São tantas as chuvas que não sabemos
onde está o sol, e ignoramos sua presença, posto em um lugar no universo...
Quem dera soubéssemos mais do sol, quem dera o fosse da água. Mas que a água
não existe sem ele, e nós não existimos sem a Terra. Nossa presença é meramente
espiritual, enquanto seres que estamos residindo em nossos corpos. Isso é um
fato incontestável, pois assumimos vários corpos, desde nosso nascimento até o
encerramento do ciclo de uma vida, que aqui neste mundo dura aproximadamente cem
anos. Não há chuva fora de seu significado de existência, mas apenas prevemos o
senão da Natureza quando embarcamos na sua voz suprema. E a primavera torna-se
seu próprio canto, a se dizer que quando estamos aflitos devemos fazer brotar a
primavera dentro de nosso ser...
Grande seria o entendimento desse
parágrafo que tanto dizemos e na verdade o mundo atual ignora como misticismo
puro algo que perfaz ciência no simples fato de não podemos criar uma simples e
insignificante formiga. Estas passeiam a trabalho em suas veredas de linhas e
colunas dispostas, ou em superfícies onde não a encontramos e sequer as
entendemos, pois mesmo que isso aconteça, só decorre do que achamos que seja
mero comportamento. A Natureza nos espia em cada gota de chuva, em que nesta há
bilhões de átomos, cada qual com o paramatma Supremo, em seu núcleo. Na
verdade, que sejam palavras que alcancem como uma carta a que sejam
pronunciadas para que trabalhemos no sentido de recriar esperanças, pois não há
vida sem si própria, pois esta vem da mesma. Em um mundo de desavenças
aceleradas pela ganância a desesperança torna-se evidente nas almas cruas de
conhecimento. Que esta carta chegue, e isto se torna possível justamente em
sabermos que mesmo na superfície da areia e seus códigos o mundo espiritual se
torna possível, já que a máquina é esta mesma, feita de silício e plástico, mas
que Krsna nos facilita a que coloquemos a sua parte, a sua verdade, a sua voz,
dentro da devoção e do milagre do mesmo conhecimento que possuímos apenas para
compartir...
Possuímos aqui no sul uma manta de
água subterrânea, que se alimenta da chuva, que faz brotar seus olhos nas
florestas, e rios que espalham de seus húmus por todos os lados, o que nos faz
pensar do espírito das águas, do milagre de uma primavera em que os trovões
anunciam a voz de Deus. Verdadeiros sábios saberiam dizer melhor algo nesse
sentido, mas muitos trabalhadores mostram em seu olhar a beleza de estarem
conscientes do trabalho em que alimentam, constroem, ou participam do mundo em
que estaremos mais em paz quando pensarmos mais – que seja – na ordem natural
do Universo, e que seremos gigantes quando estivermos na plataforma da bondade.
Pois que esta carta venha a esclarecer, através de um pingo de chuva, que este
veio para germinar um trigo distante daquilo que esperamos, a comprar do pão
tão maravilhosamente ofertado na vida em que teremos que crescer mais a não
pensar que as lembranças do inverno em nossos corações sejam dissipadas ao
descobrirmos que as estações sempre estiveram presentes em nossas vidas e nunca
estaremos sozinhos se pensarmos que o próprio sol ou, na ausência aparente deste, a
chuva, também são nossos companheiros!
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