Parece-nos
complexo falarmos sobre o que são os passos, ou o que é uma posição. Podemos
citar a coerência em sabermos como agir no nosso dia a dia, quais são as
prerrogativas corretas, e o que podemos fazer para sabermos lidar com
dificuldades que por vezes nos parecem tremendas. Basta, como em um navio, que
situemo-nos com um bom leme, mesmo diante das procelas. Há que o fletir um
pouco, quando o material que dá rumo à embarcação, no caso de esta ser bem
menor, seja de madeira, ou vergue com a tensão das ondas. Os nossos intentos
vencem quando igualmente temos a fé que agiganta o turno, que nos carrega até a
calmaria. Seja essa fé nos braços tensos, seja ela ao segredo das estrelas, e
sua gigantesca diferença entre o que conhecemos e aos mistérios da existência
mesma de nosso astro, ou da plenitude do mundo... Nada do que se saiba não
possua o mesmo desafio em podermos construir nossa realidade, dando os passos
necessários para tanto, na arte do recuo ou no avançar consciente e soberano em
lide que possa até mesmo relativizar posições, mesmo que saibamos que onde
vivemos tem os ares sagrados do lar. Esse lar que ao nômade possa transcrever
outros e outros leitos, e a outros homens possa significar um quase perpétuo!
Nessa perpetuidade em que o eterno seja no mínimo o progresso em que cada
objeto, cada coisa possa ser de acréscimo, mesmo que a partir de poucas posses,
no embate em que o ser pauperizado na sua existência possa refletir e organizar
paulatinamente a sua vida, abandonando o menor presságio de qualquer adição
nefasta, como a cachaça e similares, nas vezes em que o mesmo ser relaciona-se
com a medicina, ou a vida vulnerável que possa lhe acometer. Essa pode ser a
sua posição – dura – como quando no início parece veneno e depois vira néctar,
posto não podermos segurá-la sem estarmos ao menos combatendo em prol de nossa
própria normalidade interna, específica, pessoal.
Havemos,
quando solidificamos uma posição de ser individual ou no coletivo, no grupo, de
exercer o mínimo necessário do diálogo, de o mantermos como condição sine qua non de participarmos não
propriamente daquilo que queiram impor enquanto sociabilização, mas que seja na
compreensão do próximo, no evitar-se qualquer modalidade de preconceito e lutar
um bom e honesto combate para que todos melhorem em nosso entorno, no sentido
atávico da modalidade do respeito e cavalheirismo: as prerrogativas de um mundo
ou de uma cidade ou bairro, civilizados. Esse modal existencial refere-se a que
sejamos mais tolerantes. Que não preguemos a beligerância, mas sim um bom senso
em prosseguirmos vivendo em sociedade – mesmo que alguém aparentemente seja
solitário – na acepção própria de cada qual em que pensar-se que veladamente
existem comprometimentos de qualquer ordem não passe de ilusão, ou exposição de
códigos de conduta que devem na verdade blindar o modo de viver de cada qual,
porquanto sua própria idiossincrasia.
Do
mesmo modo que o indivíduo e a sua grande ou pequena coletividade podem manter
a sua posição dentro dos limites da ordem, o Estado deve garantir o exercício
da cidadania de cada qual, em um regime democrático onde a ampliação dos
direitos fundamentais das pessoas deva ser progressiva, e não limitante ou
restrita a ordenação imposta por um governo autoritário que só fará distanciar
a empatia e consolidar a desesperança em seu povo, condição inadmissível para o
andamento correto de uma boa administração, seja em que poder for, ou nas
instâncias várias de seus poderes judiciais. A liberdade de opinião, o crescimento
e valoração da artes como base cultural de toda uma população e o fomento
imprescindível da educação como alavanca e sustentáculo do progresso de uma
nação deve ser uma posição sobre a qual todos devem trabalhar para que aconteça
no modo em que uma autoridade, seja ela quem for, no fundo assuma essa
galhardia de saber serem esses os caminhos de um verdadeiro patriota, com
relação a um futuro em que saiamos do túnel ao menos vislumbrando a luz tênue
em seu final para que saibamos que o imenso trem que carrega a nossa intensa
esperança esteja dando o passo tão importante para a solução definitiva dos
problemas de um país continental, como o Brasil!
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