O corpo que recebemos para nosso espírito
se chama campo; o espírito, através de sua consciência se chama o conhecedor do
campo. Essa questão passa por vezes por não termos a ciência do fato de que
nosso corpo muda de forma ao longo da existência, ou seja, que assumimos vários
corpos, desde bebês até a velhice. Talvez não compreendamos esse fato, mas
surpreendentemente devemos saber que a nossa posição enquanto seres habitantes
deste mundo torna as fronteiras relativas, pois o corpo depende de uma energia independente
para prosseguir em suas jornadas. A consciência corporal manda que usemos nossa
mente e inteligência para prosseguir em nossa energia interna, que dita a vida
mais espiritualizada, para fazer frente à grande ilusão que está se tornando o
mundo contemporâneo... Tudo que diz respeito apenas à matéria se torna a mesma ilusão
citada, incluso as designações: sou brasileiro, sou americano, finlandês,
bonito, feio, saudável, doente, pois são todas designações corpóreas. Não assumamos necessariamente a postura de tal ou qual religião, pois os que possuem vida religiosa têm que
respeitar o ateísmo igualmente como postura de vida. A filosofia em suas
vertentes mostra o espírito secular e laico igualmente na postura assumida
perante a sociedade, pois do mesmo modo em que professemos uma religião devemos
saber que a disciplina de filosofia em um estado laico – repito – deveria estar
presente nas cadeiras da educação. Um homem e uma mulher devem ter condições de
se aprofundarem existencialmente, e as letras – religiosas ou não – são sempre
vitais na educação de um povo. Independe de qualquer situação, laica ou não,
pois para um homem ou mulher optarem por uma vida religiosa, convém terem
apreendido a matéria, a ciência e a filosofia como um todo seus estudos, já que
um médico conhece parte do funcionamento de nosso corpo, tornando-se, através
de seus estudos acadêmicos, igualmente um conhecedor do corpo.
Do mesmo modo em que as fronteiras são
relativas, o corpo social também existe enquanto coletividade, enquanto massa
crítica, e enquanto houver maiores possibilidades nesse campo, melhor será o
conhecimento dessa massa. A queda da crítica depõe contra a educação de todo um
coletivo, pois academicamente o diletantismo ou estudo paralelo traz benefícios
para a tomada de consciência de qualquer povo, em qualquer fronteira, até para
sabermos que esta é apenas uma designação, uma delimitação histórica, que mudou
durante todo o processo de nossa civilização. Assim seremos maiores e mais
fortes, realmente, se dermos às letras o quinhão necessário para termos
melhores cabeças neste país e em outros, se aprendermos do que há de melhor em
outros, e se nos conhecermos mais enquanto indivíduos, latentes em nossas células
familiares, estudantis e de trabalho.
Pois bem, por experiência de vida
saibamos que o corpo físico de alguém, esta máquina maravilhosa que possuímos
depende de nosso conhecimento, do que ingerimos, do que estudamos, do que
gazeteamos nas escolas, do que é ilusão, as questões da liberdade tão importantes
em um mundo repleto de gente, o que significa saneamento e como podemos
melhorar, os ismos ilusórios, o que é
factível, o que transcende, o que é religião e o que será de uma sociedade que
a pensemos melhor, sem rancores ou ódios que manifestam claramente a intolerância
de qualquer frente do pensamento e ação dos homens. Quando falamos em
liberdade, havemos de nos apoiar na democracia participativa, como meio de
sabermos onde lidar com problemas recorrentes em nossas cidades, já que mesmo
sabendo que as fronteiras são designações, o Estado de Direito manda que as
respeitemos, pois assim se comportam as nações, seus continentes, seus blocos e
suas alianças comerciais e estratégicas. Em opinião tosca de quem vos escreve,
creio que há vários corpos ou campos no mundo, apenas adoto uma postura mais
simples e contemplativa pois faz parte da idiossincrasia de um homem que
encontra no hinduísmo e no cristianismo suas duas veias religiosas, pois assumo
que talvez possa exercer uma crítica imparcial, mas dando de mim a minha própria
vivência cotidiana. A questão é saber que a cidadania é o ponto nevrálgico da
sociedade em que vivemos, pois é pela usurpação desse direito que a intolerância
de vários cunhos se processa no Brasil e em outros países. Se um cidadão aprende
a caminhar conscientemente em suas veredas, em suas verdades inequívocas,
talvez isso incomode alguns genéricos grupos que atentam contra patrimônio da
bagagem desse mesmo ser humano. Há muitos desses grupos que usam de violência
verbal ou física – antes verbal – para combater com suas covardias àqueles que
conhecem melhor o corpo social, que lutam por melhores dias aos necessitados,
que buscam uma justiça social mais efetiva, que zelam pela segurança, que
trabalham como mouros e que enfrentam já no seu dia a dia as dificuldades em se
prosseguir a viver na dureza deste país em dificuldades, como as são internacionais,
pois a crise econômica está no ocidente como um todo...
Nenhum comentário:
Postar um comentário