Vem-nos
algo de alguma parte, uma mensagem, um torto descaso
No
que não se pensa muito, no que não consideremos afronta,
Posto
por detrás de uma assertiva qualquer pode residir sua negação.
Vem
em quilate quase sincero, vem no andar de uma alta carruagem,
Como
uma pepita falsa que não se sabe nem mesmo se teria valor
Quando
se apresenta de modo conforme a dança de uma realidade!
A
fúria real, o sacrifício sem fruto dos tolos, um trabalho de antes
Quanto
de se saber que o que anda no mar não anda na terra…
Ver-se-á
um navio milenar, um barco gigante sem proa, sem quilha
Com
um leme de escota, meio vela meio corda, a si em seus meios
Dos
quadrantes de um oceano que verte quase em uma Terra Oca!
Não
se possa creditar qualquer absurdo, pois o conhecer é navegação
Dos
poucos que se dignam ao estudo árido com sua causa e efeito
Nas
vertentes do que não se realiza em integridade, mas gera o suor.
Mas
que eis que somos mais, na metade de uma existência, a ver
Que
muitos sossobram no seu cadinho de melancolia de uma vida
Quando
não se obtém a frase esculpida com caneta em um bloco
No
significado de um versículo que a Bíblia esqueceu deitado.
Resta
carregar um peso como uma formiga, como um homem tornado
Um
grande carregador de pesos que não valeriam tanto se tal não fora
A
moeda de um gigante, frente a um vintém de um pequeno outro homem!
Verte-se
no descaso da aurora o prazer indescritível do poeta, frente
A um
oficiar um tanto de sua vida com o pressuposto de querer ao menos
Que
se frima o tempo qual atrito do sol com a crista da vaga oceânica.
Nada
do que se quisesse dizer seria a responsabilidade que urgiria a arte,
E,
no entanto, como um estranho depender a sua válvula dá o escape
necessário
A
que na verdade outrora não haveria sequer a compreensão de um fato
velado.
Pois
que o segredo em navegar em terra não seja a exclusão de um ente e
ser
Qual
não fora as duas coisas que em tese não descarta sequer a
possibilidade
De
que no ser o ente sobreviva em seu espírito de devoto que não cai
jamais.
Resta
saber a latitude de um verso, o nome que não se deu a qualquer
desdita
Qual
não fosse ajustar o rumo e inflar a buja no descarte de não estar
como os nós
Sem
a navegabilidade presente, pois sua ausência só perfaz um cabo
tormentoso!
Assim,
se a história nos contasse algo, que fosse ao menos a versão mais
discreta
Do
que seria a verdade a que muitos não a creem, e que sinais
pressupostos
Nem
sempre indicam uma caminhada segura no fato concreto de singrar a
água.
Uma
letra negra em fundo cinza tece a miríade de cores alternas, sob a
superfície
Da
tinta mesma da poesia, onde seus papéis residem na aurora da
celulose
Abraçando
o caudal de um leito de uma tela na letra em que Manutius
aproveitasse.
Assim
que se dizer, de um renascimento em que Botticelli inundasse
de Vênus
Todos
os rincões que vissem brotar do amor realizado na pintura, a mulher
que não há
Muito
de se dizer em um mundo que depois de século as faz como guerreiras
em paz.
Nas
nossas escotilhas de barcos sagrados, vemos por vezes uma semente que
surge
No
recurso de um devoto, ao semeá-la no segredo de uma virtude quase
encoberta
Por
um véu denso de escuridão onde nem mesmo Rudra saberia lidar
com esse viés.
Nada
do que se perfaz em todos os perigos aparentes da vida não possuam
relações
Com
o que se espera de uma Era em que as coisas não sejam mais tão
promissoras
Mas
igualmente que Caitanya nos reserva ainda algum milênios de
luz, se soubermos!
A
saber, que a divindade já se mostrou como o Filho do Homem, veio à
Terra e legou
Os
ensinamentos aos apóstolos, vertendo esperança aos pobres e fracos
e humildes,
Trazendo
à tona os verdugos do império, qual não fosse, iluminando o
calcinado.
Mesmo
que se soubesse que os erros não devam mais ser cometidos, a Terra
alcança
Um
perímetro dinâmico que atravessa os próprios sinais de suas
destruições desmedidas
Nas
auroras que a todo o tempo, em mais um e mais um dia, surgem, tácitas
e soberanas.
Àqueles
que carregam seus sofrimentos e inquietações, se possa levar a luz
de quem está
Com
archotes em seu poder, para dirimir dúvidas, e sentir que a mesma
humanidade crua
De
algumas propostas em progresso, possa evitar ao menos os regressos da
malevolência.
E
assim navegar, com quem leva com carinho seu barco, um meio qualquer
que nos fale
A
uma bússola nem tão necessária, posto quem carrega um grande motor
de centro
Não
falta com a prerrogativa de estar navegando na pureza de um mar
auspicioso…
E na
beleza da bondade como grande timão, a Verdade seja a
consubstanciação
Dos
atos que nos dizem como se guiar perante a vastidão de milhões de
estrelas!
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