE, POR VEZES SEJA O ÁLCOOL, QUE APARENTEMENTE CORTA O EFEITO DESSAS SENSAÇÕES, MAS CAUSAM SOFRIMENTOS CUMULATIVOS POSTERIORES, E MAIS ACRÉSCIMO NA MEDICAÇÃO, POIS A DOENÇA SE ACENTUA NA MESCLA DAS SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS COM OS MEDICAMENTOS, FUNCIONANDO, COMO SUBSTÂNCIA NOCIVA AO QUADRO CLÍNICO MENTAL DO PACIENTE, SENDO A NICOTINA UMA SUBSTÂNCIA QUE NÃO AFETA A MENTE DO PACIENTE, APENAS CAUSA SOFRIMENTO PSÍQUICO NA FALTA DELA, QUANDO O PACIENTE TEM ESSE VÍCIO, MAS CAUSANDO DANOS IRREPARÁVEIS AO ORGANISMO DO SER HUMANO, COM DOENÇAS CRÔNICAS EM GERAL, INFARTO E CÂNCER.
QUE ESTRANHA FORMA DE CONCESSÃO
Uma reta final de dois dias, o vício se me pega de antemão
Qual redil, fumara um cigarro pela manhã, e escrevo despegado
Mas na exatidão e conformidade do ato, a medicina será escorreita
Mesmo porque não tenho a concessão de que o resultado do exame tenha sido bom
Apenas para estar cônscio de parar, e estarei na jornada final...
O intervalo dos estudos, a preocupação com um trabalho de compromisso, fumarei
muito menos
E esse é o propósito para não chegar ao doutor com as mãos vazias, quando sua
técnica é assaz importante
E demanda que eu crie minhas próprias, retemperando, posto de manhã, com as
horas da noite se me pegou vontade tremenda.
O aço que me turva os olhos, na alocução de um simples bastão da droga
Parece dispor a concessão de uma anuência, mas garanto que o embate não cessará...
No entanto disto a paráfrase de ter atualizado meus estudos, e não estudarei o
capítulo lacaniano das psicoses,
Pois isso é tarefa da psiquiatria, resumo meus estudos onde Freud me conceda
seu saber
E prossigo com as tarefas conformes do dia, por vinte e quatro horas a mais, e
que hoje estas sejam
Um salto adiante ao meu próprio consentir, posto ao menos tenho que manter o
milagre de estar com o pulmão em dia.
Ao dispor da concessão que não devia moralmente me permitir, sei que o vício é
uma enfermidade, mas há que se virar pedra bruta
Para não claudicar tanto, e quando a luta de se estar fumando menos cansa a
gente
Estarmos afeitos a largar de vez, significa que a menor taxa de toxina já nos
permite
Arremeter para um trabalho de abandonar – sempre com orientação médica –
Algo que para nós é digno de um regalo posterior, com o devido trato e
atenção...
quinta-feira, 3 de abril de 2025
A DISTINÇÃO DA FUGA DA REALIDADE NA NEUROSE E NA PSICOSE É, NA NEUROSE, O RECALQUE DO ID PARA UM RETORNO DA REALIDADE, ONDE SE SACRIFICA UM FRAGMENTO DO ID, E NA PSICOSE A MODULAÇÃO DA REALIDADE EM FUNÇÃO DAS DEMANDAS DO ID, OU SEJA, SACRIFICANDO UM FRAGMENTO DA REALIDADE, MODULANDO-A PARA UMA OUTRA, SUPOSTA E RECRIADA, MAS EM AMBOS OS CASOS É NATURAL A FUGA DA REALIDADE E A RECRIAÇÃO DE CONTEXTOS APARENTEMENTE MAIS CONFORTÁVEIS EM BUSCA DA NEGAÇÃO, OU DO RECALQUE MAL ACEITO, OU DA REALIDADE INCOMPATÍVEL.
