sábado, 6 de abril de 2019

COMEÇA UM DIA E A NOITE DESCANSA



No princípio era quiçá a mão da obra, a construção…

No que desse, serei outro que não a composição sistêmica da aurora
Afora o que não se disse, por dentro da alocução de um tema que se ouve
Em uma profusão, eis que se faz um dia de navegar-se às cegas da lucidez!

Pois que o olho enxerga, não propriamente o suficiente, da águia é mais
E, no entanto, não se vê nas alturas o abutre andino sobre espaçado!

O tempo reserva às possibilidades de um dia entendermos algo, quem sabe,
Mas que nossa especulação mundana nem sequer encontra a luz de Deus.

Uma luz forte, que a alguns possa parecer do poste, luz alumiada por si
Que em realidade não haveria tanta a luz humana se não fora propriedade Dele.

A luz de Krsna, a luz da imagem de Sua Pessoa suprema, o farol que guia o barco
Dos que sejam os doze apóstolos, mas que não se concedam apostolados baratos!

O dia de um dia, o dia em que pensamos em Govinda, pois bem, no Gita e seu ardor
De sabermos que tantos são os dias e as noites, que a lua crescente também pousa
Em outros hemisférios, a saber, que de cerebrais só temos a referência da garoa.

Pois bem, que Garuda salve Gajendra, em sua luta contra o crocodilo em anos
Numa noite obscura de sofrimento, e que nas suas orações a Deus, Gajendra traz
Nas suas palavras sânscritas o sagrado que o grande Pregador trouxe da Índia…

Prabhupada nos traz os ensinamentos de tantos e tantos, que o Bhagavatam
Se torna o Purana Imaculado na única versão que jorra de um Ganges, que se torna
Um entendimento em que nos faria melhores se nos curvássemos em Sua Presença!

Se é de palavras, que se saiba de Sita e Rama, o Ramayana de todos os universos,
Ao que Ravana tentou dissuadir de Indra seu trono, e em que Hanuman torna a questão
Mais simples no embate do retorno aos Semideuses em seus tronos celestiais!

A noite descansa em uma Terra de Kali, a Era das desavenças e hipocrisia, mas que fica
Entre os segredos de querer se saber muito de alguém o motivo de muitos continuarem
Vivendo, sem saber que grandes devotos não caem, pois quando deixam o mundo
Continuam em sua harmonia com Krsna, ou mesmo retornam clamando por mais serviço!

A noite descansa em um razoável lote de seres noturnos, que a alguns significa uma sexta
Ou um sábado em que uma profusão de entes quase sagrados, como o sol e a lua e estrelas
Saberiam melhor que dormir mais do que o necessário não é tão importante quanto
Estarmos em serviço devocional todo o tempo, independente se estamos na obra de uma casa,
Se assentamos tijolos em nossos destinos, se amalgamamos amor em nossos lares,
Se predizemos que algo deve ser feito para que se amanheça melhor o sorriso de um incauto!

Pois sim, que a poesia de Brahma venha depois de mil anos de penitências, e que meditar
Em algo como a sorte é jogar confetes na escuma do mar, posto seja de merecimento do tempo
Saber-se como se portar, no outro jogo que não se joga, pois Krsna é o Senhor dos Passatempos.

A lila de se comer a Prasada, a veia de se portar silente como uma vértebra que se sustenta
Assim como Govardhana pousada no dedo de Govinda, depois de dilúvios tais que jardins
Eram salvos na esfera em que no Bhagavatam encontramos toda a história da Índia
No sagrado de uma religião que só tem a prosperar sempre no mundo, pois a Verdade é uma.

Não que não se desagrade algo do tempo eterno, Kala imensurável, quando este sabe
Que milhões de anos de ventos insofismáveis e lógicos de sabedoria relativa e material
Não podem abarcar ao mínimo a síntese final de que Deus é inquestionável e imortal.

Seu Espírito navega em profusões, na dança da Natureza, no riso secreto de um sábio,
Nas palavras de um Profeta, na vertente mesma de um recurso inesgotável, como é
Algo do ar que emana do Universo manifesto, e de outros que sequer foram ainda criados.

Verte-se uma manhã dominical para além desta poesia, pois as horas completam de modo
Que um progresso espiritual gigantesco faça parte da criação humana, em que a arte
Seja de tal forma o apreço com relação às religiões, que nada deste mundo que não parta
Daquilo que espera-se seja um bom senso de espírito nobre, não possa algo de varrer
Para fora de nossa casa a sujeira que impede que um nobre cidadão nos visite, a ver…

A vida em devoção não se compara ao prazer mundano, posto crescemos em idades
Para nos vermos mais idosos galgando mais experiência e sabedoria, por termos
Experimentado Prema, o amor a Deus, assim como em Madhurya a relação do devoto
É conjugal no sentido pleno da grande Rasa que podemos cultivar ao longo da mesma vida.

Ver os seres, na visão algo Brahmínica, será a coroação de sabermos sempre que não estamos
Tão sós quanto alguns gostariam de nos fazer crer, a condição de não estarmos de acordo
Com supostas normalidades, e a aceitação da vida material impositiva como uma droga
Em que sua abjeção nos revoga por direito o seu uso ou comportamento ou à pena de consumo.

O comportamento imposto do dia ou da noite, o figurino a que muitos se apertam, nas salas,
Nos quartos, no nicho de modo algo de suspeição, não, seria melhor que nos ativéssemos
A pensar duas vezes antes de tentar atingir certos clímax dos sentidos, sem sabermos
Que o puro hedonismo gratuito, a bem dizer, para a poesia, colocaria jaças que turvam
O olhar de turmalina de Krsna, no seu desenhado lótus em deidade ou na lembrança…

O sentimento que nos faz separarmo-nos Dele é questão de não sabermos ou ignorarmos
Que um átomo tem Sua presença, e que deste modo Sua refulgência estará de acordo
Com a Verdade Suprema em afirmarmos que Ele É, apenas isto, em que tudo pode ser
De uma Maya que sucede a confundir nossos sentidos, e que nosso retorno ao Espírito
Possa ser maior do que uma tentação de estarmos abrindo a guarda ao menor descuido.

Que a noite descanse, que as palavras venham a nos sossegar, pois não há mundos piores
Nem melhores quando estamos em Bhakti Yoga, e que seu serviço pode estar em Patalas,
Os planetas inferiores, podemos estar vivendo apertos diversos, mas a simples noção
De que não existe luta que não seja em devoção, a mesma se dá no sentido de vencer
A ilusão que nos cerca, e sabermos que o mundo sente agora rebarbas do materialismo.

A Natureza Material faz parte do Universo Material e, no entanto, não somos esse corpo,
Somos alma eterna, em que sua consorte verte no ventre da matéria o Paramatma localizado,
Aquele que observa nossas ações que, quando consonantes ao bem, nunca nos deixa
Sermos dominados pelo mal, posto a nossa existência e Missão só se completa quando
Soubermos que por nossas ações citadas poderemos estar ao lado de Deus em Krsnaloka!

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