sábado, 28 de dezembro de 2019

O FAKE PRESENCIAL


          O mesmo processo de falsidade ideológica de uma fake news pode se apresentar no contato direto, no que se saiba, resultado de um encontro às escuras ou obscurantismo a respeito da origem do dito “personagem”… Algumas pessoas, em eras de incertezas de ordem existencial, acreditam serem personas criadas por si, um tipo de avatar, por vezes fazem parte de grupos que extenuam os mais simplórios com complexos modos de viver, cultuam a violência ou mesmo uma santidade ilusória. Treinam para serem membros investigativos sem serem sequer da equipe da segurança, ou muitas vezes atuam como em um teatro para confundir aqueles que acreditam terem mentes mais vulneráveis, cabendo aí efetivamente a criação de danos à saúde de toda uma população que ao menos tenta viver consoante com as leis e a ordem. Esse discurso não é comum só aos seres que residem no dia a dia em seus anonimatos por opção mais do que óbvia, mas igualmente naqueles que exercem mandos de Poder tão grandes como alguns chefes de Estado. A arte seria um recurso para retratar esses fatos, mas a pantomima de quem encarna um lutador de ferro, porém, abraça a questão de na realidade crua tentar fazer uso de sua força para defender uma ideia, para agir com preconceitos, para ofender, no papel de quem por rude modo de ser porventura não queira ter ao menos o menor contato com a tolerância. A máquina azeitada da Lei, em seus mais variados casos, recebe o treinamento adequado para urgir qualquer providência com sua exatidão e isenta, na sua intenção própria e institucional, de erros crassos e, no entanto, deve questionar e dialogar com instâncias superiores sobre a validade ou referencial cabível de alguns atos.
          Na verdade, caem na ilusão quem queiram, mas há que se ter um pé atrás sempre que se coloca a questão da Verdade nos fakes ilusórios que se pretendem abraçar as nossas vidas. Até que ponto uma guerra mundial seria factível em um game, sobra-se a questão de que o game é criação humana, e talvez seja indicativo do crime em induzir tal ideia em quaisquer contextos… Quando se fala em um Ato de século passado, no dizer de um regime autoritário, não há – e o fake presencial se revela aí – possibilidade de se repetir historicamente qualquer modalidade de exceção quando na época em questão sequer fazia-se uso da informática… Jamais se repete um momento histórico, jamais haverá uma transcrição, justamente porque as defesas em relação a certas transformações previsíveis, quando da suposta repetição, já foram estabelecidas em questão sistêmica e igualmente transformadoras, o que vem a dar na ciência histórica um ato que só será palpável em um contexto histórico outro, que por sua vez é dinâmico e fruto das comunicações modernas. Isso se chama progresso, e ciência, e não uma estagnação compulsória, porquanto a força depende, por exemplo, de telas de maiores definições em termos de pixels, e isso fatalmente torna o horizonte mais aberto, assim como o diálogo que sempre deve existir em categorias do trabalho e melhores fontes de ganhos.
         O que sempre vai se temer no enquadramento de uma farsa, é justamente o teatro de fantoches, frente aos fakes que nos atrasem a vida, conquanto exercícios da mentira e da manipulação. O fato é que cada vez se constroem mais muros, não apenas nos Estados do Norte, mas a contenção migratória, o apartheid Palestino, o holocausto negro na África, as guerras cruentas em várias localidades do planeta, o terrorismo, a criminalidade mundial, o tráfico de drogas e armas, e todas as indústrias que alimentam esse não fake, ou seja, a realidade nua e crua da situação global. Conselho que se dê: apareçam com seus tíbios recursos, pois há muita gente postada no real!

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