AS FORÇAS MORAIS DE UM HOMEM SADIO NÃO NECESSARIAMENTE SÃO PLENAS, MAS QUANDO UM HOMEM QUE COGITA ESTAR MUITO ENFERMO AS POSSUI E RECEBE A NOTÍCIA DE QUE NÃO ESTEJA NECESSARIAMENTE ENFERMO, SUAS RESERVAS MORAIS CRESCEM NATURALMENTE, E CONFORMEMENTE COM O ANDAMENTO DE PASSOS MAIS AGIGANTADOS PELA FORÇA QUE IMPRIME A CERTEZA DE SUA SITUAÇÃO ORGÂNICA DE SEU CORPO, ENQUANTO TEMPLO DE SEU ESPÍRITO...
QUANDO ADULTOS BRINCAM DE JOGAR COM VIDAS HUMANAS, ISSO É SOBREMODO SÉRIO, POIS DEMANDA ESTAREM PRATICANDO POR VEZES COM BOTÕES DESASTRES IRREPARÁVEIS PARA A DIMENSÃO HUMANA E PLANETÁRIA, NO CASO DAS GUERRAS, FRIAS OU QUENTES, OU NA ACEPÇÃO NUA E CRUA DE QUEREREM UM PODER COMO UMA MISSÃO A QUE SE DESTINA A PRÓPRIA DERROTA DE SE VEREM EM POSIÇÃO MAIS VULNERÁVEL, POIS QUEM GOSTA DE VENCER DEVE SABER ACEITAR A DERROTA, JÁ QUE QUEM LUTA HOJE EM DIA A ENCONTRA COM MAIS FACILIDADE DO QUE QUEM SEGUE EM PAZ SEM RUÍDOS MAIORES, OU SEJA, PARA QUEM PRATICA O BEM, NÃO HÁ LUGAR PARA A MALDADE, E HÁ JÁ AGENTES BEM TREINADOS PARA LUTAR EFETIVAMENTE CONTRA ELA, NO MANO A MANO.
O LÚDICO NAS CRIANÇAS
O caso
de P., 12 anos, perde a mãe de um infarto fulminante. Uma criança que a
terapeuta trata e nas terapias tem sido assíduo e pontual... Um menino ativo,
até demais, seriam os momentos em que pudesse ser mais infantil aqueles que
sequer se permite. Bom aluno, visto com certa prepotência, mas sofre de anurese,
depois de ter ocorrido o falecimento da mãe. As ferramentas no trato
psicanalítico com crianças passa pelo brincar, são outras, deve-se entrar em
seu imaginário, e no caso desse guri, quiçá quando pensara que deveria estar
presente junto com a mãe para que nada tivesse acontecido, posto estava com a
irmã, sendo ele um temporão, a irmã, já casada, e uma espécie de mãe tamponada.
Na figura da analista, igualmente, uma outra figura, parecendo todas, incluindo
a tutora da escola que lhe dá as aulas de reforço, igualmente figuras que
preenchem essa necessidade da mãe, essa questão da falta, que o menino nega em
sua fala, dando uma de durango kid, de super herói, dentro obviamente de seu
imaginário algo desconstruído, meio frágil, mesmo sendo experto no jogo, sendo
um bom filho de seu pai e bom e devotado aluno, praticante de karate, etc.
