sexta-feira, 2 de outubro de 2015

AS FONTES DE LUZ

            Pior sempre é termos como base uma ignorância monolítica, principalmente quando não sabemos exatamente o que significa esse conceito. Quiçá um dogmatismo inflexível, mesmo amparado em longos processos de estudos e formação que nos dite o ignorar a outras realidades, em que pese expressões equivocadas e travadas como uma ótica de cabresto... Quando se forja apenas uma versão dos fatos com a intenção de manipular todo um povo, ou seja, quando se sabe que atende apenas a interesses gananciosos, isso não tem nada a ver com a liberdade de expressão, pois manipula as massas capciosamente, como, por exemplo, nos canais de divulgação e entretenimento, que merecem revisão concessionária. Sabemos que por vezes não seria possível tal empreendimento, mas que se fique sabendo, nem que o seja nos jargões populares, quando da imposição sistemática desses mesmos canais. Subentende-se, portanto, neste pequeno e gigantesco exemplo que as trevas são o atender-se interesses escusos exibindo apenas a parcialidade e manipulando opiniões. Mas tudo isso é tão antigo e está tão arraigado na memória coletiva que talvez Davi não possa com sua pedra atingir o olho de Golias. Não desta vez... Talvez fosse mais alvissareiro às redes de telecomunicação darem uma atenção especial aos fatos que emborcam os copos de água, em que a sede já não é mais tanta. Mas falemos de luzes...
            Pode parecer estranho, mas o parágrafo anterior é feito de rancores, de uma delonga já conhecida por todos, e a luz começa na contextualização e contestação de muitas outras coisas que seriam maiores, mas que cabe dinamicamente a quem quiser tecê-la aos olhos de seus próprios entendimentos, pois quando se aceita algo sem comentar-se, teremos lâmpadas apagadas em plena noite... Paciência, será que a teremos? Pois de luzes vemos a princípio o despertar do dia. Esse é um ponto concreto. De luzes vemos quando escolhemos um autor por conhecermos em nossas pesquisas, talvez na cátedra sob boa orientação acadêmica. Este é outro foco. Por luz vemos um trecho de um filme que seja distinto à nossa formação cultural, que acrescente – justo – maiores luzes ao nosso entendimento e fruição, sem precisarmos estar no arcabouço global, apenas. Creio que pensarmos a favor das conquistas sociais pertence a uma vereda de luz, justo em um país onde a grande maioria carece de atenção maior de suas lideranças. Facilitar a extrema concentração de renda não condiz com um desenvolvimento que abrace a todos os brasileiros, e não será pela via do egotismo que conseguiremos nem ao menos ampliar o leque de consumo. E nem será ignorarmos a educação fundamental e de qualidade nos alicerces da sociedade que iremos avançar social e democraticamente neste país. Algo que se aproxime disso no mínimo já é uma penumbra salutar, daquelas das madrugadas das cinco e meia no Sul deste continental Brasil... Na verdade, dar continuidade a facilitação da vida dos trabalhadores mais necessitados é um quesito que permite dar continuidade das luzes, pois estas também estão presentes no acréscimo da consciência cidadã dessa gente como um todo. São luzes em profusão, e cada gesto consonante liga nosso ser a saber que estamos ajudando no processo, e não como meros espectadores dentro de nosso egoísmo e falta de solidariedade humana. Essa é uma questão que encerra ao mesmo tempo uma síntese a uma premissa inviolável dentro do crescimento espiritual e material das nações como um fator inquestionável.
            Não há mais espaço para nos ausentarmos do que acontece mundialmente, mesmo que argumentem que o Brasil está distante da conjuntura internacional, pois saibamos que é aqui neste solo pátrio que devemos à nossa saúde social preservada todo o escopo de nossa democracia em sua história recente: essa é uma das fontes de luz, pois em cada respirar tranquilo de uma alma, em cada respeito a um chefe de família, em cada esforço sincero de um trabalhador reside a Verdade em estarmos lutando dignamente para melhorar a nossa vida e, subsequentemente, melhorando igualmente a coletividade que interage de modos côncavo e convexo em toda a plataforma de uma ação correta.
            Digamos que nos faltasse o clarão, ou uma tíbia chama em nosso sacrificado contentar-se. No entanto, se pudermos ver na escuridão, descobriremos que nossas mãos veem, e que o caminho bruscamente se torna orientado pelas estrelas. No mais, que o brilho de uma delas reflita no mar a vertical que se torna vereda de uma dança em que as ondas nos mostrem que há movimentos na superfície da Natureza. Enquanto por vezes caminhamos tateando por luzes, saibamos que é na compreensão gigante de suas existências o que nos faz sentir a vida em nosso peito como uma estrela que se despe ao mar para nos mostrar o surgimento do horizonte no espaço...

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