sexta-feira, 22 de novembro de 2019

A SENDA DAS CONTRADIÇÕES


          Não que não se afirme que todos estão mancomunados com algo ruim… Esse todos é uma parcela, e o mundo acaba por não conseguir separar o que é do que não é bom para si mesmo. Por algum acaso nos parece estarmos afoitos em apontar erros ou contradições, mas a verdade posta-se como uma bandeira um pouco alta, meio inacessível, posto ser difícil apontar o certo em uma plataforma de vária interpretação, no que o plural quiçá fosse mais indicado. A incerteza é um panorama complexo, mesmo que a nossa fé nos calque razões distintas, e essa é a grande contradição existencial no mundo, ou seja, os conflitos motivados por diferenças religiosas, na sua aparência e no fato concreto. Diuturnamente as forças do antagonismo refletem as lutas de se tentar convencer o ser em si e por si de se primar por questões religiosas, ideológicas, na mesma proporção que de sobremodo encontra a facilitação de nos tornarmos inimigos de alguns, quem seja isso, talvez de nós mesmos.
         A profunda convicção de se tentar a paz mundial é tornar apenso o ato prático da conduta nesse sentido, no que se torne ao entorno mais imediato a conexão real para tanto. Se porventura possuímos um animal de estimação, cuidar com toda a atenção se torna uma terapia que se traduz em cozinhar para ele, dar banhos saudáveis para que no dia a dia ele mostre e revele seu afeto conosco, seus donos. Melhor, seus companheiros de jornada. Assim é com todos aqueles que possuem uma prole, alguém enfermo, um amigo que necessita mais atenção, um grupo mais vulnerável, a consciência necessária à ignorância, como a luz que se revele dia a dia, em toda a ação que se torne voluntária – mesmo remunerada – na doação de nós mesmos que suplante o simples serviço, qual não fora, a atitude mesma, dentro da sinceridade e sem ressalvas no sentido da farsa.
          Quando nos redimimos e aceitamos o modo de atender os anseios de uma população, temos por base que sermos pessoas mais generosas, na pretensão mesma de justiça social, do ato caritativo ou, melhor ainda, institucionalizante. Essa veia maravilhosa que temos em nossos braços manda que sejamos nada contraditórios na senda da maldade, do querer proporcionar vida melhor somente aos ricos, de defender essa ideia nefanda, posto só resolveremos uma nação de luz e de vida se contemplarmos todo o seu povo com a dignidade merecida, pois a maioria é cidadã e trabalhadora. Se a gênese dessa assertiva é considerada de qual lado for, resta saber que mesmo de um lado mais egoísta ainda se possui espaço para o convencimento de se saber gerir a questão administrativa humana e socialmente paritária. Nada do que se espera do lado oposto não se passe através de uma profunda contradição já anunciada antes por contextos históricos previsíveis, como na matemática dois mais dois são quatro. Essa senda da contradição, no entanto, possui a faculdade de diagnosticarmos a doença tal qual é, a fim de remediarmos no sentido padrão de nossas faculdades de cidadania, não apenas do povo em geral, mas de seus administradores e lideranças.
          Temos que saber que as contradições inerentes a certos sistemas falimentares só fazem recrudescer e travar a pequeno, médio e longo prazo uma recuperação não apenas econômica, mas moral e conceitual na página que se deixa em branco para outros a escreverem com outras caligrafias, por vezes irretocáveis, de tinta permanente, sem possibilidade de retorno a certos contratos. A versão que se encontra com a virtude há de inserir no contexto das planificações de boas ideias e bons projetos a alma do povo brasileiro e latino, como um todo, na irmanação de projetos multilaterais de crescimento, pois, tal não fora, não recuperaremos jamais o status anterior.

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