sábado, 12 de abril de 2025
Nos anos 1960, na era do “estruturalismo” (teorias baseadas na noção de que toda a atividade humana é regulada por mecanismos simbólicos inconscientes), Louis Althusser propôs a famigerada fórmula do “anti-humanismo teórico”, admitindo, até exigindo, que ele fosse suplementado pelo humanismo prático. Em nossa prática, deveríamos agir como humanistas, respeitando os outros, tratando-os como pessoas livres com plena dignidade, como criadores de seu mundo. Na teoria, no entanto, deveríamos ter sempre em mente que o humanismo é uma ideologia, o modo como experimentamos espontaneamente nossas dificuldades, e que um verdadeiro conhecimento dos seres humanos e de sua história deveria tratar os indivíduos não como sujeitos autônomos, mas como elementos numa estrutura que segue suas próprias leis. Em contraste com Althusser, Lacan defende que reconheçamos o anti humanismo prático, uma ética que vai além da dimensão do que Nietzsche chamou de “humano, demasiado humano”, e nos defrontemos com o cerne inumano da humanidade. Isto significa uma ética que enfrenta destemidamente a monstruosidade latente de ser humano, a dimensão diabólica que irrompeu no fenômeno amplamente coberto pelo rótulo “Auschwitz”. COMO LER LACAN.
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