quarta-feira, 31 de outubro de 2018

ARQUÉTIPO DA UNIÃO



            Quem diria, haja gente que sabe quase tudo, e jacta de saber, só  que na verdade afora o aforismo religioso, na ciência ou na arte nada sabemos até o próximo conhecer... Gente que segue um tipo de doutrinação de ambas as partes, ou a visão dialética ou a versão famélica do mercado, ambas as questões onde o pouco que se conhece da prática preservacionista ecológica e de costumes tribais cede ao grande capital desenvolvimentista, ou à lógica do entregar tudo para sanear a dívida interna, recriando o ônus externo. Pudera que tivéssemos uma versão mais otimista do mesmo mercado, pois nele tudo anda sendo e as relações patronais nada mudaram nas últimas décadas com o clientelismo sem ser estruturalmente afetado. Uma pessoa pode até mesmo cursar cadeiras universitárias, mesmo sabendo que irá padecer muitas vezes de defasagens brutas de conhecimentos mais contemporâneos, a onde poucas universidades brasileiras têm real acesso. Passamos a ver o novo século como repetição de forças antagônicas do passado, do século XIX: as relações de trabalho, etc, Marx e o capitalismo, a luta conveniente para o isolacionismo ideológico, os nulos, os temerosos, os ponta de lança, terminologias arcaicas quando o que se sabe é que a ignorância monolítica grassa esse país afora, e somente a partir de se erradicar a ignorância é que porventura pode-se admitir erros e acertos... Mas quem erra deve assumir seus erros, e aquele que acerta, deve ser reconhecido. Como na matemática, na conta elementar que se há de saber, aliás, como frente indispensável de uma civilização na decência de saber o que agrega e o que subtrai.
            Passamos, com os sentimentos brutos de frustrações ou arrependimentos, a fundar primitivos e já existentes conceitos coletivos, na forma de arquétipos que superlotam o inconsciente de rechaços e brigas desnecessários, como se não bastassem nossos próprios problemas, pois antecipam sentimentos de vingança onde agora devemos estar mais ternos com o que nossa Democracia oferece. Um diálogo com uma burguesia nascente dentro do espectro do conhecimento de novas formas de aquisições tecnológicas, o desprendimento de não se estar em uma defensiva, ou dependente de leões de chácara para a própria segurança em se tratando de cidadania preservada, reside tudo na rediscussão mesma da cidadania e a refundação necessária dos Direitos Humanos Universais. O enfoque contra a criminalidade deve ser a pauta de um aspecto importante da segurança cidadã, mas tolerar o consumo enquanto muitos pagam suas penas por alimentar essa cadeia produtiva deveria merecer especial atenção das autoridades. Justamente porque uma sociedade tomada pelas drogas e álcool verte na insanidade um arquétipo muito duro porquanto violento, e quando uma posição dentro de um país já bem fragilizado por crises em todos os níveis deveria optar por uma sobriedade mais ampla para rediscutir rumos e navegar coeso com todas as suas forças, sejam elas situação ou oposição. Tente-se sempre a vereda da concórdia, pois muitas vezes o que outras nações esperam de um país é que este entre em colapso institucional para melhor aproveitar suas riquezas e recursos naturais. Que esperemos sempre que o país supere todas as dificuldades e que consiga bem navegar frente a uma crise internacional, como a que se avizinha no mundo.

segunda-feira, 29 de outubro de 2018

ESPECULAÇÃO E DEGREDO


Ao do especular-se o seja, de forno de micro waves a espécies subalternas
Em estranhos desejos ao que se desejava fosse muito de não o ser
Que outrem se desejem, mas que o degredo interno de um imigrante da alma
Não seja degredado por não ter a conveniente convicção de uma religação…

Não, que sejamos do verbo especulativo, sobre espaçando as letras dos tons
De outros gê genros, que não sobrescrevem apenas do seu lado meio laico
Mas aguarda na própria arte mimética da gênese poética a profética questão
De se saber que nem todas as letras são tão precisas quanto as do poder.

Que de poder se possa, essa pose da questão, um que não queira mais somar
Na soma de huxley quando se percebe que nem todo o dicionário automático
Fará frente àqueles que tentam a ofensa direta meio que torta e quase livremente!

Especular-se o verbo está sempre atrás de uma mercadoria que solapamos ao uso
Quando de primar-se um conteúdo precário, vestida com uma embalagem tosca
No que se traveste de serviço como algo que tenha que ser compulsoriamente seguro.

O degredo que não encapsule as almas, pois estas esperam por climas melhores
De tatos e observâncias onde a limalha dos enferrujados por ciências do futuro
Por obséquio que vejam por onde escorre a vitimização de um por si mesmo…

Há causas frequentes dessa estranha e paradoxal vitimização, qual não seja
Aqueles de maior envergadura que falam sobre a sinceridade das atitudes, sobre
Saber-se melhor de um algo substancioso, feito a pureza da bondade inata!

Pois do ofender-se com trocadilhos, reza que tais entes que os desferem esperam
Apenas um tipo solitário de degredo que sua especulação baseada em princípios da moeda
Passa a não fazer mais tanto sentido por sentir que desfere veneno por um lábio sereno…

Vai que sejamos mais justos, vai que consigamos mais equidade e equiparações,
Será esse o tanto que se espera de qualquer poder, mesmo que este venha em baixa
De capitulares nos substantivos, de não pregar-se a peça no infortúnio que não desabe.

Vai que sejamos mais honestos consigo mesmos, que respeitemos os Orixás e os Pagés,
Vai que sejamos de uma terra brasilis, desde o chuí ao norte, leste, etc e muito,
Que sejamos pátria livre sem a questão de termos que incorporar o teatrinho da contenda.