Huizinga
já falava, em seu “Homo Ludens” o aspecto de jogo na civilização e nas
culturas, desde as mais primitivas às mais desenvolvidas, desde os diversos
ramos de atividade, como o esporte, o jogo em geral, os games se desenvolvem, e
como milhões de pessoas jovens, adultos e crianças fazem uso desse manancial de
entretenimento. Na psicanálise especialmente, para entrarmos no universo
infantil, o jogo é algo soberbo, pois o campo simbólico do discurso se dá na Natureza
desses pequenos seres de forma mais simbólica do que imaginamos... É através do
jogo das cartas e de não saber perder, que P. manifesta sua forma de ser mais
responsivo, maior, mais importante, zeloso e quiçá até um pouco prepotente,
ocultando uma agressividade que pode estar latente, e seria com esse recurso
extraordinário que o analista deveria se colocar frente ao desafio de extrair o
sentimento de culpa e de castração que o menino esboça frente à fantasia de que
se estivesse junto à sua mãe evitaria o pior, apesar de ter sido um infarto
fulminante, e fatalmente nada poderia ser feito. Mas deve ser um trabalho
escalonado, por etapas, na medida em que se desconstrói a estrutura imaginária
desse analisando, possibilitando não relacionar diretamente esse mesmo aparato simbólico
com seu problema de anurese, derruindo o processo e desmistificando o saber
mesmo da fantasia criada, repondo ou diluindo em outros paradigmas psíquicos. O
uso de bonecos, uma representação teatral que revele a frustração, ou
propriamente um super-herói que frustrasse a expectativa de nada fazer, seria
uma boa medida para entrar no imaginário do menino, ou o jogo em si, observar
como ele reagiria à possibilidade de derrotas, ou mesmo revelar a essa pequena
persona em construção que errar é humano, e que somos sujeitos a falhas, mas na
realidade há erros em que efetivamente não somos responsáveis por eles. E que
essa culpa não deve ter razão, mesmo que saibamos que a razão é um terreno
relativo, principalmente quando tratamos de um terreno como o inconsciente, e
como as coisas se precipitam em sentimentos, recalques, e castrações dessa
ordem.
Em
síntese, na análise dos adultos utilizamos o campo do simbólico, do imaginário
e o real, na visão lacaniana, assim como no ego, no superego e no id, na
questão freudiana, e na questão infantil não é distinta, apenas as ferramentas
de se alcançar o domínio expressivo do analisando é distinto, mesmo sabendo que
por vezes quando cremos que o jogo é excelente para uma abordagem infantil,
quiçá muitos adultos joguem o tempo todo igualmente, mas isso se dá no plano
das ideias, da associação livre, e quiçá de uma razão e soberbas que distinga o
ser do próprio ser, fenomenologicamente falando, na pura questão existencial de
afirmações ou, quando tecnicamente a busca pela terapia é sincera, na exposição
evidenciada de nossos mais íntimos sofreres...
SEMPRE A MESMA HISTÓRIA: A JUVENTUDE CONFUNDE A POLÍCIA, QUE SERVE PARA NOS PROTEGER, COM A REPRESSÃO, POIS INSISTEM NA QUESTÃO DAS DROGAS, FUMAM, BEBEM DESPUDORADAMENTE, E DEPOIS ACABAM TENDO QUE TOMAR VOLUMES DE MEDICAMENTOS, DANDO MAIS PREJUÍZO AO ESTADO E, PIOR, A ELES MESMOS... ENQUANTO A ILUSÃO DE QUE A IDEIA DE QUE VIVERÍAMOS ALGO PARECIDO COM UM PASSADO QUE NÃO RETORNA MAIS, BASTA ESTUDAR, VOLTAR AOS BANCOS ESCOLARES, E FAZER DESTE PAÍS UM PAÍS MELHOR, POIS NÃO ADIANTA TRABALHAR PARA ALIMENTAR O VÍCIO, ISSO NÃO É VIDA.
quarta-feira, 2 de abril de 2025
SENDO AS DEPENDÊNCIAS QUÍMICAS, ENTRE ELAS O ALCOOLISMO, CONSIDERADAS ENFERMIDADES MENTAIS, CABE A UMA SOCIEDADE CIVIL UNIDA, COM SEUS PROFISSIONAIS DE SAÚDE, SUAS EQUIPES E IRMANDADES DE RECUPERAÇÃO TRABALHAREM PARA O BEM COMUM DE TODOS OS ATORES DE NOSSA SOCIEDADE, INCLUSO OS VITIMIZADOS POR ESSAS INTERCORRÊNCIAS.
