O
enervar-se um ser pode acontecer inconscientemente, pode ser por
razões várias, e mesmo um cão torna-se neurótico com esse fato
ocorrido. Um suíno pode ficar nervoso quando confinado, um boi pode
ficar nervoso com a perspectiva do abate, e sobretudo um ser que
possua a faculdade da razão pode se equivocar em seus princípios
quando se convenciona tratar-se de uma atitude de desrespeito ou
hostilidade que porventura possa vir a sofrer. Esse amplo paradigma
perfaz nossos atos perante o próximo – seja qual for o ser –
animal (e isso também é fato) ou um homem ou a mulher, que sofre
mais da truculência do que o male, o chamado macho, se é que
o nome que se dá importa, se é que o chauvinismo chegue a tanto, na
ignorância de darmos os nomes àqueles que porventura assim se
comportem. No entanto, convenciona-se a princípio que não seja
permitido, mas as nuances da lei ainda colocam restrições a níveis
de agressão, a falta de provas em determinados casos – nos humanos
– e por vezes atenua quando a solução viria a ser mais dura, nas
circunstâncias que deveriam ser mais exemplares no imputar a culpa.
A se dizer dos cães que sofrem maus tratos, dos pássaros que são
confinados, e por aí colocamos todas as voltas do rosário em
profusões de centenas de anos de sacrifícios…
O
paladar humano é convencionado pela cultura, pelo que se come quando
há, e pelo que se improvisa quando falta, na carestia que
aparentemente parece inevitável nos tempos de hoje, quando a fome
grassa. Essa fome não deve existir, a propósito, a fome de
medicamentos, a fome de se educar, pois não há como se colocar em
alguma dianteira para explicar essas ocorrências, que a título de
justiça deveriam estar no pano de fundo das garantias ao ser humano,
em seus princípios, mesmo porque, quando atendidos os fundamentos
das necessidades do homem, o humanismo em relação a outras espécies
vem a reboque. Por que não se afirmar que os médicos que atendem os
povos mais excluídos do mundo não fazem um bom papel de apoio e da
salvaguarda da saúde mundial? Quereríamos o oposto, por algum
acaso, caso pareça que nos sentíramos intimidados com essa fluência
humanitária? Por uma suposição óbvia não seria assim, posto a
posição de uma peça – repetindo – no tabuleiro da vida jamais
deve ser desperdiçada, e qualquer iniciativa que surja para ajudar
ao menos a sanar problemas do sofrimento humano vem a ser de boa
pedida. Se um homem está no poder para se fazer crer a si mesmo que
está com Deus, deve olhar para os pobres como o próprio Cristo
olhou: sem reservas, caritativamente, com perdão e sem preconceitos
de qualquer ordem, fosse o Lázaro ou a prostituta quase apedrejada.
Jamais se possa dizer o oposto, pois a chama que queima do coração
dos oprimidos não é fogo fruto da insanidade de cada um, mas o
resultado de uma distribuição das riquezas, superlativada por um
processo sistêmico realmente injusto, e que isso parte não
propriamente do discurso de esquerda ou direita, pois manifestem
ainda sua truculência intolerante, mas provém do fruto de um bom
senso de bons administradores, ou ainda de uma classe do Poder que
seja ao menos mais igualitária, independente do sistema econômico,
pois que se contesta aquilo que dissolve estruturas sociais, e chegar
nesse ponto é um colapso de qualquer administrador, empresário, ou
seja o que realmente vá de encontro com sua população.
O
esforço ou qualquer sacrifício sempre será necessário para se dar
um bom andamento propositivo na questão de uma boa gestão de um
município, de um Estado ou de um país. Mas há que se ter esforço
de todo os lados, e trabalho, e trabalho, muito trabalho. Para se sair de uma
crise continental há que ser mais nacionalista, rezar o credo de sua
própria riqueza, como a nação mais rica do planeta tem feito ao
resguardar seus interesses. Se quisermos um exemplo, que se dê lá
de cima, pois se quisermos uma inteligência maior temos que tê-la
desde abaixo, desde tenras idades. Esse é um paradigma a ser ao
menos visualizado como padrão de conduta, com o moral e ética
justos, posto não se faz uma nação sem nação, não se constrói
um território nacional com uma bandeira estrangeira nele fincada,
como território de outrem. Que se considere um paradigma algo de
libertação de nossas carestias, como um ajuste de prumo, como a
retificação de um esquadro, com a delimitação de um compasso:
técnica e justeza, caráter e patriotismo. A partir do momento em
que viabilizarmos uma Democracia exemplar no continente, poderemos
comercializar e ampliar nossos espaços financeiros com toda a massa
que porventura hoje se sente excluída por inúmeras e contestáveis
razões. Um Estado de Direito se faz com a retidão, e esta dá jus
ao andamento dinâmico de todas as suas partes, porventura algo
fragmentadas, mas já esperando ansiosamente, como um amálgama de
potencialidades inerentes a um país continental, a uma União
patriota!
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