Nada
teria que ver com uma importância de saber-se quando Anselmo houve
de aprender a geometria. Nada teria muito que ver, mas, na verdade,
este quadrante do conhecimento merecia sua atenção, visto ser ele
de mente engenhosa, ainda que nada pragmática. Partia do princípio
de uma forma primitiva, a bem se dizer de um cubo, pois este poderia
virar um plano, ou mais subtraído em uma face, uma aresta, ou mesmo
um simples vértice. No desenho bidimensional, não se sairia muito
do plano, bem dizendo, que este estivesse no universo de três
pontos. Mas sempre Anselmo vinha com sua mania de querer alcançar a
geometria em 3D (três dimensões). Começaria a construir sua
construção poligonal com a extrusão das faces adicionadas em cada
face do cubo. Como o quadriculando, para depois fazer emergir da
forma outros cubos, tornando mais complexo o cubo matriz, original.
Assim fosse um bairro, onde as quadras seriam formadas por planos na
dimensão da área da construção, em sua maior parte os prédios e
onde em uma profusão de estilos padronizados, fosse dada a extrusão
na devida altura no software – de preferência livre – que
permitisse a modelagem de uma área complexa em seus cubos, detalhes
e nichos. Um bom software como o Blender permite esse planejar o
espaço tridimensional, virtualmente, mas com as respostas mais
correspondentes com a realidade e a funcionalidade volumétrica do
mesmo espaço. Nesse software há três elementos constitutivos da
cena: luz, objeto e câmera. Afora isso, uma timeline – linha do
tempo – que concorda maravilhosamente com a animação, onde a
simulação é perfeitamente viável, podendo-se animar as luzes, os
objetos e as câmeras, tornando arquitetonicamente a harmonia própria
de um filme, onde o protagonista é aquele que, tal como um piloto,
saiba manejar os instrumentos de controle e geração não apenas de
novas geometrias, como igualmente da colocação e modelagem de ordem
orgânica, tais como caracteres mais arredondados e definições de
detalhamentos do mesh, ou malha poligonal. Essa é uma ciência
vasta, e domina mitos do entretenimento, de simuladores, de
treinamentos e posicionamentos táticos. O controle e o know how
desse entender-se o espaço coloca-nos frente a frente com a
tecnologia no simples piscar de um download gratuito e na solidária
orientação de um professor.
Diversas
são as ferramentas onde o operador, ou melhor dizendo, aquele que
dirige qualquer projeto da área, eximindo-se solitários sem
equipes, pode em mecanismos de pesquisa de alto nível estabelecer
estruturas de comandos onde a inteligência e a criação de um
drone, por exemplo, traz em si o simples posicionamento em uma
estrutura urbana, sua malha viária e, mais uma vez, a compreensão
da confecção de um espaço. Mesmo porque fechar uma possibilidade
espacial é contraproducente, e permitir que se abram espaços na
inteligência de uma potencial habilidade humana é por seu lado o
fator positivo que deve mover não apenas a arte de entretenimento
como o desenvolvimento estratégico de valor agregado de engenho do
homem, da mulher e dos jovens que certamente fascinam-se pela
possibilidade de estar em um projeto de computação gráfica. Isso é
tão certo como uma foto em que se tem a possibilidade – ao menos
com uma câmera semi profissional – de fechar a imagem de modo em
que nitidamente se veja o detalhe de uma cor, da folha de uma planta,
de uma boa e nítida composição, do equilíbrio suspenso, ou de
evidências em outros usos.
Assim
com na ciência e arte da computação gráfica e suas técnicas, as
possibilidades de uma boa literatura compreende a eficácia em lermos
com outros olhos o desvendar humano sobre a Natureza. Esta possui em
si uma dialética – compreenda-se que esse termo tem sua exatidão
semântica aqui empregado – em que da construção que se parta de
seus elementos, ou mesmo compreendendo-se aquela em que o uno se
divide e volta a se tornar o uno, o reflexo do que nossos sentidos
exatos como a referência humana percebe, retratamos ou copiamos os
nossos mais introjetados e complexos veios expressivos da própria
Natureza supracitada, que é o que ou onde estamos, e será para
sempre onde vamos no futuro. Há que a resguardar, logicamente. Se,
por exemplo, um míssil teleguiado fosse ter como alvo um lugar de
uma floresta, certamente a destruição seria na carne da selva, ou
seja, a paradoxa questão de se atingir um alvo humano e levar a
Natureza em suas feridas abertas pela guerra. Portanto, nesse
quesito, devemos virar a página e esquecer esses tipos de traumas em
selvas há muito tempo tidas como patrimônios da humanidade.
Cabe
observar, no entanto, que por incrível que pareça a destruição
vira já o grande padrão da humanidade, ou de uma parte dela que
decide a bel prazer o destino de toda uma gente, de muitas cidades,
da desigualdade extrema e das efetivas guerras e suas tensões
decorrentes ao redor de nosso mundo. Que costumeiramente dizemos
nosso, mas parece que há nuvens que caem do céu e carregam os
pertences de muitos, e há paraísos na Terra que são engolidos
pelos tsunamis. O nosso já não responde tanto por propriedade, e é
de A mais B que quando estivermos aqui daqui a trinta ou cinquenta
anos quiça tenhamos que viver nas montanhas, com rios esgotados por
minerais, e a água da chuva como vaticínio do bem! Se é que a
humanidade não possa retroagir com sua crítica, antes de investir
pesadamente com o hedonismo global, a busca incessante pelos píncaros
do prazer, ou a criteriosa e simples questão de ser aceito como se
não fosse, um perfil atraente, ou a modalidade máxima do consumo.
Que
se tenha em voga ao menos um olhar mais curto, que saia do espectro
de natureza muito ampla, e que revisitemos as notícias de vanguarda,
em seu paradoxal oposto, que seriam aquela que dão a sustentação
mais imediata de nosso entorno, casa, rua, bairro e cidades. A cada
um o seu trânsito, sem nos preocuparmos muito com pressões
verticais, posto o emergir opinioso construtivo dentro da própria
comunidade onde se habita reflete um jardim sereno que gostamos de
cuidar, e tecnologicamente podemos ainda construir com inteligência
os recursos para se ter a segurança necessária a esse mesmo
resguardo, ampliado por várias outras comunidades mais carentes,
repetindo, na dialética da expressividade alternativa com os meios
que tenhamos às mãos, como uma caneta e um papel, ou mesmo a
substância da tecnologia de ponta, mas sem esquecermos que nada
tenha que ser um substituto anulador de outro meio mais antigo, pois
a habilidade mental traça no papel o mesmo triângulo que está
contido dentro de um plano, restando a compreensão de que tudo o que
teve origem em um papel também está contido dentro da mente
cognata, apesar de às vezes não sermos muito estáveis com certas
definições do que seja a educação, e esperarmos as garantias da
medicina e da segurança pública.
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