Há
meio de se fazer uma peça, não necessariamente industrial, mas quiçá com alguma
ferramenta, produzindo algo que se possa chamar de engenho: para entreter, para
brincar, para educar. A partir do momento em que Picasso trouxe as máscaras
africanas para a realidade da “máquina” europeia, consideraremos suas montagens
em madeira e ferro, as esculturas em um tipo de abstração figural, o novo em
perspectiva, ao perceber que a tecnologia trás em si a leitura mesma de algum
objeto... Seja ele quase intocável, posto só possível com a ferramenta que o
manipula visualmente, quando quase se pilota a forma através de botões e
acessos de entrada – input. Logicamente, para que a população como um todo
passe a pensar como um total sem muitas diferenciações, é muito importante
questionar continuamente, como era a vida de antigas gerações, e como o
encontro com estas se torna o modo para que não transitemos a um mundo novo sem
a razão fundamental de não se precisar ser um autômato, ou a atualização necessária
e premente com trabalhadores que não precisem estar conectados todo o tempo, já
que não temos a intenção jamais de separar a sociedade em quem está conectado
todo o tempo e aqueles que usam as ferramentas com mais sabedoria, que na
verdade pertencem à categoria do operariado. Essa fusão do saber como pode se
tornar uma razão concreta de se participar de uma sociedade onde o que passa a
ser inevitável como progresso em que quando todos se desenvolvam parta
igualmente do princípio de aprendermos a utilizar os meios eletrônicos com
sabedoria. Essa ciência do fato não há de depender do braço operacional mais tradicional
ao braço que opera o mundo digital, mesmo porque a divisão do trabalho apenas
traz circunstâncias em que a diferenciação imposta reduz e segrega o trabalho
considerado pelo corpo técnico como menos inteligente. Isso permitiria
voltarmos a um padrão tecnocrata, ou um absolutismo de mercado, quando pagamos
menos ao trabalho fundamental para o andamento da construção na sociedade, bem
como no campesinato, igualmente importante. A diferenciação afeta no mundo
contemporâneo a afetividade de muitos e separa as classes sociais, onde a
predominância do pensamento beligerante vai justamente alcançar as classes
abastadas que vivem os games e a informação como algo similar, encontrando na
lógica externa a seu pensamento o auxílio da máquina que vai depender apenas da
estimulação sensória do usuário, nesse falso – enquanto controlado –
renascimento tecnológico. Esse contexto traz à tona uma ganância sem freios nos
negócios que surgem quase aleatoriamente e recrudesce o sentimento do desejo do
militarismo como modo de solucionar problemas tais como a violência, quando o
egoísmo residente dentro dos estímulos computacionais esconde o fato de que
apenas em uma educação com base na valoração da cultura de um povo, na
consagração de suas etnias e na nacionalização de suas riquezas é que a beleza
e a liberdade de expressão seriam coisas realmente relacionadas.
A
atitude de um povo perante aquele ser que aparentemente está distante de sua
realidade, mas que certamente não deseja a não aproximação, deve permitir o
entendimento da história de cada qual, independente da origem. Pensar em um
país grandioso não será a falta de patriotismo ao entregar a riqueza que
possuímos aos estrangeiros, e deixarmos a massa da população trabalhadora em
uma vida de carestia. Já é hora de começarmos a decidir quem é quem na
tentativa de conquistar o Poder neste Brasil, pois se há classes em desvantagem
numérica que querem empobrecer uma maioria já empobrecida, enquanto defendem
interesses pessoais na obtenção de lucros ao menos duvidosos, a maioria da
população há que votar e ter consciência de seu voto naquele candidato que
tenha em seu projeto algo a acrescentar de melhora na vida dos trabalhadores.
Há que haver confiança de que as eleições vão suceder conforme uma consciência
popular já mais progressista, que valoriza a cultura de muitas faces que é o
Brasil, desde o semiárido até o pampa, da floresta ao litoral, dos rios às
montanhas, onde há a semente que plantamos, onde há um parque industrial
brasileiro e as instituições que devem garantir o seu fortalecimento enquanto
patrimônio cultural e econômico, na atitude sincera em que devemos nos
preservar e ao país para seguirmos as vias pacíficas e a manutenção da
democracia nessa transição para um Governo Popular.
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