O
que comporta essa água represada, que verte por vezes seca, em outras, abrange
áreas imensas, qual não seja: a comunicação? Uma página de outros tempos, um
detalhe semântico, a complexa e simples paradoxal contextualização, a moda de
se falar um nada de que comparado, a linguística que se perde na análise sem a
crítica, no ferramental por vezes duro em que encontramos apenas o significado
de uma questão mais importante e necessária que outras... Se a vertente é
falarmos ou escutarmos, estaremos substituindo por vezes nas leituras da
dimensão de um quadrado a letra que não diz tudo, ao que um neurologista
recomendaria um quadrado livro que é mais amplo, pois não raras vezes abraça as
vozes mesmas do tempo!
São
os tempos de uma gramática que a possuímos, um dizer a outro de bons tempos
idos, e que outros surjam para anunciar boas novidades, e que um otimismo
floresça, pois não será através de um rancor algo sem superfície que dataremos
a vida com farnéis de dramas anunciados. Não, porque o tragicômico já faz da
sua mostra em revelar um magistral teatro de fantoches antes da apresentação
final das marionetes. Nada está em jogo, pois tudo é um jogo, quiçá um jogo que
quer subjugar ao sub judice...
Posta
a linguagem das cores, a semântica delas, vemos por agora então, que o vejamos,
um cidadão queniano com uma roupa colorida, enquanto um red neck veste o preto das suas malhas, talvez com um tom de cinza
que reitera a moda sem Benetton. Vistam-se as cores do mundo, e que estas
aconteçam, a bem dizer, que algumas já sofrem demasiado, e o que era branco,
sem amálgama, hoje é negro, mulato e índio! E é mescla, não da brancura europeia,
mas, mudando de assunto, até chegarmos no azul da ilha teremos percorrido o
verde das colinas e montanhas: através de um asfalto quente, de uma caminhada
em tipos e tipos de veredas, quiçá por barcos que costeiem a marinha
maravilhosa, quem sabe ou saberia que dentro de um ônibus haverá poetas que
amem o mar. Nesse caleidoscópio não houve qualquer cristal metafórico, mas
apenas o intencional de dizer a riqueza que podemos fazer alçar voo para outros
céus sob as asas da compreensão humana... Nesse panorama de cores variadas
haveria em outros tempos, em uma praça, dentro de um estúdio, em um centro
cultural ou museu, artistas em busca de uma linguagem que não fosse apenas a
que aparece, mas algo intimista ao extremo, uma necessidade, um reflexo de suas
impressões, a consubstanciação do plasmar a matéria concretizando o subjetivo
ou a vertente do realismo. Supõe-se que sejamos não tão primatas, e que o
capitalismo não desande ao selvático preceder de se evitar a sensatez, pois é
através da sensibilidade do homem e da mulher, de quaisquer gêneros, e de todas
as cores do mundo que se obtém uma plataforma de compreensão semântica mais
profunda em relação às linguagens deste tão conexo mundo contemporâneo.
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