O SENHOR BLOOM APONTOU RÁPIDO. PARA APANHAR E ANDAR ATRÁS DELA SE ELA FOSSE DEVAGAR, ATRÁS DE SEUS PRESUNTOS MOVENTES. AGRADÁVEIS DE VER COMO PRIMEIRA COISA NA MANHÃ. DEPRESSA, DESGRAÇADO. SECARA A ROUPA ENQUANTO O SOL BRILHA. ELA PAROU FORA DA LOJA À LUZ DO SOL E FLANOU PREGUIÇOSAMENTE PARA A DIREITA. ELE SUSPIROU NARIZ BAIXO: ELAS NUNCA ENTENDEM. SODACAUSTICADAS MÃOS. UNHAS DOS ARTELHOS ENCARAPAÇADAS TAMBÉM. ESCAPULÁRIOS CASTANHOS EM TRAPOS, DEFENDENDO-AS IDA E VOLTA. O FERRÃO DO DESDÉM LUZIU ARREFECENDO O PRAZER DENTRO DO PEITO DELE. PARA UM OUTRO: UM GUARDA-CIVIL DE FOLGA APERTAVA-A NA ALAMEDA ECCLES. ELES APRECIAM AS DE BOM TAMANHO. SALSICHAS DE PRIMEIRA. Ó, POR FAVOR, SEU GUARDA, ESTOU PERDIDA NESTE PARQUE. - TRÊS PENCES, POR FAVOR. ulisses, james joyce.
MECANISMO DA COMPULSÃO
Não há
exatamente a certeza de sermos ou estarmos tendo compulsão, mas em termos de
vícios certamente há. Falo disso, sou um adicto à nicotina, e agora já tenho a
gana de fumar um, quiçá para poder escrever algo que faça sentido, ou que
alerte, conforme a minha própria experiência, a outros, o que é estar afeito a
uma sensação de abstinência que sequer começara, meio que em um “rito
preparatório...” O ato de fumar para agir intelectualmente, o ato de se
preparar para um estudo, mesmo que se porventura a experiência da abstinência
vem de roldão, o fato é saber que essa mesma experiência de sentir a pulsão por
algo, por uma substância, pode vir a dar nos costados de uma reflexão que pegue
mais fundo na verdade, pois é essa a intenção, como se fosse eu a minha própria
e intencional cobaia de mim mesmo. Longos termos escreveria, quiçá sobre
aspectos de um narcisismo febril, onde a mesma faculdade intelectiva estivesse
sobrecarregada de falhas, quando a lógica, o lado racional do ser humano,
aparentemente, sob o testemunho de alguns, especialmente os adictos ao
tabagismo, se sentem quando lhes falta o cigarro, ou quando não houve aquele
inicial, meio que preparando quase espiritualmente um laivo de mediunidade na
questão, o que vem a dar com os burros n’água, pois certamente isso não faz o
menor sentido à luz da ciência da mente.
O
correr das palavras, como estas se pronunciarem, vem dar as luzes da citada
experiência, e que me perdoem as linguagens extremamente lógicas, pois não sou
e nunca fui um filósofo, e quem me dera conhecer sequer as bases empíricas de
tal doutrina. O fato é que me alivia escrever, e não me dá vontade de fumar
escrevendo assim, livremente, associando coisas e mais coisas como se eu
estivesse postado diante de um terapeuta. A associação livre de ideias
porventura é um recurso que Freud implementa como modo de se dizer algo, e digo
isso nos moldes em que esteja fazendo um tipo de auto análise, onde o objeto em
questão sou eu, me lerei depois e verei onde estaria a compulsão que agora se
me desatrelou dos caminhos da minha própria verve, quando sei que a razão que
me impeliria a fumar não vai ocorrer até terminar o escrito, e escreverei pela
vida, pois sei que a pulsão de morte influencia deveras o pensamento de todo o
viciado que não se realiza através do princípio de realidade...
