sábado, 8 de agosto de 2015

O CAMPO E SEU CONHECEDOR

            O corpo que recebemos para nosso espírito se chama campo; o espírito, através de sua consciência se chama o conhecedor do campo. Essa questão passa por vezes por não termos a ciência do fato de que nosso corpo muda de forma ao longo da existência, ou seja, que assumimos vários corpos, desde bebês até a velhice. Talvez não compreendamos esse fato, mas surpreendentemente devemos saber que a nossa posição enquanto seres habitantes deste mundo torna as fronteiras relativas, pois o corpo depende de uma energia independente para prosseguir em suas jornadas. A consciência corporal manda que usemos nossa mente e inteligência para prosseguir em nossa energia interna, que dita a vida mais espiritualizada, para fazer frente à grande ilusão que está se tornando o mundo contemporâneo... Tudo que diz respeito apenas à matéria se torna a mesma ilusão citada, incluso as designações: sou brasileiro, sou americano, finlandês, bonito, feio, saudável, doente, pois são todas designações corpóreas. Não assumamos necessariamente a postura de tal ou qual religião, pois os que possuem vida religiosa têm que respeitar o ateísmo igualmente como postura de vida. A filosofia em suas vertentes mostra o espírito secular e laico igualmente na postura assumida perante a sociedade, pois do mesmo modo em que professemos uma religião devemos saber que a disciplina de filosofia em um estado laico – repito – deveria estar presente nas cadeiras da educação. Um homem e uma mulher devem ter condições de se aprofundarem existencialmente, e as letras – religiosas ou não – são sempre vitais na educação de um povo. Independe de qualquer situação, laica ou não, pois para um homem ou mulher optarem por uma vida religiosa, convém terem apreendido a matéria, a ciência e a filosofia como um todo seus estudos, já que um médico conhece parte do funcionamento de nosso corpo, tornando-se, através de seus estudos acadêmicos, igualmente um conhecedor do corpo.
            Do mesmo modo em que as fronteiras são relativas, o corpo social também existe enquanto coletividade, enquanto massa crítica, e enquanto houver maiores possibilidades nesse campo, melhor será o conhecimento dessa massa. A queda da crítica depõe contra a educação de todo um coletivo, pois academicamente o diletantismo ou estudo paralelo traz benefícios para a tomada de consciência de qualquer povo, em qualquer fronteira, até para sabermos que esta é apenas uma designação, uma delimitação histórica, que mudou durante todo o processo de nossa civilização. Assim seremos maiores e mais fortes, realmente, se dermos às letras o quinhão necessário para termos melhores cabeças neste país e em outros, se aprendermos do que há de melhor em outros, e se nos conhecermos mais enquanto indivíduos, latentes em nossas células familiares, estudantis e de trabalho.
            Pois bem, por experiência de vida saibamos que o corpo físico de alguém, esta máquina maravilhosa que possuímos depende de nosso conhecimento, do que ingerimos, do que estudamos, do que gazeteamos nas escolas, do que é ilusão, as questões da liberdade tão importantes em um mundo repleto de gente, o que significa saneamento e como podemos melhorar, os ismos ilusórios,  o que é factível, o que transcende, o que é religião e o que será de uma sociedade que a pensemos melhor, sem rancores ou ódios que manifestam claramente a intolerância de qualquer frente do pensamento e ação dos homens. Quando falamos em liberdade, havemos de nos apoiar na democracia participativa, como meio de sabermos onde lidar com problemas recorrentes em nossas cidades, já que mesmo sabendo que as fronteiras são designações, o Estado de Direito manda que as respeitemos, pois assim se comportam as nações, seus continentes, seus blocos e suas alianças comerciais e estratégicas. Em opinião tosca de quem vos escreve, creio que há vários corpos ou campos no mundo, apenas adoto uma postura mais simples e contemplativa pois faz parte da idiossincrasia de um homem que encontra no hinduísmo e no cristianismo suas duas veias religiosas, pois assumo que talvez possa exercer uma crítica imparcial, mas dando de mim a minha própria vivência cotidiana. A questão é saber que a cidadania é o ponto nevrálgico da sociedade em que vivemos, pois é pela usurpação desse direito que a intolerância de vários cunhos se processa no Brasil e em outros países. Se um cidadão aprende a caminhar conscientemente em suas veredas, em suas verdades inequívocas, talvez isso incomode alguns genéricos grupos que atentam contra patrimônio da bagagem desse mesmo ser humano. Há muitos desses grupos que usam de violência verbal ou física – antes verbal – para combater com suas covardias àqueles que conhecem melhor o corpo social, que lutam por melhores dias aos necessitados, que buscam uma justiça social mais efetiva, que zelam pela segurança, que trabalham como mouros e que enfrentam já no seu dia a dia as dificuldades em se prosseguir a viver na dureza deste país em dificuldades, como as são internacionais, pois a crise econômica está no ocidente como um todo...

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