Nada
é fácil quando a empreitada é a vida. Na medida em que tornar-se o
jogo virtual um espelho do dia a dia normal, verdadeiro, abre-se o
espaço a que sejamos hipócritas, pois o jogo não é a realidade de
nossos termos, nossos compromissos com os familiares, as relações
com amigos, e tudo o que representa a sinceridade do ato, ou seja, o
ato virtuoso. Essa é a ação mais consciente, estarmos sabendo
lidar com dificuldades, onde nosso ego não pode questionar nossa
atitude e coerência, pois a modalidade existencial própria da
dignidade há que pedir passagem, há que ter passaporte para o mundo
inteiro, há realmente que possuir visto permanente nas humanidades…
A um olhar mais atento, não deixemos escapar ao mesmo olhar a
dubiedade sobre uma atitude concreta do próximo, no que se explique
essa concretude algo de sua própria presença, pois a verdade está
na franqueza, na empatia sincera – repetindo –, nada mais simples
do que isso. Se as nossas origens vem do campo, saibamos de nossa
infância, de nossa terra, do trabalho na lavoura, se a tanto se
prega que o fruto vem mesmo da terra, e é por ela que obtemos o
alimento sagrado, pois torna-se sempre sagrado o ato de o termos, de
possuirmos o mesmo alimento.
A
vida não é um brinquedo, não é um jogo, sequer um xadrez ou
qualquer estratégia similar, a não ser para aqueles que assim a
considerem, o que vem a dar no mesmo, cada qual tem seu livre
arbítrio, inclusive para incidir em erro. Uma arma pode virar
brinquedo nas mãos de alguém, seja este homem ou mulher adulto ou
não. É meio estranho pensarmos que uma sociedade mais armada seja
mais amada. Não, não é paráfrase de compositor, longe disso, pois
quem de fato tem condições e treinamento de possuí-las – as
armas – têm que possuir fundamentos de diplomacia, cidadania e
serenidade, não podem beber, têm de ser estritos, disciplinados e
com graus superlativos de humanismo, pois senão verte na tragédia
brumadinhos de violência, e não é isso que se quer de nenhuma
força que assim proceda. A cautela em certos enfrentamentos vem de
encontro à profundidade de jamais usá-las antes de agir com a
máxima e veemente inteligência para tal. Daí vem talvez o
necessário conhecimento lógico e, sim, passatempos e estudos
estratégicos vem a calhar, como o próprio xadrez e seus movimentos
e aberturas. Como em um carro, devemos sempre dirigir com muito
cuidado, esperando os erros alheios, preparando o caminho, cedendo
lugar aos apressados, pois não será acelerando e gastando freios
que estaremos poupando serviço mais pungente conforme necessidades
operativas. Assim é na vida, um ser que serve a alguém é mais
ditoso, e aquele que serve a raiz, ou Deus, serve a todos os ramos,
ao tronco, e às folhas… Não é simples especulação, mas a razão
de querer servir ao infinito, a uma grandeza de maior respeito, é
saber que somos insignificantes, mesmo ao olhar da Criação, ou
Natureza – bem dizendo. Não há um grupo, partido, ou coisa
similar que seja sequer parecido com a grandeza da realidade onde nos
encontramos: terra, água, ar, éter, mente, inteligência! Sendo as
duas últimas grandezas a frente similar de outros seres, posto um cão acha
com mais facilidade certas evidências de algo, ajuda um cego,
resgata na neve, etc. Um urubu faz a faxina na natureza, limpa a
carniça, ou seja, nem por isso devemos deixar de respeitar outros seres por não prestarem serviços ao homem, mas algo de compreendermos que a
vastidão do Universo é tamanha que as estrelas são por vezes tão
gigantescas como mil sóis, e haja vida. Uma estrela pode ter essa dimensão. E,
em outras, sua luz nos chega e já estão extintas.
