sexta-feira, 12 de abril de 2019

A TEMÁTICA ALGO CURIOSA DOS OFÍCIOS


         Seriam os ofícios quase deuses, em que um possa se imaginar com poderes, enquanto inúmeros mortais sequer sabem ler? Ou não podem, ou as escolas são faltantes, ou um regime de engordar a ignorância de poucas referências literárias levam ao escopo da mesma ignorância alguns privilegiados ao poder? Talvez os ofícios sejam mais curiosos do que a simples moeda da troca, do que o lugar comum em que seres deixam de viver por estarem sob pressões que a humanidade pode evitar, mas não o faz porque se torna em seus atos inumana. Credite-se a um ofício qualquer não o modo animalesco das contas e dos lucros nas relações sociais, mas na diligência em se saber que o que torna um monstro na sociedade, é algo que foi criado muito tempo atrás. Há uma transferência do tecnologizar a infâmia, do soçobrar pensamentos para que o correto estabeleça limites e critérios ao menos duvidosos. Se o jogo das palavras que se escutam largadas no limbo seja tão simples como desvendar a lógica rasteira, sem profundez, seja feita a vontade de estarmos no planeta dos consortes por encomenda. No entanto há muito a se aprender com os ofícios, e um lado maravilhoso é justamente debater-se a questão em que um ser esteja de acordo com as respostas que obtém em sua busca – na curiosa busca – de saber-se aprendendo, mesmo que outros maestros lhe digam o contrário. Não há defesa na parte inconclusa de uma ação que a nada remete, talvez apenas tenhamos que defender preciosos tempos em que porventura poderíamos estar longe de uma máquina em que seu óleo seja para lubrificar as partes dela, apenas, mas não de se dar uma pausa criteriosa em andamentos em que se clama por paz, e ações negativas apenas a consumam. Esse consumir-se a paz faz com que nos resguardemos provisoriamente e passemos a consumir – por exemplo – de modo brutal o óleo que é razão e motivo para tantas contendas. Seus preços, seus usos, seus danos materiais e suas guerras.
         Em uma alocução mais pertinente, quem sabe aquele que esteja consumindo a paz de outrem não saiba que apenas está colocando areia no panorama claro do céu, como transferindo pestilências onde não deveria haver esgoto. Inconscientemente, o céu pode turvar, mas as águas acabam caindo de suas frentes por razões já citadas, por uma questão da falta de compreensão e de uma curiosidade oficiosa, que muitas vezes não possui a culpabilidade direta, ou o dolo. É fácil redimir fronteiras à base de indiferença, é mito não admitir o erro pela desigualdade, e é extremamente confortável se portar à frente da máquina, já devidamente corroída pela ferruginosa corrupção, endêmica e tentacular.
          É por uma razão evidente que não se deve expor uma vida sacrificada mais e mais, tornando a existência em um país como o Brasil uma terra de promiscuidade em que as classes mais altas estão envolvidas até o pescoço, e quando se fala de promiscuidade, entenda-se o arcabouço moral da conivência algo secreta com as atitudes e crimes mais vis que a própria justiça corrompida silencia perante o povo, que se torna expectador dessas modalidades em que verdadeiros grupos de extermínio já começam a agir em nosso território na construção do desastre corroborado por instituições de lesa pátria, o que fatalmente levará a um colapso sistêmico, se as autoridades não começarem a olhar mais para o seu umbigo, desde o primeiro dia em que vieram ao mundo...
        Assim se pode ter uma curiosidade de ponta, assim se dá o mea-culpa, onde a titulação do verdugo há que ser revista pelo próprio ato de seus ferros que ferem aqueles que supostamente não vivem dos acordos e da curiosidade mórbida pela imprevista, mas sempre sólida, impunidade.

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