sexta-feira, 24 de agosto de 2018

ATITUDE E CULTURA


            Há meio de se fazer uma peça, não necessariamente industrial, mas quiçá com alguma ferramenta, produzindo algo que se possa chamar de engenho: para entreter, para brincar, para educar. A partir do momento em que Picasso trouxe as máscaras africanas para a realidade da “máquina” europeia, consideraremos suas montagens em madeira e ferro, as esculturas em um tipo de abstração figural, o novo em perspectiva, ao perceber que a tecnologia trás em si a leitura mesma de algum objeto... Seja ele quase intocável, posto só possível com a ferramenta que o manipula visualmente, quando quase se pilota a forma através de botões e acessos de entrada – input. Logicamente, para que a população como um todo passe a pensar como um total sem muitas diferenciações, é muito importante questionar continuamente, como era a vida de antigas gerações, e como o encontro com estas se torna o modo para que não transitemos a um mundo novo sem a razão fundamental de não se precisar ser um autômato, ou a atualização necessária e premente com trabalhadores que não precisem estar conectados todo o tempo, já que não temos a intenção jamais de separar a sociedade em quem está conectado todo o tempo e aqueles que usam as ferramentas com mais sabedoria, que na verdade pertencem à categoria do operariado. Essa fusão do saber como pode se tornar uma razão concreta de se participar de uma sociedade onde o que passa a ser inevitável como progresso em que quando todos se desenvolvam parta igualmente do princípio de aprendermos a utilizar os meios eletrônicos com sabedoria. Essa ciência do fato não há de depender do braço operacional mais tradicional ao braço que opera o mundo digital, mesmo porque a divisão do trabalho apenas traz circunstâncias em que a diferenciação imposta reduz e segrega o trabalho considerado pelo corpo técnico como menos inteligente. Isso permitiria voltarmos a um padrão tecnocrata, ou um absolutismo de mercado, quando pagamos menos ao trabalho fundamental para o andamento da construção na sociedade, bem como no campesinato, igualmente importante. A diferenciação afeta no mundo contemporâneo a afetividade de muitos e separa as classes sociais, onde a predominância do pensamento beligerante vai justamente alcançar as classes abastadas que vivem os games e a informação como algo similar, encontrando na lógica externa a seu pensamento o auxílio da máquina que vai depender apenas da estimulação sensória do usuário, nesse falso – enquanto controlado – renascimento tecnológico. Esse contexto traz à tona uma ganância sem freios nos negócios que surgem quase aleatoriamente e recrudesce o sentimento do desejo do militarismo como modo de solucionar problemas tais como a violência, quando o egoísmo residente dentro dos estímulos computacionais esconde o fato de que apenas em uma educação com base na valoração da cultura de um povo, na consagração de suas etnias e na nacionalização de suas riquezas é que a beleza e a liberdade de expressão seriam coisas realmente relacionadas.
            A atitude de um povo perante aquele ser que aparentemente está distante de sua realidade, mas que certamente não deseja a não aproximação, deve permitir o entendimento da história de cada qual, independente da origem. Pensar em um país grandioso não será a falta de patriotismo ao entregar a riqueza que possuímos aos estrangeiros, e deixarmos a massa da população trabalhadora em uma vida de carestia. Já é hora de começarmos a decidir quem é quem na tentativa de conquistar o Poder neste Brasil, pois se há classes em desvantagem numérica que querem empobrecer uma maioria já empobrecida, enquanto defendem interesses pessoais na obtenção de lucros ao menos duvidosos, a maioria da população há que votar e ter consciência de seu voto naquele candidato que tenha em seu projeto algo a acrescentar de melhora na vida dos trabalhadores. Há que haver confiança de que as eleições vão suceder conforme uma consciência popular já mais progressista, que valoriza a cultura de muitas faces que é o Brasil, desde o semiárido até o pampa, da floresta ao litoral, dos rios às montanhas, onde há a semente que plantamos, onde há um parque industrial brasileiro e as instituições que devem garantir o seu fortalecimento enquanto patrimônio cultural e econômico, na atitude sincera em que devemos nos preservar e ao país para seguirmos as vias pacíficas e a manutenção da democracia nessa transição para um Governo Popular.

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