sexta-feira, 26 de outubro de 2018

A ONDA DA MECÂNICA EM PALAVRA



            A pesquisa a respeito do que nos seja mecânico, encontra o material satisfatório que compreenda e reitere que estamos em vidas mecanizadas, automatizadas, com sentimentos, portanto, contraditórios. Seria fácil enumerar alguns fatos, mas a propriedade de alguns comportamentos leva a termo de conhecermos a natureza por vezes perversa de alguns caracteres. A produção febril de redes e seus propósitos acabam por serem desmontadas naquele viés que possua mais recurso e inteligência, o que torna impossível afirmar que uma fake extremamente viral seja algo tão inconsútil como uma nuvem repleta da não informação. O que temos são grafos de redes por onde passam as informações, retratados por tipos de arestas que unem os vértices ou gadgets – celulares ou  computadores – em questão, e já se possui a tecnologia para saber de onde vêm e para onde vão essas informações, qual o peso relativo de uma aresta, qual o domínio de contatos e como chegaram ao alvo e foram replicadas. Se há mapeamentos genéticos muito mais complexos, a ciência da computação certamente tem seus softwares para desvendar os caminhos por onde vão as mensagens, haja vista ser um mapeamento  - que flui conforme seus condutos, localiza-se conforme os IPs e gera visualizações conforme são processadas.
            Mas a questão mais complexa ou mais simples é aquela que nos diz como nos tornamos quem somos, na acepção crua de um comportamento, ou quando em grupo, em como as palavras nos tem mecanizado a fala, com a conotação que faz com que uma frase alcance mais significados, em um tipo de treinamento que só a prática do diálogo sem muita profundidade confere... Essas outras mecanizações não se exibem como uma fake em um computador ou similar, mas no tipo de ofensa crua – repetindo – que se quer utilizar alguém com o intuito de desestabilizar um processo mais sincero de diálogo, onde a perversidade por vezes pré-consciente acaba por se acumular na recepção auditiva, em um tipo de performance mecânica que possui reflexos na facilidade de se obter insights pretensamente intelectuais, pois não são fruto de um aprofundamento filosófico ou algo do gênero. Esse rebatimento da farsa generalizada é extensivo ao tipo de filme onde quem atua são aqueles que efetivamente realizam os filmes, fenômeno no país com filmes de origem externa, de conteúdos vários. A atuação de quem é espectador passa a ser ou fazer da sociedade uma grande película de acetato onde as marionetes sejam protagonistas de sua própria ilusão, pintadas convenientemente para serem projetadas na grande tela que se torna esse circo místico, ou na variante realista do que acontece realmente nas ruas e na violência da criminalidade, onde o criminoso vê a si próprio como um ser que consegue aparecer na TV e certamente revela a face cruenta da realidade. No entanto, a catarse religiosa aparece como único remédio para quem vê a tudo e a todos um mundo caótico e sem destino que não seja a possibilidade de salvação. Isso introduz nas populações carentes uma esperança sem par e por outro lado rechaça aqueles que não fazem parte desse credo, principalmente quando sabe-se que são muitos e muito fortes em sua fé. Quando muitos pensam que ganhar bens materiais é sinal de bênção divina, acabam por se ajudar no processo de trabalho ou ganho e lutam por obtê-lo, de maneira solidária entre si, em seus grupos, igrejas, ou na religião, como um todo.
            O que deve ser respeitado, mesmo a partir de um Cristianismo messiânico, é que muitos viventes de vanguarda intelectual tem a sua ordem de costumes, postulada pela ciência, ou mesmo pelo aprofundamento filosófico, ou que Igrejas como a Católica possuem a Teologia e seus ministros como parte e parcela de luz que verte sobre o desapego de seus membros, para que comunguem com o próximo as Missas Sagradas. Esse tipo de compreensão há de haver entre os povos, e do mesmo modo que não se queira receber ofensas um religioso ou um povo de alguma religião, os católicos jamais devem ser ofendidos por professar a fé católica. Em um grande exemplo de abnegação e altruísmo, o Papa Francisco vem em direção a que tenhamos mais esperança na Liturgia com a sua liderança sempre presente de homem santo.
            A partir do momento em que as religiões não se contestem, que não haja mais contendas entre católicos, evangélicos, israelitas, espíritas e maometanos, entre outras religiões, como as de matriz africana, haverá paz no país. Aliás, a Paz, uma palavra absoluta, que reina entre os mecanismos do planeta, navega por encima dos fogos, convence aqueles que prezam a harmonia, argumenta em favor dos oprimidos, e deixa ou orienta para que a onda mecânica em que muitas almas se convertem por frutos da dúvida e teimosia de algumas certezas, não revela o diálogo frequente na própria Natureza à qual pertencemos, porque esta nunca foi uma máquina. Dela, aprendemos o nascimento de um broto... Quais sejamos ainda: brotos à espera de um renascer... A ótica que nos leve a saber o que é melhor passa pelo desvelo em anunciarmos uma boa nova, que seja algo de maior sentimento entre os povos, pois crer piamente que estamos por enfrentar um panorama apocalíptico demanda que ao menos a ignorância possa revelar-se a si mesma, em um processo dinâmico onde nada do que se pensa realmente acontece no reino da Dinamarca! Quando o ser ignorante acredita em algo que sustente o seu viés obscuro, a fonte de luz desse mesmo ser pode vir de uma estante onde os livros são meramente artifícios de decoração: é dessa ignorância monolítica que se trata de muito doutor que jamais leu outra coisa que não seja ou faça parte do seu ofício. Há que se resistir quando um ser ignorante acredite ser superior pelo fato de não saber mais do que um pretenso inimigo que se crie na mente obtusa. A respeito disso, apenas a inteligência de saber se portar em futuras selvas fará com que aqueles que estão por trás desses estranhos novelos sejam desmascarados como contribuintes de algo que a propaganda tenta infundir na cabeça dos desfavorecidos. Essa mesma propaganda do diz que me disse, da filosofia da alcova, dos tratados falsamente místicos, da envergadura e atraso do que se crê forte, e da grande apneia espiritual que realmente tenta açambarcar o mundo. Isso é fato, e que os mais cultos não sejam inconsequentes...

CAMINHOS OUTROS


Por entre gentes, por diante de carros, no esquecimento do que somos
Parte-se a um sem par de circunstâncias que não percebemos o que seja
Quem fora ser, de algum lado, na linha de um verso, que não se recrudesça
Algum sentimento torpe de estar toda uma vertente esvaindo esperanças!

Segue-se na alfombra do tempo algo de caminhos que se cruzam, um ar
De que se perpassa a linha das promessas, um veio que não teima tanto
A quanto se predita que não se prescreva meio lote de desavenças a medir
Na esteira de uma vaidade ao revés, de ganhar-se quem fica mais feio.

A ver na distância entre um verbo e o outro, quanto se resolveria a contento
A questão antiga do discernir qualquer período, qual não seja a extrema
De se convencionar que seja, na página correta do que se diz no anterior
Ao anátema de qualquer vivente que esteja ultrapassando um limite lógico…

Caminhos algo tortos que se encontram na retilínea ventura de ir-se
Aos lugares irretocáveis, belos como certas flores que encontramos dispostas
Nos arbustivos, em canteiros inegáveis, na suposição quase certa do quintal,
Ou em uma rica estampa de um livro em forma de roupas no corpo da mulher.

A mais de não poder-se olhar muito para adiante, sem prever algo que seja
Ao menos a sorte de se estar navegando em certas calmarias profundas,
Em que a mesma sorte não percebe que o que passa a ser correnteza
Não aparece muito no caudal – fonte – que verte a força submarina!

De monta a que se seja um frente ao timão de uma embarcação ligeira
A frente mesma de que olhe mais para adiante para não emocionar seu ato,
E que remonte, talvez paradoxalmente, um outro barco que o encontra
Em outro caminho traçado, a uma carta náutica ausente, do pressentir apenas.

E o cunho emocional da tripulação vê uma ordem ser galgada sob pretexto
De que o amotinar-se seria algo tão normal quanto o de ser de novo tentado
A não fazer o barco progredir em seus caminhos, pois o que dera quase certo
Na tentativa derradeira de compor a música das proas, escuta-se apenas o canto!

Mostra-se na poesia de tantos e tantos, que porventura ainda surjam
Mesmo por entre os dentes do destino, quando não se desata uma frente
De equações variadas e próprias ao próprio e desavisado tentar consentir
Que todos os caminhos que levavam a algum lugar, passam por postos de vista.

Pontos que são próprios, nas manhãs que percorrem os caminhos traçados à noite
Por onde há luzes, não que sejam vistas, mas a luz ofusca o sinal que transmite
A comunicação dos sons vários que nos permitimos escutar e pesquisar as frentes
Em que outros dormem na invectiva do cansaço de seus dias no lavor da labuta…

Esse pertencer a um sistema ou outro, esse percorrer gôndolas de supermercado
Ou de pequenos armazéns situados na confluência da facilidade de certo caminho
Faz-nos cônscios que nem tudo que se obtém virá através de um sufrágio dado
Por tantos que nunca opinaram nas vertentes do que se diga de um lado ou outro.

Os dias vertem suas semânticas de cristais, a chuva cede às plantas seu ouro vida
Que pertençam – que seja – a um pequeno jardim de quem está ainda a residir
Por sempre em casas que limitam por seus muros a habilidade do gesto do húmus
Em fazer florescer a pequena primavera que seja irretocavelmente de tantos que há!