Em um
momento de tensão, onde cito essa mesma pulsão, se me invade, quando me levanto
para reler a assertiva, aquele reflexo condicionado de querer pegar um cigarro
e acender, quando sei que este mesmo parágrafo agora estará convocando aqueles
que possuem sensações semelhantes, que a história pode ser postergada para o
capítulo de um próximo e um próximo parágrafo, discorrendo sobre a compulsão, a
Natureza do vício e do viciado, o que o levaria ao ato e quantos paus para
construir uma canoa de limpeza seria ou faria parte de um caráter honesto em
reafirmar ser tudo uma experiência descritiva, e não uma narrativa fantasiosa
esse tipo de tese em que tudo se resume na expressão pura e simples de meras
palavras. Eis aí, caro Freud, vossa associação livre, eis aí a possibilidade de
experimentar a sensação de não se sofrer, porquanto – sejamos realistas – quem vos
escreve apenas está saindo da compulsão ritualística preparatória, e demandará
horas para sentir os efeitos da abstinência, e quiçá, agora dentro de meu
próprio domicílio-laboratório, possa descrever outros momentos da citada
abstinência e ficar pelo menos por hoje abstêmio da substância, ou fumar um
cigarro antes de dormir, mas isso é tarefa quase desejante ao revés, no que
infira que há um misto de idealização no prosseguir, então prometo ao leitor
que fumarei um cigarro depois de toda essa narrativa, apenas, ou melhor, se for
possível procrastinar, fá-lo-ei, por uma suposição quiçá pretensamente
coerente.
Um
misto de pesquisa me encerraria um trago no tabaco, mas envolvo-me com a outra
pesquisa que postulo, que seja envolver tudo o que diga respeito à dependência
e a racionalização que faço meio que tentando explicar, mas na realidade é
apenas um arremedo de teoria quase conspiratória contra a nicotina, o que tento
empreender, posto a reflexão e a expressão humanas são meios que podemos
encontrar para sublimar as pulsões, incluso aquelas causadas por substâncias
que as causem fisiologicamente, ou seja, organicamente... Quase paro por aqui,
meio que me acovardo, torno-me mais adoecido, ou mais mentiroso, pois neste
exato instante pensei dar um fechamento na fala e fumar um cigarro, mas na
realidade tenho algumas obrigações a cumprir e creio que as ordens médicas sobre
a abstinência e sua crise deveriam me fazer mascar uma goma de nicotina, mas
tentarei encerrar o texto tentando ver com cautela se os seus descaminhos
emascaram realmente os erros em que o pensamento pode vir a claudicar com a
ausência da substância.
Uma
breve pausa, não estivera falando muito com o pouco que me restava de uma consciência
mais desperta, mas um ansiolítico me fez bem agora com suas três gotas.
Resta-me uma calma, não fora à substância, mas sim as palavras agora possuem um
gesto mais leve, tal a sensação que experimento. Em outras palavras, são quase
sete da noite e parti tardiamente para um tipo de ação combinatória, onde um
bom médico havia dito que seria ótimo escrever sobre a abstinência, enquanto
outro afirmara a possibilidade de se acalmar com recursos dentro das
possibilidades à mão. Quem sabe o grande James Joyce encaminhasse, em seu “Ulisses”,
o seu personagem pelas ruas de Dublin, sabendo de sua Helena, o esperando em
sua casa, os seus desapegos sintáticos, e aí começo quiçá a querer devanear
muito sobre literatura: deveras!
Abre-se
a chave: o vício passa, a pulsão passa, somos capazes de reinventar a roda,
sublimar inclusive um grande tóxico que tanto nos arremete contra a nossa
saúde, física, mental e espiritual. Quiçá fosse um bom espírita, mas na mesa
branca Kardecista, um dia me disseram: não é bom fumar, jamais fume! Se
porventura eu encarasse o credo mediúnico, porventura acreditaria ser bom
fumar, ou isso não complicaria tanto a minha saúde mental que o cigarro viraria
motivo para delírios dessa magnitude? Ou a crença absurda de outra religião que
o charuto ou o cigarro alimentaria o Cavalo... Que os pais de santo o sabem de
sua crença, isso é indubitável, digno de respeito, mas um médium não deve crer
que depende de uma substância para sua “entidade” poder fumar. Pelo menos não
arremeto por essas veredas, pois quero estar limpo, e a prova disso é ter
podido escrever um texto que tento situar dentro de uma realidade praticável e
possível a respeito de um vício tremendo, e que nada e nenhum espírito estaria presente
em minha companhia para que eu pudesse escrever o que bem entendo, pois sou um
homem com minha crença espiritualista, e inclusive no Kardecismo se prega que
devemos orar por quem já desencarnou para que possam seguir seu rumo na Paz do
Senhor.
