Seriam
os ofícios quase deuses, em que um possa se imaginar com poderes,
enquanto inúmeros mortais sequer sabem ler? Ou não podem, ou as
escolas são faltantes, ou um regime de engordar a ignorância de
poucas referências literárias levam ao escopo da mesma ignorância
alguns privilegiados ao poder? Talvez os ofícios sejam mais curiosos
do que a simples moeda da troca, do que o lugar comum em que seres
deixam de viver por estarem sob pressões que a humanidade pode
evitar, mas não o faz porque se torna em seus atos inumana.
Credite-se a um ofício qualquer não o modo animalesco das contas e
dos lucros nas relações sociais, mas na diligência em se saber que
o que torna um monstro na sociedade, é algo que foi criado muito
tempo atrás. Há uma transferência do tecnologizar a infâmia, do
soçobrar pensamentos para que o correto estabeleça limites e
critérios ao menos duvidosos. Se o jogo das palavras que se escutam
largadas no limbo seja tão simples como desvendar a lógica
rasteira, sem profundez, seja feita a vontade de estarmos no planeta
dos consortes por encomenda. No entanto há muito a se aprender com
os ofícios, e um lado maravilhoso é justamente debater-se a questão
em que um ser esteja de acordo com as respostas que obtém em sua
busca – na curiosa busca – de saber-se aprendendo, mesmo que
outros maestros lhe digam o contrário. Não há defesa na parte
inconclusa de uma ação que a nada remete, talvez apenas tenhamos
que defender preciosos tempos em que porventura poderíamos estar
longe de uma máquina em que seu óleo seja para lubrificar as partes
dela, apenas, mas não de se dar uma pausa criteriosa em andamentos
em que se clama por paz, e ações negativas apenas a consumam. Esse
consumir-se a paz faz com que nos resguardemos provisoriamente e
passemos a consumir – por exemplo – de modo brutal o óleo que é
razão e motivo para tantas contendas. Seus preços, seus usos, seus
danos materiais e suas guerras.
Em
uma alocução mais pertinente, quem sabe aquele que esteja
consumindo a paz de outrem não saiba que apenas está colocando
areia no panorama claro do céu, como transferindo pestilências onde
não deveria haver esgoto. Inconscientemente, o céu pode turvar, mas
as águas acabam caindo de suas frentes por razões já citadas, por
uma questão da falta de compreensão e de uma curiosidade oficiosa,
que muitas vezes não possui a culpabilidade direta, ou o dolo. É
fácil redimir fronteiras à base de indiferença, é mito não
admitir o erro pela desigualdade, e é extremamente confortável se
portar à frente da máquina, já devidamente corroída pela
ferruginosa corrupção, endêmica e tentacular.
É
por uma razão evidente que não se deve expor uma vida sacrificada
mais e mais, tornando a existência em um país como o Brasil uma
terra de promiscuidade em que as classes mais altas estão envolvidas
até o pescoço, e quando se fala de promiscuidade, entenda-se o
arcabouço moral da conivência algo secreta com as atitudes e crimes
mais vis que a própria justiça corrompida silencia perante o povo,
que se torna expectador dessas modalidades em que verdadeiros grupos
de extermínio já começam a agir em nosso território na construção
do desastre corroborado por instituições de lesa pátria, o que
fatalmente levará a um colapso sistêmico, se as autoridades não
começarem a olhar mais para o seu umbigo, desde o primeiro dia em
que vieram ao mundo...
Assim
se pode ter uma curiosidade de ponta, assim se dá o mea-culpa, onde
a titulação do verdugo há que ser revista pelo próprio ato de
seus ferros que ferem aqueles que supostamente não vivem dos acordos
e da curiosidade mórbida pela imprevista, mas sempre sólida,
impunidade.
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