domingo, 27 de setembro de 2015

POESIA SILENCIOSA

Látego duro em minha carne, quando penso, e o pensar
Passa adiante o próprio nada em que o poeta se encontra
Quando percebe que quando é poeta não sou eu o autor
Que não sabemos onde colocar uma mão que treme
De um tremor secular em todas as histórias da mente...

Sou feliz, mesmo em açoites construídos pelo embate
Em me saber na luta em que sobrevivo por sob química
A saber, que apenas são os efeitos colaterais que ponteiam
A dissonância em saber-me carne onde sobra-me espírito
Ao que uno seja, quem dera, ser um Gogh de novo!

Mas não, prefiro estar silencioso nos dias, fremindo o verbo
Qual semântica de todas as linhas que me permitam,
Nem que o seja nesta que prepara com continência a próxima
Que eis: surge, clássica como a vereda intangível
E em mais uma breve que encerra a terceira estrofe...

E o poeta este passa a ser não um fingidor, pois a dor que sente
Cessa no escrever, que não finge a espera de um sentido
Que seja, uma metáfora que não transcenda apenas a verve,
Mais continue no quinhão que separamos em nossa vida
A que sejamos talvez por isso um pouco mais felizes em viver!

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