segunda-feira, 29 de abril de 2019

O CAMPO DA TERRA



O que seria significar o campo o alvitre da terra, seu húmus fecundo
No tanto da vertente das águas, que regue, que – pasmem – flutue
Um nicho de gramínea, e que as formigas subam pelos troncos secos
Nos cipós de qualquer lugar, por onde se deseje o alvorecer Natural!

Na causa e no efeito, no sentir as plátanas femininas de outro consorte,
Na via indiscreta dos caminhos, no que verse mais um verso, seja cinco
Um número sem sentido, mas a sentir que é gigante perante as trevas
Onde por vezes milhões e milhões residem confortavelmente no cru.

Sim, por quais navegares inconclusos, que o barco possui um capitão,
Pois se tal não fosse não haveria a hierarquia entre patentes iguais,
Naquilo que precede o operar-se concluso, o dia que teve o seu final,
A missão nada indiscreta de mais contatos que perfazem quase um perfil…

Mas que o campo fale mais um pouco da terra, algo abraçada, algo sensata,
Um cadinho de ourives antigo, um escritor alquimista, uma ciência abraçada
Com a pertinência de se estar na espera de um resultado, seja o DNA ou não
Algum RNA escondido no núcleo que muda a dimensão mesma da reprodução.

Que de ciência soubéssemos mais, que de ciência pudéramos fazer um rádio
No escopo de que o mesmo canal revela uma outra questão surpreendente
De que nada do que se faz de comunicação surpreenderia os antigos meios
Na própria linearidade mais longa que encerra significados de maior profundeza!

Que se espere a terra, pois da terra semeia-se o pão, não importando se quem diz
Que o panorama do alimento tenha que ser modificado, pois a modalidade
De uma produção em países de terceiro mundo, ao menos recebe a teocracia
Naquele sentido atávico de que todo o alimento é sagrado, mesmo usando a química…

O que se apanha da terra é o caule de todas as gerações, estas que vieram a ver frutos
De frutos e frutos, sem distinção de etnias, posto que no alvorecer da montanha
Esperam os seres que a troca relembre a antiga conduta em permas culturas formadas
Pelo transitar simples dos simples, algo que não provoca a contenda, visto produção.

Nessa continuidade produtiva, está o silêncio de noites que não se escrevem no tom
Único de uma transição positivamente liberal, pois é em um lugar que possui o húmus
Que se faz de África um painel maior do que os nossos costumes, na única relação
Em que por vezes um viandante da ignorância simplesmente na cidade não estaciona.

Mas que não se revele o cáustico saber de que algo porventura estaria incorreto,
Em uma sanha de transformação da terra em chumbo, em ferro, em estanho,
Posto ser na origem mesma da mesma terra em que caminhamos sobre o petróleo
Alguma terra que se valia na produção de uma fava, nos esquecimentos de quem fomos!

domingo, 28 de abril de 2019

O ASCETA



         Buscar algo a mais em nossas vidas é fruto de maturidade existencial. Seja essa busca no plano material ou no domínio anímico, espiritual. Há uma realidade concreta que supõe a literatura religiosa que ao menos tenhamos materialmente uns óculos para ler um livro sagrado, e isso faz parte de um sólido e materialmente presente objeto. Então, se passa que, como em uma palheta de pintura, tanto as realidades de ambos os casos se fundem ou, como se diz no Gita, há modos de existência material, como a bondade, a paixão e a ignorância. Posto que a tendência da humanidade seja a aproximação com o que se crê prosperidade material como uma relação com o divino, essa é uma questão algo turva do propósito mais verdadeiro e religioso, por conseguinte. O ascetismo religioso pode ser necessário em alguns aspectos, principalmente entre a devoção continuada, mesmo que se tenha nas mãos o segredo de que a Vida Simples e Pensamento Elevado continua a ser um grande livro da ISKCON – International Society for Krishna Consciousness. Para um neófito, um livro sobre como pararmos com os abatedouros através de uma conduta religiosa, comendo os alimentos primeiramente oferecidos a Deus: comendo os restos de uma prasada, fruto desse oferecimento. Mas, voltando ao ascetismo, o importante é saber que o Serviço Devocional Imaculado ao Senhor Krsna revela que podemos trabalhar em uma fábrica, escrever textos de filosofia, sermos administradores de algo, mentores ou mestres de uma escola, diretores de empresas, operários da construção civil, em síntese, dedicarmos nossa vida em trabalho dentro ao menos da posição da bondade dos modos materiais. Essa é uma diferença crucial, posto o modo da ignorância, por exemplo, traz na face da sociedade sempre a turvação da compreensão mais verdadeira, a razão que nos compele a prosseguir em nossa missão no mundo. Não será através de repetidos nascimentos e mortes que estaremos mais felizes em nossa existência, mesmo sabendo que um devoto de Deus possa estar em um ambiente hostil e na verdade pregando a Palavra Dele, pois ao religioso verdadeiro só importa a Bhakti-Yoga, ou seja, o serviço imaculado ao Senhor, nascimento após nascimento, mesmo que para isso tenha que sofrer a tentativa ilusionista de Maya, que transcende por vezes a própria pergunta original: quem somos, de onde viemos e para onde vamos. Prestar o Serviço Devocional em Bhakti sempre será mais importante do que renunciar a tudo e viver em um lugar isolado, mesmo porque neste mundo atual o renunciante não encontraria a paz necessária para tal ordem. Um sanyasi – renunciante – pode dar de seu conhecimento dentro dos templos, e os mestres espirituais por vezes fazem esse voto. Mas hão de ter retaguarda material para que ao menos o corpo possa estar unido à alma, ao espírito, ou seja, sua vida depende de algum artifício material, pois, sendo esta a energia externa do Senhor nós, como energias marginais damos voz ao corpo e podemos transcender a identidade falsa de que somos este corpo, pois não passamos de almas espirituais com um corpo que vai mudando, desde uma tenra idade até a velhice.
         A não consecução da percepção da realidade que se apresenta de vários modos, leva a uma solução do único sacrifício para esta nossa Era do Ferro, ou seja, cantar os nomes do Senhor e associar-se com devotos. Uma grande mudança de paradigma ocorre com a consciência aflorada em Krsna, e sabermos dar valor ao nosso mundo para a frente da Era Dourada que Sri Caitanya nos legou, é saber da atitude espiritualmente revolucionária frente aos paradigmas da mecanização que o mundo digital e suas máquinas começam a impor-se como realidade crível e seus convencionamentos. Daí a ver-se que o ascetismo religioso pode comungar com esse encontro na verdade jamais compulsório com a tecnologia. Mas saber usá-la bem resulta em que tenhamos mais poderes em espalhar a Consciência de Krsna ao redor de um mundo inteiro: desde um coração de um asceta, desde o coração de um Yogi.

sábado, 27 de abril de 2019

AS RONDAS



Cena externa, um mendigo passa por dois jovens parrudos vestidos com camisas pretas e calças de látex azuis. O primeiro observa. O mendigo estaca em meio ao lixo reciclado, era no dia da coleta. Um lusco fusco, e uma mulher passa apressada em meio ao jogging, são oito horas e a noite começa a ferver naquele tipo de istmo ladeado pelo mar. Os jovens parrudos, com o nome: Grupo Alpha, inscrito nas blusas, aproximam-se do mendigo, lançando mão de um diálogo insolente. Surge de um banco próximo um homem com uma jaqueta de nylon laranja terra e faz sinal a uma viatura da Guarda Municipal que, de um azul petróleo e de faróis desligados, fazia a ronda de abertura daquela noite de sábado. Fachos de lanterna escapam insanos e oscilantes à procura dos dois que, assustados, deixam o mendicante em paz, sentando-se em um banco, à beira de seu colapso moral... Olham atravessado para os lados, meio que reinventam modos, teclam profusamente seus celulares e saem do carro duas mulheres, vestidas com calças cinzas e pretas blusas apenas com a letra grega alfa desenhada atrás das camisetas.
O homem de laranja, beirando os cinquenta, mas de ágil estatura, pega de uma pequena máquina e fotografa o grupo, tirando fotos com alta resolução, no que faria o mesmo processo, ampliaria os rostos e guardaria para possíveis reconhecimentos posteriores, caso houvesse tentativa de reincidirem os homens no que qualificava de premeditação de desrespeito e atitude hostil ou violenta contra os direitos de cidadania. Era um homem quieto e discreto e se portava naquilo que pensava justo, quando percebia algum surgimento da truculência civil nas cidades, e Florianópolis não escapava a isso. Cedo ou tarde esse cometimento da brutalidade contra os vulneráveis ficaria mais exposto na carne das estruturas sociais. Seu nome era Paulo Salim, e trabalhava por conta com sua própria metodologia. A fim de apaziguar um pouco a situação, ofereceu um cigarro ao homem, que por sinal trabalhava para ele por conta de risco baixo, pois para dirimir esse tipo de crime estariam sempre juntos e tantos outros, de boa índole e de boa fé. Sandro era o nome do “mendigo”. Efetivamente dormia na rua, mas, como estava em condicional, ajudava a polícia. Dentro de seu trânsito limitado, voltava o olhar para a triangulação de um agente oficial, ele (um “soldado”) e a patrulha. Às vezes quando havia um risco maior a algum desses homens, as câmeras entravam em ação acionando o tático, ou mapeamentos maiores. Na verdade, o crime tentava se instalar, mas o que pegava muito forte já eram as gangues, muitas vezes armadas, por vezes indivíduos que pegavam as armas dos pais, ou apenas lutadores fortes e treinados para “praticar” em negros ou pobres. Muitos delimitavam essa questão do comportamento como algum ismo: fascismo, etc. Talvez se explicasse melhor a explicação da exposição da violência e do sexo nas mídias fechadas, principalmente, e questões de ordem religiosa que nas aparências justificariam a violência pela violência, conforme um versículo ou as histórias de conflitos do Velho Testamento com outras religiões, principalmente as de matrizes africanas. Foi para isso que escolhera como seu agente um negro, com cabelo rastafári, não muito forte, pois esse grupinho alpha tinha sempre um perfil covarde. Esteve a ponto de dispensá-lo, mas dirigiu-se a ele como quem vai oferecer um cigarro, efetivamente.
- Você está um pouco magro ultimamente. Quer um cigarro?
- Eu os tenho por aqui, chefe. Aliás, que carrapatos incômodos, não?
- Você está com a arma que eu lhe cedi?
- Sim, anda comigo por onde eu vou... Mas aquele grupelho era de bananas, não viu?
- Veja, Sandro, tem-se que tomar cuidado com os mais velhos. Você viu que havia um terceiro encostado em um jaguar branco, atrás do poste?
- Nisso eu não reparei. Parecia que descansava, e não vi os seus olhos. Parece-me que notei um bigode...?
- Aquele é o Nestor, pai das garotas e de um dos dois rapazes. Elas saltaram de seu carro. É um homem importante, e dizem que tem muitas armas, além de qualquer conta vulgar. Ele estaciona aqui todos os sábados neste horário e logo sai, deixa as garotas e vai embora, como um padrão. Mas por vezes pega um pacote ou outro dentro de uma sacola na cervejaria Crystal. Por vezes uma das filhas deixa uma mochilinha e seu pai entra e pega um pacote. Eu anotei a placa...
- Sim? – Sandro meio que exultava pela experiência de seu inspetor.
- Anote: LXY 2341. Fixe na placa, pode ser clonada. Lembre-se, Jaguar branco. Se vier em outro carro autue-o e me ligue, caso ele queira sair do lugar. Agora veremos a origem das coisas: os rapazes saem, tentam armar uma confusão, desviam o foco, usam uma camiseta de ensaio.
- Parece um clã de criminosos. – Sandro juntava peças.
- Peça para o “nosso pescador Orides”, na outra ponta, que vigie para onde a gangue foi, e se houver drogas é motivo para que os prendamos para averiguação. Temos que chegar no Nestor, para saber como ele lava tanto dinheiro, pois seu escritório de contabilidade com três funcionários não deve ser lá muito lucrativo.
Dito isso, Salim passou mais algumas ordens para seus companheiros, esteve na delegacia para verificar as fotos, botou no painel sua linha investigativa e, um mês depois conseguiu colocar Nestor atrás das grades por corrupção de menores, lavagem de dinheiro e tráfico de drogas. Seus filhos tiveram que cumprir serviços à comunidade e foram morar com a mãe, que não os recebera tão bem quanto o esperado, pois seu atual marido não tinha a mesma posição de classe de Nestor.
Visto tudo isso, Salim continuou sempre naquele istmo, meio terra meio mar, ou por vezes só terra e mar, quando mais conformado com a ronda que lhe dava uma segurança algo circunspecta de saber que, se fosse um dia um artista, seria um fotógrafo de paisagens.

ADIANTAR-SE O TREM



Do trem algo de tração que não encontra os trilhos, que fosse melhor em haver
Do que galgar estradas costuradas por remendos em que não se encontra bem pago
O pago das desditas, um cavalo baio pelas paragens, e que não recrudesçam no que há
Do verbo não haver, porquanto um soslaio no sorriso de um olhar não encontra a paz.

Dessa malícia de máquinas, desse obtemperar-se um filamento de luz algo tíbio
No que se predisse de iluminação que aflora-se apenas o se ver de um tipo de onda
Quando se supõe que as mesmas ondas não quebram em todos os rochedos
A se saber de que há recifes onde o mar voluteia mais forte do que em Gibraltar.

Adianta-se um trem, que fosse algo a mais, uma dúzia de vagões ajudariam
Na tarefa de se saber que o tempo não desloca mais ar do que o empuxo
De qualquer modo assaz permanente na diferença em que se encontra um eixo.

Do rotor encapsulado por uma caixa férrea, do século de antes, mas a mesma máquina
Sobrepõe saberes anunciados por vértebras distantes e profundamente sóbrias,
Quanto da moldura de um quadro em que não encontramos sequer a arte!

A ver, os paus constroem a canoa, a embarcação vai para o ancoradouro e os peixes
Não esperam a mesma pesca algo de metáfora em que um caminhão verte um ouro
Na vestimenta de seixos quase amarelos de minas já cansadas e, no entanto, profundas.

O aluvião do transporte milenar, de se – quiçá – transportar gente, não se dá como um
No tempo em que uma panela servia para servir, e hoje reside tostada do carbonismo
Em que o fogareiro sequer serviu para adiantar que se cozinhasse aipins sem poemas.

Naquilo de se pensar que a vida sem sinceridade é tarefa meio de titãs descalços,
Verte o mundo da anticultura em nada fazer de nada, apenas calçar um colete
Que de amarelos só serviriam para adocicar de páprica um arroz latejante!

No que se espere que o trem-bala já está em seus pontos, qual vertente do trabalho
Em prosseguir nos países em que exista, e em outros, outras máquinas que não soam
Como retiniriam os pinos dos dormentes de chumbo, na espera de que se resolva o nada.

Que se conecte o último vagão com a poesia quiçá um pouco indiscreta por uma questão
De um valor deixado no vão do tapete, um persa inigualável resguardando um dólar
Por seu debaixo no sentimento de quase pátria a se sabermos que a antiguidade é culta…

E nisso de trens sobre trilhos, conta-se a história de literatos que viveram em eras distintas
Onde escoar produção era saber se os tomates estariam prontos em suas caixas,
Na medida em que, quando os pingos da chuva começam a desabar no solar da produção
Algo sem medida não aparece em recintos onde o crível se faz crível e a locomotiva há!


sexta-feira, 26 de abril de 2019

O TURVAR IGNOTO



Deriva da selva material a conformidade calculadamente turva e inflexível
Do tentar-se um existir simplificado, uma relatividade entre a luz e a treva
Que se torna a mesma e relativa, de relação, a se dizer tanto, que nos devora
Um tempo inestimável na própria derrota de não estarmos sequer na posição
Em que o ignoto floresce como estanho nas folhas azinhavradas por um olhar
Que não permanece enquanto foco, nos óculos das leituras que deixamos
A soçobrar pensamentos que poderiam ter sido empenhados nas alternâncias.

