sexta-feira, 21 de agosto de 2015

O DE SER

Ser que não é, que não há o que ser mais do que somos em tudo
Quando nos apercebemos do nada em não sabermos em que estamos
Onde o pressuposto da existência roga a que não esqueçamos
Que somos tantos onde estamos e onde somos por si apenas.

O ser que é um nada não existe, mas que se faça a rogar
Que saibamos o mínimo de vivermos a nos prezar enquanto seres
Que navegamos por mares de misérias onde nos fazem brotar
O que não nos tornamos por exclusão de nosso próprio imo.

A página de um verso resiste na opinião de um homem
Que saiba apenas que em um ramo de uma árvore
Brota outro alguém por nós ignorado na floresta
Onde não fenecem muitas sementes que são tantas e várias...

De onde viemos todos e para onde vamos, quem sabe será
Onde partimos todos os dias rumo à uma libertação
De nós mesmos a outras plataformas onde o poder da voz
Enriquece o dom de sabermos a nós mesmos nos pronunciar.

Que será de todos os que vivemos livres a não ser a liberdade
De sabermos que a dita sociedade que a tudo controla
Não saberá mais do que nós enquanto não conceder
O perímetro abrangente e lúcido de uma consciência.

E assim seguimos sem saber dos que estão circunscritos
A certos painéis de estrelas do ocaso e vilanias
A sabermos que o mundo inteiro está vivendo no Ocidente
Como um caldo que engrossa e é entornado no ventre da discórdia...

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