terça-feira, 6 de outubro de 2015

AS LINHAS DO PENSAR

Quem dera o pensar fosse sereno como o cantar de um pombo
Em seus arrulhos do encontro, no serenar de seu voo por sob umbrais
Ou mesmo nos penedos de seus próprios contentamentos...

E o que pensamos, nada nos dirá como, se não pensamos apenas
Pois que o sentir e tudo é a vida em si, e nunca seremos máquinas
A partir do pressuposto de que o cérebro seja melhor do que as mãos.

As linhas que se cruzem, por vezes por abaixo em paralelas de espaço
A que não se cruzem fisicamente, mas que se toquem no bom senso
Em pensarmos que o melhor seja realmente a paz dessa equação...

Vivemos por vezes a mil, vertemos ações onde menos pensamos,
Do que por alguma razão imaginamos algo onde não existe nada
E criamos por existir um sólido e salutar pensamento.

Mas que pensar não seja a única coisa, pois sentir da Natureza
De outras coisas é crer que talvez em uma obra do espírito
Reside e preside a navegação sincera de nossas atitudes.

Seria vasta a linha de um pensamento único, mas não se encontraria
Sequer com outra no infinito das linhas de diferentes direções
Posto não ser mais do que uma ótica em que apenas olha o olho.

A ciência nos dá razões e certezas, mas se finda em si mesma
No que não encontramos, e quando pensamos que já estamos certos
A dúvida que aquela encerra termina com a hipótese de outro ressentimento.

Pensemos que pensamos, e pensar nunca é tarde quando temos
Uma veia qualquer de estudo, nem que o seja ao sabermos de um prumo
Em que alinhamos um tijolo e vamos prosseguindo aos de obra.

Voltemos à serenidade, quando soubermos que uma tempestade
Alimenta a bobina de vento, roda as pás do moinho, verte à hélice
A presunção de navegarmos no fascínio de um mar revolto!

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