A
questão do nosso planeta é grande, e somos ou seremos coadjuvantes
do que fizermos com ele, ou como nos relacionamos entre nós mesmos,
os grupos, as grandes empresas, as instituições, os povos, as
culturas, o saneamento, e por aí vai. É um planeta maravilhoso, e a
ciência nos revela infelizmente apenas as suas frações, pois
alavancam por vezes apenas pontualmente modalidades de exploração
de riquezas que são unilaterais, quando confrontamos com o entorno,
com o meio ambiente, ou questões similares em que a própria
Encíclica Papal Laudato Sí descreve a Terra como a nossa
casa. Nada mais pertinente e mais lógico, coeso, coerente. Nós como
um todo, seja um civil, um militar, um político, pai de família,
uma mulher estupefata com algo, uma criança órfã, um enfermo em
uma fila de hospital, um rico, um sofredor, haveria mais união se ao
menos houvesse um consenso de querermos construir juntos uma nova
sociedade, mais justa, sem ideologia nem idiotices ou parvoíces, com
seriedade, pois há na atualidade uma profusão de entendimento entre partes que buscam
apenas debater o contra ou o favorável, mesmo que o contra seja a
favor ou o inverso, em que os polos se altercam a ponto de chegarmos
justamente a uma divisão em que o consensual fica a mercê de
interesses, tais como será que a mídia dá aval, será que os
interesses de uma multinacional serão atendidos em detrimento de
nossas riquezas nacionais, será que tal coisa é esquerda, será que
a direita volveu? Se essa confusão toda é mundial, então
enfrentaremos uma crise total de valores, onde o olhar daquele
solitário observador que ninguém quer ver porque também não será
visto jamais não encontra virtuosismo em nossos atos, em nossas
ações perante um tempo que já não espera, mas consolida, acumula,
entorpece as próprias raízes de nosso planeta onde botamos nossos
pés, como as águas a terra, o ar, a nossa mente e a pervertida
inteligência a favor da ignorância em não fazermos nada pela
espécie. Estamos navegando sobre mar profundo. Esse mar está
carregado de ondas gigantescas, é um mar mais doce, não está mais
tão salobro, é um mar que vinga o homem, vinga profundamente suas
atitudes perante sua irmã Gaya, é nesse mar que devemos temer por
algo parecido com uma antiga arca. Hoje, infelizmente, não teremos
mais chance de arrebatar animais e carregar o navio…
A
crença de que tudo está errado parte do princípio quase ecumênico
de todas as frentes, seja a ciência, a religião, a economia, a
política, a segurança e o que se espera de uma esperança. Nada
seria tão simples, amigos, mas a posição em que tem-se que firmar
pé é de qualquer cidadão: que um texto sirva como um alumiar no
fim de um túnel felizmente não tão longo, mas a experiência
catártica que Cristo nos deu não era para termos dissuadido tão
prontamente querendo apenas o desfrute, permitindo-nos querer
prosperar como animais em nossas próprias jaulas, virados os homens
feito bichos feras, sem as pausas para o encontro no patibular
zoológico. Não será altercando com posicionamentos quaisquer de
defesas ou ataques, que estaremos tranquilos nessa selva material. O
que tem a ver com a prosperidade é tentar o diálogo, tentar
alcançar espaços onde jamais colocamos nossa verve e significados,
é tentar consumar o ato da sensatez e tolerância em todas as
circunstâncias: ver o breu no breu e a luz na luz, e o breu na luz e
a luz no breu. Deixar algo positivo para o negativo, sermos homens e
mulheres, não importando quem. Atravessar o sinal e permitir a
barbárie gerará reações contrárias, e de fatalidades similares.
Em síntese, resguardar a segurança alimentar e de provisionamentos
para a sociedade, pois se algum movimento de desabastecimento se
avizinhar, a razão nos pede para que se-lo esvazie de forma
enérgica, pois não pode haver caos institucional em todo o nosso
continente, falando-se de nossos espíritos e corpos algo já
cansados, pois não somos ilhas isoladas do resto do mundo, e nem
podemos pretender que nossas riquezas sejam esvaziadas de cofres
brasileiros em que nos esforçamos tanto para manter no país. Se a
União faz a força, estaremos fracos se não houver aquela – mesma
– de sempre!
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