A DIALÉTICA DO ENTRE ANÁLISES
Mulher,
J., 34 anos, paciente psiquiátrica de depressão, tomando medicamentos.
É
singular vermos que na síntese final, depois de discorrer tantas coisas
relacionadas à sua negação enquanto mãe, a vontade de apenas dormir, comer,
depois dormir, e nada mais, quando nega que nem os filhos mais gostaria de ver
e que sua mãe é melhor mãe deles, e negar sua vida, que nada dá certo, o
analista lhe pergunta: “... você lembra como foi quando seus filhos começaram a
andar?” Ela responde: “Nossa, eles caíam direto. Andavam ‘tudo torto’, sem ritmo
e sem jeito...” Ou seja, poderiam ser várias respostas, como: eles eram uma
gracinha, eu achava esse desenvolvimento da infância muito rico para mim e etc.
Mas o analista, opondo-se dialeticamente ao discurso da paciente, lhe diz: “E
você estava ao lado deles?” E ela: “Sim sim... sempre...”
Fechando
magistralmente uma análise como poucas, deixa nas entrelinhas e encerra nesse
exato momento, se despedindo da paciente, deixando em aberto o encontro que ela
deixara escapar consigo mesma, de que houvera ser mãe o tempo todo, e tudo que
ela demonstrara de angústia frente ao marido, frente a presença de um Grande
Outro que a tudo a observaria, de estar sufocada por circunstâncias
existenciais profundas, verte na sessão, exatamente naquela última assertiva em
que geralmente Lacan, com sua experiência encerrasse sempre a sessão, pois já
acharia ser o suficiente. A psicanálise não é um processo que acontece apenas
durante a sessão, pois é exatamente em seus intervalos que a dinâmica não
cessa, e a dialética da existência vai se contrapor à experiência única de uma
outra sessão onde porventura as questões mais profundas virão mais
classicamente à tona, quando um insight vira revelação na fala do paciente, de
si para si mesmo...
terça-feira, 1 de abril de 2025
AURORA DA UNIÃO
Se um termo de compromisso nos sobrelevasse
Para além de desditas alternas, quem nos disse algo outrora
Quando puxamos da memória os tempos de outros dias, outras horas
Em que, mesmo em meio a grande sofreres, há dias outros que nos refazem...
Somos unos, unidade, mudanças, somos aquilo que de melhor se encaixe
Nas peças de uma vida inteira que há de ser vivida novamente
Quando nossas promessas se realizam frente a um escopo de barco fremente
Ao turno que de positividades nada taciturnas enfunam as velas rumo ao
nascente.
O VALOR DE CAMBIARMOS UM ESTADO ESPIRITUAL DE LIMPEZA E DE SOBRIEDADE, POR ALGO COMO UMA DEIDADE DE BRONZE, QUE PORVENTURA PODEMOS ENCARAR COMO UMA REPRESENTAÇÃO ESPIRITUAL DE DEUS, PODE SER UMA AUTO PREMIAÇÃO À ALTURA DE QUE SE ESTEJA CONFORME COM O ALTÍSSIMO A TROCA DA ENFERMIDADE PELA ETERNIDADE DO MUNDO ESPIRITUAL.
POR VEZES O TEMOR DE TOMARMOS UMA ATITUDE É, QUANDO SOMOS NEÓFITOS NAS QUESTÕES DA ANÁLISE DA PSIQUE, ESTARMOS NOS APROXIMANDO DE UMA PULSÃO DE MORTE, OU INSTINTO DE THANATOS, MAS O QUE OCORRE É QUE MUITAS VEZES EROS, OU O INSTINTO DA VIDA DRIBLA AS EXPERIÊNCIAS DO CITADO NEÓFITO SOB AS ORIENTAÇÕES DE UMA MAESTRA CIÊNCIA...
