quinta-feira, 16 de agosto de 2018

SE É DO SER, QUE SEJA.

Mecânicos passos talham o alvorecer do que uma vasta geração ignora
Quanto de um quando sabe de seus pesos, pensa que a fortaleza é volume
Enquanto outros poucos de épocas mais anteriores rezam que a vida pode
Ser exatamente não necessariamente produtiva enquanto materialmente.

Posto nosso corpo ser mais do que pretendemos à sua performance,
A saber que um quando veste o caráter de suas alavancas motoras
Nada sabe por vezes de que um mesmo músculo enfeixa outros movimentos.

Ata-se o que a sociedade espera que sejamos, e que não se traduz a sermos
Apenas a motricidade cartesiana, a falta do holos que não nos acompanhe
Quanto ao menos pretendermos ser mais um pouco da sensibilidade humana!

Nessas veias em que por vezes passa uma tônica dissonante de falta nada rara
Acompanha a falta de sobriedade que tece naquilo que orienta nosso corpo
Qual não seja de uma mente equilibrada, paradigma de ideário do coletivo.

Essa mesma mente que devemos suplantar quando em dificuldades latentes
Na força que não nos acomode, pois permanecer em vigília de nós mesmos
Roga à existência mesma do ser saber-se não ser ignorante, posto de inteligência.

Nada é muito do que nos sobre no quinhão reservado a um fraterno bom senso,
Em uma realidade cabal e concreta, naquilo que conhecemos de carteira plena
Nas escolas onde, se fomos bem trabalhados, que isso seja compartido na boa fé.

Um caminho haverá sempre mas distante que seja de uma esteira de vaidades
Quando efetivamente queremos impor algo a alguém sem fazer uma leitura de si
Quando da contemplação dos erros que cometemos temos que lapidar o bruto.

A essa parcela existencial de querermos ser mais do que o que concede a Natureza,
Ao andamento de nossos passos sobre uma selva não transposta ainda por nós
Há que recuar para não abrirmos trilhas desnecessárias no ver da árvore preservada.

Não que a humanidade fraqueje tanto por não consentir de uma felicidade pertinente,
Mas que a dúvida de sermos um pouco à frente de nosso tempo garante inegavelmente
Que precisemos valorizar nosso passado no que se chama História, a musa consequente.

A poesia passa a ser um tipo de parabólica existencial, um modal de não cansar o Canto
A que se não adormeça a intenção, pois esta trabalha em nossos sonos, acorda no despertar
E passa a revelar ao mundo um apanhado de palavras que o poeta colhe das estrelas!

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