sábado, 18 de agosto de 2018

QUE O DIÁLOGO NÃO SEJA ÁRIDO

         Quem sabe vejamos a alguém a sua face, a boca suave ou dura, o macho ou a fêmea, o homem ou a mulher, as variantes, as diferenças, de um olhar que nos olhe em real, o traço longilíneo ou adunco do nariz, e quem sabe expresse essa face uma palavra com o nexo que percebemos, ou o titubeio clássico de emergir a insegurança tão natural nestes tempos, uma leve inibição que, fortuitamente, inicie – de qualquer modo – o diálogo, ou o esboço de uma conversação… Assim será que grifaríamos o que chamamos de informação? Procuraríamos os vestígios de tudo o que nos sobre da civilização algo messiânica de preparativos bíblicos? Não tenhamos as respostas, haja vista, que não as temos efetivamente. A presença do diálogo é dela pertinente, ao que aquele ponteia, versa, encontra e ama. Ah, do amor, quem dera encontrar um amor sem palavras, um amor de olhar, aquele gesto não ensaiado por espelhos da matéria, mas pelos cristais da alma! Sim e por que não?! A princípio, temos um humanoide na defensiva, e outro ser que ofende, sendo humano idem, ou androide humano, o que vem a dar a uma certa verdade se alguém encarna o papel do herói autômato do game que acabou de jogar, depois de vencer algumas fases que nunca bastarão para que o “treinamento” seja correlato com a realidade. Pois bem, o diálogo pontifica quando o suficiente, ao menos que aponte o que seja a disciplina, ou seu eterno e displicente jogo da amarelinha, parafraseando o título de um grande escritor.
          Na realidade, seria possível que um enfermo que toma medicamentos de frente psíquica ser realmente lúcido e estável? Aí nisso vem a defesa de muitos, e na verdade há que se parar, pois os enfermos mentais estão necessitando não apenas da medicina, mas do encontro com o vernáculo do direito. Saberia algo alguém em que existir seja procrastinado pelas fases da mesma existência? Não, por hora chega, já estamos por cá com questões absolutamente quase absurdas. Nós leitores por ventura tenhamos saudades de Plínio Marcos, um escritor que vendia seus livros na rua: bendita escrita. Neles – os livros – mesclavam-se histórias com um realismo quase tirânico, do que vinha a ser o Brasil, mas a aproximação de questões graves de nossa história cotidiana fazem parte de diálogos que passam através dos tempos em que não apenas se queira agora se dar bem o indivíduo, mas que pousasse a fronte da esperança aquele que deseja ao menos um país melhor, um país brasileiro, para os brasileiros. Quantas vezes vemos intrusos e intrujões na teta de nosso Brasil, mamando para manietar nossas riquezas, e por vezes queremos dialogar a respeito, mas vem a roda viva e carrega o assunto para lá…
         Bem, escrevemos sobre o diálogo, que não seja muito difícil, ao menos que se permita outro idioma, que seja, já é um começo. Mas o nosso é lindo: o nosso idioma português! A abertura de 78 naquele tempo assiste a um fechamento em que nossa música - hoje - vira quase um passado, e nossas vestes ficam a perceber por vezes que fazemos parte de um imenso teatro de marionetes com modas sinistras e adulações frequentes e irônicas aos que paradoxalmente carregam no semblante uma alegria de classe que afeta aquelas que se jactam de serem felizes por terem motivação para tal. Sejamos justos, há diálogos entrecortados onde a substância mesma do significado está no ato reflexo, algo do instinto, mas que em profundidade perde para um monólogo interno e introspectivo onde podemos falar com nós mesmos, a ver que a partir de um apanhado rico de palavras quaisquer possamos passar a bola quem sabe de uma palavra-chave para que o atacante, ou quem vier na frente, sob os auspícios cuidados de um bom zagueiro que segure na área o diálogo passível e necessário de se surgir, por uma prática: a palavra compreensão.

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