O PACIENTE TEM QUE ENFRENTAR A VIDA E TODAS AS SUAS DIFICULDADES COM OS RECURSOS DE QUE DISPÕE, POR ISSO É TAREFA DO ANALISTA NÃO APENAS ACOLHER, MAS FAZER O PACIENTE CONFRONTAR IGUALMENTE COM A SUA PRÓPRIA REALIDADE, POIS NEM SÓ DE OTIMISMO SE VIVE A VIDA, MAS DO RECONHECIMENTO DE QUE MUITAS VEZES O SOFRIMENTO FAZ PARTE INTRÍNSECA DELA, COMO PARCELA DE SE VIVER, E O ENFRENTAMENTO POSSÍVEL PARA QUE OS SERES HUMANOS POSSAM SAIR DESSE SOFRIMENTO POR VEZES SIGNIFICA IGUALMENTE SAIR DE CERTAS ZONAS DE CONFORTO ILUSÓRIAS.
CRACK, EM INGLÊS, QUER DIZER FISSURA, QUIÇÁ POR ISSO O NOME DA DROGA COMO A CONHECEMOS NO BRASIL. MAS A FISSURA ESTÁ PRESENTE EM MUITA DROGAS, COMO NA HEROÍNA, NA MACONHA, NA NICOTINA, NAS OUTRAS MODALIDADES DA COCA, COMO ELA FUMADA EM UM BASEADO OU INALADA, OU COMO FORMAR DE MANTER CERTAS "PERFORMANCES SOCIAIS" NO CASO DE SE EMPREENDER UM NEGÓCIO, OU "ESTAR ESPERTO OU ÁGIL NA FALA" COM O USO DESSA SUBSTÂNCIA TÓXICA.
SOBRE UMA ABORDAGEM TERAPÊUTICA
Achei interessante a abordagem do terapeuta sobre o caso do paciente preocupado com o seu trabalho, o ingresso como empresário, essa “vida nova” e, no entanto, insuflada para ele por medos, onde na fala essa palavra foi recorrente, e o modo como Pedro elucida a questão do discurso que está por trás de um simples questionamento lógico por parte do analista, onde qualquer interferência desatenta em uma pergunta ou direcionamento pode vir a ser um erro na condição da análise. Por exemplo, quando ele pergunta ou afirma que agora C. é a empresa, e o paciente ri, talvez sardonicamente, quiçá negando ser a própria empresa, pois justamente não está seguro quanto a sua condição de empresário, haja vista afirmar que não está crescendo junto com o empreendimento como gostaria... “Não desejar ter algo que desejaria ter”, porventura, talvez ilustrasse bem a situação, entre ser o funcionário público com o bônus do salário garantido, ou o empresário com o ônus de ser obrigado a trabalhar duramente para ganhar o sustento, isso poderia parecer simplista, mas creio que além dessa semântica ou racionalização há algo mais profundo, quiçá relações familiares, ou mesmo profundas contradições em que a posição afirmativa do sujeito em que está ou se diz satisfeito encontra o viés de sua própria negação.
Em
síntese talvez o princípio do prazer no caso de C. e seus riscos, encontre no
princípio de realidade da segurança do emprego público algo que o coloca em um
dilema existencial profundo, como se as engrenagens não funcionassem, e talvez
visse a sua coach, como uma possível
chefe da qual não gostaria de receber orientações, pois talvez se sentisse do
outro lado, regredindo para a vida de funcionário, onde porventura não encontra
a menor possibilidade de “ajudar outras pessoas”, que vem a dar em uma outra contradição
em seu discurso. A associação livre nos permite esmiuçar a natureza expressiva
das palavras, sua sintaxe, seus chistes, e tudo o que nos guie para manter
acesa a chama da descoberta do imo mais profundo do ser humano, mesmo em
assuntos que aparentemente não denotem aparentemente maior complexidade.