terça-feira, 23 de outubro de 2018

O QUE É A ARMA


          Como é estar armado? Como seria sermos uma sociedade onde o conceito de segurança seja o self-service de armas? Pois há que se opinar, vá lá que seja, um soldado, um policial, um delegado, uma patrulha de trânsito. Mas o cidadão comum… Parece que psiquicamente há a vantagem do poder de se estar com algo que pode matar, e isso parece com a banalização do ato, não se trata da defesa, mas do ato em si e tudo o que pode trazer. A arma é algo tão forte que pode ser desde um corpo violento, pode ser uma faca em pleno ataque de fúria, pode ser a bebida transformada em fuga, pode ser a adicção de drogas para compreender melhor o submundo! Mas a insígnia deve impor respeito. Vemos até aqui a ação anticorrupção dentro do Estado, na atuação da PF e seus poderes investigativos. A arma tem sido utilizada até então, como conceito de correção e punição. Agora se apresenta um novo governo com a intenção de combater o crime em suas entranhas, entre eles as facções organizadas do tráfico de drogas. A se ver dentro dessas entranhas, há realmente uma guerra paralela girando dentro do nosso país.
            A inteligência é uma arma no sentido de poder pontualmente combater algum foco de criminalidade, pois esses alvos pontuais é que fazem de uma polícia a qualificação de se ter a especificidade técnica para chegar na origem do problema. Não será gastando munição e invadindo direitos civis de trabalhadores e cidadãos honestos onde quer que residam que se atingirá um meliante através da suspeição genérica. A força não é medida em termos de calibres ou blindados, pois essa é a consequência de uma ação que se diz de segurança pública. A causa é um agravamento de crimes que são cometidos com tipos de organizações que devem ser desbaratadas. A arma só deve ser utilizada na efetividade de um alvo que esteja pontualmente localizado: a detenção deve ser primeira e, em último recurso, o uso da arma. Essa inteligência que cabe ao sistema de segurança de um país, suas instituições, na prática, caminhando junto com a Democracia, pois desta emana um diálogo permanente com leis e regimentos e diálogos com frequências necessárias. Não se resolverá o problema da segurança de um país a partir da premissa da hierarquia militar, pois esta deve obedecer a uma inteligência majorada, e não será através de mecanismos de inteligências internacionais que deveremos agir com nossas próprias mãos e pernas. A independência de sabermos utilizar a arma e os processos judiciais pertinentes ao andamento da justiça no país, em se tratando de crime organizado, vem à tona quando nos apercebemos no exato instante que temos material humano e operativo para isso, e a integração com países vizinhos dentro de seus processos de história e desenvolvimento de operativos é que teremos em menor tempo o diálogo suficiente para incrementar esses resultados que aparecerão de modo positivo. A arma, a propósito, é a mesma inteligência que faz com que um policial possa prender alguém, ou em uma melhor hipótese, orientar alguém antes da intenção do dolo, sem ter perdido tempo com a ação que se segue depois, com devida intervenção da força, da repressão e das balas.
         Parece bobagem pensar que o cidadão esteja meio conturbado com a situação brasileira, mas é fato pertinente isso. Proteger a cidadania deve estar no plano de qualquer governo, pois não esteja nos planos de alguns civis insuflar a violência ou a intolerância, pois isso deve ser reprimido e reorientado, para que se engrene na lógica do bom senso a própria dúvida que se forma em cabeças menos capacitadas sobre o que vem a ser a sensatez… Se considerarmos que um bom agente de segurança se forma para ser um dos e proteger os cidadãos, claro está que devamos considerar essa arma como um tipo de lucidez, quando apresentada de forma mais justa na forma da Lei, que é o que pretende-se que seja uma sociedade mais favorecida por critério e civilidade.
          De qualquer modo, a arma se apresenta como algo que utilizamos com a finalidade de proteção, que é essa variante algo assoberbada pelo calor de uma proposta, mas que denota protegermo-nos de algo. Que seja, um archote de conhecimento, a luz sobre as dúvidas e incertezas, uma educação de qualidade e uma saúde que não seja boicotada por nenhum sistema. São as armas da cidadania, e querer um bom governo é apenas o que se quer de melhor ao país e, para que as armas da justiça social atuem dentro de nossa sociedade civil, há que termos proteção, mas igualmente que as riquezas de nosso chão sejam, de modo construído pela segurança da nossa soberania, a propriedade nacional do povo que verte o suor trabalhando em favor da nossa pátria. São essas as verdadeiras prerrogativas que se espera que concedamos ao povo brasileiro, pois não adiantará nada àqueles que residem em regiões vulneráveis possuírem uma arma, pois que precisam mais da compreensão dos governantes e um mínimo de saneamento urbano, de melhoria salarial, de relações mais saudáveis com a sociedade, posto um número sem par dessa gente que vive miseravelmente ainda possui forças para emprestar seu trabalho, como heróis de guerra, tal a luta que se empreende sendo nosso formidável povo!
         Por fim, a melhor arma para aquele que deseja disseminar o valor religioso bíblico deve ser o amor, a ternura, a tolerância, e não achar que há que desejar a crueldade ou qualquer forma de brutalidade em nome de Deus. Deve respeitar seu semelhante como a si mesmo, jamais ofender quem quer que seja e ser bondoso com qualquer vivente. Qualquer ato fora desse perfil deve mostrar que estará equivocado em sua crença, pois Cristo nos deu a Paz, e com ela estaremos. Essa é a arma do perdão, e quem quer ser perdoado deve perdoar. Uma premissa extensiva a tudo o que diz respeito a aceitarmos todas as religiões com uma atitude civilizada e jamais permitirmos que um único pensamento religioso domine algo ou alguém por meio de algum poder.

segunda-feira, 22 de outubro de 2018

COISA DE REFLEXO


          Isto de espelhamento da vida pode parecer banal, mas é fato que agora o espelho não é mais tão importante, pois o joinha do facebook está levando tudo que se pensa sobre a aceitação de um, o curtir ícones de resposta, a funcionalidade do ego. Sentir-se partícipe de algo, liderar um movimento nas redes sociais, saber-se algo cônscio das coisas, gera um reflexo de si mesmo no mundo digital, mas também isola o indivíduo da realidade mais concreta e física das ruas e seus entornos. Talvez – apenas uma conjectura – fosse interessante que as ruas não ficassem tão à mercê da sorte, ou seja, que fossem espaços onde se pudesse vivenciar o externo, ao invés de ficar-se separado entre um condomínio e outros. Isso poderia ser o viés de uma reforma urbana que trouxesse a segurança mais próxima ao cidadão. Desse modo, a própria tolerância como modalidade compulsória já seria um bom caminho para apaziguar rixas de natureza das ideias. Aliás, porventura fazer dos lugares como a lanchonete, uma cafeteria ou uma banca de revistas cenários de se compartir conhecimento e ideias seria um começo razoável para termos uma sociedade mais civilizada. Criar espaços de convivência seria a natureza de algo tão simples e maior do que uma sociedade onde se pensa que as classes sejam isoladas sem contatos maiores do que as relações de trabalho, quase sempre verticais, onde o que se passa com o mais abastado é a questão do mando, a questão patronal e sindical, onde o conflito emerge quase sempre nas tentativas de diálogo. O diálogo é fruto de um pequeno debate, que seja, tenhamos sempre a oportunidade de debater, e a escola é o cenário propício, onde crianças, adolescentes e adultos aprendem o conhecimento e suas variantes, as ideias e os ideais, a concretude técnica e o sonho da arte. A ciência e a tecnologia, a saúde e a biologia, a literatura e a história, a filosofia e a física, o esporte, o lazer, o amor… Ou seja, não será necessariamente obra da providência divina que se conseguirá estabelecer um Estado que reflita o bom senso, a humildade de poucos perante o próximo, e que consagre-se que todos haveremos de ser humildes perante a força da Natureza.
          Esses reflexos de uma sensatez a respeito do modo em pensarmos fazer de uma sociedade algo mais justo ponteiam largamente em quaisquer hemisférios, mesmo quando sabemos que algumas pessoas queiram estabelecer a dependência histórica do Sul em relação ao Norte. Essa dependência que intimamente àqueles que não compartilham da posição de quem gosta de ver em países de primeiro mundo o colo algo paternalista de ser, deve ser reinterpretada em sua modalidade histórica, pois sempre é mais racional ao país quem tende ao nacionalismo. Posto de um dever cumprido será a atitude mais conveniente a que sejamos de temperamento patriota, sem deixar de respeitar aqueles que inibem a boa atitude… Isso de pensarmos em entregar nossas riquezas para as mãos de estrangeiros, no mínimo é coadjuvar com um tipo de patronato internacional, imiscuindo os aspectos que beneficiariam a maior parte do povo brasileiro, de modo inepto e contraproducente.
           Assim sendo, o reflexo de algo que não entendemos por muitas vias, torna-se tão claro quanto a posição mesma de entregar nossas riquezas com a posição “intencionalmente firme” de solapar ou mesmo destruir com um poder de referência no atraso, as instituições que o país tem construído ao longo mesmo de toda a sua história: apenas nasce da ignorância a intenção de quando se quer destruir uma conquista… A justiça não existe para quem tenta o caos do poder relativamente investido. A plataforma de se contestar pertence ao processo de construção progressiva das instituições e da própria sociedade. Afora isso, é exceção da ignorância empodeirada.

domingo, 21 de outubro de 2018

URDIDURAS


Tantas são canetas, a caneta do tinteiro, o bico de pena, a esferográfica azul
Que consumimos na escrita, quem dera, ao escrevemos cartas e cartas,
Ou mesmo um romance caligrafado, ao que não importa, pois o editor de textos
Sabe bem o que é o conforto de expormos sinais com fontes corretas…

A Times, com serifa em suas extremidades, a velocidade do engenho humano
Ao prescrevermos os versos que jamais estarão perdidos na superfície do mundo!

Sim, por que não ao estar sentado em uma poltrona, o presidente de algo ou empresa
Tergiversa com a caneta a anotar coisas em um papel da mesma celulose em que
Outras pessoas poderão acompanhar, na velha questão da rapidez de lucidez do gesto.

De quando em quando sabermos da profusão do tempo que gira e gira sem si próprio,
Quando igualmente vemos o nosso mesmo padrão de período girar em rodas sem freio,
Será a razão algo sem substância, inconsútil como o vento no deserto, que nem fala
E muito menos sopra com a chuva que sempre a tenhamos onde se faz necessária.

Posto de observação são muitas as plataformas, e a quem dizermos o qual seria
Um outro de cerzimento constrói a pequena urdidura que refaz a superfície do homem
Quando se pensa que as sinapses cerebrais apareçam na qualidade de uma boa vida,
Mas que jamais pensamos que no planeta quase todo o impulso digital é um sino…

Avisa o alarme de um tom, ao que na catedral se anuncia o culto, no que o colar
Das contas verte na esperança de saber-se da religião o que se pense de um olhar
Quando anuncia na vestimenta de um pobre indivíduo que não se está em uma via
Onde possa crer o ser que não seja apenas dentro da plataforma crua da evidência!

A quem saiba que o panorama de um outro ser que não seja apenas o trivial do se ver,
Pois que vê-se apenas algo de predição, quando o que se saiba não importa construído
Na sala onde um tapete mostra apenas o seu tecido algo popular e barato, pois a função
Por vezes de não sujarmos um piso de uma casa – sempre – honrada é negar ganâncias!

De tantos que somos a soletrar os tempos onde nem se trata a se ver que nem tudo
Que reluz na tessitura do tempo é de material sagrado, mas entendendo que este
Que é sagrado efetivamente, por inferência preservacionista e preocupação com um
Mínimo existencial a que não falte àqueles que porventura pontuam com presença tal.

A versão mais monumental da vida em que participamos de monta a querermos justas
Questões de relevo em uma urdidura solene e cristalina dos fios de seda transparentes
E ainda crus pelo tempo em que a planta teceu os cuidados de se fazer o material,
É mister que a tenhamos por segredo que parte ao menos de um coração bem forte.

Dessa fortaleza que temos em preocupar sete ventos aos alvores do florescimento
De cada civilização que se permita consagrar no mínimo um bom tempo urdindo
O mais difícil de sua cultura, a saber, ao pensarmos que seria um bom resultado cívico
Se cada cidadão tivesse acesso ao conhecimento e a todos os tipos de pensamento mundiais!

sábado, 20 de outubro de 2018

ABNEGAÇÃO


Tudo que gira em conformidade com um tipo de sequência do viver, quem saiba:
As rotinas da vida, o desprendimento em aceitar as diferenças, o estar conforme
À mesma ordem de sempre, em seu mais puro teor existencial, o querer-se bem
Sem pensar que os atos de matar sejam pronunciados como soluções de caminhos justos…

Será o bom senso algo que não pertença ao estilo pseudo rural de caminhões ferozes
Como em filmes que retratam o próprio treinar-se a que sejamos patrolados mentalmente
Pela agressividade tão “terna” de palavras da ocasião que acabam por enquadrar inocências?

Não, que o sistema credite alma naqueles que não pensem fora da tolerância e limites
Que se nos impomos por civilidade, mas não imposições externas do que esperam
Que sejamos frente ao pensamento doutrinário do não tecer mais qualquer juízo crítico!

Pudera, sentir-se bem é plataforma de todos, e a todos seja outorgado esse direito,
Pois o amor não vem a alguém por encomenda seletiva, já que confere ao ser humano
As vezes do amar-se que suplanta qualquer condição e, sendo princípio, traduz o valor…

A de se amar seremos valorosos, e ao do rancor seremos odientos, essa passa a ser a lei
Que outrora sempre fora um ideal, e que agora se torna a concretude, o mesmo planejar
De sermos quem somos, de amarmos quem quisermos, de não temer a ilusão e seu motor.

Posto de motores vimos nas redes que são factíveis de enganar as massas, mas estas procuram
Por muitas vezes em crer naquilo que enaltece a inveracidade, a farsa, e sabem contudo
Que a justiça proclama sempre a força dos fortes, no que se passa ipsis litteris ter passado aqui.

Com todas as religiões que praticam a abnegação, o desapego extremo à matéria, sejam
Os pares todos aqueles que no contrário pregam serem abençoados os ricos, pois que deles
Se espera a prosperidade de creditarem ao seu deus o fruto de tanta bênção e ganância…

Há que se rever, e que Francisco pontifique mais, pois não tarda em que os de pequena monta
Que acumulam as fortunas do planeta não serão os redivivos daquilo que se tem por quase certo
Na performática encenação de que alguma fronteira prescrita ou anunciada seria o local do retorno.

sexta-feira, 19 de outubro de 2018

SINAPSES DA REDE


Verte-se na semântica dos significados ausentes
Algo de teia, um recrudescer de dúvidas e certezas
No que é dito por vez, ou naquilo que pode ter mistério.

Uma página de um livro não se arranca, àquele que não lê
Por outro que só de ver um título pensa que conhece a fundo.

Há profusões de significados, tanto que de uma verve
A poesia mantém uma propriedade de sua resiliência…

A rede passa a ser a própria poesia, em recortes, em sussurros
Mudos quando os dedos não afastam para uma mensagem tal
Que chega a uma célula do grande cérebro qual sinapse de chips.

Encontrar-se com o significado último de uma equação
Servirá para que o enredar-se a tudo não seja o tudo do nada,
Posto de um observatório de um pássaro as vias são vistas!

Na imensa arquitetura nanotecnológica, vemos uma placa
Em um microscópio, no seu traçado de luz de laser
Ser algo que opera toneladas de ferro, ou a quase inteligência.

Nessa velocidade de elétrons com base aos dados referentes
Perde quem não atua no diferencial dessa mesma tecnologia
Como quando souber-se que um país a possa dominá-la!

Não é de muito o saber-se além do uso, pois isso permite
Que o estudo meio de repetir-se pode ser verdadeiro,
Mas na diferenciação das coisas está o progresso evolutivo.

Nesse processo algo de estar-se na defesa da ciência como um todo
Reside um espírito que não claudica a pata do seu desatinar-se
Quanto de se saber que a própria medicina favorece a lucidez.

A própria pintura de séculos e séculos, qual literatura em afrescos
Remonta a antiga rede das artes e suas sinapses nos gestos do pintor
A se gostar que fosse ao menos predizer que hoje o sexo é um sinal…

E o que antes fora muito, hoje quiçá é incerto, quando se vê
Tais fragmentários mundo, que são vários, pois dependem
De inúmeros sistemas implantados no modal que sabemos de social.

A mesma sociedade que luta bravamente para melhorar seus dias,
Aquela que se deseja em poderes vários, e que se o indivíduo
Possui grande importância, é na palavra deste que há libertação.

Por questões de aplicações várias nas frentes do que comporta o ato
Vê-se muito do que se pensou fosse diversas fontes que corroboram
O que se presume verdade, pois se fosse fonte de mídia grande
Talvez não seria tão verdadeira como o contemporizar das forças.

Essa monta de acharmos que é impossível os extremos se tocarem,
Isso de acharmos que um caminho não se encontra com o outro
É como desprezarmos uma União que se prejudica com a rede.

A função social da rede é apenas apresentar um tipo de perfil,
Gerando virais sinapses em que um quando se apresentava
Depois se recolhe como um molusco, com medo da mesma União.

Seguem as sinapses da rede, em que um vértice pode emitir
Um suficiente caudal, por entre correntezas que chegam em outro
Com a possibilidade de que na aresta que os une o peso seja alto.

Tão alto que se espalhe para outros vértices do mesmo peso,
Quais fontes que jorram, em uma ciência que é dada por gentes
Transformadas em certos mitos, no entanto, apenas no falso fato!

quarta-feira, 17 de outubro de 2018

TRADIÇÃO E SOCIEDADE


          Serenamente, um homem depositou seu lenço por cima de um livro, um que dizia da história de Roma, desde o antigo ao novo império. O lenço tapava a capa, mas o título se via claro em italiano na lombada: uma bela encadernação de bom livreiro. Lera parte do assunto, mas o italiano ainda não era língua que dominasse, apesar desse assunto ser quase um referencial de história para um interesse tão crescente sobre o tema… Cláudio achava que a vida seria mais interessante com a profusão de livros que guardava sobremaneira em suas estantes, nas pequenas mesas da casa, a ver que bastaria pegar algum e folhear meio a esmo, que a luz se dava, quando de boa literatura. Mas o lenço permanecia ali, dormente sobre o livro, um quase curativo em muitas feridas, posto Roma ter sido tão gigante. Já fazia tempo que começara a estudar um pouco das culturas antigas, e reportava muito a lembrança de outros países, sem nunca efetivamente ter conhecido presencialmente algum, não fosse o Uruguai, em uma viagem maravilhosa que empreendera com seu falecido irmão. Sabia razoavelmente sobre as artes dos países, um pouco da sua literatura, mas não era um cidadão erudito, apenas de conhecimento mediano. No entanto, na sua província, Cláudio era considerado muito culto. Era quase natural que ninguém lesse por lá, em seu bairro, mesmo os mais abastados. Não era costume, e justamente a filosofia faltava para muitos que poderiam usufruir de pensamentos e ideias que surgiam na mente daqueles do seu tempo que buscavam verdades e informações. Aliás, dois dilemas cruciais para a mente de Cláudio, que observava sempre… A verdade e a informação: dois temas genéricos para os quais se necessitaria no mínimo a interpretação lógica de como se apresentam geralmente.
          Naqueles tempos de eletrônica, com tantas variantes de objetos que geravam mais e mais comunicação, o conceito de verdade vinha com uma informação que poderia ser vaga, ou mentirosa, a famosa fake news. De qualquer modo, construir uma opinião baseada em uma informação falsa, não verdadeira, seria acelerar o processo da ignorância, como se não bastasse esta, generalizada, sob o aspecto existencial. Mesmo porque a informação tornava-se tão banal quanto perguntar diretamente, sobre qualquer assunto, quem fosse e quem era o que, sendo que verdades subliminares eram construídas com esses estranhos diagramas que se tornavam os “recolhimentos informativos”. Esse recolhimento passava a ser tentacular, como as raízes que se aprofundam na terra ou as folhas que surgem em novos galhos. A informação passava a ser valiosa, ao menos era o que a mídia transmitia, e perguntar sobre a vida de alguém passava a ser mais comum do que conhecer alguém mesmo, com a riqueza da descoberta, e um certo romantismo que não fazia infelizmente parte daquele novo mundo.
         Restava saber se Roma seria erigida em plena América. Da do Norte, talvez, do país do Sul, quem sabe, ou em um mundo Ocidental onde a questão das liberdades passava a ser relativa quanto ao conhecimento newtoniano frente a Einstein! As relações quase unilaterais do Sul com o Norte, a que nos chamássemos Grande América, posto a relação tendesse a se estreitar, como se as veias do nosso hemisfério tornassem o grande alimento, a sangria, a riqueza, o alento. Mas de Roma não fosse um império similar: a águia, que não cravasse tanto as garras em suas presas, não se tornasse um pássaro cego, mesmo com tanta envergadura e força e seus cidadãos não travassem as guerras que não competem com o salutar debate de ideias. Posta a força seria fraca, pois não se deixaria espaço para que os países desse imenso e vitaminado império não se forçaria a empreender algo em que não pudesse adquirir o conhecimento sobre um povo ou um Estado de soberania. Isso de larga compreensão faria como sempre de um político um grande estadista, quando se permitisse partir a compreender seu povo, e arcar com a consciência do que este realmente quer para si e o Estado necessário que deva demandar esforços naquilo que não seja vão, ou seja, o tempo precioso para se exercer uma boa administração, nacionalista e democrática, sob o aspecto imparcial de suas instituições e força de sua economia. Sempre com o viés do que seja o aprofundamento de uma boa república, respeitando e reforçando o status do ideário vário de sua Nação, suas diferenças e o esteio garantidor de um bom e correto mandato, em obediência à lei e à ordem, como em seus Poderes e instituições democráticas. Talvez isso seja algo o mais próximo do que pode e reza um mandante presidencial em nosso mundo, com o sistema em que vivemos. No entanto, é tarefa de seu povo e representantes estabelecer o contínuo progresso do que se tem à mão para que se pretenda realizar a contento o esforço necessário aliado ao sacrifício que se deve cumprir para que o governante alcance o clamor popular. Essa será sempre uma premissa básica para a continuidade do desenvolvimento econômico de um país, mesmo em contextos não muito favoráveis na Ordem do que se deseja.

segunda-feira, 15 de outubro de 2018

SAGRADAS VESTES DO DESEJO


Seria algo maior o ser de Deus, saber-se dono de uma situação sito na fé
Que emoldura os casos da aquiescência e a vontade de algo que não se dá,
Posto não futuro, não passado ou o presente do que não se apalpa jamais…

Estranhos desejos do não ser ao não espiritual, pois o desejo do sagrado
Sempre será o serviço devocional indiviso, àquele que merece a atenção
Dos devotados religiosos na fronteira da verdade e comunhão com o Senhor!

Noites são os tais de desejos que não queremos sempre, e que em verdade
Nascem do porvir de outros cantos, qual fosse um a esmo que não soubesse
O que verte das sombras da poesia quando um serenar adormece nossa falta…

O meio como vez a vez, como a veia, o ir-se a algum lugar ao dizer ou não,
A voz que ecoa como naufrágio, o retorno a um tipo de normalidade desencontrada,
A questão em não assumir resta a uma peça apenas a candura do sol da manhã.

Tornar os dias melhores é tipo de atitude que pontua no cerne de uma existência
A latitude mesma de outro encontro formal entre um senso e alguma evidência
Que possa ter tornado a mudança alguma forma outra de substrato e lógica!

Quem dera fosse o tempo o quilate das concórdias, fosse o segundo algo da hora
Em que quando demorasse o bem, o mal não se convertesse em anúncios
Daquilo em que muitos esperam quando passa-se a conversar com o nunca…

Posto que não seja a matéria relativa, quando de pouco se nota sua história
E do muito a não escassez das promessas da Natureza, como quando batem
As horas de um entardecer onde se termina a produção com um pago suficiente!

Do tempo relativo reatado, com uma significação própria de qualquer retoque
Nos é dado como referencial do ganho, quanto das horas mesmas em que não há
Quiçá a preocupação em administrar injustiças, posto o espaço livre vai no chão.

No solo da caminhada soturna de muitos, que aparecem como retalhos de veludo
Gratinado com a impaciência daquilo que não se quer ver jamais em harmonia
Ao caos de todo o modo quase organizado, quanto de status de algo interminável!

Segue-se o prantear de imensas montanhas, gentes que padecem sem merecer
O mesmo padecer que Cristo revelaria aos seus, que as diferenças apontariam
Naquilo em que não se merece ter de nada ao que outros pensam ter merecido…

Que lacuna que se abre nos desejos incompletos de um dia, qual não fosse a sexta
Noturna onde os mesmos desejos se consumam pelos ventres de fogo em profusão
Do mesmo fátuo que não transuda a realidade do amar-se quando de objeto desejado.

De uma lógica do desejo, ao ser-se grande a póstuma barreira do desconhecido
Em todos os mistérios que se realizamo na obviedade das contendas ilusórias, do fato
Em que se trava a veste que o narcisista subentende como epigrama dos desfechos.

Quase de se fazer a vida um desejo ponteie a ocasião onde o pobre lavrador sem terra
Verte na esperança do movimento ausente de suas ferramentas, um solo para tocar
Com a semente de seu destino, e que seja uma rica semente, ao dar-se ao menos o grão.

Assim como um braço escalavrado pela miséria, pudera esse braço gigantesco estar
Ao par de um trabalho condigno a toda a pátria que não merece ser lesada em uma nau
Que tem expertise no naufrágio, de todos os desejos que se queiram: chegar à terra…

domingo, 14 de outubro de 2018

ANÁLISE DE UM HOMEM


          Havia um clima de nuvens e um pouco de frio naquela atmosfera de chuva de primavera. Os passantes, em virtude de uma conturbação quiçá existencial, não estavam com aspecto de muitos amigos. Uma gente de várias faces, e não apenas isto, mas de uma expressão corporal silenciosamente disciplinada. Como em uma marcha e, no entanto, sem saber marchar, no sentido estrito do termo, pois da parecença de que suas mentes estavam projetando algo em que o ato de caminhar parecia insuflado pelo desejo do embate. Como se ao preparar-se do dia, acordassem com suas fardas ou o que quer que lhe parecessem as vestes com que sair no simples domingo. Sem ver ou perceber melhor o entorno, as forças mesmas, os vetores que, pausadamente, fazem parte da mecânica da matéria, mesmo porque na acepção crua dessa gente uns estão na vida acadêmica enquanto outros enfrentam as suas outras construções. Nunca será tarde para enunciar quão maravilhoso é o comportamento e expressão do que possuímos em nosso entorno, a saber, que seremos menos duros quando comparados à eternidade das rochas! Como uma colcha de retalhos, e, no entanto, qual uma percepção de que há uma similaridade entre muitos, como se o comportamento se igualasse, em uma realidade que parece algo una, mas retorna díspar, pois o mesmo comportamento depende de impressões variadas, mesmo sabendo que o influxo dos meios tem sido mais igual e sem diferenciações substanciais. Mas o embasamento de poucas mensagens torna igual uma frente do comportamento quase alterno, pois verte em alguma esperança na ignorância de muitos, o que já se prediz naqueles que se jactam de serem mais inteligentes na acepção do diálogo e portanto algo de controle, o que vem a dar os costados na mesma ilusão de tentarem estar à frente de seu tempo... Vertendo-se na mesma moeda conceitos como autoproteção e uso da fama, que depende de um "diz que me disse" generalizado, vulgarmente falando. Destrói-se a fama de alguns que exerçam lideranças, ou mesmo em uma autenticidade que incomoda o status quo, no se pensar ou viver a arte como meio de expressão, mas não necessariamente no meio de vida em ganho.
         No se pensar a vida, haverão filtros em que se passa aquela por através, filtros por vezes necessários e em outros casos crônicos, como por vezes a limitação das cores da palheta de um artista remonta o nascimento de obras-primas. Jamais alguém quer arcar com culpas imputadas injustamente, e os filtros fazem com que a neutralidade seja o negócio da hora, porventura nas horas de tensão onde nos parecemos com agentes da diluição do bom senso, ao ignorarmos a civilidade como princípio do caráter por este sempre almejar aprofundar a força de uma instituição, enquanto sabemos que muitos fomentam o caos, a anarquia ou coisas similares, quando sem saber estarmos participando desse sinistro rol. Esse filtrar da vida capacita a que nos vistamos como camaleões, e seu viés é deixarmos de ter um estilo mais autêntico para fazer as vezes da vontade de onde está o poder. Esse vestir-se podemos traduzir como o que comportamos nos aspectos externos de expressão como a fala, a gestualidade, o que fazemos em termos de entretenimento, a nossa opinião, que programas de TV assistimos, ou seja, se tivermos que vincular nossas vidas a um tipo de carapuça existencial que nos conforme com determinada situação, agiremos de modo falso em relação ao mundo em que vivemos. Quando descobrirmos que a arte e a cultura como um todo é uma questão de existência cabal e importante para muitos, quando soubermos finalmente que a filosofia ou a boa religião também são caminhos a se trilhar, permitiremos às nossas mentes um espaço com qual não contamos se negarmos o viés da liberdade. Essas frentes de liberdade remetem toda a história na própria capacidade de nosso povo e sua identidade nacional, seus princípios e afinidades, suas raízes e conquistas sociais.

sábado, 13 de outubro de 2018

TÃO CEDO E TÃO TARDE



Cedo é o entardecer que pulsa nas estrelas em prumos e velas
Que na semântica de rostos de veladuras em tintas e obras de arte
Empunha-se a bandeira de todos os ventos, que seja, a hora da nau!

A nau que não navega nas águas do noé, posto a não capitular ensaiada
Que se permite a mutabilidade de um gesto de harmonia, quiçá uma dança
Em sua modernidade a um mundo que o nosso não vê, por suposto,
Já que aos poucos assassina a cultura que não se deixará submeter jamais!

Há que se falar da liberdade, tão cedo e nem tão tarde, pois o tempo é longo
E imensurável quando percebe que o mundo já assume novos feitios
Na longa marcha que empunhamos a partir de nosso outro tempo, útil, largo!

À medida em que um louco sobrevive à insanidade coletiva, à medida em que
Um ser não se assuste facilmente, enquanto a coletividade se alicerça em grupo
Que demanda mais e mais covardias, assim das lesmas em se arrastar, assim é...

Os que não creem possam crer que alguns que pensam crer entram no limbo
Onde esperarão a justiça que não é cega para ressentires maiores de arrepender
A alma na consagração da farsa em que toda a maldade os leva ao inferno.

E desça a fama inconsequente, de perdas e misérias para aqueles que vivem
Em um ostracismo ignorante, e no entanto possuem as posses amplas
Que jamais os tornarão dignos, já que o conhecimento nunca lhes serviu...

sexta-feira, 12 de outubro de 2018

A TÍTULO DE CURIOSIDADE, É DIVERTIDO PENSARMOS UM POUCO A RESPEITO DO MUNDO, POIS ESTE JÁ ESTÁ EM VIAS DE MOSTRAR A SI MESMO UMA PRIMAVERA MAIS REDONDA E MAIS UNIVERSAL, MESMO QUE A FOME DE PODER PROVISÓRIO VENHA COMO UMA TEMPESTADE DE INVERNO.

UM DIA SERIA MELHOR SE ALGUÉM QUALQUER ASSUMISSE QUE ERRA, E NÃO TODOS FICAREM NA DEFENSIVA DE QUE POSSUEM A VERDADE ABSOLUTA.

MEXER COM OS GAYS NO MUNDO, COM OS POVOS EXCLUÍDOS OU QUE SOFREM PRECONCEITOS DE QUALQUER ORDEM, COM AS MULHERES E ETC É COMPRAR UMA BRIGA EM QUE O ARREPENDIMENTO É INEVITÁVEL...

QUANDO ALGUÉM PECA EM NOME DE UMA RELIGIÃO OU DE UM GRUPO GIGANTESCO DE PRETENSOS RELIGIOSOS, HÁ DE PEDIR PERDÃO E ORAR MUITO PARA TENTAR REDUZIR A PENA NO INFERNO.

A VIDA DE UM COMBATENTE PRIMA, QUANDO ESTE TEM ESTATURA MORAL, DE NÃO PONTUAR A CRUELDADE E COVARDIA, MAS COMBATER COMO UM HOMEM!

TODO AQUELE QUE NÃO DEBATE COM UM OPONENTE MAIS INTELIGENTE, SEQUER QUER TER A HUMILDADE DE APRENDER COM UM COLEGA, MESMO EM CAMINHOS DISTINTOS.

NINGUÉM POSSUI PLENOS PODERES, E NINGUÉM PODE REPRESENTAR MAIS A TRUCULÊNCIA NESTE INÍCIO DE MILÊNIO, POIS NÃO SEREMOS OS PRIMEIROS A MOSTRAR AO MUNDO QUE A DITADURA SIONISTA E ESTADUNIDENSE JÁ DÁ MOSTRA DE CANSAÇO.

POIS QUANDO SE CONDECORA UM MATADOR, DÁ-SE UMA MEDALHA QUE NÃO SE DECOMPÕE COM UM CORPO E NEM COM O ESPÍRITO.

SE A VIOLÊNCIA FOSSE SOLUÇÃO, TERIA QUE SER ENSINADA EM MAIS TENRA INFÂNCIA, PARA QUE OS FUTUROS MONSTROS SEJAM TREINADOS DESDE O INÍCIO.

SABER QUE UMA MÃE SOFRE COM SEU FILHO INOCENTE EM UMA FAVELA DESTOA DA IMAGEM DE UMA ARMA SIMBÓLICA EM QUE SEUS TIROS, DE UM LADO OU DE OUTRO, ATINGEM ESSA INOCÊNCIA.

SABE-SE QUE A INTELIGÊNCIA DE MUITOS ANCIÃES NÃO ESTÁ DE ACORDO COM OS NOVOS MODAIS DE INFORMAÇÃO, E QUE IR DE PIRES NA MÃO PEDIR AJUDA A GENTE GRANDE É SINAL DE INCOMPETÊNCIA E DESATUALIZAÇÃO.

ESSA SOMBRA DE VERMOS UM TOTALITARISMO TUPINIQUIM, É COMO VOLTARMOS AO MEDO QUE NÃO TEM RAZÃO DE EXISTIR, POIS TUDO NÃO PASSA DE GALHOFA.

HAVERÁ DECLARAÇÃO INCORRETA?



            Estará o cidadão de nossos tempos ameaçado de perder seus direitos da mesma cidadania? Se a premissa for repetir peremptoriamente os passos de um país como os EUA, quais serão as prerrogativas que envolvem esse país na sua mesma liberdade, e como se trata a liberdade em países vinculados a este, ou seja, como o Brasil: dependentes e questionavelmente estáveis em sua democracia? Deve ocorrer no país algo como a subtração de uma coisa que incomoda a alguns em detrimento da falta que ignoram poder haver por culpa dessa subtração, pois entre a ignorância de se ver com olhos mais inteligentes, a atitude se revela tosca e provida por instintos, o que pode gerar contendas... Se um jovem treina sua musculação para sair quebrando placas póstumas e desrespeitando sentimentos graves e maduros com total isenção de culpa, nada pode ser defendido como efetiva segurança se as autoridades não punirem esse tipo de agressão, pois esta realmente fere e cede lugar a represálias, que não sejam no momento, mas em memórias potencialmente agressivas, pois o ato violento gera mais violência.
            Qual a declaração que podemos ter em relação às coisas que aí estão? Será que evitaremos o suplício da intoxicação por drogas no seio de nossas sociedades? Será que partidários de um lado ou outro deixarão de usar a maconha e a cocaína para que finalmente tenhamos uma sociedade mais sóbria? Pois um carro que arremete contra um pedestre por este estar usando um boné não puder parecer no mínimo estranho, um se perguntará: que estranhos hormônios ou drogas este imbecil deve ter consumido, ou possa estar – pior ainda – sendo consumido pelo ódio, este por sinal gratuito na motivação invisível e irracional de querer ferir ou matar. Talvez essa maldade seja retroalimentada... Essa não aceitação do próximo, creia-se, não deve vir das igrejas, mas há que se tomar atenção para o fato de existirem crenças em religião, filosofia, arte e afins, e assim em tese define-se o ato cultural, a expressão, o diálogo, a abertura filosófica e espiritual dos povos.
            Se um ser humano, que é o que racionaliza e pensa de modo a motivar-se a alguma ação ou questão existencial, torna-se algo que tenha visto ou ouvido repetidamente, e que mesmo em suas horas de entretenimento essas posições existenciais tenham sido reiteradamente repetidas, este ser torna-se um instrumento daquilo que lhe foi incutido, parecendo vulgarmente falando a um autômato que não será capaz de pensar e agir conforme seu próprio critério. Se toda a questão versa sobre a justificativa de se alcançar algum resultado com meios duvidosos, ou seja, não ilícitos e, no entanto, com teores de malícia ou pequenas maldades com relação a uma ética mais justa, essa pessoa acaba por justificar existencialmente a atitude torpe. A ética possui muitos lados, e circunstancialmente pode até justificar a parcialidade jurídica, mas não em meio de uma ética internacional que reja a consonância dos poderes separados e balanceados conforme seus interesses e sua história, o que torna a existência daquela (ética) uma questão não meramente pessoal, mas do equilíbrio entre as instituições que primam pelos Direitos Humanos Internacionais.
            Se pensar em guerra for uma coisa normal, a guerra estará presente no pensamento do indivíduo. No entanto, por questões de tecnologia e aquisição dos meios de divulgação, se a guerra for divulgada e esse pensamento viralizar, teremos presente o sentimento preparatório de conflitos que desde o seu pensar são ilusórios, posto a guerra ser uma questão que não deveria mais caber dentro do mundo em que vivemos, já que Jesus Cristo nos deu o perdão e a Paz, e é esse último Testamento que ficou como a grande vinda de Emanuel que todos os profetas anunciaram, e não há como defender um Juízo Final, pois não basta a profecia de uma Bíblia frente a dezenas de outros credos do planeta, ou mesmo do grande equilíbrio do Tao. Como todo o libertador, o Cristo ensina aos homens e mulheres do planeta a crescerem e se desenvolverem com suas próprias pernas e mãos, a agirem com a Palavra e o Perdão. Não há como culpar alguém que queira diminuir as riquezas e sua concentração, dando mais aos pobres: isso se chama comunhão. E enquanto a Igreja não estiver destinada a compreender que é a partir dessa comunhão em repartir o pão, em não crer que sua própria instituição é a mais certa, em aceitar aqueles que são diferentes por suas escolhas e compreender aqueles que conhecem a ciência, a arte e a virtude da poesia, o mundo como um todo pode começar a entrar em um tipo de neblina quase insustentável, caminhando grosseira e ignorantemente para um caminho beligerante. Resta que se saiba que tudo o que está no planeta em termos de riqueza trabalha como no Império Romano: este aceita aquilo em que se permita, e novas asas de águia são criadas para que fique claro agora, com todas as aceitações da crueldade, que o Império da origem mesma do que o seja, pretende lançar mão para conseguir o que intenta, mesmo sabendo que certos países são tão frágeis como a fé cega em que não se pretende efetivamente ter. Nessa abordagem quase metafísica da subjetividade humana, o fato é que o cerne bíblico, ao invés de gerar uma inteligência ao sincero buscador, demonstra por uma estranha equação que a verdadeira bênção tem origem no bem material, e que Davi, por exemplo, justifica a violência atual por ter sido cruel com seus inimigos, colocando bestamente o Antigo Testamento como uma espécie de vanguarda da violência e sectarismo atuais, pregando um tipo de combate que nada tem a ver com espiritualidade e convivência fraterna.
            Há que se ter por parte dos agentes da lei a repressão imediata às ondas de violência que já ameaçam a sociedade brasileira, com relação ao preconceito e à mentira veiculadas nas redes sociais. Se não houver resposta imediata e justa contra a atitude fascista que começa já a botar suas luvinhas para fora, deve-se conclamar a que lutemos por justiça por nossa conta, pois aquele cordeiro que se digna a ser comandado por um lobo é fatalmente imolado, mas o lobo nada pode contra uma massa consciente de sua força, e será nessa prerrogativa que ninguém, muito menos um arremedo de Império fajuto se dignará a mandar em nossos assuntos nacionais, pois o país é do povo brasileiro, e todo o mandatário que quiser usurpar esse direito proprietário inalienável merece o rechaço dos que trabalham e pagam imposto para enriquecer as rapinas bestiais: as bestas da situação. Por esse fato tornamo-nos indignados ao ver a truculência começar a surgir pontualmente em nosso território. Para concluir, avisemos de ante mão que qualquer facínora à vista não será bem vindo aos braços de nossa nação Pátria!

quinta-feira, 11 de outubro de 2018

DA LUTA E DO VERSO



Muitos fingem serem afoitos, no que seja quase verdadeiro o sentir da luta,
Sentirem-se algo donos de uma situação, porventura que não seja o sentimento
Único daqueles que primam no mal senso de isolarem um polo do outro,
De não verem que há um certo recheio dentro das cascas dos desatinos...

Que casas respirem bom tempo, e que versos povoem a mente irrequieta
Daqueles que urgem por platôs de paz, por superfícies onde a Natureza
Lhes mostre a totalidade da harmonia, um sentimento bom e crítico, no entanto.

Isso do debate, ou do argumento, ou mesmo de se ignorar ser-se tão racional
Que porventura acabamos querendo traduzir metáforas que são não mais
Do que representações subjetivas do que achamos mais anímico do que material.

Posto a relatividade dos relacionamentos, isso de acharmos igualmente do botão
Um quê de exagero em querermos algo que ultrapasse a fronteira do previsível
Seja por sinal o que há de mais predito, o que é um perfil intoleravelmente certo!

Já que pensemos que tudo que é sempre igual ressente-se de um passado onde
Passeávamos sobre as ruas sem temer jamais, onde um parque não fosse de classe,
Onde a mescla fosse a conquista de todas as gerações de pais a filhos, destes adiante...

Por veredas onde a luta não houvera, e sim o encontro, o reconhecer do próximo,
A aceitação do possível, a paz como princípio e sustentáculo, o diálogo como meta,
E o olhar sincero como consolidação que em uma passagem há a presença humana!

Pois sim, se assim não fora, não há como prever que não sejamos mais ninguém
Além da trágica oferta de aventarmos milhares de possibilidades de quaisquer lados,
Haja vista um consensual não puder estar dentro do lado onde cabe uma semente.

Não há um cadinho côncavo e outro convexo, pois os cadinhos sempre se dão
Na maravilhosa alquimia dos séculos espaço para algo de se descobrir e preencher,
Onde em um lugar há de pedra filosofal que jamais descobriu como inventar o ouro!

Nessa riqueza de entraves de Poder, uma mão que não se ressinta muito o de houver,
Pois que de emendar a vida podemos talvez fazer uma grande colcha de retalhos
Apenas se estivermos prontos a um diálogo que suplante o projeto mesmo de país...

E é nesse cadinho da vida, que se possa empunhar a bandeira por qualquer lado,
Em que as cores da pátria não traduzam quaisquer movimentos, pois por faltas
Não ressintamos que ainda podemos unir o Brasil para sermos sempre filhos deste!

quarta-feira, 10 de outubro de 2018

CALOR HUMANO


Que nosso parecer não se torne único, que não prescrevamos o lote
De descartes, que não suprimamos um sentimento, que o sentimento
Não se torne gélido como o fremir do vento em altas montanhas.

A arte passa a definir o semblante de um mesmo, ao dois de recuperar-se
Quanto a se dizer que a mesma face se torne um amálgama de chances
Que sobrescreva de esperanças um terno sentimento, mesmo, o sincero!

E se não fora não vale, pois a fama se torna uma troca como em um jogo
Onde as palavras não passam de encaixes sinistros onde o mesmo jogar-se
Ufana o inflamar de gestos na sociedade que se tornou o nosso imenso país!

Se o conhecimento passa a ser a aurora do mesmo sentimento que nos mova,
Não há porque nos tornemos tristes, pois do arcabouço tecnológico pode surgir
A vertente de mais e mais fatos ou domínios do que possamos sonhar ou ter.

Essa apropriação do se conhecer passa a ser de todos, quando compartilhamos
A vivência de saber que sendo o melhor para um não tornará frios os outros
Que nada mais são que colegas de uma grande escola onde as metas são a razão!

Essa frieza de querermos ser frios, na vertente de um suposto controle e ação
Nos torna menos humanos, pois o lado fremente e apaixonado pela ciência
Pode abarcar também o amor que temos por Deus, quando de obtida nossa voz.

Essa voz que nos faz comunicar com outros nossos sonhos e descobertas,
Esse atinar-se com os novos tempos, do que outrora éramos certamente limitados
Na relação direta do que possuímos agora com a permanência aquisitiva dos meios.

Que se prossiga o calor humano, nas palavras, arte e diálogo, que se almeje ao menos
Um fator incisivo de recuperar o tempo em que esquecemos de ler os clássicos,
Ao menos da leitura que corresponda a que um não reporte sua frieza ao esquecimento.

Dos dois algarismos quaisquer, façamos da matemática um universo a ser conhecido,
Posto no agradar a mente com ocupação e atividades na construção daquela escola citada
Ver-se-á um futuro plangente nas mãos dos docentes que fazem do ensinar um tom maior.

terça-feira, 9 de outubro de 2018

A DIMENSÃO DA LINGUAGEM



            O que comporta essa água represada, que verte por vezes seca, em outras, abrange áreas imensas, qual não seja: a comunicação? Uma página de outros tempos, um detalhe semântico, a complexa e simples paradoxal contextualização, a moda de se falar um nada de que comparado, a linguística que se perde na análise sem a crítica, no ferramental por vezes duro em que encontramos apenas o significado de uma questão mais importante e necessária que outras... Se a vertente é falarmos ou escutarmos, estaremos substituindo por vezes nas leituras da dimensão de um quadrado a letra que não diz tudo, ao que um neurologista recomendaria um quadrado livro que é mais amplo, pois não raras vezes abraça as vozes mesmas do tempo!
            São os tempos de uma gramática que a possuímos, um dizer a outro de bons tempos idos, e que outros surjam para anunciar boas novidades, e que um otimismo floresça, pois não será através de um rancor algo sem superfície que dataremos a vida com farnéis de dramas anunciados. Não, porque o tragicômico já faz da sua mostra em revelar um magistral teatro de fantoches antes da apresentação final das marionetes. Nada está em jogo, pois tudo é um jogo, quiçá um jogo que quer subjugar ao sub judice...
            Posta a linguagem das cores, a semântica delas, vemos por agora então, que o vejamos, um cidadão queniano com uma roupa colorida, enquanto um red neck veste o preto das suas malhas, talvez com um tom de cinza que reitera a moda sem Benetton. Vistam-se as cores do mundo, e que estas aconteçam, a bem dizer, que algumas já sofrem demasiado, e o que era branco, sem amálgama, hoje é negro, mulato e índio! E é mescla, não da brancura europeia, mas, mudando de assunto, até chegarmos no azul da ilha teremos percorrido o verde das colinas e montanhas: através de um asfalto quente, de uma caminhada em tipos e tipos de veredas, quiçá por barcos que costeiem a marinha maravilhosa, quem sabe ou saberia que dentro de um ônibus haverá poetas que amem o mar. Nesse caleidoscópio não houve qualquer cristal metafórico, mas apenas o intencional de dizer a riqueza que podemos fazer alçar voo para outros céus sob as asas da compreensão humana... Nesse panorama de cores variadas haveria em outros tempos, em uma praça, dentro de um estúdio, em um centro cultural ou museu, artistas em busca de uma linguagem que não fosse apenas a que aparece, mas algo intimista ao extremo, uma necessidade, um reflexo de suas impressões, a consubstanciação do plasmar a matéria concretizando o subjetivo ou a vertente do realismo. Supõe-se que sejamos não tão primatas, e que o capitalismo não desande ao selvático preceder de se evitar a sensatez, pois é através da sensibilidade do homem e da mulher, de quaisquer gêneros, e de todas as cores do mundo que se obtém uma plataforma de compreensão semântica mais profunda em relação às linguagens deste tão conexo mundo contemporâneo.

segunda-feira, 8 de outubro de 2018

ARTE E ESPÍRITO


Qual véu – não nos furtemos – que nos ensombre o cerne, qual tatuagem
Que não carreguemos, nas vezes em que sequer encontramos o rabisco
De Altamira a Lascaux, porventura os traços que despontam na civilização
De uma Europa que não encontramos tão mais capaz, mas retorna talvez
Em suas fímbrias de ser continente com independência e cultura veraz
Quando sabemos de atitudes que remontem, no caso, outrossim, a economia.

Mas a arte do rabisco, o afresco, um mural, a manifestação anímica, pudera,
Se tantos e tantos talentosos homens e mulheres voltassem às suas raízes
Para dizer o que se passa, pois de tanto se comunicarem voltam-se para o ego!

A arte anima o espírito, é vertente e sombra, é respiração, é dizer e escutar,
A arte é maestra e discípulo, jamais será a mera e simples intenção da violência,
Pois é vida que muitos sequer sabem mais que há e perseguem certezas na derrota.

Sendo espiritual, ainda mais a arte transcende, pois pode ilustrar desde Cristo,
Mas igualmente qualquer outra religião, pode manufaturar um belo cartaz,
Pode estar presente no desenho de um jornal em sua diagramação, uma marca,
Um rótulo, na descrição de uma engrenagem, na tessitura de um tapete persa,
Em uma maravilhosa e contemporânea cerâmica do Oriente, como no ideograma!

Não há espaço em pensar-se que a luta é arte, pois as que são se defendem sem ferir,
Não atentam contra a boa vontade da tolerância e da paz, a arte não desfere golpes,
Apenas enuncia o porvir, como em Guernica já havia ascendido o fascismo,
Quando Pablo retrata a crueldade humana sem face: as sombras e suas projeções.

Em crônicas de Garcia Marques, há a história de Hiroshima, os átomos pulverizados
Que deram forma aos corpos em superfícies de concreto, a história da radiação,
O tanto de sabermos que igualmente toda a guerra surge é libelo na arte e poesia...

Será matéria conforme estudar-se o formal da arte circunspecta, ao sabermos da lei
Que não se materializa uma arte do conservadorismo, e no entanto prega-se o tal
Como se a norma fosse capaz de fazer crescer a criatividade com base na coação!

Ledo engano, acharmos que a arte não subsiste, mas depende que dela participemos
Como um tufão de resistência, como ferramenta crucial, que ensaiemos as peças vistas
Por sobre as possibilidades de nós mesmos, que façamos a música sem silenciar.

Não há porque tentar-se engajar em um tipo de guerra quase fraticida, se damos ouvidos
Àqueles que degeneram o humanismo, que fazem com que não nos vejamos por dentro
Mas de fora, como observadores do horror que querem infundir, passando de um limite
Que entroniza uma esperança de luto com a pronunciação do discurso da intolerância.

Essa modalidade quase esportiva para grandes e pequenos, para um torneio de arte
Que houvesse em alguma escola, isso de saber-se expressando, o desenho, a pintura,
Um ceramista, um operário que faz seu trabalho com o cuidado de um artista:
Tudo pode ser levado como um grande movimento de comunhão entre o homem e os meios,
A vertente e seus tonéis, a preparação do plantio ou o recolher dos frutos, o anímico,
E por que não dizer que no espírito da matéria plasmada se entroniza a obra, maior e melhor
Do que tudo aquilo que sequer choramos por termos assumido em querer entronizar a dor.