sexta-feira, 6 de dezembro de 2019

LIBERDADE E LIBERTAÇÃO


          Se não há libertação não há liberdade… Os caminhos da história são duros nessas questões, porquanto vários povos foram manietados, explorados, em um caminho de ida e volta posto que nos colocamos como um ponto pivô em relação aos tempos atuais, um milênio que revela saltos qualitativos ou perdas generalizadas nesse campo. Jamais alguém quis ser escravizado, jamais alguma família quis ganhar menos do que uma renda justa, um pago merecido, mas alguns sempre quiseram manter os privilégios de conservar uma relação injusta com os subordinados, quando porventura sempre houvera a relação de patrão e empregados. No nosso país ninguém muda esse perfil facilmente, e atualmente se pretende até mesmo se controlar a livre imprensa, a livre expressão, na tentativa de cercear a liberdade que somente a Democracia permite. Mas isso não é uma condição irretocável. A liberdade passa a ser quase um delírio por vezes em mentes mais afoitas, mais da arte, da expressão, do desenvolver um pensamento e seu feedback. Não caberia analisar o fato do que vem a ser a liberdade, posto quem a desenvolva sabe dos seus meandros na capacitação de aceitar a extrema diversidade social dentro do emblema de uma vida mais inteligente. Não propriamente a inteligência compulsória, mas dentro de um espectro da amistosa relação com a filosofia, um pensar livre de amarras, a condição sine qua non de que as boas ideias prevaleçam sobre a pisada forte por encima de nossas criativas intenções, justamente onde um país possa se desenvolver com suas próprias engenharias, no dito: engenho, criação, ferramenta, o que transcende propriamente a filosofia, mas o seu teor intrínseco se estuda como algo transparente e belo no quesito do know how, o como fazer. A se propor a libertação de amarras que significam saber-se algo, desde que seja de outro país e sua proposição de conhecer, não diste que saibamos aqui dentro, mesmo que para isso tenhamos que conhecer a partir de fontes externas à nossa pátria, mas a sede de atuarmos nesta é que nos diferencia de uma sociedade que se entrega culturalmente ao modo de vida estrangeiro como sendo principal e única referência que conceda ao cidadão o status e a posição profissional fora do espectro de uma nação: íntegra e soberana.
           Pensemos por encima da razão que nos leva embora, manifestemos nossos diálogos e debates internamente para construirmos um panorama forte de nosso ideário, pensemos de dentro para fora, aprendamos com os direitos do índio, façamos a lição de casa preservando o bem e denunciando os abusos de qualquer ordem, pois estas são as razões até mesmo crísticas, posto o Cristo Rei fala em libertação, contesta Roma, dá os sestércios a César, e predita a igualdade entre todos, quando reparte o pão em suas ceias. Disto não poderíamos tecer oposições, pois certos fatos são redondos como o nosso planeta, e é da esfera de nosso sistema que possuímos o Sol como fonte eterna, e a Lua e suas marés como a magia da mãe d’água. Sim, por que não sermos algo espíritas, xamânicos, hare krishnas, evangélicos, naquilo que se irmana como uma palavra consoante que nos dite algo como a libertação. Libertar a mente da poeira acumulada pelos séculos é como um canto que congregue, que leve adiante, mas que seja plenamente observado o perigo que é confundir a crença ou o credo com o Poder. Quando se fala em libertação a história preserva todas as vertentes do pensamento, visto que mesmo a religião é fruto do pensar, da mente em atividade, da inteligência em descobrir letras de importância ou ritos de passagem…
         Muita literatura foi fabricada para convencer a que se digladiem os povos por causa da religião ou similares. Posto isso de lado, que baste, ponha-se o pingo nesse errado e deslocado i. Não haverá similaridades com algo concreto de sensatez enquanto a contenda seja um lacre a ser descoberto como segredo inviolável e secreto no eufemismo de sabermos que nada mais é segredo hoje em dia, no novo milênio, mas temos que saber que a mentira se espalha com uma tal facilidade nos tempos da rede digital, que dá a impressão de que muitos dependerão do alimento gerado por fakes fabricadas. Um cerne de recursos da mentira, produzidos, fabricados aos milhares, na gestação de inteligências artificiais, como se montar um vídeo algo verdadeiro com um áudio falso acaba sendo recado para criança ver… Crianções adultos, que querem ver o remoto, querem acreditar que a terra possui uma quina por onde os barcos desabam depois de percorrer a grande alfombra do mar! Ao mesmo tempo que denigrem a ciência, revisitam a inquisição quando Galileu descobre o mundo tal qual é, em um litígio contra a Igreja Papal que hoje já aceita as grandes Novas, como entidades do espaço.
           Por ventura cheguemos mais perto da sensatez, quando o mesmo instrumento que quer divulgar digitalmente a ignorância atroz deva saber que seus contatos em qualquer lugar do mundo depende da anuência física dos satélites, e que saibam que estes existem em profusão ao longo do espaço esférico em torno da Terra. Ou seja, muitas coisas que buscam nos amarrar justo em uma insensatez sem tamanho são teorias fáceis que desejam chamar a atenção para o grotesco, para uma miríade de pequenos faunos que deslisam sobre uma superfície de incompreensão, no sentido de se reunir no mínimo para outros tipos de metáforas. Não que não se seja de outra classe, mas a liberdade aí está para se permitir inclusive que existe a mula sem cabeça, o papai noel, a noviça rebelde ou a Jeannie que era um gênio. Superman, Batman, Quarteto Fantástico, Acqua Man e outros personagens de fantasia. Na verdade talvez a libertação seja saber que, enquanto nosso imaginário tanto faculta uma sociedade de relevo em seus ícones irreais, talvez estejamos perdendo tempo quando queremos nos igualar aos descartes da indústria cultural, porquanto o que realmente nos livraria das amarras de tamanha ilusão é ao menos compreender melhor o mundo em que vivemos, pois sim, dentro de um realismo necessário, porquanto elucidador dos fatos que ocorrem em nosso redor: além ou mesmo muito próximos de nossas redomas existenciais ou físicas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário