sábado, 6 de outubro de 2018

O LAPSO DO BOM SENSO


         Ter-se a sensatez como modelo é não criar prejuízos, principalmente existenciais, a quaisquer que sejam os viventes. Afora nossos aprofundamentos, que se queira aquele que versa sobre a expressão de um pensar, antes de botar em prática algo que porventura – pela ausência do critério – seja uma atitude ignorante. De todas as partes brota a ignorância, e por mais que pensemos que um cidadão possa estar mais consciente, não é a partir de uma base infundada que teremos um resultado sólido sobre nossos atos. Regule-se isso em uma espécie de azeitamento da máquina que seremos mais aptos para enfrentar o dia a dia e suas dificuldades inerentes… Esse “polimento”, essa flexibilização do sistema que queiramos implantar em nossos gadgets, por exemplo, em um celular, em um robô, na compreensão mesma da tecnologia, permitirá que tenhamos a autenticidade preservada e um diálogo mais frequente com o porvir e o que está presente enquanto novidade do homo faber. As novidades não pecam, pois são apenas ferramentas. O que se peca no mundo é o egoísmo de não se compartir o conhecimento, como as nações que não querem que outras descubram os novos recursos, plataformas tecnológicas, ou investimentos na educação de seu povo. Igualmente, incentivar a pesquisa científica é uma condição de sanidade governamental enquanto nacional e patriota. Deixar de investir nesse setor é como tornar sectária uma sociedade que administre algo com a intenção de boicotar o nosso desenvolvimento. Como na questão da defesa nacional: não há porque se defender a hipótese de invadir um país qualquer por ordem de cunho ideológico ou mesmo religioso, pois cada país tem que encontrar a sua própria solução, e o nosso já enfrenta sérias dificuldades em termos de segurança interna, a saber, que não precisamos estar “obedecendo ordens” de um país mais rico, mesmo que o fatalismo da arguta águia o represente. A águia em geral não conhece o dragão, pois tanto um como o outro são ficções de ícones: arcaicos e irrepresentáveis. Apenas se cita que as duas imagens são muito fortes, e que participar de um embate comercial no mundo é como dificultar a economia global em protecionismos estatais que aqui no país são simbolizados por intervenções evitáveis, porquanto talvez fossem o melhor caminho para quem quer que o povo brasileiro possa ganhar com nossas economias tão afeitas a um espaço irrisório de uma globalização que só importa aos imensos capitais financeiros especulativos. Quando se privatiza uma empresa, abre-se as ações para que quaisquer outras gigantes que dominam o mercado se apropriem dela, depois de enfraquecê-la, a ponto de sua venda apenas engordar os cofres das administrações responsáveis pela transação, em medida provisória que nos prega vilmente aos cartéis internacionais das grandes corporações concentradoras do capital. É como se passássemos uma estatal, que rende à Nação seus bons dividendos, ao poder do mero um por cento que detém as riquezas do mundo, pois estamos falando em prospecção de minérios e petróleo, acima de tudo.
         Verter a nossa riqueza que pode dar insumo de capital ao desenvolvimento do potencial do nosso povo, quando permite que o investimento seja para o social, na aplicação dos recursos em saúde, educação, pesquisa e ciência, é como assinar um atestado de óbito na esperança daqueles que sabem o que realmente é melhor para o país. Sempre que pensemos que a segurança é fator essencial à toda a população, temos que ter guardada em nossa mente a consciência de que só será a partir da educação de um povo que poderemos partir a ter uma sólida engrenagem que permita alavancar mudanças agora urgentes às novas gerações de profissionais no país. Pensar em que a militarização deva estar presente no Estado para coibir o crime é necessário, mas aventar a possibilidade de que tudo possa ser resolvido na base da repressão e das balas não é combater as causas, mas sim as extremidades dos processos que envolvem toda uma planificação societária. Que não tenhamos mais o lapso do bom senso, ou seja, que façamos de nossas vidas as nossas escolhas, mas sem regredirmos no aspecto fundamental destas, pois qualquer presidente pode dispor de forças variegadas, díspares até, mas coesas no desenvolvimento humano e ecológico de todo um bioma necessário que se chama Brasil!

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