sábado, 13 de abril de 2019

UMA QUESTÃO DE CULTURA


          A princípio, temos um panorama que enfraquece as iniciativas de segurança pública no país. O que viria a ser propriamente isso? No que se refira ao andamento de se manter ao menos as instituições na normalidade, a ponto de sabermos crer na possibilidade dos diversos modais do assunto em prol do bem-estar da população. As mãos limpas, esse é o trabalho a ser sistematizado em todas as nossas frentes de atuação. Para si e para outrem, a si mesmo e ao próximo, e que o próximo não esteja em latitudes distantes da realidade que urge a que seja ao menos compreendida em seus aspectos por vezes bizarros, mas que sempre se teça considerações a respeito. Empregando um paradigma da história das nações, a cultura de um povo só faz melhorar as relações deste com os poderes, pois versa na vida o que vem a agregar, seja o conhecimento acadêmico, as aulas de história, de matemática ou o arcabouço filosófico pensante dos que possuem talento para tal. Uma grande esperança deve ressurgir a partir da democratização do conhecimento, que vem a participar aos cidadãos a disseminação e o diálogo fremente que nos leve ao saber, desde uma língua estrangeira até o acorde de um violão.
          Não seria pedir demais que um artista tivesse seu reconhecimento por estar envolvido com a criatividade, não apenas nos desenhos ou artes visuais, como na música, teatro e cinema. Termos a cultura com ponto pacífico ajuda a pacificar e dar esperança aos povos das periferias, em que o trabalho em seu favor através do voluntariado ou fundações de amparo realmente rende frutos onde não apenas se utilizaria a religião como pano que se abre ao espetáculo de vida que queremos. A saber, que um quando sabe ler uma boa literatura, ou ensinar a sua compreensão do assunto merece o respeito a ser reverenciado a qualquer modalidade dos ensinamentos que podem continuar merecendo a atenção quase absoluta, porque portanto verdadeira. Acabar com a cultura dos povos – como se diz usualmente – não é bom negócio, e nem negociar com a cultura, a não ser em uma economia mais solidária, onde quem quer uma peça de arte possa ter acesso à sua posse, porquanto de valores relativamente acessíveis. Um pote de cerâmica, um cesto de vime, uma escultura em terracota, um quadro a óleo, um desenho a nanquim, um traço qualquer, uma mensagem, pensem, não deve haver muitas fronteiras na arte, pois esta chega, na imagem ou no texto a quem quisermos que chegue, mesmo sabendo que nem todos os caminhos levam à Roma, mas que o Império ao menos seja mais solidário com esse assunto cultural. Nem há como comparar as coisas, mas o que se cogita de um país como o nosso é que seja sempre lembrado a partir de suas raízes, e anciães que neste rincão do planeta vivem já trazem consigo um legado vivo que merece o respeito e a atenção das gerações que nada sabiam ou nada sabem do que foi produzido culturalmente ao longo da nossa história. A cultura é viva, nunca se pode apagá-la, nem proibi-la da forma como há pessoas que relacionam-na com um tipo de mal social, ou com a pecha de perfis ideológicos ou coisas semelhantes. Na verdade, a ideologia existe, tanto na esquerda como na direita, se é que teimam em classificar linhas tênues que se tornam tenazes com esses rótulos, mas o que existe na questão do conhecimento, das técnicas tecnológicas das artes visuais ou similares, é se este – o conhecimento – existe ou não, se os artistas compreendem a teoria das cores complementares e harmonização cromática, se os técnicos de som compreendem a versatilidade e universalização da música, a saber, que mesmo na modalidade da cultura industrializada, ou utilizado e manufaturada com a ajuda de softwares, saibamos que o país igualmente tem força para conseguir ou tentar ao menos esse diferencial qualitativo. Um software como o Premier, como o 3D Max, softwares de paginação, fazem sempre do design brasileiro – ou como idealmente se queira permitir – um setor de atuação com potenciais criativos, quem sabe, até de segundo mundo, que seja, se é que se pode definir exatamente essa nomenclatura…
           Não, não se quer que falhemos na arte, do design, no cinema, mas daqui a pouco teremos que pedir ajuda a Timbuctu se quisermos produzir qualidade e bons conteúdos de arte e cultura. Pois do modo em que se enxerga a não possibilidade, como inferência ou assertiva negativa com relação à produção, técnica, conhecimento e oportunidade do fazer cultural, teremos que partir do zero, ou seja, a cada qual um lápis, a cada morador da periferia ao menos um caderno e caneta, e partir a ensinar como se fôssemos, e somos, os heróis do melhor combate que pode haver neste planeta, em países subumanos como o nosso, antes de apagarem – tarefa impossível, mesmo na terra plana – as iniciativas que levem a uma retórica de conhecimento genial e pouco provável na história das civilizações com o nosso país, pois temos uma bagagem cultural inextinguível e canais de comunicação que devem dar o exemplo para que ao menos em telas relembremos os costumes mais ousados e lindos de nossa história.

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