Ponteiam-se as cores e seus farnéis,
desde que se demande a ideia. O fato em si corrobora o significado, mas tal voz
pode ser relutante na representação de sua cor. O que vem de si para outro
trepida na intenção o próprio ato, enquanto ilusão ou ignorância, o que vem a
dar no mesmo. Se o tempo discorre uma previsibilidade, sabe-se de cores que vem
a dar no mesmo previsível uma espécie de moda consubstanciada. Do mesmo a se
dizer da imagética e seus quadrantes, em um uníssono que encerra raridades
assaz sutis e efêmeras no conjunto da própria intencionalidade descritiva.
Além dos objetos e suas classes, a
rotina precisa das linhas digitais descarta algo do concreto desconforme, como
o incerto calcado em mitos de aço... Rompem-se os critérios das próprias
sinapses, quando algo se escreve sem esperar a resposta, qual não seja apenas
estatística! E as cores não aparecem na dimensão de neurônios, mas no seu
mapeamento em calor profético. Dos azuis aos vermelhos no ativo neurônio e sua
zona, ao território incandescente dos ocasos. Do conflito não seja o acaso de
outros mapeamentos, mas que bases de dados cresçam para melhorar. Os tons
amarelos, aparentemente transitórios, mostram a efervescência da dinâmica da
estabilidade, qual a transição e seus diálogos. Mas qual, o verde tênue de um
hospital mostra a importância das cores! Ao laranja, que complemente o lilás,
em que as vestes de um bispo o façam andar na diagonal de seus espaços... E
mais um código de barras mostra a verticalidade do negro sobre o branco em
identificar um produto.
Há quem diga que beber é importante
para a veia do escritor, mas que este relembre que a mesma cor do conhaque
veste de serenidade o estar sóbrio em um nicho nas pedras de uma praia de baía
a um por do sol solene, enquanto caminhamos à procura de um quase tudo em
nosso interno e íntimo viver. Crepuscular é a cor que reúne, nas nuvens de um céu
maior do que aquele que antes lêramos em uma página distante ao nascermos em um
outro dia, quando despertamos novas e antigas promessas... Que vã promessa encerra por vezes panoramas de
cores quase neutras, com seus tons cinzas do não colorido que transpassa por
ausência. No mapa de cores, quem sabe uma bata da Índia nos fale mais do que
algo assim por dizer do non sense.
Que se pensem em cores de um dó maior, a um lá sustenido e um mi menor, quem
sabe, qual tríade imaginária dos ocres e terras, a compor outros oceanos de
vertigens maravilhosas quais sejam em outras percepções! Não seria tão vã a
promessa, mas nos encerrarmos qual um figurino ardente de desejos de vitória,
veremos cair o pano antes de entrarmos em cena nesse estranho picadeiro. Não
passa por ser crítica, mas se o é, aceitemos como opinião, pois se as cores nos
mapeiam, vejamos, quem sabe, o que se passa é uma tele visão... A
uma sociedade totalitária vemos também que Roma se fez em duce seu principal
tradutor, de um fascismo sem par que encontra retaguarda nas cores mais
aberrativas, por se estar apostando em que estejamos passando pela vida sem nos
apercebermos do que está em nosso entorno: da mulher linda que não se encontra
mais em lugar algum, ou das pedras que moram sozinhas e jamais se movem da
beira do cais. Exerçamos o poder de construir, mas não o poder de o querermos
por si, sem conta, sem nos darmos conta do que se chama a palavra liberdade.
Querer bem é liberdade. Ser tolerante, solidário, sem conflitos, pois serão
esses mesmos conflitos pelos quais lutamos em sua defesa, de sua existência,
que gerarão mais atitudes e mais e mais, fascistas, pois o que se quer é um
Estado de paz, e não a beligerância nada discreta de se combater ideários,
sejam eles de ambos os lados, em seus maníacos extremos...
Moram as cores de tal forma que
poderíamos reestudar o impressionismo, a ver que em sua pintura relembremos que
as pinceladas de um homem como Van Gogh tem sua conotação independente, como
tantos gostariam de ser e não podem, por um sistema que alicerça certezas por
vezes apenas no funcionamento, sem questionar se por baixo dos números as cores
não foram trocadas pelo que se pretende de sermos ao menos humanos. Se há
alguma contemplação nessa mesma afirmação, que tenhamos – quando temos – o espaço
para exercer a nossa cidadania com toda a diplomacia necessária, nas questões tão
recorrentes e por vezes negadas dos direitos de cada ser na Terra.
Positividade, pensemos melhor: a cada qual seu papel. E aqueles que continuam
perdidos há duas palavras em latim: fiat
lux... Espalhemos essa luz, ao menos que tenhamos nossas mãos cheias de
perdão, pois é perdoando que se é perdoado, e nunca será em um embate sem tréguas,
sem remediar as causas da miserabilidade, que resolveremos a carestia que
carregamos em nossas sociedades, pois reitero que não é cada um por si, pois não
estamos na selva e nem somos animais. Viemos ao mundo para proteger uns aos
outros, não para nos devorarmos neste capitalismo sem tréguas!
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