quinta-feira, 3 de setembro de 2015

EQUAÇÃO ZERADA

Nulo pode ser o tempo sem número, que não se cria
Na ferrugem sem incógnitas em que subtraímos o vento.

A paz remete a um pensamento válido em pensarmos
Que está igualada a um zero no preconceito do um...

De tantas equações cheguemos proximamente
A um vértice que remonta à origem de toda a geometria.

Zera-se como existente equação do zero em si, zerada,
Ao que fosse ao menos um a se pensar sem barbárie!

Trocando letras, não se conta sílabas, e a insanidade
Passa a ser a cara e a coroa de flores no altar de um túmulo.

Se passa que o mundo está mapeado, sem as fronteiras
Pois zeram a nossa existência enquanto pessoas sem mais um.

De uns e uns e zeros vamos participando do leilão de genes
Que se escrevem dois a dois em imensa escada do acaso.

Mas que esse acaso é ocaso de um outro numeral
Que o seja, na equação de um ábaco, no próprio cristal!

Seria pautar por tudo se a equação já não tivesse mais resposta,
Mas zera-se a pousar em mão crispada os alicerces do tempo.

E a matemática surpreende, mesmo vindo de onde vem,
Que não mereça respeito, pois nem todo cidadão pensa bem...

Não há heróis na equação zerada, pois zeros são as naves do inferno
Que supõe voltarem em seus papéis de hecatombe final.

Não há pressuposição de estarmos em algo que seja o nada
Posto termos deixado no zero as sobras da Terra.

E o que é areia, que a areia sofra o que não queremos sofrer
Quando não sabemos que nem todo o sofrimento não compartilha.

Não adianta estarmos em um igual a um, torre ou castelo,
Se na forquilha de um cinco romano vemos um X de Pedro.

Se é de suposição, veremos que nem tudo o que participamos
É algo de participação, pois internamente temos o dois.

E o um se cria, a partir do mesmo zero em que nos querem
Ao nada existente, se o três se soma ao que supõe seu quadrado.

Essa matemática é mais antiga do que a criação mesopotâmica
Pois foi justamente no Tigre que retiraram as vestes do número.

Assim, caros estudantes dos números, uma placa encerra
A quatro paus dois onzes com letras que principiam algo...

E a literatura sobrevive mais sólida do que a própria equação
De zerarem a arte em sua experimentação cirúrgica e solene.

Em que brote de um genoma quebrado a sintética ciência
De que totalitarismo é pensarmos em algum defeito humano...

Em sua verdade, a equação não pode zerar, pois o tempo
Mostra que ao menos um século passa a pensarmos a solução...

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