segunda-feira, 8 de outubro de 2018

A LÓGICA DA NATUREZA


          Porventura se a lógica é invenção humana, talvez o mecanicismo do modo de ver dos homens seja algo oposto ao que se vê na Natureza. Antes de Newton, esta já convivia com a gravitação, e resta ao cientista saber mais e melhor que alguns conceitos focam na exploração predatória dos recursos que temos no mundo, e que esse equívoco pode fazer parte de um lado dos números em que a lógica extrativista tropeça. Haveria, em uma tese que contraria princípios da aquisição das riquezas pelo nosso processo de civilização, a possibilidade de cessarmos de extrair minérios para satisfazer gostos não necessários, e planificarmos a economia para evitar que não saibamos no futuro como será este sem os combustíveis fósseis, por exemplo. Na indústria das informações e seu processamento há um manejo melhor de seus componentes, a digitalização da celulose, a possibilidade em se expressar, a arte como acesso mais fácil, e ganhos de boas iniciativas decorrentes dessa tecnologia.
         Contrariamente ao extrativismo de fontes não renováveis, que operam através da sede de aquisição das riquezas de países pobres com relação aos mais ricos que os exploram brutalmente, a tecnologia da informação é um setor de inteligência, sendo, portanto, uma saída limpa para lidarmos com a energia e suas fontes, dentro da consciência de que essa plataforma é a grande mudança tecnológica dos modais de inteligência e ferramental agora inevitável para quem quer ocupar a vanguarda da inteligência do planeta.
         Mas não esqueçamos que a lógica da Natureza é a fonte última de todos os processos humanos de inteligência ou transformações sociais e de riquezas. Esta revela ser muito mais antiga do que o nosso surgimento neste planeta, e que o fato de que aparentemente temos o poder de transformar nosso entorno, alterar biomas e destruir o meio ambiente não nos capacita a sequer compreender que viramos reféns de nós mesmos, e que o egoísmo – tão pequeno na assertiva dos desejos materialistas – é item que coletivamente pode causar o estrago dramático que acaba retornando com as compensações da mesma Natureza, revelando, esta, o seu poder imensurável e exato. O discurso de que a espécie humana é a mais importante acaba caindo por terra, a partir mesmo de termos que reconhecer que nunca chegaremos a residir em Marte, a não se que se ame viver na solidão do deserto e de parafernálias controladas por dedos inquietos porquanto algo arrependidos, no final das contas! Estações orbitais já existem em profusão, e a corrida ao espaço já povoou a estratosfera com múltiplos objetos. Os foguetes nucleares parece que estão sempre a postos, e parece risível que o Criacionismo Bíblico tenha tanta influência em alguns governos do Ocidente. Antes do Grande Pai criar o criado, quem não dirá que já haveria algo, pois a própria escuridão da noite é um fato e um elemento que existe. O Livro do Gênesis tem que estar de acordo com os nossos tempos, mesmo porque as mulheres não merecem a pecha de serem responsáveis pelo pecado original. E o que falar de seres não humanos? Será que não merecem viver dignamente dentro de seus habitats, antes que pensemos em construir um arranha céu dentro de uma reserva ambiental? Será que não haverá a possibilidade de termos um mundo mais justo quando soubermos ensinar as nossas crianças – a todas, sem exceção – os limites do homem, frente às coisas naturais, a importância de não envenenar a soja, ou melhor, da importância de termos uma forte agricultura familiar, coisas que salientam as possibilidades de ao menos nos aproximarmos da questão de nossas próprias incertezas, e a necessidade de conseguirmos ver a Ordem Natural através de olhos que sejam ao menos mais contemplativos, e que percebamos seus movimentos inerentes a tudo o que exista, e que o que existe seja motivo de parceria e conhecimento, mesmo que estejamos só em relação às humanidades, pois não está só quem ama um pássaro, no exemplo cabal de São Francisco, o santo de Todos.

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