segunda-feira, 18 de novembro de 2019

HERANÇAS DO DESTINO


          Sedimentamos várias referências nas modalidades de nossos futuros. Por que não dizer que estes fossem unos: um em si… Mas somos vários e a coletividade só abraça a questão de detalhes a respeito de qual ou tal ser humano. Se fossemos maiores em qualidade, como não seríamos, talvez peças melhoradas, objetos com mais propriedades e métodos, instâncias escritas em nosso próprio destino! Como se o tempo não objetasse, como se a serpentina do sem saída fosse mais do que o labirinto mórbido que tem apresentado os piores atos da espécie no mundo. A carta suposta da possível libertação estaria apensada em nossos braços, regendo a cabeça, transformando armas em carinho, realmente libertando, mas que viesse o ato frente àqueles que detém o Poder e suas hierarquias. Como se não houvera tempo, um libelo de paz, um freio no que desande o clamor popular, o atendimento às demandas do coletivo, o desmascaramento da farsa como modalidade de conduta. Em termos pontuais, na prospecção de culpas, e no prosseguir investigativo das grandes fraudes, sempre com vistas sólidas e imparciais, dentro mesmo quando no próprio poder do Estado. Esse fenômeno do justo, do correto, só tem uma via em consenso com a comunidade pátria, e se assim não fora, passa a ser agência de interesses, sem a consecução sensata, civilizada e adulta. São fatos em que – mesmo fora de registros – possuem o seu significado latente na máquina que se pretenda ser uma sociedade: nas engrenagens que a giram no moto próprio, como se fora a consubstanciação do funcionamento da justiça social. Essa relativa ausência de registros talvez possa ir contra um controle absoluto do que se pretenda ser, no objetivo claro de se alcançar sucesso no status permanente de nossa relação com as matrizes externas da indústria cultural, que sobremodo facilita a aceitabilidade da falta de identidade nacional em nossos rincões, como se a mass media avançasse sem deixar tréguas na questão da mesma identidade supra citada.
         Isso não remonta a uma herança justa que nossos antepassados tenham legado para a nossa cultura. Remonta a uma imposição de um ideário sobremodo permanente de um mundo que vê um mercado como se fosse o cordão umbilical do nascimento de qualquer projeto que porventura não seja encampado como novidade internacional, sangrando nossa riqueza criativa para aqueles que intentam se apropriar do conhecimento experimental e científico do terceiro mundo. Essa é uma questão permanente a que sigamos atentos, pois quando lançamos uma startup parece que queremos ser atendidos fora do mercado nacional. Várias etiquetas de relacionamentos empresariais remontam o estranho quebra-cabeça que se torna a variação da criatividade versus resposta, em um andamento onde o comércio de luxo parte a ser a única alternativa do capital da burguesia que renasce na eventual possibilidade da concentração de renda, pauperizando cada vez mais a igualdade que deveria haver entre a população carente e os ricos do país. Nessa estranha fagocitose, concentra-se cada vez mais o capital e as microempresas tendem a fracassar, por falta de insumos de ordem do consumo, e um arrocho salarial registrado sem precedentes. Como em uma encampação inversa, onde o capital nacional se reduz às prerrogativas “deslumbrantes” de um mercado que – teimam em dizer – seja a nova modalidade produtiva do planeta. Os serviços existem em todos os campos, e afirmar categoricamente que a tecnologia criará os profissionais do futuro passa a ser um onanismo autocrático, com base em fantasias futurísticas, algo que não chegou, e tardará muito a chegar em um país pobre como o nosso. Resta sabe se aceitamos uma ajuda externa real, haja vista não estarmos criando nada para a recuperação da infraestrutura de nossas cidades e lavouras…

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