sábado, 2 de novembro de 2019

UM AMANHÃ ENSOLARADO


Para se ter, quem diria, ter-se algo de um sol presente
Assim, de presente a quem queira, o solar diamantino,
Quem sabe fora, o sol a quem tantos se admira, do querer
Que brilhe para todos, assim como um níquel que se encontra
No farnel desencontrado de um despejo, ou nos despojos
De alguma luta que sequer se deu, a se desejar que não haja…

Amanhã fará sol, de um sol ensolarado, a quem sirva o mar
Depois da reprimenda de ante ontem, quem dera, o tom
De maioridade escolástica do bem viver, a que se dê um prazo.

Na data prévia se ressente o não prazo, o que não se dá a algures
Porquanto no pérfido escrutinar do verso, a ver que alguns de tais
Passeiam em par com o tônus musculares no desfile algo antigo
De um poder de coação, a ver que quem quer o direito de ir e vir
Nem em todas as horas do dia participa desse direito democrático.

Quem sabe nas noites, no que o poeta descansa as veias, se sabe
De algo que verta na vértebra importante da compostura moral
O que compense, mesmo no temperamento ébrio da orgia,
A verdade que seja dita no sempre, do algo que cresce em certeza
Na profundidade de uma grande parede amarrada nos pilotis
Que ensombrem o bem portar-se, a civilidade acima de tudo e todos
Qual promessa que nenhuma pretensa dinastia nos tire do miolo!

O couro reverbera, tantos são os tambores, que na noite silenciosa
De um lar efêmero e eterno da poesia, revemos tantos e tantos dons
Que a mais simples letra soletrada sobre o manto de um jardim
Parece uma deusa ao olhar silencioso e crítico de algum outro poeta!

E se pensarmos fossemos tão aparentemente trágico nas alfombras do barco,
De um mar de penedios, de rochas quase gigantescas por sua posição
Mereceria o marinheiro o guinéu de ouro que talvez fora negado em XIX,
Mas que, cento e cinquenta depois, o ouro se torna um Apple de segunda geração.

Se tantos nos torna o perscrutar os ventos, amanhã não seja propriamente o sol
Que se esquece na franja de um beijo sobre uma superfície de carinho,
Mas uma vértebra a mais de coluna quase jônica, no seu aparente grego perfeito
Posto recriarmos a estrutura mais essencial de um pensamento de onde tudo se origina.

Cala-se a calha do calar-se, no que se rumine várias vezes o tempo que se dá
Quando o que se pretende é a pureza de um sentimento vário, na escolha vária
De não vaticínios de projetos malfadados, mas da certeza de que a atitude pessoal
Ao menos vá de encontro ao que se aconselhe não ser tão certo como a dúvida…

Na corrente de uma emulsão de química falsificada, a voz que emana de um ontem
Revele a transparência do que urge que seja a continuidade de um amanhã correto
Na vertente mesma do que procede seja a mesma atitude coerente, conforme,
Com os pressupostos de estarmos – sem reconhecer – dentro de uma Primavera!

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