Ignoto olhar, de virtude mal gerida, na ração das desditas que não cresçamos
Tanto quanto a um gestual nervoso que empunha a bandeira de piratas
Quando mal sabemos que o navio ainda está grande para quem queira pensar!

Sabe-se lá de onde vêm as provisões que recrudescem pesos, que lutam melhor
Outros por preservá-las, que as linhas que nos dividem não são limítrofes
Apenas àquilo em que saibamos querer algo que as bandeiras escrutinam um verso
Deixado ao largo de uma história, quem sabe, que a poesia não se torne filosofia…

Quanto de deixar-se à sombra carmim de um asfalto de moldura fria e quente
Saberíamos que não era a mesma sombra que muitos encarceram no pressentir
Quando vêm as vagas a interpelar um combatente, no sentido velado de prosseguir!

A quem se dispor um sacrifício de modo permanente, se o modo da ignorância
Nos regride a muitos, a e outros desodoriza as atitudes, pelo franco desatino
Em que a diamantina sobriedade refaz-nos e silencia qualquer ato funesto futuro.

Nas páginas encerradas por tempo cáustico não veremos quase uma tempestiva forma
De qualquer tempestade que a rigor vem com a roupa das ruas soletrando letras
Na forma de grunhidos em silenciosos lábios que possam evanescer dúvidas de pedra.

Saber-se da Terra e de seu irmão Marte seria o mesmo que consolidar um prédio
Com a construção sacrificada das mãos do operário, revelando ao turvo parecer
De uma écloga dissonante de nossa Era do luminoso quartzo um tipo de veia
Que brota das ruas e dos córregos, que canta o brilho de um poeta em um dia apenas.

Nada que seja afora um tempo regulado, o que se pense não sofra a crítica do nada
Pois que se pese a questão de um quase tempo que não revele tanto, mas que se critique
O próprio pensar, quando na vértebra algo oclusa de um ressentimento evitável
Que se poste o ser a se perdoar o sentimento que não se deixa aflorar por sinistra cautela.

Pois que se reme, o barco é quase ocluso na vereda de um oceano próprio, mas de tons
Na sépia de um olhar castanho, que quase está na vida de um ser que portanto somos
Quando nos apercebemos que a tanto de olhar se pede um menos para que não ofusque
Aquele dia em que o singrar sereno da calmaria verta no cadinho mais esperanças!

Do prosseguir seremos mais e tantos, que muitos sequer saberiam de onde somos
Quando finalmente se apercebessem que é do quinhão fraterno que se faz viver.

quinta-feira, 25 de abril de 2019

TECE GRANDE O HÚMUS DA TERRA



Ah, que prazer estar no gáudio da poesia, enquanto se vê a dois passos a terra
Que possui a sua distância, e no entanto é franca e terna ao sentir de um pé
Que desnuda na fronte inquieta de seus gravetos uma displicente forma
Em que por uma suposição nada anêmica não surpreende tanto como se fora!

Nada do que se vê no circunscrito mundo de um jardim será tanto do enlevar-se
Na pressuposta frente que nos ata a um simples bosque, em duas árvores dispostas
Em qualquer lugar que seja, e que nos remeta a outra circunscrição na voz de mulher
Que torna o ser maior do que o mundo, e enobrece a vida em se estar com a fé!

Nisto de sermos maiores do que a latitude de uma grama qualquer, nisso de desejar
Uma profundeza oceânica, não há maior desejo do que comungar com o espírito
No ser mais cru da existência do mesmo mar que enobrece igualmente o camponês
Que vê brotar de suas sementes fecundas o cio da princesa que reside nas plantas.

Por um tanto de conveniência pátria, quem sabe, não se fará muito do saber redondo
Que não seja menor do que o diâmetro da esfera de nossos pensamentos, algo mudos,
Quando reverberamos a atitude frente o lamentar-se de um assunto encerrado, em lócus
De sacralidade relativa, pois quem deseja algo se monta no cavalo que não é alado…

Esse não desejar, faz-nos pisar a mesma terra de outrem, a terra de Deus, proprietário
Do que se vê no horizonte, e por além mesmo das montanhas que não fenecem o sorrir
De uma faxineira, de um operário, de um contador, de uma burguesia esclarecida
Nas páginas em que a História há de vir contar em seus milhares de dedos o futuro!

Silencioso é o navegar de um poeta, mais crível do que se imaginar fluorescente
Em meio ao rubor agreste de uma floresta, em um navegar de barco oceânico,
No sentimento nada turvo do seu coração incandescente, quando sabe que liberta
Ao menos uma palavra em linhas que levem os leitores ao gigantesco infinito!

Não saberíamos menos se uma jaça se encontrasse no olhar do poeta, se um colo
Teimasse perdidamente em filtrar o comportamento indissociável da realidade
Com aquilo que se almeja ser melhor para muitos, envidando-se o esforço pétreo
De pensarmos que as palavras estarão contidas eternamente em livros latinos.

GANAS DE EXPRESSAR-SE



         Como um temor de estar ausente, um temor de que palavras não alcancem nada, está nas linhas o verbo, qual seja, quiçá não conjugado, e nada tendo a ver com a criação dos textos mais lidos do mundo. Não, que porventura uma pessoa compreendesse essa latitude incerta, porém é através do tato que uma pessoa aprende a ler e igualmente é através do “tato” do olhar sobre as letras que se continua a progressão da leitura. O aprendizado que conhecemos por uma escola que não cursamos oficialmente, mas que pertence ao domínio do mundo, pode ser ampliada pela curiosidade ou vontade mesma da expressão. Essa vontade pelo dominar-se o saber é recorrente aos espíritos mais perscrutadores e, em outra parte, deve-se saber que nunca será suficiente saber tudo de algo, mesmo porque o conhecimento é dinâmico em todas as suas frentes, e esse diálogo com novos procedimentos que fazem funcionar as coisas em nosso redor é que nos permite um progresso existencial. Nada do que se pode saber em circunstâncias hostis, com atitudes rancorosas permitirá esse diálogo que deve fluir conforme um debate constante ou internamente em cada qual, ou em uma conversa informal entre duas pessoas ou mais.
         A gana de se comunicar, de se expressar, é natural em seres gregários como nós. Há situações onde, por uma questão de estar vivendo mais recluso, um homem escreva como um recurso de falar a mais gente ou mais autenticamente sobre assuntos de interesses diversos, ou mesmo criar uma ficção em um romance, ou na arte poética, sempre considerando que a linguagem escrita é algo profuso e transformador. Dá um conforto imenso a um escritor saber que as palavras conferem um poder de acompanhá-lo não apenas na produção de um texto, mas no seu dia a dia no trato com as pessoas. Usar de seu dote intelectual não o impede de ver na simplicidade ou mesmo na ignorância alheia seara fértil na coabitação de qualquer aldeia, vila, bairro ou cidade. A não ser que se anteponha tamanhos óbices que o impeçam de ao menos escrever algumas linhas, a arte da escrita e sua necessidade não nutrida, torna o escritor um refém de sua impossibilidade algo de imposição ou circunstância. Quando há um feed back favorável, agora em nossos tempos com o meio digital que faz levar ao redor do mundo qualquer mensagem, há que se entusiasmar – os escritores – pelos processos contemporâneos que vinculam o comunicador ao seu público leitor. Pois as palavras ou mesmo um texto extenso que de algum modo chegam a um público aglutinam o fruir de qualquer lado, seja na filosofia, em um ensaio, etecetera, desde que devidamente sério em sua responsabilidade expressiva, quando isso confere com demandas mais profundas e intelectualizadas, na assertiva cabal de ser boa literatura. Esse propósito é universal, posto tentar colocar o melhor da arte no leito digital ou no papel.
         As palavras são um universo tão autentico nas diversas linguagens que porventura podem estar sendo utilizadas... A descrição de um projeto, por exemplo, ou a explicação jurídica sobre um processo são apenas dois exemplos que ilustram a importância das letras em qualquer país. Portanto, um povo que saiba ler e escrever corretamente merece uma posição de destaque no panorama cultural do mundo, já que a carestia da comunicação de alto nível passa igualmente por todos os rincões da Terra. Essa atenção de ordem cultural deve ser obrigação do Estado, posto este deverá facilitar ao máximo a oportunidade, sobretudo para aqueles que nada possuem ou possuem muito pouco, ou seja, a grande maioria.

