Pior sempre é termos como base uma
ignorância monolítica, principalmente quando não sabemos exatamente o que
significa esse conceito. Quiçá um dogmatismo inflexível, mesmo amparado em
longos processos de estudos e formação que nos dite o ignorar a outras
realidades, em que pese expressões equivocadas e travadas como uma ótica de
cabresto... Quando se forja apenas uma versão dos fatos com a intenção de
manipular todo um povo, ou seja, quando se sabe que atende apenas a interesses
gananciosos, isso não tem nada a ver com a liberdade de expressão, pois
manipula as massas capciosamente, como, por exemplo, nos canais de divulgação e
entretenimento, que merecem revisão concessionária. Sabemos que por vezes não
seria possível tal empreendimento, mas que se fique sabendo, nem que o seja nos
jargões populares, quando da imposição sistemática desses mesmos canais.
Subentende-se, portanto, neste pequeno e gigantesco exemplo que as trevas são o
atender-se interesses escusos exibindo apenas a parcialidade e manipulando
opiniões. Mas tudo isso é tão antigo e está tão arraigado na memória coletiva
que talvez Davi não possa com sua pedra atingir o olho de Golias. Não desta
vez... Talvez fosse mais alvissareiro às redes de telecomunicação darem uma
atenção especial aos fatos que emborcam os copos de água, em que a sede já não
é mais tanta. Mas falemos de luzes...
Pode parecer estranho, mas o parágrafo
anterior é feito de rancores, de uma delonga já conhecida por todos, e a luz
começa na contextualização e contestação de muitas outras coisas que seriam
maiores, mas que cabe dinamicamente a quem quiser tecê-la aos olhos de seus
próprios entendimentos, pois quando se aceita algo sem comentar-se, teremos
lâmpadas apagadas em plena noite... Paciência, será que a teremos? Pois de
luzes vemos a princípio o despertar do dia. Esse é um ponto concreto. De luzes
vemos quando escolhemos um autor por conhecermos em nossas pesquisas, talvez na
cátedra sob boa orientação acadêmica. Este é outro foco. Por luz vemos um
trecho de um filme que seja distinto à nossa formação cultural, que acrescente –
justo – maiores luzes ao nosso entendimento e fruição, sem precisarmos estar no
arcabouço global, apenas. Creio que pensarmos a favor das conquistas sociais
pertence a uma vereda de luz, justo em um país onde a grande maioria carece de
atenção maior de suas lideranças. Facilitar a extrema concentração de renda não
condiz com um desenvolvimento que abrace a todos os brasileiros, e não será
pela via do egotismo que conseguiremos nem ao menos ampliar o leque de consumo.
E nem será ignorarmos a educação fundamental e de qualidade nos alicerces da
sociedade que iremos avançar social e democraticamente neste país. Algo que se
aproxime disso no mínimo já é uma penumbra salutar, daquelas das madrugadas das
cinco e meia no Sul deste continental Brasil... Na verdade, dar continuidade a
facilitação da vida dos trabalhadores mais necessitados é um quesito que
permite dar continuidade das luzes, pois estas também estão presentes no
acréscimo da consciência cidadã dessa gente como um todo. São luzes em
profusão, e cada gesto consonante liga nosso ser a saber que estamos ajudando
no processo, e não como meros espectadores dentro de nosso egoísmo e falta de
solidariedade humana. Essa é uma questão que encerra ao mesmo tempo uma síntese
a uma premissa inviolável dentro do crescimento espiritual e material das
nações como um fator inquestionável.
Não há mais espaço para nos
ausentarmos do que acontece mundialmente, mesmo que argumentem que o Brasil
está distante da conjuntura internacional, pois saibamos que é aqui neste solo
pátrio que devemos à nossa saúde social preservada todo o escopo de nossa
democracia em sua história recente: essa é uma das fontes de luz, pois em cada
respirar tranquilo de uma alma, em cada respeito a um chefe de família, em cada
esforço sincero de um trabalhador reside a Verdade em estarmos lutando
dignamente para melhorar a nossa vida e, subsequentemente, melhorando igualmente
a coletividade que interage de modos côncavo e convexo em toda a plataforma de
uma ação correta.
Digamos que nos faltasse o clarão,
ou uma tíbia chama em nosso sacrificado contentar-se. No entanto, se pudermos
ver na escuridão, descobriremos que nossas mãos veem, e que o caminho
bruscamente se torna orientado pelas estrelas. No mais, que o brilho de uma
delas reflita no mar a vertical que se torna vereda de uma dança em que as
ondas nos mostrem que há movimentos na superfície da Natureza. Enquanto por
vezes caminhamos tateando por luzes, saibamos que é na compreensão gigante de
suas existências o que nos faz sentir a vida em nosso peito como uma estrela
que se despe ao mar para nos mostrar o surgimento do horizonte no espaço...
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