Pois em se escrever de uma letra,
quem dera, se não passasse a nossa carestia em comunicar... Não se passa a
letra tanto, mas que um bom exercício frente ao mar nos dá o conforto de uma
vida extremamente saudável, com letras posteriores e tudo o mais, que é o que
se tem por direito! Cedo, sim, acordemos em uma montaria solene, que o dia
promete ser bom, apesar de uma chuvinha renitente que passa mais um pouquinho
do que uma letra que não se diga, ou algo que escondemos e nunca alguém saberá,
posto tímida coragem que por vezes temos... Seremos sobreviventes, ou apenas
coadjuvantes da catástrofe? Pois bem, não há cavalos de tração, e hoje
possuímos quem sabe um bom carro, ou uma bicicleta bem calibrada, na jornada
esta dos dias. Que as peças de um quebra-cabeça nos encaixem sobre um tabuleiro
de mármore, e que este no mínimo de um bom veio.
Há tinta na Olivetti, e talvez se
quisesse ser um jornalista, mas essa função já está preenchida pelos monopólios
dos que aparecem, creiam-me! Mas, pois bem, algo ainda é possível, pois estes
que leem podem ler por outros caminhos, e há que se ser da Natureza, mesmo quem
vive na selva de pedra, pois o concreto faz parte da lavra, e escrever
livremente, sem amarras do equívoco, pode ser o brotar de uma imensa planta,
como Brahma no umbigo de Vishnu. Nada do que se faz de distante dista tanto
como uma palavra ensaiada, planejada, corroída pelo vício da aceitabilidade.
São letras vivas no entanto, e que a palavra esteja sempre assim como o próprio
conceito de não conceituar o paradoxo da contra informação. Pois na carne
sentimos, por um exemplo, que pelo menos as cartas a Théo, de Van Gogh, foram
lidas, mas aos loucos não se lhes é dado um genoma nos trinques. Dá para rir
muito desse assunto, mas que os loucos sejam loucos, é isso que esta humilde
insanidade prescreve aos seus colegas de situação, assim, como, sejamos um
pouco Raul Seixas. Que viva a verborragia, pois estacionamos no modernismo
antropofágico, mas ninguém está a fim de comer ninguém, a não ser um contato do
face. Talvez não seja necessário pensar melhor a respeito, mas ficam as letras
como uma conversa informal em que não registremos tópicos, ou não castrem o
poeta. Não se passa um palavra literalmente, pois o que se prescreve talvez
seja a parte que não caiba em uma linguagem de convenção... Posto que seja
algum conhecimento sabermos que as letras encerram histórias na própria história
de suas próprias letras. Um ciclo que pode ser quase estancado quando se pensa
que algo possa ser feito para calar a voz da poesia, mas é justamente nesse muro
de contenção cruento que a poesia ressurge como o platô de uma verdade em sua
libertação. Não é uma questão teórica, mas a própria prática de que essa mesma
poesia venha como um libelo sagrado, em que seus versos carreguem a esperança
mesma àqueles que não têm o recurso suficiente para conseguirem em suas vidas a
luz necessária à sua própria consciência, pois esta aflora enquanto soubermos
de nossa ação, igualmente consciente.
Igualmente consciente é sabermos que
nada que se aprofunde mais do que a vulgaridade inconsequente seria mais válido
do que o nada em nos encontrarmos na ótica dos que são desprovidos do mínimo...
Esse mínimo recebe a atenção condizente quando sabemos da importância dessa
ação. A letra pousa aos olhos de um leitor que a sente como uma estação que a
leremos como pano de fundo à compreensão de uma mensagem válida, que seja.
Apensa isso... Será um rumo que teremos que tomar a ver por onde anda uma
situação que não desmereça a voz que se encontra com o tempo. Dessas vozes que
não escutamos mesmo que as procuremos, saibamos que são como caminhos em que a
poesia tece suas variantes, mesmo em modo de prosa. Isso é apenas especulação inata que leva alguns a uma razão
que conhece profundamente a questão de nossa liberdade.
Esses conceitos não passam como algo
a se considerar sumamente verdadeiro, pois entendem o eu como algo a se
tergiversar, e é apenas um modo de atravessar letras no caminho, em verdade que
se cruzem a que se possa concretizar algum – que seja – entendimento.
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