Estão
expostos tantos fatos que o fardo se apresenta quiçá até mesmo na
memória, ou na falta desta. Não seria pior não a termos, ou a
termos sublocada em questão de átimos de segundo, na quinzena de um
décimo, ou no terceto de um verso lido a dois, lento e sem
sincronia, e sem rimas… Que supuséssemos que as letras não
sobreviriam como os pássaros, mas os voos dos falcões remontam
muitas vezes a própria peregrinação de seus caminhos entre os
céus, por frente das nuvens, na visão em que o homem possa
tangenciar um dos prazeres grandes do mundo que é a comunhão com a
Natureza, seus aspectos de beleza, contemplação, movimento e
sabedoria. Nem que para isso soubermos de seus episódios, em que
consentirmos em estarmos bem pela proximidade inequívoca com Ela,
nem que o seja no conhecimento de seus seres, postos visíveis,
postos quase invisíveis, que toque-nos a assertiva de que esta
comunhão é consagradora, significado e vertente das mais
importantes para que conheçamos a nossa própria origem e posição,
talhadas no que vem no mundo a eterna e verdadeira parcela que esta
existência reza a nós e nossos semelhantes, no próprio mundo aqui
e além mares e céus!
Deixar
recrudescerem feridas antigas, tentar estabelecer prerrogativas de
desmando, tentar coagir a libertária questão que verte da
humanidade como a igualdade e a fraternidade, é tolamente tentar
girar a manivela da história na contra-parte de sua engrenagem, esta
que surge mais forte dentro mesmo de outra e outra, virando um dente
que seja de boa envergadura, trajado com nobres ferramentas, para que
o ouro se distribua em todos as suas peças, e os diamantes passem a
significar territórios de ébanos, como um continente rico e justo,
como outro continente rico e justo, ou como se todos os do norte
soubessem se portar na modalidade ao mínimo de respeito necessário,
para que a nossa cultura mais autêntica não se transforme em
simples teatro de marionetes. De algo que não se torne previsível,
pois verdadeiras mudanças ocorrem dentro do cerne mesmo dos
conceitos, e decorrem de esteios pétreos do pensamento humano. A um
indício de que estaremos mais faltantes com relação ao inequívoco,
será esta questão de sobremodos o próprio conceito da coletividade
como relação fundamental do ganho equiparado justamente ao
trabalho, da justiça social sem a tarja de economia liberalizante e,
no entanto, detentora do arguto capital para se desenvolver, e na
questão principal de que a vida corre com mais labor quando se
compra em uma sociedade em que o consumo será uma mola a se fazer
crescer – de dentro para fora – a riqueza dos povos das Nações
do planeta, e das Américas como equalizadoras desses irretocáveis
conceitos.
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