terça-feira, 5 de novembro de 2019

A EPÍGRAFE DO INAUDITO


            Resta a alguma procedência o fato do abuso ter se alongado tanto, nos dias em que coabitamos o novo milênio? Será tarefa de guardiões do que supomos alguma liberdade o outro fator de que esta esteja se restringindo, com a ausência do estímulo à cultura, às artes e à filosofia? São questões que teremos que abraçar ainda para que uma Constituição Brasileira faça-nos parte, nos constitua por igual, por sempre, por mais, e que seja melhor ainda em seu progresso, naquilo que esperamos de uma nação, do respeito à democracia e à Constituição, pois quem manda é o povo com sua soberania. Mas isso é chover molhado, pois o que ensombrece o olhar é ver que o país não possui mais quase a interlocução necessária entre o seu povo e os seus governantes. Por exemplo, saber que um governante fica extasiado depois de matar um homem de dentro de um helicóptero é assombroso, não tanto pela precisão, mas pela festividade simbólica por se tirar uma vida, seja esta de um facínora ou não. É ver que se dá corda para o ato em si, ou seja, um assassínio impetrado por uma força no mínimo desproporcional e que, convenhamos, é bom estar em Santa Catarina, onde ao menos o Governo é mais humano e efetivamente o é. Mesmo porque, servir à sociedade para salvar vidas é mais honroso e, no mínimo, nos dá conta de possuirmos uma força correlata com virtudes próprias, de um Estado civilizado: de um Sul civilizado... Haja peões na seara da cidade maravilhosa, e a quanta andava sua cultura – qual ande ainda – desde que se supõe uma guerra: apátrida e covarde. Quantos são da milícia? Por ventura não havemos de questionar muito, mas a pergunta que se faz é pertinente, pois prédios que vêm do nada precisam dos da obra, e quantos recebem para coadjuvar com a hediondez desse crime? Havemos que ser retirantes das queixas? Se há relação intrínseca do governo de onde for com essa brutalidade a investigação não deva cessar nem por sombra do espirrar-se.
            Seria do começo de uma epígrafe se ditar, que não haja crítica, do se ditar, que não postemos um caráter qualquer, que sejamos homens e mulheres, a bem dizer, faltam mais homens que mulheres, pois estas têm revelado uma coragem de um quilate muito maior e mais extenso... Pois bem, homens e mulheres, infantes de uma nação, reuni-vos para um arremedo de esperança, qualquer que seja a praça: que haja mercado, que este exulte, por sim, para que sigamos um pouco em linha reta. Poderíamos dar motes de nos separar, mas a União é mais presente, sempre quando estamos na condição de sermos patriotas, e pensamos no bem comum de todo o país, sem alocarmos direitos, ou suprimirmos as liberdades individuais e coletivas. Siga-se um parâmetro, um prumo... Até mesmo um esquadrinhar aéreo, terrestre e marinho. Unir forças sem estar compulsoriamente a crer que não fazemos parte de qualquer dimensão de poder, pois nossos votos são permanentes, e as respostas do povo se dão de modo diário, hora a hora e minuto a minuto. Somos vozes e diálogos, estamos nos displays eletrônicos, com todos os meios mais modernos de um telégrafo gigantesco, da dinâmica de novos ofícios, do resguardo necessário dos antigos e a vez da construção civil. Se quisermos estabelecer uma condição de melhorias no tempo em que estamos vivendo sob algum óbice, tratemos de nos unir no plano da comunicação, a ver que o tempo rumina coisas que estão no engasgo, mas não foram engolidas, porquanto ainda em processos de digestão. Nessas meias horas de nos contemplarmos com nossos pares, haveremos de pensar melhor em nossas atitudes, e abrirmos certas concessões importantes, mesmo sabendo que por vezes a fome de poder é o que leva abaixo todo o processo de desenvolvimento do caráter e da ação humanos. Esse diálogo alterno com as relações que buscaram suas forças nos critérios do que se acha novo mundo para grupos e atuações diversos, revela que no mundo o mundo é tal como o conhecemos e as tecnologias novas não deem asas à imaginação, mas resultem como um processo de desenvolvimento humano. Este que para alguns países está rendendo frutos maravilhosos e para outros (na rebarba dos sistemas) a questão das riquezas não fica tão palpável e os diálogos recorrentes por vezes são de desesperança. Mas nunca é tarde para se unir forças, ajudar a iluminar as frentes profundamente equivocadas e fornecer as luzes necessárias àquelas que sensatamente buscam soluções sinceras. Pode se dar em um pacto federativo, nos diálogos frente às oposições e refratar máculas de ódio e tentativas vãs de promover os fantasmas da tirania que, neste milênio em que nos encontramos, não possuem mais espaço nas novas fronteiras que ainda hão de mostrar a força latente e prática de paz e solidariedade humanas.

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