quinta-feira, 25 de abril de 2019

TECE GRANDE O HÚMUS DA TERRA



Ah, que prazer estar no gáudio da poesia, enquanto se vê a dois passos a terra
Que possui a sua distância, e no entanto é franca e terna ao sentir de um pé
Que desnuda na fronte inquieta de seus gravetos uma displicente forma
Em que por uma suposição nada anêmica não surpreende tanto como se fora!

Nada do que se vê no circunscrito mundo de um jardim será tanto do enlevar-se
Na pressuposta frente que nos ata a um simples bosque, em duas árvores dispostas
Em qualquer lugar que seja, e que nos remeta a outra circunscrição na voz de mulher
Que torna o ser maior do que o mundo, e enobrece a vida em se estar com a fé!

Nisto de sermos maiores do que a latitude de uma grama qualquer, nisso de desejar
Uma profundeza oceânica, não há maior desejo do que comungar com o espírito
No ser mais cru da existência do mesmo mar que enobrece igualmente o camponês
Que vê brotar de suas sementes fecundas o cio da princesa que reside nas plantas.

Por um tanto de conveniência pátria, quem sabe, não se fará muito do saber redondo
Que não seja menor do que o diâmetro da esfera de nossos pensamentos, algo mudos,
Quando reverberamos a atitude frente o lamentar-se de um assunto encerrado, em lócus
De sacralidade relativa, pois quem deseja algo se monta no cavalo que não é alado…

Esse não desejar, faz-nos pisar a mesma terra de outrem, a terra de Deus, proprietário
Do que se vê no horizonte, e por além mesmo das montanhas que não fenecem o sorrir
De uma faxineira, de um operário, de um contador, de uma burguesia esclarecida
Nas páginas em que a História há de vir contar em seus milhares de dedos o futuro!

Silencioso é o navegar de um poeta, mais crível do que se imaginar fluorescente
Em meio ao rubor agreste de uma floresta, em um navegar de barco oceânico,
No sentimento nada turvo do seu coração incandescente, quando sabe que liberta
Ao menos uma palavra em linhas que levem os leitores ao gigantesco infinito!

Não saberíamos menos se uma jaça se encontrasse no olhar do poeta, se um colo
Teimasse perdidamente em filtrar o comportamento indissociável da realidade
Com aquilo que se almeja ser melhor para muitos, envidando-se o esforço pétreo
De pensarmos que as palavras estarão contidas eternamente em livros latinos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário