quinta-feira, 11 de outubro de 2018

DA LUTA E DO VERSO



Muitos fingem serem afoitos, no que seja quase verdadeiro o sentir da luta,
Sentirem-se algo donos de uma situação, porventura que não seja o sentimento
Único daqueles que primam no mal senso de isolarem um polo do outro,
De não verem que há um certo recheio dentro das cascas dos desatinos...

Que casas respirem bom tempo, e que versos povoem a mente irrequieta
Daqueles que urgem por platôs de paz, por superfícies onde a Natureza
Lhes mostre a totalidade da harmonia, um sentimento bom e crítico, no entanto.

Isso do debate, ou do argumento, ou mesmo de se ignorar ser-se tão racional
Que porventura acabamos querendo traduzir metáforas que são não mais
Do que representações subjetivas do que achamos mais anímico do que material.

Posto a relatividade dos relacionamentos, isso de acharmos igualmente do botão
Um quê de exagero em querermos algo que ultrapasse a fronteira do previsível
Seja por sinal o que há de mais predito, o que é um perfil intoleravelmente certo!

Já que pensemos que tudo que é sempre igual ressente-se de um passado onde
Passeávamos sobre as ruas sem temer jamais, onde um parque não fosse de classe,
Onde a mescla fosse a conquista de todas as gerações de pais a filhos, destes adiante...

Por veredas onde a luta não houvera, e sim o encontro, o reconhecer do próximo,
A aceitação do possível, a paz como princípio e sustentáculo, o diálogo como meta,
E o olhar sincero como consolidação que em uma passagem há a presença humana!

Pois sim, se assim não fora, não há como prever que não sejamos mais ninguém
Além da trágica oferta de aventarmos milhares de possibilidades de quaisquer lados,
Haja vista um consensual não puder estar dentro do lado onde cabe uma semente.

Não há um cadinho côncavo e outro convexo, pois os cadinhos sempre se dão
Na maravilhosa alquimia dos séculos espaço para algo de se descobrir e preencher,
Onde em um lugar há de pedra filosofal que jamais descobriu como inventar o ouro!

Nessa riqueza de entraves de Poder, uma mão que não se ressinta muito o de houver,
Pois que de emendar a vida podemos talvez fazer uma grande colcha de retalhos
Apenas se estivermos prontos a um diálogo que suplante o projeto mesmo de país...

E é nesse cadinho da vida, que se possa empunhar a bandeira por qualquer lado,
Em que as cores da pátria não traduzam quaisquer movimentos, pois por faltas
Não ressintamos que ainda podemos unir o Brasil para sermos sempre filhos deste!

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