Que
coisas que possam parecer estranhas, se hoje a onda dá para os pés
se refrescarem, quando pouco, ou que inundam em jorros a que cada
previsibilidade configura uma possível tragédia? Chegamos a diversas
equações, como em um jogo de nuances onde a lógica por vezes é
jogada no fazer, e pouco inserida no construir. Usufruir faz parte de
todo o mundo, ou quase, mas há homens e mulheres que lutam duramente
para que lhes cesse o sofrimento… Lutam em corredores de um
hospital, rezam por melhores dias, trabalham por vezes insanamente,
pensam e inquirem sobre condutas melhores, e quais seriam estas no
pressuposto de estarem urgindo por algum conforto. Há certamente –
em alguns lugares de nosso país – uma intensa luta em que por
vezes onde haveria segurança há um descaso, uma irregular
diferença, a tensão que abraça a muitos sem ver quem são, a
preservar-se necessariamente uma individualidade que se resguardasse
e, porém, vive a se descartar no aspecto das ações que não vemos,
os direitos e deveres cidadãos.
Para
se lidar com a fraqueza humana não adiantam mecanismos repressores,
se não há um contra artifício, um recurso mais humanitário que
ensine, ao menos, que teça uma proposta regular, sólida, a fim de
que pudéramos progredir no andamento de melhores sociedades. Porém,
mesmo que a sociedade verta em seu papel algo que não recorra a uma
sensatez própria de nós seres – distantes de tudo o que realmente
deveríamos desejar – podemos sempre recomeçar, reaprender, que
seja, ler um pouco, botar freios no frenesi ou tentar não ficarmos
em desespero a ponto de não conseguirmos dar continuidade na vida,
de um modo nem que seja no improviso de razões que nos levem a
sermos otimistas, mesmo que os óbices sejam enormes, nem que nos
seguremos em uma religião, um cantar de um rosário, uma mão serena
que tente não adoecer mais do que nossas mãos têm infelizmente
mostrado em grupos sinistros que tomam conta de muitas comunidades,
fazendo da violência seu objetivo abastardado. O progresso citado
nada mais é do que avançar humanisticamente no caudal das próprias
ferramentas que já possuímos à nossa disposição, e que fazem
parte de toda uma vantagem tecnológica, onde muitos ainda não sabem
se situar, e poucos sabem gerir a essência das atitudes decorrentes
do bom uso dos recursos contemporâneos. Falar-se em toma lá dá cá
é tão bisonho como saber de uma conta básica, rudimentar, na parte
dos valores e nas dinâmicas da psicologia do poder. Justo que a
vontade de poder é gigante como desejo, mas sabermos que o simples
desejo de tê-lo há que ser proscrito como atitude negligente quando
se quer um poder já constituído pela modalidade usual em nosso
continente, em nosso planeta, pelo menos o que se vê no Ocidente,
pois o Japão é um pouco diferente da Inglaterra, ou da França. Em
realidade, de fato, é que surge a tensão de querermos ser iguais
externamente, o que pode ocultar uma vivência paralela que
transforma e se torna dissonante de uma harmonia em atitudes
necessárias.
O
inconsciente trabalha com os instintos primitivos, e a vontade de
poder igualmente gera um ser desconforme, coloca fuzis em poder de
criminosos, torna territórios em lugares sem lei, em um modo
indissociável com relação a ambas as pontas do problema: aquele
que está em um algo cargo e delibera uma incredibilidade, e aquele
que quer dominar tantas áreas quanto possível, na estranha
associação das milícias e outros horrores do gênero, onde em tese
tudo ficaria na mesma seção da delegacia, no mesmo foro sem
privilégios, na mesma questão do ilícito penal, mas que se pesa
infelizmente instâncias várias que liberam gente que não deveriam
liberar. A tensão talvez não fosse tão diferente se realmente
inibida com o gesto da Lei. Resta saber se o poder faccioso renderá
tanto que se espalhar sistemicamente, e a que ponto isso chegará a
um veredicto favorável para a população inocente e honesta.
As
cenas deste mundo são chocantes, e nada do que se perceberia de ante
mão sobre uma ponta de um iceberg de fogo poderá vingar no sustento
do bom senso, se não colocarmos as forças que impelem ao justo no
trem de nossas esperanças. Mas, como em um bom jogo de xadrez, há
que se ter tática e estratégia e crescer em inteligência de modo
acelerado, a saber, se da eletrônica parte um recurso intangível,
resta-nos criar as condições para que essa inteligência saiba mais
do que a cupidez e a ignorância dos criminosos. E essa inteligência
cabal há que saber da sensibilidade e estudos psíquicos para a
recuperação de muitos homens e mulheres com a criação de
fundações de amparo aos cidadãos desassistidos.
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