domingo, 20 de abril de 2025

O que é então a fantasia em seu sentido mais fundamental? O paradoxo ontológico, o escândalo mesmo, da fantasia reside no fato de que ela subverte a oposição típica de “subjetivo” e “objetivo”: é claro, a fantasia é por definição não objetiva (algo que existe independentemente das percepções do sujeito); no entanto, ela é também não subjetiva (algo que pertence às intuições conscientemente experimentadas do sujeito, o produto de sua imaginação). A fantasia pertence antes à “bizarra categoria do objetivamente, subjetivo − o modo como as coisas realmente, objetivamente, parecem ser para você, mesmo que não pareçam ser dessa maneira para você”. Quando, por exemplo, afirmamos que alguém é conscientemente “favorável” aos judeus embora abrigue profundos preconceitos antissemitas de que não tem consciência, não estamos então afirmando que (na medida em que esses preconceitos não traduzem o modo como os judeus realmente são, mas o modo como parecem ser para ele) ele não sabe como os judeus realmente parecem ser para ele? COMO LER LACAN.

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