terça-feira, 23 de abril de 2019

CIÊNCIA E REALIZAÇÃO PESSOAL



          A ciência em si é uma ferramenta cerebral em que nos apoiamos para reinventar e criarmos novos paradigmas, seja no gerenciamento da produção, ou mesmo nos benefícios em locais em que falta a tecnologia e onde pode se medir a altura ou amplitude do engenho humano. Realiza enormemente o ser que é beneficiado por ela e reflete de alguma forma vários objetos inventados, e muitas modos de utilizá-los de maneira própria, a que se tenha igualmente a ciência de cada qual para manejar correta e habilmente seus recursos. Na proposição inevitável de seus aspectos negativos, temos por vezes errado em não sermos sustentáveis na obtenção de recursos naturais, pois aí reside a questão tão ou mais importante de tentarmos ao menos saber – de dentro para fora, de baixo para cima – quais são as motivações que porventura possam levar a desfechos trágicos em quaisquer territórios onde se faz primeiramente a pesquisa e depois a intervenção extratora, sem pensar na segurança e bem-estar dos circunvizinhos. Talvez seja um lado turvo da moeda, mas que esta gira em torno gira, realmente…
          Afora os desatinados atos que a ciência pode causar, temos que ver seus lados que prometem facilitar muito a vida das pessoas. De modo em que cause o bem-estar de um insight, a perfeição de um bom resultado, a elevação das técnicas da arte e a facilitação de nossos direitos e deveres como cidadãos do mundo. Mesmo porque, com o advento das novas tecnologias de comunicação o planeta vai girando para todos, sem as fronteiras inexpugnáveis de outros tempos, por exemplo, quando os nobres se cercavam dentro de um castelo, ou quando o ser proprietário era mais rígido e mais inflexível. No entanto, causa certo espanto a velocidade em que novas modalidades técnicas surgem, e uma corrida inevitável para açambarcá-las ocorre vertiginosamente. A fé supõe que vejamos em várias vertentes documentos, filmes, ritos, imagens sagradas e um contato mais direto com a espiritualidade, também através da rede digital, e assim por adiante, sem reservas, no panorama quase imediato de nossas buscas ou pesquisas, nos nossos contatos com amigos e parentes, no perfil substancial – semântico – do próprio perfil dessa imensa indústria. Como um rebatimento onde quiçá a separação daqueles que possuem acessos os mais variados competem inconscientemente com aqueles que não pertençam a esse gáudio das comunicações e manejo por vezes irresponsável das informações. Não resta que queiramos apenas, mas a relação da realização consistente entre nossas atitudes de trabalho responsável nas variantes científicas torna mais fácil – por exemplo – que saibamos o que fazer dentro de cada setor, nunca abraçando o todo, pois isso é tarefa quase infinita, sobretudo no domínio dos pesquisadores científicos, como na disciplina da física, onde os avanços são causais e pertinentes aos problemas e soluções encontrados na Terra.
          A realização intelectual também pode ser vinculada aos avanços da ciência, mas temos também a compreensão do que foi o pensamento ao longo da história para saber ao certo como antigas ferramentas – muitas perduram até hoje – desenvolveram a técnica e o saber humanos. Esse encontro com a ciência já vem desde quando o ser humano descobre coisas como a função de um osso como arma e alavanca. Com isso pôde caçar e sustentar seus clãs e construir a proteção necessária em suas cavernas, já quando o fogo se fazia presente… Depois veio a roda e etc, os animais de tração, em síntese, na visão da antropologia ou da história da existência humana. Mesmo porque, o que assistimos hoje é uma variação histórica da tecnologia tão grande que remete a muitos e profícuos usos dela na concepção de que as ferramentas modernas galgam vertentes inumeráveis, servindo à espécie e muitas vezes destruindo o planeta, tal qual o vemos hoje, o que ameaça a própria natureza humana, tornando uma era de realizações onde se dá o oposto quando mal utilizadas – as ferramentas. A princípio, temos na agricultura modalidades surpreendentes em termos de produção, como o plantio vertical. Podemos ter esperança de que a fome no mundo possa ser equacionada com mais produção de alimentos no aproveitamento de espaços possíveis e importantes como resultado das pesquisas nesses setores. Com os recursos hoje maravilhosos e as boas atitudes de quem possui gana de melhorar a sociedade como um todo e utilizar esses recursos com o máximo de aproveitamento. Com a gestão de arquiteturas, a conquista de energias renováveis e a vontade política para fazer acontecer esse desenvolvimento sustentável em torno do planeta. Evitando, no entanto, utilizarmos processos antigos que inviabilizem o viver em harmonia, criando frustrações endêmicas e males psíquicos que vêm a se contrapor às realizações materiais e espirituais que a ciência pode proporcionar na sua função primeira, que é servir às populações de modo correlato.

sábado, 20 de abril de 2019

A TENSÃO DIFERENTE



          Que coisas que possam parecer estranhas, se hoje a onda dá para os pés se refrescarem, quando pouco, ou que inundam em jorros a que cada previsibilidade configura uma possível tragédia? Chegamos a diversas equações, como em um jogo de nuances onde a lógica por vezes é jogada no fazer, e pouco inserida no construir. Usufruir faz parte de todo o mundo, ou quase, mas há homens e mulheres que lutam duramente para que lhes cesse o sofrimento… Lutam em corredores de um hospital, rezam por melhores dias, trabalham por vezes insanamente, pensam e inquirem sobre condutas melhores, e quais seriam estas no pressuposto de estarem urgindo por algum conforto. Há certamente – em alguns lugares de nosso país – uma intensa luta em que por vezes onde haveria segurança há um descaso, uma irregular diferença, a tensão que abraça a muitos sem ver quem são, a preservar-se necessariamente uma individualidade que se resguardasse e, porém, vive a se descartar no aspecto das ações que não vemos, os direitos e deveres cidadãos.
          Para se lidar com a fraqueza humana não adiantam mecanismos repressores, se não há um contra artifício, um recurso mais humanitário que ensine, ao menos, que teça uma proposta regular, sólida, a fim de que pudéramos progredir no andamento de melhores sociedades. Porém, mesmo que a sociedade verta em seu papel algo que não recorra a uma sensatez própria de nós seres – distantes de tudo o que realmente deveríamos desejar – podemos sempre recomeçar, reaprender, que seja, ler um pouco, botar freios no frenesi ou tentar não ficarmos em desespero a ponto de não conseguirmos dar continuidade na vida, de um modo nem que seja no improviso de razões que nos levem a sermos otimistas, mesmo que os óbices sejam enormes, nem que nos seguremos em uma religião, um cantar de um rosário, uma mão serena que tente não adoecer mais do que nossas mãos têm infelizmente mostrado em grupos sinistros que tomam conta de muitas comunidades, fazendo da violência seu objetivo abastardado. O progresso citado nada mais é do que avançar humanisticamente no caudal das próprias ferramentas que já possuímos à nossa disposição, e que fazem parte de toda uma vantagem tecnológica, onde muitos ainda não sabem se situar, e poucos sabem gerir a essência das atitudes decorrentes do bom uso dos recursos contemporâneos. Falar-se em toma lá dá cá é tão bisonho como saber de uma conta básica, rudimentar, na parte dos valores e nas dinâmicas da psicologia do poder. Justo que a vontade de poder é gigante como desejo, mas sabermos que o simples desejo de tê-lo há que ser proscrito como atitude negligente quando se quer um poder já constituído pela modalidade usual em nosso continente, em nosso planeta, pelo menos o que se vê no Ocidente, pois o Japão é um pouco diferente da Inglaterra, ou da França. Em realidade, de fato, é que surge a tensão de querermos ser iguais externamente, o que pode ocultar uma vivência paralela que transforma e se torna dissonante de uma harmonia em atitudes necessárias.
         O inconsciente trabalha com os instintos primitivos, e a vontade de poder igualmente gera um ser desconforme, coloca fuzis em poder de criminosos, torna territórios em lugares sem lei, em um modo indissociável com relação a ambas as pontas do problema: aquele que está em um algo cargo e delibera uma incredibilidade, e aquele que quer dominar tantas áreas quanto possível, na estranha associação das milícias e outros horrores do gênero, onde em tese tudo ficaria na mesma seção da delegacia, no mesmo foro sem privilégios, na mesma questão do ilícito penal, mas que se pesa infelizmente instâncias várias que liberam gente que não deveriam liberar. A tensão talvez não fosse tão diferente se realmente inibida com o gesto da Lei. Resta saber se o poder faccioso renderá tanto que se espalhar sistemicamente, e a que ponto isso chegará a um veredicto favorável para a população inocente e honesta.
         As cenas deste mundo são chocantes, e nada do que se perceberia de ante mão sobre uma ponta de um iceberg de fogo poderá vingar no sustento do bom senso, se não colocarmos as forças que impelem ao justo no trem de nossas esperanças. Mas, como em um bom jogo de xadrez, há que se ter tática e estratégia e crescer em inteligência de modo acelerado, a saber, se da eletrônica parte um recurso intangível, resta-nos criar as condições para que essa inteligência saiba mais do que a cupidez e a ignorância dos criminosos. E essa inteligência cabal há que saber da sensibilidade e estudos psíquicos para a recuperação de muitos homens e mulheres com a criação de fundações de amparo aos cidadãos desassistidos.

sexta-feira, 19 de abril de 2019

O NECESSÁRIO NAVEGAR



Vem-nos algo de alguma parte, uma mensagem, um torto descaso
No que não se pensa muito, no que não consideremos afronta,
Posto por detrás de uma assertiva qualquer pode residir sua negação.

Vem em quilate quase sincero, vem no andar de uma alta carruagem,
Como uma pepita falsa que não se sabe nem mesmo se teria valor
Quando se apresenta de modo conforme a dança de uma realidade!

A fúria real, o sacrifício sem fruto dos tolos, um trabalho de antes
Quanto de se saber que o que anda no mar não anda na terra…

Ver-se-á um navio milenar, um barco gigante sem proa, sem quilha
Com um leme de escota, meio vela meio corda, a si em seus meios
Dos quadrantes de um oceano que verte quase em uma Terra Oca!

Não se possa creditar qualquer absurdo, pois o conhecer é navegação
Dos poucos que se dignam ao estudo árido com sua causa e efeito
Nas vertentes do que não se realiza em integridade, mas gera o suor.

Mas que eis que somos mais, na metade de uma existência, a ver
Que muitos sossobram no seu cadinho de melancolia de uma vida
Quando não se obtém a frase esculpida com caneta em um bloco
No significado de um versículo que a Bíblia esqueceu deitado.

Resta carregar um peso como uma formiga, como um homem tornado
Um grande carregador de pesos que não valeriam tanto se tal não fora
A moeda de um gigante, frente a um vintém de um pequeno outro homem!

Verte-se no descaso da aurora o prazer indescritível do poeta, frente
A um oficiar um tanto de sua vida com o pressuposto de querer ao menos
Que se frima o tempo qual atrito do sol com a crista da vaga oceânica.

Nada do que se quisesse dizer seria a responsabilidade que urgiria a arte,
E, no entanto, como um estranho depender a sua válvula dá o escape necessário
A que na verdade outrora não haveria sequer a compreensão de um fato velado.

Pois que o segredo em navegar em terra não seja a exclusão de um ente e ser
Qual não fora as duas coisas que em tese não descarta sequer a possibilidade
De que no ser o ente sobreviva em seu espírito de devoto que não cai jamais.

Resta saber a latitude de um verso, o nome que não se deu a qualquer desdita
Qual não fosse ajustar o rumo e inflar a buja no descarte de não estar como os nós
Sem a navegabilidade presente, pois sua ausência só perfaz um cabo tormentoso!

Assim, se a história nos contasse algo, que fosse ao menos a versão mais discreta
Do que seria a verdade a que muitos não a creem, e que sinais pressupostos
Nem sempre indicam uma caminhada segura no fato concreto de singrar a água.

Uma letra negra em fundo cinza tece a miríade de cores alternas, sob a superfície
Da tinta mesma da poesia, onde seus papéis residem na aurora da celulose
Abraçando o caudal de um leito de uma tela na letra em que Manutius aproveitasse.

Assim que se dizer, de um renascimento em que Botticelli inundasse de Vênus
Todos os rincões que vissem brotar do amor realizado na pintura, a mulher que não há
Muito de se dizer em um mundo que depois de século as faz como guerreiras em paz.

Nas nossas escotilhas de barcos sagrados, vemos por vezes uma semente que surge
No recurso de um devoto, ao semeá-la no segredo de uma virtude quase encoberta
Por um véu denso de escuridão onde nem mesmo Rudra saberia lidar com esse viés.

Nada do que se perfaz em todos os perigos aparentes da vida não possuam relações
Com o que se espera de uma Era em que as coisas não sejam mais tão promissoras
Mas igualmente que Caitanya nos reserva ainda algum milênios de luz, se soubermos!

A saber, que a divindade já se mostrou como o Filho do Homem, veio à Terra e legou
Os ensinamentos aos apóstolos, vertendo esperança aos pobres e fracos e humildes,
Trazendo à tona os verdugos do império, qual não fosse, iluminando o calcinado.

Mesmo que se soubesse que os erros não devam mais ser cometidos, a Terra alcança
Um perímetro dinâmico que atravessa os próprios sinais de suas destruições desmedidas
Nas auroras que a todo o tempo, em mais um e mais um dia, surgem, tácitas e soberanas.

Àqueles que carregam seus sofrimentos e inquietações, se possa levar a luz de quem está
Com archotes em seu poder, para dirimir dúvidas, e sentir que a mesma humanidade crua
De algumas propostas em progresso, possa evitar ao menos os regressos da malevolência.

E assim navegar, com quem leva com carinho seu barco, um meio qualquer que nos fale
A uma bússola nem tão necessária, posto quem carrega um grande motor de centro
Não falta com a prerrogativa de estar navegando na pureza de um mar auspicioso…

E na beleza da bondade como grande timão, a Verdade seja a consubstanciação
Dos atos que nos dizem como se guiar perante a vastidão de milhões de estrelas!

quinta-feira, 18 de abril de 2019

PARADIGMAS E CONVENÇÕES



           O enervar-se um ser pode acontecer inconscientemente, pode ser por razões várias, e mesmo um cão torna-se neurótico com esse fato ocorrido. Um suíno pode ficar nervoso quando confinado, um boi pode ficar nervoso com a perspectiva do abate, e sobretudo um ser que possua a faculdade da razão pode se equivocar em seus princípios quando se convenciona tratar-se de uma atitude de desrespeito ou hostilidade que porventura possa vir a sofrer. Esse amplo paradigma perfaz nossos atos perante o próximo – seja qual for o ser – animal (e isso também é fato) ou um homem ou a mulher, que sofre mais da truculência do que o male, o chamado macho, se é que o nome que se dá importa, se é que o chauvinismo chegue a tanto, na ignorância de darmos os nomes àqueles que porventura assim se comportem. No entanto, convenciona-se a princípio que não seja permitido, mas as nuances da lei ainda colocam restrições a níveis de agressão, a falta de provas em determinados casos – nos humanos – e por vezes atenua quando a solução viria a ser mais dura, nas circunstâncias que deveriam ser mais exemplares no imputar a culpa. A se dizer dos cães que sofrem maus tratos, dos pássaros que são confinados, e por aí colocamos todas as voltas do rosário em profusões de centenas de anos de sacrifícios…
          O paladar humano é convencionado pela cultura, pelo que se come quando há, e pelo que se improvisa quando falta, na carestia que aparentemente parece inevitável nos tempos de hoje, quando a fome grassa. Essa fome não deve existir, a propósito, a fome de medicamentos, a fome de se educar, pois não há como se colocar em alguma dianteira para explicar essas ocorrências, que a título de justiça deveriam estar no pano de fundo das garantias ao ser humano, em seus princípios, mesmo porque, quando atendidos os fundamentos das necessidades do homem, o humanismo em relação a outras espécies vem a reboque. Por que não se afirmar que os médicos que atendem os povos mais excluídos do mundo não fazem um bom papel de apoio e da salvaguarda da saúde mundial? Quereríamos o oposto, por algum acaso, caso pareça que nos sentíramos intimidados com essa fluência humanitária? Por uma suposição óbvia não seria assim, posto a posição de uma peça – repetindo – no tabuleiro da vida jamais deve ser desperdiçada, e qualquer iniciativa que surja para ajudar ao menos a sanar problemas do sofrimento humano vem a ser de boa pedida. Se um homem está no poder para se fazer crer a si mesmo que está com Deus, deve olhar para os pobres como o próprio Cristo olhou: sem reservas, caritativamente, com perdão e sem preconceitos de qualquer ordem, fosse o Lázaro ou a prostituta quase apedrejada. Jamais se possa dizer o oposto, pois a chama que queima do coração dos oprimidos não é fogo fruto da insanidade de cada um, mas o resultado de uma distribuição das riquezas, superlativada por um processo sistêmico realmente injusto, e que isso parte não propriamente do discurso de esquerda ou direita, pois manifestem ainda sua truculência intolerante, mas provém do fruto de um bom senso de bons administradores, ou ainda de uma classe do Poder que seja ao menos mais igualitária, independente do sistema econômico, pois que se contesta aquilo que dissolve estruturas sociais, e chegar nesse ponto é um colapso de qualquer administrador, empresário, ou seja o que realmente vá de encontro com sua população.
          O esforço ou qualquer sacrifício sempre será necessário para se dar um bom andamento propositivo na questão de uma boa gestão de um município, de um Estado ou de um país. Mas há que se ter esforço de todo os lados, e trabalho, e trabalho, muito trabalho. Para se sair de uma crise continental há que ser mais nacionalista, rezar o credo de sua própria riqueza, como a nação mais rica do planeta tem feito ao resguardar seus interesses. Se quisermos um exemplo, que se dê lá de cima, pois se quisermos uma inteligência maior temos que tê-la desde abaixo, desde tenras idades. Esse é um paradigma a ser ao menos visualizado como padrão de conduta, com o moral e ética justos, posto não se faz uma nação sem nação, não se constrói um território nacional com uma bandeira estrangeira nele fincada, como território de outrem. Que se considere um paradigma algo de libertação de nossas carestias, como um ajuste de prumo, como a retificação de um esquadro, com a delimitação de um compasso: técnica e justeza, caráter e patriotismo. A partir do momento em que viabilizarmos uma Democracia exemplar no continente, poderemos comercializar e ampliar nossos espaços financeiros com toda a massa que porventura hoje se sente excluída por inúmeras e contestáveis razões. Um Estado de Direito se faz com a retidão, e esta dá jus ao andamento dinâmico de todas as suas partes, porventura algo fragmentadas, mas já esperando ansiosamente, como um amálgama de potencialidades inerentes a um país continental, a uma União patriota!

quarta-feira, 17 de abril de 2019

ENGRENAGENS



A máquina pede rodas dentadas, como quem sussurra um sonambúlico sonho
E tudo o que vemos é um olhar de soberba, que vem de cima de seu preparado
Cunho da força que não revela, mas sobressai de seu modo algo turvo de atuar.

Peças de aço, peças com roldanas, o nó das velas da embarcação, o nódulo de cal
Na ferrugem inconstante mas eterna de ausências do óleo, e que se ressente a mais
Por não se ter o que fazer no consonante desatino de qualquer outra atmosfera!

Pois sim, que no sorriso inquieto da fera, vemos estranhos fantoches noturnos
A alicerçar as forças que a máquina pede, em suas engrenagens de outros desatinos
No que tange a nos pronunciarmos em bom português, pois que não urge tradução!

A se pedir algo de montante reverso, a se tratar de alguma lei da legalidade anunciada,
Vemos por hora que algum combatente não faz senão tratar de usar de suas armas
Por encima da vontade popular, a se fremir da ordem dada uma questão porém principal.

Não que não sussurramos a palavra ordem sem estarmos imaculados em seus princípios
Quando o que se quer que se tenha é algo de monta maior, uma página em que se verta
A Verdade do não sermos quase nada a não ser que fôssemos algo a mais do tudo…

Que estas letras encontrem algum destino, que não revelemos o quinhão falso da alvorada
Posto das lacunas de uma estrada que seja de todos, vemos uma perícia em não saber
Nem ao menos o que esteja por debaixo de um pano quente de uma fruta quase madura.

Nem todo o sofrimento humano pode com calçar as roupas inquietas de um descaso,
A saber, que muitos querem abraçar o próprio sofrimento alheio com as tenazes de querer
As veias de um braço que apenas oferece de seu sangue pátrio por dentro das lacunas cruéis.

As vitrines do tempo são eternas, e todo o instante de uma simples indagação cravada e dura
Reside em um tempo algo eterno que transuda o suficiente para que ocultemos as jaças
Na dura joia de um olhar falsamente terno, porquanto a mente se assoberba de pensamentos crus.

No exato momento em que estivermos sob o ataque que infunde a carência de modo imposto
Saberemos talvez que não é partindo de uma alocução refratária que a janela do pensamento
Exporá tudo o que talvez sejamos na partida de uma estratégia em que nos concedamos um destino.

Posto o destinar-se saber mais da aurora em que jamais pensamos, senão agimos, mesmo
Que a um olhar de ódio travestido de ternura encerre a fraca sinceridade em que a teia envolve
A formiga que não passa de ser algo mais forte e teimosamente belo do que a tessitura do tempo!

terça-feira, 16 de abril de 2019

A PRODUÇÃO CINEMATOGRÁFICA ATUAL


          Nossa vivência cotidiana passa por vezes a ser fundamentada em filmes, ou na ilusão de seus arquétipos. Vive-se perante o grande filme da humanidade, que passa a ser a grande tragédia, ao vivo e a cores e, no entanto, a dependência ou a sua influência nos faz sentir um modo em que certos roteiros revelem uma quebra de costumes na incerteza que nos traz uma série por vezes que não se encaixa na vida de alguém. No apanhado da diversa forma de encontrarmos aquilo pelo qual temos empatia nos vem de encontro uma gigantesca indústria de entretenimento que se pode sentir na riqueza e na atratividade em que um software como o After Effects pode proporcionar ao embelezar devidamente a apresentação dos grandes estúdios, como a Paramount e o Universal Studio. Os canais se sucedem com uma grande parafernália onde os filmes abraçam o intangível, com recursos que vêm de habilidosos e competentes técnicos e a quase integral impossibilidade de fazermos a nossa produção áudio visual com a mesma versatilidade. Resta ao país ver através das câmeras posicionadas nos espaços públicos os trágicos desfechos da criminalidade, ou das tragédias que assolam o Brasil. Busca-se uma notícia, e encontra-se nenhuma dificuldade em se obter as imagens que permitem o controle por vezes de alguma área, mas igualmente revela que em outras a incidência da violência passa ao largo de qualquer ingerência que torne mais cabível o combate ao crime organizado. A propósito, seria talvez producente que fossem veiculados filmes que houvessem de mostrar não apenas aquilo que se revela criminalmente, mas coisas que acontecem para tornar mais positivas dentro do seu escopo de boas iniciativas sociais. Esse equilíbrio tende a reparar os danos causados pela carestia de notícias boas em relação às tragédias e desgraças de nossas sociedades.
          A escola romântica poderia se contrapor ao hiper realismo atual, este que traduz o abc de um tipo de escola em que produções baratas e, no entanto, também com altos níveis de detalhes alternam-se com super produções realizadas por equipes gigantescas. Essas produções gigantes de filmes de ação talvez superlativadas estejam de acordo com muitos games e suas próprias lógicas, na movimentação de personagens e em cenografias desconcertantes com os novos recursos de tecnologia digital. Uma razão desconcertante parece mover um modo quase absurdo com a velocidade nas trocas de cenas, na sobreposição de filtros de cores e nas animações com o realismo supra citado. Os roteiros passam a guarnecer a ação, ou os filmes onde o dia a dia mediano e sem aprofundamento existencial viram um espécie de preenchimento de material a ser usufruído com digestão rápida em um metabolismo próprio e recorrente. Os recursos são extensos, mas o conteúdo peca por não aproveitar mais profundamente suas modalidades de atuação.
         A ficção científica, por exemplo, conta com aquilo que é produzido por grandes equipes, onde verdadeiras catástrofes ou experimentações de mundos em que a tecnologia se depara com a fantasia, onde um roteiro previsível é compensado com um visual por vezes desconcertante. É fato de que nos tempos atuais, com a produção computacional e suas maquetes e cenários eletrônicos, torna-se mais instigante a forma do que o conteúdo, o meio do que a mensagem. E grandes estúdios sobressaem nessa incrível modalidade da ficção.
            A se assentar essas modalidades de produção cinematográfica, quiçá voltemos a ter escritores como Camus, Proust, Poe, Hemingway, ou ao menos o encontro com suas obras, pois sendo o cinema uma linguagem linear, seria auspicioso que as novas gerações lessem melhor.

sábado, 13 de abril de 2019

HAVERÁ UM TEMPO ONDE UM PERFIL PERDIDO NA COLETA DOS DADOS ESTARÁ AUSENTE DA INFORMAÇÃO REQUERIDA PELO USUÁRIO DO MESMO SISTEMA.

A PROPÓSITO, AQUILO QUE FERE A CULTURA SERÁ FERIDO PELA ARMA QUE ALCANÇA OS IGNORANTES ESCLARECIDOS QUE IMPÕEM ESSE APARTHEID PARA OS POVOS, NA FORMA ALGO CONCRETA DO DESCASO POR SI MESMOS E SUAS RIQUEZAS VÃS.

TUDO O QUE VIRA INTERESSE É UMA QUESTÃO DE ORDEM NO PISCAR DE UM OLHO, NO FREMIR DE UM CÁUSTICO SORRISO, EM UM OLHAR DE SOSLAIO INQUIETO.

O AMOR DE UM HOMEM E UMA MULHER PODE SE TORNAR CONSAGRADOR, MAS INFELIZMENTE MUITOS EMPATAM ESSA QUESTÃO PARA TORNAR ESSE AMOR SINCERO ASSAZ RARO!

QUAL SERÁ A DICA DE SE PRETENDER QUE ALGUÉM ACREDITE EM ALGO QUE JÁ É COMPROVADAMENTE QUESTÃO DA CIÊNCIA, QUANDO UM EGO SUPREMAMENTE SINISTRO JORRE PARA A CABEÇA DE MUITOS O IMPROVÁVEL?

SERÁ POSSÍVEL QUE O BRASIL SE TORNE EM SEU ALTO ESCALÃO O PAÍS MAIS IGNORANTE DO PLANETA?

QUE SE DÊ À IGNORÂNCIA O SEU PAPEL DA ESCURIDÃO, MAS TORNAR A LOUCURA UM PADRÃO DE RECORRÊNCIA NO MÍNIMO É DESRESPEITAR OS ENFERMOS QUE SE MEDICAM PARA CURAR SEUS PREVISÍVEIS, NO TEMPO ATUAL, TRANSTORNOS.

DEUS ESTÁ EM CADA UM DE NÓS E QUEM TEME SEU OLHAR OLHA PARA CIMA AO NADA PARA RECEBER OUTRAS ORIENTAÇÕES.

PODE HAVER UM HOMEM QUE DIGA QUE O MUNDO NÃO É REDONDO, DEPOIS DO SOL NASCER, E SE POR, SEM TER ORBITADO NO TEOCENTRISMO?

TALVEZ, E ISSO SEJA EXPERIÊNCIA PRIMÁRIA, QUEM PREGA A PAZ SEJA ALGUÉM QUE ESTEJA EM UMA VEREDA MAIS COMPLEXA, NO QUE COMPLICAM ESSAS RARAS INICIATIVAS.

POSTE QUEM DIZ QUE RESPEITA, MAS ASSIM O RESPEITO NÃO EXISTE EM UMA POSTAGEM ONDE A OFENSA GRATUITA É NOCIVAMENTE MAIS CONFORTÁVEL.

A QUALQUER MOMENTO, A QUALQUER HORA, TEMOS UM SER QUE SE DIZ MAIOR DO QUE A FORÇA, E A QUALQUER HORA OUTRA, OUTRO SE PREVALECE NO LUGAR, COMO UMA POSIÇÃO EM UM MERO TABULEIRO DE DAMAS...

UMA QUESTÃO DE CULTURA


          A princípio, temos um panorama que enfraquece as iniciativas de segurança pública no país. O que viria a ser propriamente isso? No que se refira ao andamento de se manter ao menos as instituições na normalidade, a ponto de sabermos crer na possibilidade dos diversos modais do assunto em prol do bem-estar da população. As mãos limpas, esse é o trabalho a ser sistematizado em todas as nossas frentes de atuação. Para si e para outrem, a si mesmo e ao próximo, e que o próximo não esteja em latitudes distantes da realidade que urge a que seja ao menos compreendida em seus aspectos por vezes bizarros, mas que sempre se teça considerações a respeito. Empregando um paradigma da história das nações, a cultura de um povo só faz melhorar as relações deste com os poderes, pois versa na vida o que vem a agregar, seja o conhecimento acadêmico, as aulas de história, de matemática ou o arcabouço filosófico pensante dos que possuem talento para tal. Uma grande esperança deve ressurgir a partir da democratização do conhecimento, que vem a participar aos cidadãos a disseminação e o diálogo fremente que nos leve ao saber, desde uma língua estrangeira até o acorde de um violão.
          Não seria pedir demais que um artista tivesse seu reconhecimento por estar envolvido com a criatividade, não apenas nos desenhos ou artes visuais, como na música, teatro e cinema. Termos a cultura com ponto pacífico ajuda a pacificar e dar esperança aos povos das periferias, em que o trabalho em seu favor através do voluntariado ou fundações de amparo realmente rende frutos onde não apenas se utilizaria a religião como pano que se abre ao espetáculo de vida que queremos. A saber, que um quando sabe ler uma boa literatura, ou ensinar a sua compreensão do assunto merece o respeito a ser reverenciado a qualquer modalidade dos ensinamentos que podem continuar merecendo a atenção quase absoluta, porque portanto verdadeira. Acabar com a cultura dos povos – como se diz usualmente – não é bom negócio, e nem negociar com a cultura, a não ser em uma economia mais solidária, onde quem quer uma peça de arte possa ter acesso à sua posse, porquanto de valores relativamente acessíveis. Um pote de cerâmica, um cesto de vime, uma escultura em terracota, um quadro a óleo, um desenho a nanquim, um traço qualquer, uma mensagem, pensem, não deve haver muitas fronteiras na arte, pois esta chega, na imagem ou no texto a quem quisermos que chegue, mesmo sabendo que nem todos os caminhos levam à Roma, mas que o Império ao menos seja mais solidário com esse assunto cultural. Nem há como comparar as coisas, mas o que se cogita de um país como o nosso é que seja sempre lembrado a partir de suas raízes, e anciães que neste rincão do planeta vivem já trazem consigo um legado vivo que merece o respeito e a atenção das gerações que nada sabiam ou nada sabem do que foi produzido culturalmente ao longo da nossa história. A cultura é viva, nunca se pode apagá-la, nem proibi-la da forma como há pessoas que relacionam-na com um tipo de mal social, ou com a pecha de perfis ideológicos ou coisas semelhantes. Na verdade, a ideologia existe, tanto na esquerda como na direita, se é que teimam em classificar linhas tênues que se tornam tenazes com esses rótulos, mas o que existe na questão do conhecimento, das técnicas tecnológicas das artes visuais ou similares, é se este – o conhecimento – existe ou não, se os artistas compreendem a teoria das cores complementares e harmonização cromática, se os técnicos de som compreendem a versatilidade e universalização da música, a saber, que mesmo na modalidade da cultura industrializada, ou utilizado e manufaturada com a ajuda de softwares, saibamos que o país igualmente tem força para conseguir ou tentar ao menos esse diferencial qualitativo. Um software como o Premier, como o 3D Max, softwares de paginação, fazem sempre do design brasileiro – ou como idealmente se queira permitir – um setor de atuação com potenciais criativos, quem sabe, até de segundo mundo, que seja, se é que se pode definir exatamente essa nomenclatura…
           Não, não se quer que falhemos na arte, do design, no cinema, mas daqui a pouco teremos que pedir ajuda a Timbuctu se quisermos produzir qualidade e bons conteúdos de arte e cultura. Pois do modo em que se enxerga a não possibilidade, como inferência ou assertiva negativa com relação à produção, técnica, conhecimento e oportunidade do fazer cultural, teremos que partir do zero, ou seja, a cada qual um lápis, a cada morador da periferia ao menos um caderno e caneta, e partir a ensinar como se fôssemos, e somos, os heróis do melhor combate que pode haver neste planeta, em países subumanos como o nosso, antes de apagarem – tarefa impossível, mesmo na terra plana – as iniciativas que levem a uma retórica de conhecimento genial e pouco provável na história das civilizações com o nosso país, pois temos uma bagagem cultural inextinguível e canais de comunicação que devem dar o exemplo para que ao menos em telas relembremos os costumes mais ousados e lindos de nossa história.

