Gira gira, esfera, que teimas em ser um ponto
No que diste de outro, no mais, um contatar-se de um plano…
No que gire a vida, a Terra gira igualmente, e o tempo se faz
Dentro da pressuposição da rotação, qual se diria que o Sol
Emane de cada manhã, e o dia se realize dentro do sono.
Qual diria uma esfera feito ponto, um vértice de conectar-se
A outros que distam distâncias algures, de outros e outros
Vértices que assombram o mais relutante espírito!
No quintal, no jardim, se veja a planta que não feneceu
Porquanto foi regada e cuidada como a um pequeno ser
Em que formigas atravessem o piso carregando solenes
Algumas partes da erva constituída ao seu ninho.
A se formigar o homem, quem diria, posto ser o homem bilhões
De seres caminhantes, alguns na esquina estacionária,
Outros negociando reservas extrativas, e outros na catação
De um alumínio perdido na orgia da prevaricação.
Quem dera fossemos ausentes da mecânica celeste, quem dera
O tempo regurgitasse sonambúlico a promessa de um dia melhor
Qual na aparência distante de um tipográfico destino
Revestisse a aparência citada de uma letra capitular infundada.
Reverbera o som de uma planície, qual seja, que uma simples rua
Seja o altear topográfico de um subir sereno, em que pássaros
passem
Com sua inquietação pelas pautas dos postes, reciclando sua música
Com o dote que a Natureza nos dá quando desposamos com a terra!
A latitude de um vivente, que creia prontamente, se dá na vertente
De um crescer continuado e progressivo com as coisas naturais
No que tanja a sermos não mais contaminados pelo regresso
destrutivo.
Positividade é uma palavra que encampa, qual mina de ouro descoberta
E sem o dono cabal da propriedade, o significado maior que descamba
O vermos só a parte negativa de uma sociedade, como se o mal
vencesse…
O que se pregue nas artimanhas clássicas da boa ventura, não seja o
falso
Despertar da ignorância qualificada apenas, mas a ignorância de não
se ter
Como aprender sabendo-se que a razão dessa vida a transcende em suas
rotinas.
Não se nasce sabendo, mas quando nascemos vemos a luz, que tanto nos
agride
Nesse nascituro algo traumático por sairmos das sombras, e erguermos
nossa vida
Prontos para o desfecho em que a esfera que gira nos mande por vezes
a mesma luz!
Nesse despertar muito solitário nos encontramos com o calor e o
aconchego da paz
Quando os pais se apresentam diante de nossos olhos quase cerrados
E vertem o carinho por mais um ser adiante de seus olhos, fruto do
amor.
E nisso de girarmos a esfera esperemos que seja boa a vida de cada
progenitor
Pois teima por vezes a luz de fenecerem-na por claudicantes e, no
entanto, duras
Tentativas de fazer a vida dos seres – integralmente – um
obstáculo ao bem-estar.
De se propor uma sociedade realmente livre, teríamos que fazer de
toda a dependência
Um Grito do Ipiranga solene para todos os dias, em que uma República
se refizesse
A cada segundo no seio materno, duradouro e presente de nossas
profundas esperanças!
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