Muito do que fazemos possui uma linha de produção, a contar por tempos em que o simples funcionamento de um relógio podia ser entendido – conceitualmente – pelo gotejar de uma torneira. A sabermos que nem tudo é ou funciona conforme o estabelecido no mundo contemporâneo, mesmo porque há modalidades produtivas em uma escala onde muitos países ainda estão em processos fabris mais antigos, mais arcaicos. Na verdade, o que se pensa de um canal de abertura de empresa, ou startup, revela no anglicismo um contexto de tecnologia, pois abrir um negócio como uma tecelagem pode estar utilizando, ou ser uma modalidade mais antiga, onde a tecnologia usada seja criteriosamente de outra ordem. Essa é uma questão em que participam diversos atores, onde uma rede de aplicativo já começa a dar sinais de uso crônico, é usual, é quase um lugar comum, já que em sua maioria os aplicativos apenas reproduzem ideias matriciais, o que vem a dar uma resposta talvez perene ou já saturada no chamado mercado, onde suas leis não são mais tão criativas. No entretanto já se vê que só quem tem um montante maior para ser investido é que possui mais chance de sobreviver nesse mercado, onde os sistemas bancários não sofrem muito com as investidas de alguma crise, ou coisas similares. Há certamente prospectos onde se afama as iniciativas de natureza criativa, como a indústria do entretenimento. Prospectos de propaganda extensa, reiterada, sutil, cromática, sensorial, onde todos os modais das relações entre elementos cognoscíveis dão lugar ao recomendado e pragmático uso desses meios de persuasão. Assim na verdade se constrói um apanhado de vertentes reprodutivas onde os valores passam a ser relativizados perante um caudal de recursos onde a rede contribui para emancipar chamados valores e seus comportamentos, objetificando o funcionamento sistêmico dessas indústrias, startups, irrigando novas formas de comércio, obliterando antigos procederes, ou negando suas existências. A esse vácuo ou átimo que pode ser temporal ou locacional, podemos afirmar que as questões relativas ao ser e sua existência em meio a essa algo confusa matéria nos levam a pensar melhor a natureza de suas origens. Talvez não importe tanto esse referencial histórico, mas é na modalidade que verte das garras quando as sentimos sobre os ombros, é que começa a pesar em toda uma massa de gente que algo não vai tão bem na tentativa da contemporaneidade em negar esse estado mítico de coisas um poucos vazias, sem a arte ou as válvulas inquestionáveis que fizeram parte da história desde Altamira e Lascaux, culminando com Marcel Duchamp, e as futuras instalações e cinestesias que põem termo ao retorno necessário da expressão da arte. Na necessidade da arte, não há uma palavra chamada conceituosismo, pois os “ismos” tanto enquadraram os estilos que haveria profeticamente uma queda até da arte cinematográfica, onde a atual produção em escala e de retornos gigantes é construída com bases na recriação da realidade, e projeção inconsciente de demandas intuitivas, abissais, reptílicas. A violência toma conta da recreação e a realidade toma a forma da violência, em uma roda-viva em que sonhar com um mundo pacífico não está nem mesmo pertencendo aos evangélicos, em sua sanha de pregar um apocalipse que, em uma humilde opinião, não deveria soerguer tamanha ira de Deus.
Que todos se encontrem, isso talvez seja uma solução onde a vida peça passagem em um olhar, que a todos haja uma redenção, sem, no entanto, crermos em absoluto que estamos já no fim dos tempos, pois que a todos – sem exceção – se enobreça um sentimento aglutinador perante a vertente produtiva onde nem todas as modalidades se encerrem em apenas um projeto de mercado.
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