Torne-se a aparentar um fluxo de algo que não parte
residual
Por entreter faunas com o visco do óleo bruto
Qual não fosse a torneira que emite em seu megafone de
fábrica
A sinalização de um expediente com pesos de contêineres de
chumbo
Que atravessam por além fronteiras o sem limite, circunscrito
ao mar!
Mas por que, se tanto que se falaria serve muito de uma
aparência
Que recrudesce dolosamente um perfil de quase balé das
águas
Nas evanescentes manchas que atravessam por baixo de cascos
Não avisados do que seria por desfecho apenas a pior
situação do caso.
Pede-se que Netuno feche as ondas dos mares, que Castro
Alves ajude
Na imensidão do que não parece ser o que realmente é na
concretude
A não pousar o pássaro que, irrequieto, tem suas asas coladas...
A de não se merecer a crítica, pois fósseis renascidos
borbulham
Por entre nichos de corais, por vazantes, por pequenas
baías,
A revelar que não basta se querer a vontade, pois a vontade
erra...
O ato que profere a voz que equivoca, está vigendo no
oceano
Na forma mais absurda de um filme de Buñel, de um teatro de
João,
Dos afazeres das máquinas irresponsáveis, depois de aberto
o leilão
A se decidir quem vazará mais riquezas por dentro de barcos
ladinos.
Quando se freme uma esperança, é mister que a força suporte
a pressão
Em todos os canais que submerjam o mesmo equívoco de por
vezes
Sequer se ter a certeza do nome da Companhia responsável
pelo desastre!
De mais a mais a boa vontade existe, e outras torneiras
girantes gritam
Na terra que ensaia por dentro da aridez do solo as
esperanças vãs
De finalmente saber que o burburinho do litoral é mais
vasto do que o não
Quando circunspecta veia passa por um enquanto que não
diste a tantos.
Por essa tremenda jaça em nosso mar, por esse verde de
esmeralda
Com uma estranha pupila negra que cresce sobre a íris do
mundo
Seria o suficiente orar a oração inexistente, a que
qualquer milagre
Seja bem vindo para mitigar a fome de um peixe por outros
seres!
Que qualquer conta seja um braço tenso de querer conter
ameaças
Posto em uma torneira a água jorra quando se a tem no
pressuposto
De também ser som, ser fonte e consciência, ser parte e
processo,
Ser culpa ou regresso, a artimanha dos que pecam por
pensar, apenas.
Por dentro de uma circunspecção de se resguardar reservas
Caminhe uma força tarefa que não tarde muito no serviço
Já que vemos que de forças díspares não estamos servidos
Na algibeira vazia de armas, que a tanto seja: os capitães
do mar!
Já que na bem vinda estratégia de sermos quem somos, apesar
Das torneiras que giram se parar, entornando fontes a bel
estar
Seria muito pensar talvez em resolver as diferenças que hão
de ser
A navegabilidade do mundo em se propor que as velas enfunem
história!
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