sexta-feira, 12 de abril de 2019

A NORMA ESTABELECE, O PADRÃO RECORRE, E O FATO SE DENOTA, ESTE, POR VEZES...

MAIS SERIA NÃO DIZER MAIS NADA, MAS A LEI ESTABELECIDA, QUE É DA LEI, SE PLANTA NO UNIVERSO DA INCERTEZA.

O QUE APARECE COMO INIMIGO PODE SER UM ALIADO DO MONTANTE QUE ESQUECEMOS NA LUZ DA LUA CRESCENTE.

OS CÃES LADRAM TANTO POR VEZES QUE A CARRUAGEM DESISTE DE PASSAR E PASSA AO LARGO DE SUA PRÓPRIA VOLTA.

A VISÃO DA TERRA À VISTA CHEGA A IMPRESSIONAR A VELOCIDADE DO BOM SENSO.

AO BOM DEUS TEÇAMOS GRAÇA E AO MAU DEUS A CONFUSÃO SE TORNA PARADOXAL, POIS PELO MENOS NESSE TERRITORIO NÃO HOUVESSE ESSA DUALIDADE CRUENTA.

QUE TECE A CARPIDEIRA MAIS UM EVENTO DE MAIOR MAGNITUDE, MAS QUE NA VIZINHANÇA NÃO SE COMENTE O OCORRIDO.

NADA É TÃO DOCE, MAS AO OLHAR DA SENSIBILIDADE DA MULHER, UM BEIJO PODE SIGNIFICAR O CONFORTO DO FIM DO MUNDO...

SE NAVEGAR FOSSE TÃO PRECISO, O POETA NÃO PRECISARIA DA LUZ NOTURNA DE UM LAP TOP, MAS DO SORRISO SECRETO DO TUBARÃO!

NÃO, QUE AS VESTES SEJAM MAIS COMPLEXAS, E QUE DENTRO DOS MISTÉRIOS DO MAR ENCONTREMOS EM NOSSA EMBARCAÇÃO O LIMITE DE NOSSAS FRONTEIRAS NA ÁGUA...

AS ROUPAS QUE VESTIMOS, SEJA UM JEANS RASGADO NORTE AMERICANO, OU UM SARI INDIANO, CONVENHAMOS, NADA DE MUITO TÊNUE TEMOS A DESCOBRIR O QUE HÁ POR BAIXO.

O HOMEM NU PASSA POR DIANTE DE SUA MULHER, E ELA NÃO O NOTA, QUEM SABE, SERIA ATÉ MESMO A IDEOLOGIZAÇÃO INCONFORME DE UM BOM CASAMENTO, ORA POIS!

A SE PROPOR ALGO, QUEM SABE SE PROPORIA, EU SEI LÁ, QUALQUER PROPOSIÇÃO QUE OBTIVESSE UM NEXO QUALQUER NO QUADRANTE DO LUGAR COMUM DA ESPERANÇA.

A TEMÁTICA ALGO CURIOSA DOS OFÍCIOS


         Seriam os ofícios quase deuses, em que um possa se imaginar com poderes, enquanto inúmeros mortais sequer sabem ler? Ou não podem, ou as escolas são faltantes, ou um regime de engordar a ignorância de poucas referências literárias levam ao escopo da mesma ignorância alguns privilegiados ao poder? Talvez os ofícios sejam mais curiosos do que a simples moeda da troca, do que o lugar comum em que seres deixam de viver por estarem sob pressões que a humanidade pode evitar, mas não o faz porque se torna em seus atos inumana. Credite-se a um ofício qualquer não o modo animalesco das contas e dos lucros nas relações sociais, mas na diligência em se saber que o que torna um monstro na sociedade, é algo que foi criado muito tempo atrás. Há uma transferência do tecnologizar a infâmia, do soçobrar pensamentos para que o correto estabeleça limites e critérios ao menos duvidosos. Se o jogo das palavras que se escutam largadas no limbo seja tão simples como desvendar a lógica rasteira, sem profundez, seja feita a vontade de estarmos no planeta dos consortes por encomenda. No entanto há muito a se aprender com os ofícios, e um lado maravilhoso é justamente debater-se a questão em que um ser esteja de acordo com as respostas que obtém em sua busca – na curiosa busca – de saber-se aprendendo, mesmo que outros maestros lhe digam o contrário. Não há defesa na parte inconclusa de uma ação que a nada remete, talvez apenas tenhamos que defender preciosos tempos em que porventura poderíamos estar longe de uma máquina em que seu óleo seja para lubrificar as partes dela, apenas, mas não de se dar uma pausa criteriosa em andamentos em que se clama por paz, e ações negativas apenas a consumam. Esse consumir-se a paz faz com que nos resguardemos provisoriamente e passemos a consumir – por exemplo – de modo brutal o óleo que é razão e motivo para tantas contendas. Seus preços, seus usos, seus danos materiais e suas guerras.
         Em uma alocução mais pertinente, quem sabe aquele que esteja consumindo a paz de outrem não saiba que apenas está colocando areia no panorama claro do céu, como transferindo pestilências onde não deveria haver esgoto. Inconscientemente, o céu pode turvar, mas as águas acabam caindo de suas frentes por razões já citadas, por uma questão da falta de compreensão e de uma curiosidade oficiosa, que muitas vezes não possui a culpabilidade direta, ou o dolo. É fácil redimir fronteiras à base de indiferença, é mito não admitir o erro pela desigualdade, e é extremamente confortável se portar à frente da máquina, já devidamente corroída pela ferruginosa corrupção, endêmica e tentacular.
          É por uma razão evidente que não se deve expor uma vida sacrificada mais e mais, tornando a existência em um país como o Brasil uma terra de promiscuidade em que as classes mais altas estão envolvidas até o pescoço, e quando se fala de promiscuidade, entenda-se o arcabouço moral da conivência algo secreta com as atitudes e crimes mais vis que a própria justiça corrompida silencia perante o povo, que se torna expectador dessas modalidades em que verdadeiros grupos de extermínio já começam a agir em nosso território na construção do desastre corroborado por instituições de lesa pátria, o que fatalmente levará a um colapso sistêmico, se as autoridades não começarem a olhar mais para o seu umbigo, desde o primeiro dia em que vieram ao mundo...
        Assim se pode ter uma curiosidade de ponta, assim se dá o mea-culpa, onde a titulação do verdugo há que ser revista pelo próprio ato de seus ferros que ferem aqueles que supostamente não vivem dos acordos e da curiosidade mórbida pela imprevista, mas sempre sólida, impunidade.