domingo, 15 de dezembro de 2019

O OLHAR QUE IGNORA


A ver que um olho olha para cima, pois que outro não vê a árvore
Na conformidade de enxergar raízes, e que estas são mais do que o ignorar
Quando prescrevem a longitude de esquadrinhar a primavera de origens…

Nas nossas vidas, quem diria que somos do ignorar quando uma pequena gota
De um orvalho remanescente, prediz que podemos sair sem blasfemar o mar!

Do olhar que não olha: nem raízes, nem frutos ou flores, rege-se na colheita
De um sono luzidio sem a parafernália do se pretender ao afago
Que retém na atmosfera do carinho a ciência de não se ignorar a ternura.

Ao se ter duro o olhar que cego ainda pretenda ver, sabe-se que um livro
Que seja, apenas um, pode conceber um conhecimento fora do script
Que se veste da anuência ao turvo no sentido de fazer conhecer a produção!

Pudera sermos tantos e tantos com os olhares do mundo em nossa mão,
Quem sabe seríamos outros se não nos ativéssemos somente na Terra.

Um lado, quiçá, mais transparente do que a nervura de uma folha seca,
Um fardo que a formiga consegue – a duras penas – rematar na troca
Por outro mais pesado naquilo de progresso de se tornar mais forte.

Ou de outro caso, em que um minúsculo inseto triangule com seus iguais
No sentido de evitar o bote da aranha, igualmente pequena e puladora
Nos seus palpos que devoram imediatamente na luta da Natureza.

Seremos nós suficientes para elucidar mistérios que ignoramos
Ou passamos a ignorá-los por uma questão de retaguarda funcional?

Não, jamais haverá um câmbio de plataformas mais ou menos seguras
Enquanto não se abrir a percepção de que os homens não estão sós no mundo
Como se prediz em certas escrituras onde os animais não residem…

A partir do momento em que um grande facho de luz entre em nossa vanguarda
Se torna a retaguarda uma sombra iluminada onde se prevê seguramente
Que certas criaturas divinas permanecem do lado onde se encontram as santidades.

E o máximo que temos em nossos olhares sobre o imenso tapete natural da vida
Refaz o entendimento de que culturalmente somos o início e o meio,
E que o retratar-se do dispor de nossa consciência só trará positividade a todos nós!

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