terça-feira, 31 de dezembro de 2019

O LADO QUE INEXISTE


Seria uma superfície histórica algo que nos consubstanciasse a razão
Ao ponto de um jurista acreditar piamente em que o Direito seja
A ciência da lógica dos predicados, dos objetos, além do que fora
A dimensão sonante de uma moeda trocada por mercadorias frouxas
Que se encontram em um convés de um barco subliminar?

A ponte nos gera, é influxo, é palavra, une, encaminha e urge
Tal o fonema de um imagético destino, que seja, a se rogar que permaneça
Na mesma União de se saber um elo que nos faltasse para divulgar
Um perdão da dúvida, a circunscrição de uma área, um bairro mais seguro!

Que seja o ato maior do que a própria palavra, que a vida não encerre tudo
O que nos faltasse na dimensão de um propósito maior do que a sua existência…

O lado que nos falte não seja o lado da cara, talvez da coroa, posto talvez
Não se possa relacionar a razão do lado da coroa sem a face, ou ao número
Tangencie a sorte de encontrar a moeda no jogo sem conta, de uma sorte
Quase efêmera que nos encaixe no valor do que dá para comprar
Naquilo que realmente gostaríamos, por uma suposição das fibras, de obter.

As falsas aparências aparecem na vertente de uma face que inexista
Mas que em uma realidade do fato é presença inequívoca, mesmo que farsa!

No entanto, vejamos com melhores olhos a unidade principal, as forças
Que regem um sistemático proceder, a um ano que transcenda as frentes
Naquilo que não exista, no entanto, das faces cruentas da realidade…

Encontrar um óbice tão aparente quanto um rotor gigante, girante e pífio,
Na mesma jornada de sua ordenança pode estar um outro jogador, ludens,
Que perpasse nas fímbrias de um ocaso as esperanças que deixamos na rua.

Essas ruas girantes, esses fantasmas que carregamos no entorno, medição,
Ordens, palavras, justiças, regulamentos, processos, jurisprudência – que seja
Em uma verdade nua e crua, una, portanto déspota, jurada, previdente ou anunciada.

São tantos os modos em que vivemos que um ano não nos bastara a sermos
O que realmente esperamos de nós mesmos, posto carapuças de antimônio
Como alquimia que a carregamos nos vórtices de um cristal de silício
Pudera, temos os recursos para transformar quem sabe a própria matéria.

Na escalada de uma vertigem de um poeta que ame seus caminhos, está o recrutar
Das gentes que urgem por estarem caminhando, cada um ao seu modo, a se virar
A omelete bem no ponto de dourar a clara que estava fremindo por desejo de lados.

E ao lado que temos, que fatalmente e centralmente possuímos dois, dois braços,
Duas pernas, um olho, um canhoto, outro olho que olha, uma boca simétrica,
A coluna aprumada onde a medula e seu sistema regem o motor de ambos os lados,
E que, no entanto, se teima a dividir quiçá uma perna serena pela promessa da prótese!

Não, que o cadinho do alquimista quer do fato suas qualidades, quer do chumbo o ouro
E que reja pelo bendito valor da química toda aquela que seja válida, sem lados turvos
Para que não se confunda o simples com lutas inglórias de cartilhas pífias ou duras.

Nenhum comentário:

Postar um comentário